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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Talita Daniele Alves Gomes Caldeira Graduada no Curso de Artes/Licenciatura em Música pela Universidade Estadual de Montes Claros (2013) e Pós-Graduada Lato Sensu em CULTURA E LITERATURA pela Faculdade de Educação São Luís (2020). Atualmente leciona a disciplina ARTE na educação básica na cidade de Ipatinga na rede privada e pública. Escritora na área da Educação Artística e tutora do curso de Pedagogia da Faculdade única de Ipatinga-MG. Marilene Nunes Pedagoga (2001) com Especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos (2002) pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UNILESTE. Mestre do em Administração com ênfase em Gestão do Conhecimento pela Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo - FIPEL (2008). Atualmente é Coordenadora e professora-tutora do Curso de Pedagogia em EaD da Faculdade Única de Ipatinga. LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1ª edição Ipatinga – MG 2021 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES .............. 9 1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO ........................................................................................... 9 1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO ............................................. 11 1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS ........................................................... 12 1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL ................................................... 14 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 17 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO ENSINO INFANTIL .............................................................................. 21 2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL ........................................................ 21 2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL ............................... 24 2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO ............................................ 26 2.3.1Os sons na primeira infância....................................................................26 2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL ........................................... 28 2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS DE ENSINO ............................................................................................................... 30 2.5.1 Como trabalhar mídias digitais dentro da Sala de Aula.........................32 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 34 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ................................. 38 3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ................................................................ 38 3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA BNCC 41 3.2.1 Atividades lúdicas na Educação Infantil......................................................41 3.2.2 O Trabalho com a Música e a brincadeira na Educação Infantil Música.44 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 47 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO ............................................................. 51 4.1 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO – ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS .............................................................................................. 51 4.2 DEFINIÇÃO E CONCEITO DE PLANEJAMENTO ...................................................... 51 4.3 DAS ETAPAS DO PLANEJAMENTO .......................................................................... 54 4.3.1 Data de Elaboração.......................................................................................54 4.3.2 Objetivos de aprendizagem...........................................................................54 4.3.3 Habilidades e Competências da aprendizagem........................................55 4.3.4 Materiais para a aula......................................................................................56 4.3.5 Metodologia de ensino para aplicar em uma aula de Arte.....................57 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 60 BRINQUEDOTECA LÚDICA VIRTUAL ........................................................ 63 5.1 IDEIAS INOVADORAS PARA ENSINO LÚDICO ....................................................... 63 5.2 BRINQUEDOTECO VIRTUAL DO CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) ........................... 65 5.3 NAVEGANDO PELA BRINQUEDOTECA VIRTUAL .................................................... 66 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 69 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 6 PROJETO PEDAGÓGICO ......................................................................... 73 6.1 ELABORAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS ................................................. 73 6.