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Atividade – Direitos Reais – Prof. André Ricardo Blanco Ferreira Pinto 01 - Luiz Faria e sua mulher Maira Faria são agricultores e residem na chácara localizada na Estrada Torta, Km 13, Bebedouro/SP, desde 30.01.2003 quando o invadiram derrubando cercas e expulsando o caseiro ( a tomada da posse nunca é na boas Fábio, o que a lei exige é o exercício ser manso e pacífico sem oposição. Por isso a gente exclui o dia da invasão, neste dia que a violência é consumada pode haver autotutela, no dia seguinte não existe mais a tomada da posse, o que existe já é o exercício da posse). Já no ano de 2003, referidos agricultores iniciaram a criação de animais de pequeno porte, para sua própria subsistência e, posteriormente, estenderam as atividades para cultivo de milho e soja. Referido imóvel pertence a Pedro Gonçalves que, em 2010 distribuiu ação de reintegração de posse do seu imóvel que encerra área total de 50 hectares. Qual a estratégia deve ser adotada em nome de Luiz Faria e sua mulher a fim de garantir a propriedade do bem se é que é cabível alguma modalidade de usucapião? Explique e fundamente sua resposta. Posse no caso: 2003 até 2010 mansa e pacífica. 7 anos. A usucap CF 5 anos. Está no limite da área (chácara) área rural Resposta: Sim. Pode ser a usucapião rural. Mas como houve a interposição da ação de reintegração de posse, antes de promover a ação dominial, os demandados terão que arguir a usucapião como matéria de defesa para depois, intentar ação de domínio. 02 - Em 1972 Jair Menezes, solteiro, veio de sua terra natal (Sertanópolis/CE) para São Paulo a fim de trabalhar como pedreiro no ramo da construção civil. Como não achou emprego nem lugar para morar, o cearense passou a dormir ao relento no imóvel de José da Silva, um terreno abandonado na franja da cidade, encerrando área total de 250m2. Jair foi melhorando sua condição de vida quando começou a fazer “bicos” pela cidade. Com suas economias conseguiu inicialmente construir um barraco; hoje mora no mesmo local numa casa de alvenaria regularizada junto a prefeitura. Nesta hipótese cabe alguma (ou mais de uma) modalidade de usucapião? Explique e fundamente. Sim. Jair reúne os requisitos para as 2 modalidades: Pode isso Arnaldo Cesar Coelho? a) Extraordinário: posse + tempo ( 49 anos) b) Usucapião Constitucional pro moradia. c) Aquela prevista no Estatuto da Cidade (é que o prof não considera outra modalidade) 03 - Philip, francês, veio para o Brasil em 1970 quando conheceu Juma, diplomata. Casaram-se e, hoje, têm três filhos. Em janeiro de 2009 Juma foi designada para trabalhar no consulado Brasileiro na França, motivo pelo qual mudaram-se todos para Paris. Em 2010 Severino tomou posse do imóvel urbano de Juma e nele realizou várias benfeitorias. Juma, ao retornar ao Brasil, vê sua casa invadida e, ao se deparar com tal situação procura o seu escritório. Na qualidade de advogado responda se cabe a reintegração por liminar ou se ela perderá a propriedade em razão da prescrição aquisitiva, respondendo ainda se ela terá que indenizar as benfeitorias implementadas por Severino em seu imóvel? Explique e fundamente. Regra de bartolo. Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. O prazo de ano e dia correu, mas não se operou a prescrição aqusitiva pela ocorrência de um fayto interruptivo (CC., art 198, II), de modo que Juma pode reintegrar-se na posse, mas deverá indenizar as benfeitorias necessárias. 04 - Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família. O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins. São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição. No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários. Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de Cândido Gonçalves. Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. Por não ter qualquer documentação oficial que lhe resguarde o direito de propriedade do imóvel, Norberto procura um advogado a fim de que intente a ação de usucapião cabível. Qual. Explique e fundamente. Só cabe a modalidade Constitucional pro moradia Porque não cabe a ordinária? Não tem justo título, nem 10 anos. Na ordinária e na extraordinária não importa nem o tamanho nem onde a área está (z. urbana ou rural) 05 - João e Maurício são proprietários e moradores de imóveis vizinhos, situados na Cidade do Rio de Janeiro. Embora o seu imóvel disponha de acesso próprio à via pública, há mais de vinte anos João atravessa diariamente o terreno de Maurício para chegar ao ponto de ônibus mais próximo da sua moradia, pois esse é o trajeto mais curto existente. Ademais, o caminho utilizado por João é pavimentado e conta com sistema de drenagem para as águas pluviais (servidão aparente). Além disso, na cerca que separa os dois imóveis, há uma porteira, de onde tem início o caminho. Determinado dia, Maurício decide impedir João de continuar a atravessar o seu terreno. Com esse intuito, instala uma grade no lugar da porteira existente na cerca que separa os dois imóveis. Inconformado, João decide consultar um advogado. Na condição de advogado(a) consultado(a) por João, responda aos itens a seguir (OAB XVI). a) Tem João direito a constranger Maurício a lhe dar passagem forçada, de modo a continuar a usar o caminho existente no terreno de Maurício? OAB.. A resposta é negativa, tendo em vista que, nos termos do Art. 1.285 do Código Civil (0,10), o direito à passagem forçada assiste apenas o dono do prédio que não tiver acesso à via pública (0,50). Da Passagem Forçada Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. § 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. b) Independentemente da resposta ao item anterior, pode João ingressar em juízo para que seja reconhecida a aquisição de direito real de servidão de passagem, por meio de usucapião? Sim. CC art. 1379, parágrafo único. CC. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. R. da OAB: B. Há servidão de trânsito, que proporciona utilidade para o prédio dominante de João e grava o prédio serviente pertencente a Mauricio (0,25).Além disso, encontramse reunidos os requisitos estabelecidos no Art. 1.379, caput e parágrafo único, do Código Civil, para a aquisição de direito real de servidão por meio de usucapião (0,10). A servidão é aparente, tendo em vista a presença de obras exteriores (pavimentação, sistema de drenagem e porteira) e houve o exercício contínuo e inconteste da servidão por vinte anos (0,20) (prazo estabelecido no Art. 1.379, parágrafo único, do Código Civil) (0,10) 06 - Josué, que não tinha lugar para morar com a família, ocupou determinada área urbana de 500 metros quadrados em janeiro do corrente ano. Como ignorava a titularidade do imóvel, o qual se encontrava sem demarcação e aparentemente abandonado, nele construiu uma casa de alvenaria, com três quartos, furou um poço, plantou grama, e, como não possuía outro imóvel, fixou residência com a mulher e os cinco filhos, sem ser molestado. Matusalém, proprietário do imóvel, ao tomar conhecimento da ocupação, ajuizou nesta semana ação de reintegração de posse em face de Josué (OAB XVII adaptado). Diante de tal situação, responda, fundamentadamente, às seguintes indagações a seguir. a) Cabe pedido de liminar? Fundamente. Se a posse de Josué for menor que ano e dia, sim cabe o pedido de liminar. Caso contrário, ou seja, se exceder a este prazo o processo segue o rito comum sem perder o caráter possessório. b) Na contestação, Josué poderia requerer a indenização pelas benfeitorias realizadas? Fundamente. Sim. Em qualquer hipótese (seja ele de má ou de boa-fé) pode pedir indenização pelas benf. Necessárias – se for de boa-fé, pode até reter a entrega da coisa até se ver indenizado. b) Qual seria o prazo necessário para que pudesse arguir a usucapião em seu favor e qual a sua espécie? Aqui só seria possível a usucapião extraordinária em 15 anos com possibilidade de redução para 10 por se vislumbrar no caso em comento, o exercício da função social da posse. 