Buscar

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
INTRODUÇÃO 
As mamas começam a se desenvolver na 
puberdade. Esse desenvolvimento é estimulado 
pelos estrogênios do ciclo sexual feminino mensal; 
os estrogênios estimulam o crescimento da parte 
glandular das mamas, além do depósito de 
gordura que dá massa às mamas. Além disso, 
ocorre o crescimento bem mais intenso durante o 
estado de altos níveis de estrogênio da gravidez, e 
só então o tecido glandular fica inteiramente 
desenvolvido para a produção de leite. 
ANATOMIA DA MAMA 
A mama feminina é composta por glândulas 
túbulo-alveolares chamadas de lobos mamários 
(cerca 15 a 20 em cada mama), os quais são 
constituídos por lóbulos (entre 20-40). Cada lóbulo 
é composto por alvéolos envolvidos por células 
mioepiteliais. O leite produzido nos alvéolos é 
conduzido até os seios lactíferos por uma rede de 
ductos. Para cada lobo mamário há um seio 
lactífero com saída independente no mamilo. 
 
 
 
ESTROGÊNIOS 
Durante toda a gravidez, a grande quantidade de 
estrogênios secretada pela placenta faz com que o 
sistema de ductos das mamas cresça e se 
ramifique. Simultaneamente, o estroma (tecido 
conjuntivo vascularizado) das mamas aumenta em 
quantidade, e grande quantidade de gordura é 
depositada no estroma. 
Quatro outros hormônios são igualmente 
importantes para o crescimento do sistema de 
ductos: hormônio do crescimento, prolactina, os 
glicocorticoides adrenais e insulina. Sabe-se que 
cada um desses hormônios tem pelo menos algum 
papel no metabolismo das proteínas, o que, 
presumivelmente, explica a função deles no 
desenvolvimento das mamas. 
PROGESTERONA 
O desenvolvimento final das mamas em órgãos 
secretores de leite também requer progesterona. 
Quando o sistema de ductos estiver desenvolvido, 
a progesterona — agindo sinergicamente com o 
estrogênio, bem como com os outros hormônios 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
mencionados — causará o crescimento adicional 
dos lóbulos mamários, com multiplicação dos 
alvéolos e desenvolvimento de características 
secretoras nas células dos alvéolos. Essas 
mudanças são análogas aos efeitos secretores da 
progesterona no endométrio uterino na última 
metade do ciclo menstrual feminino. 
PROLACTINA 
Embora o estrogênio e a progesterona sejam 
essenciais ao desenvolvimento físico das mamas 
durante a gravidez, um efeito especial de ambos 
esses hormônios é inibir a verdadeira secreção de 
leite. Por outro lado, o hormônio prolactina tem o 
efeito exatamente oposto na secreção de leite, 
promovendo-a. A prolactina é secretada pela 
hipófise anterior materna, e sua concentração no 
sangue da mãe aumenta uniformemente a partir 
da quinta semana de gravidez até o nascimento do 
bebê, época em que já aumentou de 10 a 20 vezes 
o nível normal não grávido. Esse nível elevado de 
prolactina, no final da gravidez. 
Além disso, a placenta secreta grande quantidade 
de somatomamotropina coriônica humana, que 
provavelmente tem propriedades lactogênicas, 
apoiando, assim, a prolactina da hipófise materna 
durante a gravidez. Mesmo assim, devido aos 
efeitos supressivos do estrogênio e da 
progesterona, não mais do que uns poucos 
mililitros de líquido são secretados a cada dia até 
após o nascimento do bebê. O líquido secretado, 
nos últimos dias antes e nos primeiros dias após 
o parto, é denominado colostro, que contém, 
essencialmente, as mesmas concentrações de 
proteínas e lactose do leite, mas quase nenhuma 
gordura, e sua taxa máxima de produção é cerca 
de 1/100 da taxa subsequente de produção de 
leite. 
Imediatamente depois que o bebê nasce, a perda 
súbita tanto de secreção de estrogênio quanto de 
progesterona da placenta permite que o efeito 
lactogênico da prolactina da hipófise materna 
assuma seu papel natural de promotor da 
lactação, e no período de 1 a 7 dias as mamas 
começam a secretar quantidades copiosas de 
leite, em vez de colostro. Essa secreção de leite 
requer uma secreção de suporte adequada da 
maioria dos outros hormônios maternos também, 
porém os mais importantes são hormônio do 
crescimento, cortisol, paratormônio e insulina. 
Esses hormônios são necessários para fornecer 
aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio, 
fundamentais para a formação do leite. 
Depois do nascimento do bebê, o nível basal da 
secreção de prolactina retorna aos níveis não 
grávidos durante algumas semanas. Entretanto, 
cada vez que a mãe amamenta o bebê, sinais 
neurais dos mamilos para o hipotálamo causam 
um pico de 10 a 20 vezes da secreção de 
prolactina, que dura aproximadamente 1 hora. 
Essa prolactina age nas mamas maternas para 
manter as glândulas mamárias secretando leite 
nos alvéolos para os períodos de amamentação 
subsequentes. Se o pico de prolactina estiver 
ausente, ou for bloqueado em decorrência de 
dano hipotalâmico ou hipofisário, ou se a 
amamentação não prosseguir, as mamas perdem 
a capacidade de produzir leite dentro de mais ou 
menos uma semana. Entretanto, a produção de 
leite pode se manter por vários anos se a criança 
continuar a sugar, embora a formação de leite, 
normalmente, diminua consideravelmente depois 
de 7 a 9 meses. 
 
