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AVALIAÇÃO COGNITIVA Pacientes que apresentam alterações cognitivas, geralmente, tem relato de esquecimentos, dificuldade para falar, confusão mental ou desorientação. Pode ser dividida em: Consciência (atenção) – vigil; Conteúdo da consciência – usar minimental; Atenção (manter o foco); Percepção de si próprio e do meio externo. É mais comum que as alterações do nível de consciência sejam causadas por distúrbios clínicos sistêmicos tóxico-metabólicos (sepse e quadros infecciosos, distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base, intoxicações exógenas, etc). Tais quadros são caracterizados como delirium ou estado confusional agudo. Pacientes com Distúrbios de Linguagem apresentam queixa de dificuldade de fala ou confusão mental, geralmente com dificuldade na nomeação, repetição, fluência, leitura e escrita. Afasia: Dificuldade na nomeação de objetos. Parafasia: Troca de sílabas ou mesmo palavras completas por outras fora de contexto. Queixas de memória também são comuns, sendo a declarativa episódica para eventos mais recentes, a mais acometida na condição da Doença de Alzheimer. A disfunção da linguagem ou memória representa um sinal neurológico focal, que deve ser investigado por exame de neuroimagem. As causas agudas mais comuns de comprometimento cognitivos são vasculares (AVE) e infecciosas (meningoencefalites), enquanto as causas crônicas estão associadas a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. O que é sinal neurológico focal? Pode apresentar-se como alteração de linguagem, fraqueza muscular, alteração de sensibilidade, movimento involuntário, incoordenação, perda de visão e diplopia, paralisia facial, alteração de fala e deglutição, etc. AVALIAÇÃO SOMÁTICA Motricidade; Sensibilidade; Coordenação; Movimentos involuntários; Sinais meníngeos; MOTRICIDADE Avaliação de força muscular (deficitária, velocidade e oposição); Reflexos profundos (martelo); Finger Tapping - velocidade Reflexos superficiais (cutâneoplantar – Babinski); Tônus muscular (movimento passivo); Trofismo muscular (volume do músculo); Para topografar a localização da lesão responsável pela perda de força, utiliza-se a pesquisa dos reflexos profundos, reflexos superficiais, tônus e trofismo. Síndrome Piramidal: Lesão central (cérebro ou medula); Síndrome da Unidade Motora: Lesão na unidade motora (nervo, junção muscular); Lesão Central – Síndrome Piramidal: Caracterizada pela liberação do neurônio motor inferior (fica mais excitável). Hipertonia elástica (espasticidade) + reflexos exaltados + Babinski. Não é necessário ter todos os achados. A fase aguda pode demorar alguns dias/semanas para acontecer os achados. Cérebro Tronco Encefálico Medula Espinhal Hemiparesia Hemiparesia Tetra/Para Corticais (Afasia) NNCC (alternas) Nível Sensitivo Esfincter Exames: Neuroimagem e líquor (LCR). Assim, encontra-se a etiologia (vasculares, desmienilizantes, infecciosas ou neoplásicas). Lesão Periférica – Síndrome da Unidade Motora: Caracterizada pela lesão no sistema nervoso periférico (segundo neurônio motor, nervo periférico, junção neuromuscular e músculo). Apresenta reflexos hipoativos + atrofia/hipotrofia muscular + fasciculações. Não é necessário ter todos os achados. Neurônio Motor Inferior Nervo Periférico Junção Neuromuscular Músculo Motor puro Sensitivo- motor Motor puro Motor puro Assimétrico Simétrico Simétrico Simétrico Proximal e distal Distal Proximal Proximal Atrofia e fasciculação Bota e luva Flutuação/ fadiga NNCC (ptose) Fase Aguda de Lesão Central (CHOQUE): Ausência de sinais piramidais. Observar padrão e outros achados. SENSIBILIDADE Superficial (dor e temperatura); Profunda (vibratória e palestesia) – propriocepção consciente, tato epicrítico, etc; Queixa de sensibilidade superficial: Parestesia, dormência, dor, etc. Exame: hipoestesia (território) – menos sensibilidade. Queixa de sensibilidade profunda: Desequilíbrio, dificuldade de marcha e incoordenação. Exame: Ataxia sensitiva (Romberg – olhos) e avaliar com diapasão (sensibilidade vibratória). ELA Metabólicas imunes genéticas Miastenia Miosites Genéticas Cérebro Tronco Encefálico Medula Espinhal Raízes Nervosas Nervos periféricos Hemihipoest esia Sinais alternos Nível sensitivo, bexiga