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE PROJETOS PEDAGÓGICOS ...................... 73 6.3 ETAPAS DE PRODUÇÃO DE PROJETO PEDAGÓGICO ...................................... 75 6.3.1 Idealização do Projeto....................................................................................75 6.3.2 Plano de Atividades e Avaliação..................................................................77 6.3.3 Espaço, materiais e tempo para realizar um projeto educacional..........78 FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................81 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 85 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 86 UNIDADE 06 7 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade veremos alguns conceitos e definições sobre a arte em um contexto histórico geral. Experiências artísticas e formas de expressão serão abordadas de forma conceitual para embasar o conhecimento teórico do processo de ensino aprendizagem na disciplina ARTE. Estudaremos nesta unidade as tendências do ensino de arte na educação básica, o ensino para alunos especiais e a inserção de novas tecnologias em sala de aula baseando em referências educacionais. Nesta unidade analisaremos as competências e habilidades vigentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de Arte na Educação Básica no Ensino Infantil e Ensino Fundamental anos iniciais. Serão abordadas ainda as linguagens artísticas que devem ser trabalhadas em sala de aula. Esta unidade orientará o planejamento de atividades com habilidades, competências, metodologias e materiais para a execução das aulas de arte na Educação Básica. As etapas do planejamento de aulas serão orientadas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esta unidade irá tratar sobre a importância da avaliação educacional no processo ensino aprendizagem da disciplina ARTE bem como as ferramentas avaliativas que poderão ser utilizadas de diferentes formas e abordagens. Nesta etapa vamos finalizar o nosso estudo compreendendo a importância da elaboração de projetos pedagógicos dentro da disciplina ARTE na Educação Básica. Vamos entender as etapas de um projeto pedagógico para trabalhar conteúdos da disciplina na Educação Infantil e Ensino Fundamental. 8 INTRODUÇÃO Atualmente a educação tem sofrido um processo de evolução tecnológica nas aplicabilidades educacionais interativas. Cada vez mais os professores estão desenvolvendo atividades lúdicas que proporcionem um melhor aproveitamento do conteúdo abordado instigando a aprendizagem através de jogos ou brincadeiras virtuais. A utilização de novas brincadeiras na educação utilizando jogos didáticos já existentes ou tecnológicos representam um grande avanço educacional com o intuito de tornar o aluno o seu principal construtor de conhecimento tornando-se protagonista da sua história. O professor pode tornar-se uma peça importante na mediação do conhecimento de seus educandos utilizando técnicas diferentes de ensino aprendizagem. O planejamento de aulas dinâmicas e interativas com conteúdos diversos impulsionam a compreensão ativa no processo ensino-aprendizagem. Após a socialização do conteúdo e da realização de atividades discursivas ou objetivas, realizar atividades lúdicas com jogos ou brincadeiras para solidificar o conhecimento contribuem na fixação de um conteúdo. A participação efetiva dos alunos na busca pelo conhecimento tem se tornado um foco no processo educacional devido às diversas oportunidades de conhecimento presentes na atualidade vinculados ao desenvolvimento cognitivo dos alunos. É importante que as aulas proporcionem momentos diversificados para desenvolvimento do conhecimento oportunizando os educandos a construção de seus conceitos com diversas atividades. Assim, o professor além de mediar o conhecimento instiga o seu aluno a se tornar protagonista da sua história. Neste livro veremos conceitos e definições sobre a ludicidade e a brincadeira no processo ensino aprendizagem bem como técnicas e metodologias que podem ser aplicadas em sala de aula. Termos dicas sobre como trabalhar a ludicidade e a musicalização no ensino infantil embasados pela Base Nacional Comum Curricular e as novas tendências educacionais que surgem a todo momento. É com grande entusiasmo que convido a todos (as) para esse grande momento de conhecimento e novas ideias sobre o Lúdico e a Musicalização no Ensino Infantil! 