HORMÔNIO INIBIDOR DE PROLACTINA 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
O hipotálamo tem papel essencial no controle da 
secreção de prolactina, como na maioria de todos 
os outros hormônios hipofisários anteriores. 
Contudo, esse controle é diferente em um 
aspecto: o hipotálamo essencialmente estimula a 
produção de todos os outros hormônios, mas 
efetivamente inibe a produção de prolactina. Por 
conseguinte, o comprometimento do hipotálamo 
ou o bloqueio do sistema portal hipotalâmico-
hipofisário geralmente aumenta a secreção de 
prolactina, enquanto deprime a secreção dos 
outros hormônios hipofisários anteriores. 
Por isso, acredita-se que a secreção pela hipófise 
anterior de prolactina seja controlada totalmente, 
ou quase totalmente, por fator inibidor formado 
no hipotálamo e transportado pelo sistema portal 
hipotalâmico-hipofisário à hipófise anterior. Este 
fator é, por vezes, chamado hormônio inibidor de 
prolactina, se bem que ele é quase certamente o 
mesmo que a catecolamina dopamina, conhecida 
por ser secretada pelos núcleos arqueados do 
hipotálamo e que pode diminuir a secreção de 
prolactina em até 10 vezes. 
LACTOGÊNESE 
A lactogênese é dividida em 3 fases. 
Na fase I, já durante a gestação, a mama é 
preparada para a amamentação, sobretudo, pela 
ação de alguns hormônios como o estrogênio 
responsável pela ramificação dos ductos 
lactíferos, e pelo progestogênio que forma os 
lóbulos e outros que contribuem para o 
crescimento mamário (lactogênio placentário, 
prolactina e gonadotrofina coriônica). Na segunda 
metade da gestação, os ácinos e alvéolos ficam 
distendidos devido ao acúmulo de colostro. 
A fase II da lactogênese ocorre após o nascimento 
da crianças e expulsão da placenta, quando 
ocorre uma queda acentuada do progestogênio, 
com consequente liberação da prolactina pela 
hipófise anterior. A hipófise posterior, por sua vez, 
produz ocitocina, a qual contrai as células 
mioepiteliais que envolvem os alvéolos 
expulsando o leite contido nos mesmos. Logo após 
o nascimento, a produção de leite é controlada 
principalmente por hormônios. 
Após o 3º/4º dia após o parto ocorre a “descida do 
leite”, processo que ocorre independente da 
criança realizar ou não a sucção. Com isso, inicia-
se a fase III da lactogênese, chamada 
galactopoiese, a qual depende primordialmente 
da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. O 
leite possui “peptídeos supressores da lactação” 
que inibem a produção do leite e ao serem 
removidos pelo esvaziamento da mama há a 
garantia da reposição do leite removido com o 
esvaziamento anterior. 
O leite de uma mamada é produzido, em sua maior 
parte, enquanto a criança mama por meiodo 
estímulo da prolactina (esta é inibida pela 
dopamina, logo, nesse período, a dopamina tem 
sua liberação inibida) e da ocitocina. Esta última é 
liberada através de alguns estímulos: sucção da 
criança, visão, cheiro e choro da criança, 
motivação, tranquilidade e autoconfiança; ao 
passo que, estresse, ansiedade, dor, desconforto 