Dor/dermá tomos Sensitivo motor Hemiparesia Nervos cranianos Para ou tetraparesia Mononeur opatias (nervo isolado) Cognitivo Polineurop atias (bota e luva) COORDENAÇÃO Movimentos finos; Postura e marcha; A ataxia sensitiva é caracterizada pela dificuldade de postura em pé e marcha que pioram marcada e praticamente de forma imediata com o fechar dos olhos, conhecida popularmente como sinal de Romberg. A ataxia vestibular é acompanhada de vertigem, náusea e vômitos, e a marcha apresenta lateropulsão, ou seja, tendência a desviar sempre para um lado. A ataxia cerebelar é classificada em dois: Ataxia cerebelar axial: Caracterizada por andar de base larga (marcha ebriosa – marcha de bêbado), alteração de fala (disartria do tipo fala escandida) e movimentos oculares involuntários (nistagmo). Ataxia cerebelar apendicular: Incoordenação nas extremidades com tremor de intenção (piora ao chegar próximo ao alvo), dismetria (dedo erra o alvo), decomposição do movimento (perda de harmonia na realização do ato motor) e disdiadococinesia (incoordenação para realizar movimentos alternados). MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS Transtorno hipocinético, sendo o parkinsonismo o mais conhecido, caracterizado por síndrome clínica com combinação variável de bradicinesia (redução de volume de movimento, fácies em máscara), tremor de repouso (“contar moedas”), hipertonia plásica (rigidez em roda dentada) e instabilidade postural. Os transtornos hipercinéticos apresentam tremor, coreia, distonia e tiques. Tremor: Rítmico. Parkinsonismo: De repouso, contar moedas, alta amplitude, baixa frequência, achados da síndrome parkinsoniana associados, resposta à levodopa; Tremor essencial: Postural, alta frequência, baixa amplitude, história familiar positiva, melhora com ingestão de álcool, melhora com propranolol; Coreia: Movimento involuntário hipercinético caracterizado pela extrema irregularidade e imprevisibilidade, lembrando uma realização de dança pela extremidade envolvida. As causas podem ser doença de Huntington e coreia de Sydenham (febre reumática); Tiques: Movimentos involuntários hipercinéticos súbitos, breves, intermitentes, que podem ser parcialmente suprimidos, relativamente bizarros, motores e/ou vocais. A causa clássica é a Síndrome de Tourette na infância. Distonia: Contração simultânea de músculos agonistas e antagonistas, gerando posturas bizarras de segmentos corpóreos, podendo ser generalizada ou local. SINAIS MENÍNGEOS Rigidez nucal AVALIAÇÃO DE NERVOS CRANIANOS NERVO OLFATÓRIO (I NERVO CRANIANO) Realizar exame comparativo da olfação com uma substância conhecida (como café), com os olhos fechados e alternando e comparando as narinas, para avaliar se há dificuldade. Lesões da base de crânio, como neoplasias, podem cursar com início insidioso de dificuldade de olfação. Avaliar causas otorrinolaringológicas. Tem pouca importância, porém, lembrar das consequências do COVID. NERVO ÓPTICO (II NERVO CRANIANO) Baseada em queixa de perda visual. Avalia-se acuidade visual, campo visual, pesquisa do reflexo fotomotor, visão para cores e fundo de olho. Acuidade visual: Cartões de letras e números de tamanhos diferentes posicionados em uma distância padrão. Campo visual: Examinado de forma comparativa, um olho de cada vez. Hemianopsia: Perda da metadedo campo visual dos dois olhos, o que indica lesão das fibras visuais no trajeto encefálico – AVC ou lesão estrutural. Reflexo fotomotor: Pupilas reagem contraindo no estímulo luminoso. Miose: Contração de ambas as pupilas. Exame de fundo de olho: Edema de papila. Doenças que afetam o nervo óptico: esclerose múltipla, inflamação idiopática (neurite óptica), arterite temporal, doença vascular isquêmica, sífilis, etc. MOTRICIDADE OCULAR – OCULOMOTOR (III), TROCLEAR (IV) E ABDUCENTE (VI) Suspeitar de lesão diante de paciente com queixa de visão dupla (diplopia) ou estrabismo. O exame é feito a partir da inspeção e seguimento do dedo do examinador nas nove posições do olhar (em estrela de 9 pontas). O objetivo é avaliar se há desalinhamento ocular. Nervo Abducente (VI): Realiza o movimento horizontal de colocar o olho para fora (olhar para longe do nariz). Paresia do Abducente: Estrabismo convergente, em que o olho doente é virado para dentro por predomínio