9 LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES 1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO A educação no ensino infantil tem um grande papel no desenvolvimento social e humano ao ofertar oportunidades de práticas educativas de diversas formas a partir das vivências escolares. Através da educação a concretização dos direitos sociais e a cidadania da infância oportunizam que a criança desperte suas habilidades emocionais e criativas. A formação pedagógica dos professores representa um ponto essencial para o desenvolvimento das atividades escolares através de estudos e pesquisas sobre as formas e meios de ensinar. Compreender as faixas etárias e as habilidades que podem ser desenvolvidas durante o processo ensino aprendizagem na educação é essencial para organização e planejamento de atividades. A Resolução Nº 2, DE 9 DE OUTUBRO DE 2018 do Ministério da Educação define o ensino na Educação Infantil inicia desde a pré-escola compreendendo a faixa etária de 0 até os 5 anos e 12 meses de idade. Os profissionais da educação que trabalham no ensino infantil devem ter engajamento pedagógico com pensamento, reflexão e diálogo sobre a infância. É importante possuir um conhecimento amplo de como as crianças aprendem e se desenvolvem na oportunidade de atender às necessidades e interesses individuais de cada um. A utilização de atividades e propostas pedagógicas na primeira infância representa a iniciação educacional de todo aprendizado que haverá ao longo da vida. De acordo com os Parâmetros Nacionais de qualidade da Educação Infantil (2018, p. 12) é na primeira infância que ocorre o desenvolvimento do controle emocional e de suas habilidades que afetarão sua vida e sua aprendizagem: Áreas de desenvolvimento altamente importantes, como controle emocional, habilidades sociais, linguagem e aritmética, alcançam seu auge nos primeiros três anos de vida infantil. A importância de prestar serviços de qualidade para a Primeira Infância é sustentada por evidências dessa natureza. Isso mostra que as experiências específicas UNIDADE 10 de uma criança nos seus primeiros anos de vida têm o profundo efeito de limitar ou expandir seu potencial social, físico e cognitivo (SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, 2018, p. 12) Planejar atividades educacionais para o ensino infantil com práticas lúdicas demonstra preocupação do docente em propor para as crianças a oportunidade de criação e contato com diferentes habilidades. Ao elaborar uma atividade com orientação e prática lúdica o docente consegue colaborar para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor do aprendizado na primeira infância. O entendimento sobre o lúdico compreende o conhecimento prévio para que o docente desenvolva as atividades pedagógicas de forma segura e preparada. A palavra lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que significa jogo. Apesar dessa definição objetiva o lúdico é visto na educação como uma ação que reflete o brincar para tornar o aprendizado mais agradável. Rolim , Guerra e Tassigny (2008, p. 177) fazem um estudo de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil e refletem sobre o lúdico: Ao consultar um dicionário, deparamo-nos com diversos significados para a palavra brincar, e todos eles nos passam a ideia de diversão, distração, agitação, faz de conta. A brincadeira é o lúdico em ação. Brincar é importante em todas as fases da vida, mas na infância ele é ainda mais essencial: não é apenas um entretenimento, mas, também, aprendizagem. A criança, ao brincar, expressa sua linguagem por meio de gestos e atitudes, as quais estão repletas de significados, visto que ela investe sua afetividade nessa atividade. Por isso a brincadeira deve ser encaradacomo algo sério e que é fundamental para o desenvolvimento infantil (ROLIM; GUERRA; TASSIGNY, 2008, p. 177) Como dito por Rolim , Guerra e Tassigny (2008) analisando o posicionamento de Vygotsky o lúdico pode ser utilizado como entretenimento sendo ferramenta facilitadora do processo ensino aprendizagem ao relacionar a emoção à aprendizagem de conceitos educativos. Ao pensar em atividades educacionais que possuem propósito educativo com prática lúdica o docente instiga o conhecimento, a descoberta e a prática pedagógica de forma prazerosa e significativa para o educando. Utilizar atividades pedagógicas de forma lúdica propõe ainda à participação das crianças em suas diversidades emocionais e habilidosas com personalidades diversificadas interagindo entre si. Portanto, o trabalho com bebês e crianças da educação infantil necessita que o educador procure formas de atrair a atenção da criança com propostas dinâmicas 11 e interativas garantindo a exploração de habilidades emocionais e cognitivas educacionais. A utilização de brincadeiras educativas e/ou objetos interativos que tenham uma proposta de aprendizagem pode provocar a curiosidade do aluno e oportunizar o ensino de forma leve e atrativa. 1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO Percebemos atualmente uma evolução da educação diante da diversidade de propostas e metodologias de ensino que a sociedade se encontra. Novas ferramentas e novas propostas pedagógicas despertam novas ideias nos docentes que precisam mediar o conhecimento do educando atendendo às diversidades de aprendizagem encontradas na sala de aula. Diante dessas mudanças e novidades pedagógicas é possível intensificar o uso da música na educação propondo inúmeras possibilidades de escuta com concentração, percepção de mundo e manuseio de objetos interativos sonoros. Através da escuta a criança desenvolve habilidades como a fala, o canto, a escrita e a interatividade com outras pessoas ouvindo ou reproduzindo atividades