07 - João foi contratado por Maria e seu marido para tomar conta da sua casa de campo (detenção), localizado na zona rural do Município de Forquilhinha. Lá João trabalhou por 10 anos, quando então foi demitido por Maria. Mesmo depois de demitido, João continuou a residir com sua família na propriedade rural, sem que fosse instado a sair de lá. Decorridos mais de 5 anos da demissão e com a morte de Maria e seu marido, os filhos do casal querem a expulsão de João e sua família de suas terras. Como advogado(a) dos filhos do casal morto, o que você faria? Fundamente. Ingressaria com ação de reintegração de posse argumentando que havia uma mera detenção e que havia um comodato verbal. 08 - O Estado X ajuizou ação de reintegração de posse em face de Caio, servidor público que, na qualidade de vigia de uma escola pública estadual, reside em uma pequena casa nos fundos do referido imóvel público e, embora devidamente notificado para desocupar o bem, recusou‐se a fazê‐lo. Em sua defesa, Caio alega (i) que reside no imóvel com a anuência verbal do Poder Público e (ii) que a sua boa‐fé, associada ao decurso de mais de quinze anos de ocupação do bem sem qualquer oposição, lhe asseguram a usucapião do imóvel. Considerando a situação hipotética apresentada, analise se algum dos dois fundamentos deduzidos por Caio em sua defesa são possíveis, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. (OAB VII – Dir. Administrativo) Não. Nenhum fundamento de Caio é plausível. É servidor público que habita na qualidade do ofício a escola que guarda como vigia, sendo absolutamente impossível ter a posse em nome próprio (mero detentor) e, ainda, ante a impossibilidade de aquisição de bens públicos pela usucapião. FAZER EM CASA 09 - Pedro e Paula casaram-se em São Francisco do Sul, onde já haviam usucapido um pequeno sítio para morar com a família. Em 2002, no entanto, mudaram-se para São Paulo, onde ocuparam outra área urbana próxima ao centro de Guarulhos, área esta que já estava construída, de propriedade de Nadir, que nunca se opôs a essa ocupação (posse mansa e pacífica). Hoje (2021) Pedro distribuiu ação de usucapião. Sabendo disso responda. a) Que modalidade de usucapião seria esta (e que “rito”) fora adotado? Fundamente. b) O que Nadir pode alegar na contestação em sua defesa? Fundamente. Porque não cabe a constitucional? As modalidades constitucionais trazem requisitos comuns: a) Necessidade de prova de fato negativo1: em ambos os casos é necessário não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; ou seja, se ainda for dono de outro imóve – qualquer que seja – pode até ter comprado, pode ter adquirido por herança, por usucapião, não poderá se valer dessas modalidades. Questão que emerge é quando o usucapiente já se valeu dessa via uma vez, mas não é mais proprietário, e pretende se valer de novo. A norma do § 2º do artigo 183 é restritiva de direitos e em nenhuma forma pode impedir que o sujeito pretenda novamente usucapir agora outra área (desde que não seja dono de outro imóvel – pouco importando como o obteve) porque este não é um impeditivo do artigo 191. b) Posse por 5 anos ininterruptos (mansa e pacífica); c) Moradia: Interpretando-se teleologicamente os requisitos da usucapião especial, chega-se à conclusão de que pouco importa o fato de se ter fixado moradia fora da área usucapienda, porém próximo à sua divisa, desde que fique claro que tal área é utilizada para garantir o sustento do possuidor e de sua família, tornando-a produtiva. Podem os parágrafos do artigo 183 da CF serem utilizados analogamente para o artigo 191 ? Usucapião Pro labore - rural Usucapião pro moradia Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento) § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 1 A PROVA NEGATIVA da propriedade imóvel do usucapiente é feita por meio de declaração firmada pelo autor, podendo ser elidida por qualquer outro meio de prova indôneo em sentido contrário”. Relembra ainda o festejado autor que “descabe ao autor da ação usucapir NOVAMENTE outro imóvel, com base nos mesmos fundamentos da usucapião especial urbana (art. 1.240, §2º do CC)”. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm "As características fundamentais desta categoria especial de usucapião baseiam-se no seu caráter social. Não basta que o usucapiente tenha a posse associada ao tempo. Requer-se, mais, que faça da gleba ocupada a sua moradia e torne produtiva pelo seu trabalho ou seu cultivo direto, garantindo desta sorte a subsistência da família, e concorrendo para o progresso social e econômico. Se o fundamento ético do usucapião tradicional é o trabalho, como nos parágrafos anteriores deixamos assentado, maior ênfase encontra o esforço humano como elemento aquisitivo nesta modalidade especial" (PEREIRA, Caio Mário. Instituições de direito civil. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, v. 4, p. 152). No caso em questão, a resposta seria,“Usucapião extraordinária” em razão do tempo transcorrido. O encunciado do problema faz presumir que ele continua dono de outro imóvel – não diz que vendeu. Por isso a usucapião é a extraordinária; Rito???? A partir do CPC/15, não há mais rito especial para nenhuma modalidade de usucapião. Procedimento comum, CPC, art. 319 e ss com as peculiaridades do caso: a) Litisconsórcio passivo necessário b) Intimação das Fazendas c) Intimação do MP d) Intimação do Registrador 10 - João, por meio de ação de manutenção de posse, pede ao juiz que julgue procedente o pedido nela formulado para mantê-lo na posse do imóvel objeto da lide. No curso da demanda, antes da sentença, João perde a posse do imóvel para Pedro. O juiz, então, havendo o esbulho, julga extinta a ação sem julgamento do mérito, alegando que a ação processual eleita era equivocada e que João deveria ter intentado ‘reintegração de posse’. Afirmou não poder prolatar a sentença em desconformidade com o pedido deduzido na petição inicial. Neste sentido a decisão do Juiz é correta? Explique e fundamente. O juíz não está certo. As ações possessórias caracterizam-se pela exceção à regra da adstrição do julgamento ao pedido – CASO ÚNICO NA LEI NACIONAL – onde uma demanda possessória pode ser concedida diversamente da que fora originalmente pleiteada, mesmo depois de citado o réu, caso a ofensa evolua no curso do processo. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. O fato, na questão é que o processo está extinto. Do meu ponto de vista, como advogado, levando-se em conta que terei de recolher 4% do Valor da Causa para recorrer. Levando em conta o tempo que vai demorar para o TJ analisar O recurso – embora fosse razoável prever o provimento do recurso – a bem do cliente eu redistribuiria a ação. INFELIZMENTE..... 11 - Luiz Carlos adquiriu o imóvel que residia por título translativo que foi realizado há 10 anos mediante fraude (falsificação de assinatura). Contudo, tal vício, apesar de fácil constatação, jamais foi arguido por quem quer que fosse, e lá Luiz Carlos viveu com esposa e filhos até falecer neste domingo último de modo que seus herdeiros desconheciam a origem da compra e venda viciada acima apontada. Neste caso podem os herdeiros de Luiz Carlos intentar ação de usucapião? Explique. Não na modalidade extraordinária porque o documento com assinaturas falsificadas, não pode caracterizar um justo título sendo descabida a modalidade prevista no CC., art. 1242. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Mas nada impede que possa haver a aquisição com fundamento no CC., art. 1238. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Para se valer do benefício do parágrafo único, não precisa nem de justo título nem de boa-fé. Basta 12 - Em 2/4/2018, Renato teve de desocupar sua casa, que fora invadida por Glauber e Walter. Três semanas após o fato, Renato procurou um advogado para se informar a respeito da providência jurídica que poderia ser adotada nessa situação. Com base no que dispõe o atual Código Civil e Código de Processo Civil em vigor seria possível o uso da força para a legítima defesa da posse? O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Carece-lhe, portanto, do requisito da “imediatidade”, ou seja, se praticar atos de retomada por sua própria força, estará descaracterizada a autotutela e, por sua vez, praticado esbulho.
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