do nervo oculomotor saudável. Nervo Oculomotor (III): Realiza praticamente todos os outros movimentos oculares, inclusive de olhar para dentro (no sentido do nariz). Paresia do Oculomotor: Estrabismo divergente, em que o olho é virado para fora por predomínio do nervo abducente saudável, geralmente associado a ptose palpebral e midríase (comprometimento de fibras parassimpáticas que dilatam a pupila). As causas de alteração na motricidade ocular podem ser: trauma/expansiva/tronco, DM – isolado idoso, VI – hipertensão intracraniana, III – aneurisma comunicante posterior, miastenia – flutuante e Wernicke. NERVO TRIGÊMEO (V NERVO) É responsável pela sensibilidade da face e porção motora dos músculos da mastigação. É realizada pesquisa comparativa da sensibilidade dolorosa bilateralmente em todos os terços, além de avaliar a força e trofismo dos músculos da mastigação. Também é possível avaliar o reflexo corneopalpebral com chumaço de algodão em contato com a córnea, produzindo resposta reflexa de piscamento. Neuralgia do trigêmeo: Dor tipo choque que, geralmente, afeta o 3º ramo do trigêmeo, respeitando a linha média. Dura poucos segundos e pode ser provocado por movimentações da face, como sorrir. Pode ser a primeira apresentação de uma doença desmienilizante em jovens. NERVO FACIAL (VII) É responsável pela musculatura da mímica e expressões faciais. O exame avalia a postura da face do indivíduo em repouso, que deve ser simétrica. Solicita-se que o paciente sorria, mostre os dentes, feche os olhos e levante as sobrancelhas. Pode apresentar, patologicamente, desvio de rima labial, sorriso torto, incapacidade de ocluir os olhos, dificuldade de levantar as sobrancelhas, etc. Paralisias faciais centrais: Acometem apenas a metade inferior da face, poupando os músculos que fecham os olhos e levantam as sobrancelhas. Paralisias faciais periféricas: São geralmente mais evidentes, acometendo toda a hemiface superior e inferior. Toda a hemiface: Sinal de Bell, lagoftalmo (não conseguir fechar o olho). Olho seco, perda de gosto e hiperacusia. Idiopático e bom prognóstico. Geralmente não precisa de imagem. Prednisona 5 a 7 dias e cuidados oculares – colírio. Aciclovir não tem evidência robusta. NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VII) Responsável pelo equilíbrio e audição. Transtornos desse nervo são apresentados por vertigem (tontura rotatória), náusea, vômitos, nistagmo e desequilíbrio (dificuldade de postura e marcha). Periférico (labirinto): Sintomas harmônicos, zumbido e alterações auditivas, sem sinal neurológico focal, reflexo vestíbulo-ocular alterado e nistagmo característico (horizonto- rotatório, lado preferencial e inibido pela fixação). Central (tronco encefálico): Geralmente apresentam outros sinais neurológicos associados, como nistagmo vertical. Solicitar que o paciente ande, analisar a marcha, questionar sobre tontura e desequilíbrio, movimentação involuntária, avaliar reflexo vestíbulo- ocular. Vertigem Central: Desequilíbrio proeminente, fatores de risco cardiovascular, reflexo vestíbulo-ocular normal, sinal neurológico focal, nistagmo vertical (movimento ocular involuntário para cima), multidirecional, não inibido por fixação e desalinhamento ocular. NERVO GLOSSOFARÍNGEO E VAGO (IX E XX) Quando acometidos, causam disfunção na deglutição (disfagia) e articulação da palavra falada (disartria). Pode-se examinar avaliando o palato mole para observar se há desvio e reflexo nauseoso que, se ausente unilateral, patológico. Causas de lesão: acidentes vasculares ou lesões neurológica estruturais no tronco encefálico (vertigem e Wallemberg), local de sua origem. NERVO ACESSÓRIO (XI) Tem pouca importância clínica. É responsável por parte da musculatura esquelética do pescoço. Deve- se examinar testando a força dos movimentos de rotação cervical (esternocleidomastoideo) e elevação dos ombros (trapézio). Lesões nesse nervo podem causar posturas anômalas do pescoço e do ombro. NERVO HIPOGLOSSO (XII) É responsável pela movimentação voluntária da língua, observando se há atrofia ou fasciculações. Também testar a força dos movimentos da língua. Pode ser afetado por doença do neurônio motor ou lesões estruturais no tronco encefálico.
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