musicais. Por não ser um objeto visível, o som deve ser ouvido para ser compreendido e a partir da escuta o professor pode propor atividades de reprodução e brincadeira tornando-o um objeto de aprendizagem. Para iniciar o uso da música na educação é possível partir do princípio do ouvir sons diversos e identificá-los em suas diversas características. Através da prática da escuta musical a criança reconhece os sons à sua volta de objetos, animais, pessoas, instrumentos, entre outros, construindo e desenvolvendo seu repertório imagético. A educadora Enny Parejo (2008, p. 06) nos fala sobre a importância do “ouvir”: O OUVIR, segundo estratégias bem definidas, é o ponto de partida. A escuta musical cria as condições necessárias para que a pessoa se torne receptiva ao ambiente sonoro, à escuta de si próprio e à música, naturalmente; é também através do ouvir que as condições 12 fisiológicas, psicológicas e emocionais do indivíduo se transmutam, levando-o a estados de relaxamento, concentração, percepção e bem-estar que permearão todo o processo. Ainda sobre a importância do ouvir, Brito e Mifano (2003, p. 187) nos diz que Aprender a escutar, com concentração e disponibilidade para tal, faz parte do processo de formação de seres humanos sensíveis e reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar, pensar, comunicar- se. Escutar é perceber e entender os sons por meio do sentido da audição, detalhando e tomando consciência do fato sonoro. Mais do que ouvir (um processo puramente fisiológico), escutar implica detalhar, tomar consciência do fato sonoro. A utilização da música no processo ensino aprendizagem a partir das vivências da primeira infância pode contribuir na formação da identidade cultural dos alunos. Ao propor atividades que impliquem na apreciação sonora o docente estará oferecendo às crianças a oportunidade de conhecimento da diversidade sonora que existe desenvolvendo ainda as habilidades de percepção, escuta e reprodução de sons. Para perceber a importância da escuta lembre-se de como o ser humano se interage e reage ao ouvir uma música em diferentes situações do cotidiano seja em algum evento festivo, em trilha sonora de filmes, em momentos de reflexão ou no próprio dia a dia. 1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS A vivência ou experiência artística contribui de forma significativa para formação de um educador. Participar de uma atividade de produção oferece a oportunidade de apresentar nossas emoções e sentimentos bem como nossas ideias sobre um determinado assunto ou fato. Essa vivência contribui significativamente na composição do nosso repertório criativo imagético onde podemos desenvolver habilidades socioemocionais. 13 Aos 7 anos de idade eu ingressei em uma escola especializada em Arte chamada Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes na minha cidade natal, Montes Claros-MG. Lá tive várias experiências artísticas com música, dança, teatro e desenho desde a minha infância até o meu ingresso na Faculdade de Arte. As minhas experiências artísticas vividas dentro do Conservatório eram voltadas para a prática musical em orquestras, atuação com grupos de teatro, desenvolvimento de projetos de expressão artística, entre outros. Com esta experiência pude desenvolver minha habilidade de criação para elaborar novas ideias sobre projetos artísticos emocionais. Aulas teóricas e práticas nesta escola me despertaram o interesse em atuar na área como professora de Arte na Educação Básica. Realizei o Ensino Superior de Licenciatura em Arte pela Universidade Estadual de Montes Claros – MG (Unimontes) e percebi através das disciplinas ofertadas no meu curso a necessidade de elaboração de projetos artísticos para serem trabalhados na Educação Básica. Através do desenvolvimento de aulas criativas, diversificadas que pudessem instigar as mais distintas habilidades artísticas nos alunos seria possível realizar um ensino de arte com qualidade e criatividade em qualquer escola de Educação Básica. Em todas as experiências artísticas práticas que vivenciei percebi o quanto era importante ter um novo olhar sobre a expressão e emoção de cada pessoa. Através das expressões podemos entender o que cada um sente de acordo com sua bagagem cultural. Na vida de uma criança, a arte faz parte do seu cotidiano. Vivenciar a arte na infância desperta os sentidos e o seu olhar sobre o mundo de forma criativa e lúdica. O estímulo corporal através da fala, do som, do desenvolvimento do repertório imagético contribui para o seu desenvolvimento socioemocional e social através das suas expressões artísticas. Portanto, ter uma vivência artística ou pesquisar e assistir ideias voltadas para a elaboração de atividades com ludicidade e musicalização faz diferença na capacitação de um professor na Educação Básica. Neste livro veremos caminhos alternativos para essas vivências ou pesquisas artísticas para aqueles que não tiverem acesso à uma escola especializada em Arte a fim de instigar o processo criativo do professor de Educação Básica. 