e medo inibem a ejeção do leite, prejudicando a 
lactação. 
 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
SUPRESSÃO DOS CICLOS OVARIANOS 
Na maioria das nutrizes, o ciclo ovariano (e a 
ovulação) não retorna até poucas semanas depois 
de ela parar de amamentar. A razão disso parece 
ser que os mesmos sinais neurais das mamas para 
o hipotálamo que provocam a secreção de 
prolactina durante o ato de sugar — seja devido 
aos sinais nervosos ou devido a efeito 
subsequente de mais prolactina — inibem a 
secreção do hormônio liberador da gonadotropina 
pelo hipotálamo. Isto, por sua vez, suprime a 
formação dos hormônios gonadotrópicos 
hipofisários — hormônio luteinizante e hormônio 
folículo-estimulante. Entretanto, após vários 
meses de lactação, em algumas mulheres, 
especialmente naquelas que amamentam seus 
bebês apenas parte do tempo, a hipófise começa 
a secretar hormônios gonadotrópicos suficientes 
para restabelecer o ciclo sexual mensal, embora a 
amamentação continue. 
EJEÇÃO DO LEITE 
O leite é secretado de maneira contínua nos 
alvéolos das mamas, mas não flui facilmente dos 
alvéolos para o sistema de ductos e, portanto, não 
vaza continuamente pelos mamilos. Em vez disso, 
o leite precisa ser ejetado dos alvéolos para os 
ductos, antes de o bebê poder obtê-lo. Essa ejeção 
é causada por um reflexo neurogênico e hormonal 
combinado, que envolve o hormônio hipofisário 
posterior ocitocina. 
Quando o bebê suga, ele não recebe quase 
nenhum leite por mais ou menos 30 segundos. 
Primeiramente, é preciso que impulsos sensoriais 
sejam transmitidos através dos nervos somáticos 
dos mamilos para a medula espinal da mãe e, 
então, para o seu hipotálamo, onde desencadeiam 
sinais neurais que promovem a secreção de 
ocitocina, ao mesmo tempo em que causam 
secreção de prolactina. A ocitocina é transportada 
no sangue para as mamas, onde faz com que as 
células mioepiteliais (que circundam as paredes 
externas nos alvéolos) se contraiam, assim 
transportando o leite dos alvéolos para os ductos, 
sob uma pressão de +10 a 20 mmHg. Em seguida, 
a sucção do bebê fica efetiva em remover o leite. 
Assim, dentro de 30 segundos a 1 minuto depois 
que o bebê começa a sugar, o leite começa a fluir. 
Esse processo é denominado ejeção ou descida do 
leite. 
O ato de sugar uma mama faz com que o leite flua 
não só naquela mama, mas também na oposta. É 
especialmente interessante que, quando a mãe 
pensa no bebê ou o escuta chorar, muitas vezes 
isso proporciona um sinal emocional suficiente 
para o hipotálamo provocar a ejeção de leite. 
INIBIÇÃO DA EJEÇÃO DE LEITE 
Um problema particular na amamentação vem do 
fato de que diversos fatores psicogênicos ou até 
mesmo a estimulação generalizada do sistema 
nervoso simpático em todo o corpo materno 
possam inibir a secreção de ocitocina e, 
consequentemente, deprimir a ejeção de leite. Por 
essa razão, muitas mães devem ter um período de 
ajuste após o nascimento, sem transtornos para 
obter sucesso na amamentação de seus bebês.

Continue navegando