14 1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL Ao pensarmos em lúdico, ludicidade e brincadeiras nos remetemos às atividades com propostas de brincadeiras. Refletindo a verdadeira concepção do lúdico em formato educacional não podemos nos atrelar às brincadeiras sem um objetivo pedagógico que envolverá o conhecimento e desenvolvimento das habilidades do aluno. A utilização de jogos, brincadeiras e músicas no processo ensino aprendizagem representa uma organização educacional diversificada e pensada estrategicamente para desenvolver habilidades diversas nos alunos. As atividades podem ocorrer desde o início da aula com perguntas simples até a criação de umconceito sobre um determinado assunto. Ao propor essas atividades o professor pode explorar o conhecimento prévio e bagagem cultural do seu aluno formando o seu repertório de habilidades e desenvolvimento de sua identidade. O conhecimento das diferentes formas de aplicabilidade do lúdico e da musicalização é de suma importância para desenvolver um trabalho educacional de qualidade. Conhecer as técnicas de aplicação e desenvolver projetos musicais com os alunos trará benefícios expressivos para o desenvolvimento socioemocional e criativo dos mesmos. A prática lúdica no ensino infantil deve ser pensada como uma ferramenta de avanço educacional e aprendizado do aluno através de desafios, propostas de criação e interação com o meio e com o outro. A experiência musical de quem estuda em uma escola específica não é a mesma de outra pessoa que teve aula somente na educação básica. A falta de A educação está se transformando em diversas situações de propostas pedagógicas. Refletir sobre a utilização de jogos e/ou brincadeiras em uma sala de aula é definir estratégias pedagógicas que estejam ligadas à diversidade de aplicabilidade de jogos educacionais para propor a ludicidade na aprendizagem. Diante desse cenário reflita: Quando utilizar jogos ou brincadeiras na sala de aula? Sempre que utilizo a música estou realizando uma proposta lúdica? A música pode contribuir na intenção de propor ludicidade no ensino infantil? Responder esses questionamentos trará uma visão sistêmica de aplicabilidade de jogos, brincadeiras e música de forma lúdica na sala de aula. 15 material ou mau planejamento de atividades de experiências passadas deve servir de inspiração para um melhor desenvolvimento da sua carreira como professor. Acreditar que atividades como “somente assistir um vídeo no youtube” ou cantarolar uma música na entrada do turno sejam formas de musicalização para toda aula é firmar o conceito da falta de pesquisas ou práticas educacionais lúdicas, musicais e inovadoras. Se tornar um (a) professor (a) que consegue elaborar atividades criativas que despertem o senso crítico e desenvolva o repertório imagético do seu aluno representará total competência pedagógica para a instituição que você atuará. O ensino de música na educação básica foi implementado regularmente pela Lei nº 9.394/96 favorecida pela Lei nº 11.769/08 sendo reconhecido como conteúdo obrigatório da disciplina de ARTE mas não conteúdo exclusivo da mesma. A implementação da música na educação básica reitera a importância das atividades lúdicas e musicais para o desenvolvimento psicomotor das crianças e adolescentes. Discussões sobre a importância da música no ensino da educação básica tornaram- se recorrentes pela Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) realizando seminários, palestras, rodas de conversas e debates sobre o tema. Portanto devemos utilizar a música e a ludicidade na educação como forma de liberdade de expressão com respeito às diversidades culturas ampliando a visão de mundo do aluno, desenvolvendo sua criatividade e assegurar o acesso à cultura. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta, no campo de experiências “Traços, sons, cores e formas”, que produzir e conviver com as diferentes manifestações artísticas e as diversas formas de expressão das Artes Visuais, como pinturas, colagens, desenhos, gestos, traços, dentre outras, contribui para que as crianças, desde pequenas, desenvolvam senso crítico, o conhecimento de si e dos 16 contextos que as cercam (BRASIL, 2016). O aproveitamento de atividades criativas e lúdicas para desenvolver habilidades socioemocionais e cognitivas contemplam o embasamento teórico fundamental para a formação educacional dos alunos. É preciso compreender as limitações do seu aluno e conseguir aproveitar ao máximo a criatividade e a espontaneidade durante uma atividade. Assim, o professor trará uma experiência artística rica e significativa para o desenvolvimento do repertório imagético dos alunos através de novas ideias. 17 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O trabalho do professor da disciplina Arte deve se atentara aos conceitos educacionais e teóricos sobre os conteúdos. Na visão educacional sobre o ponto de vista pedagógico, o ensino de Arte deve ser considerado como a) obra artística criadas em sala de aula que representam formas de expressão. b) processo de criação da identidade cultural baseada em vivências socioemocionais dentro e fora da escola c) forma de expressão das linguagens como música, desenho, pintura, entre outros. d) criações artísticas que os alunos produzem fora do ambiente escolar. e) experiências estéticas vivenciadas pelos alunos na sua cultura familiar. 2. A arte não é simplesmente uma técnica para fazer coisas. Para que algo seja arte, é necessário um sentido ou uma intenção. Não há função cotidiana na arte, como encontramos em outros objetos, mas sim uma função a) filosófica. b) provocativa. c) objetiva. d) expressiva. e) literal. 3. Alguns historiadores afirmam que a História iniciou quando a humanidade inventou a escrita. Nessa perspectiva, o período anterior à criação da escrita é denominado Pré-História. Sobre esse período podemos afirmar que a) foi um período de grandes descobertas científicas baseadas nas crenças naturais. b) todas as culturas evoluíram com a escrita, por isso podemos dizer que o homem das cavernas não se comunicava com seu semelhante. c) os estudos arqueológicos sobre as pinturas rupestres contribuíram na descoberta dos hábitos vividos na época. d) durante a pré-história a forma de comunicação se dava por meio de desenhos e escritas feitas com símbolos. e) os historiadores que defendem as pinturas rupestres como forma de comunicação 18 vão contra aos ensinamentos históricos 4. A busca pela significação da vida e a compreensão do lugar do ser humano no universo têm sua necessidade respondida, tanto pela arte quanto pela ciência. Mediante a construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, há a formação do conjunto de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Nesse viés de pensamento, podemos afirmar que: a) a obra de arte situa-se no ponto de encontro entre o particular e o universal da experiência humana refletindo as emoções e vivências estéticas unificadas. b) a obra de arte revela para o artista e para o espectador uma possibilidade de existência e comunicação, além da realidade de fatos e relações normalmente desconhecidos. c) o que distingue essencialmente a criação artística das outras modalidades de conhecimento humano é a qualidade de comunicação entre os seres humanos que a obra de arte propicia, tornando-se uma linguagem universal. d) a percepção estética contempla a criação da arte mas não sua apreciação. e) as experiências vividas pelo artista e pelo espectador nem sempre contribuem na sua arte. 5. As funções da arte são diversas, variando de acordo com a cultura e com os povos que a criam. Atualmente, sua função está relacionada ao desenvolvimento social e democrático do ser humano. Considerando essa perspectiva, pode-se dizer que outra possível função da obra de arte é a) possuir um caráter de decoração visual ou de entretenimento. b) separar em categorias os monumentos culturais. c) desenvolver o senso crítico. d) ser autêntica por meio da produção de trabalhos idênticos entre si. e) ser agradável aos sentidos, principalmente aos olhos ou aos ouvidos. 19 6. A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valoresjunto à sociedade. Dentro dela existem vários procedimentos e técnicas utilizadas para compor uma obra. Ela é uma necessidade que faz o homem a) expressar-se através de desenhos para estabelecer uma relação de ligação constante com a natureza. b) comunicar-se, porém, se manter sempre crítico e emotivo quanto às suas obras. c) comunicar-se e refletir sobre as questões sociais e culturais dentro da sociedade. d) distanciar-se das questões sociais e culturais dentro da sociedade. e) tornar-se parte dispensável na criação de obras artísticas. 7. Toda arte possui uma materialidade intrínseca que está relacionada ao universo de referência dos artistas. Cenários e figurino, na dança e no teatro; instrumentos musicais, na música; pigmentos e suportes, nas artes visuais, são exemplos de materiais que, partindo do universo do artista, compõem a produção artística. Com base nas informações apresentadas e no seu conhecimento sobre o conceito de arte, pode-se dizer que a ideia de materialidade nas artes a) trata-se do padrão utilizado por escolas e movimentos artísticos para criarem suas obras. b) tem por base o princípio de que toda arte é uma criação livre, sem relação com a realidade. c) refere-se aos diversos materiais utilizados na produção da obra que possibilitam ao artista criar um universo próprio, carregado de singularidade. d) refere-se à maneira de compor com base na reprodução do mundo como ele é. e) trata-se da venda e do valor comercial de cada obra de arte. 8. A história da Arte se desenvolveu ao longo dos anos acompanhando os acontecimentos históricos. As expressões artísticas marcam as ações políticas, religiosas, econômicas, sociais, afetivas e emociais dos homens desde a pré- história até a atualidade. Sobre os períodos artísticos podemos afirmar que a) representações artísticas com sentido mágico e ritualístico marcam a arte contemporânea. b) o período que compreende as civilizações (mais expressivas): Egípcia, Grega e 20 Roma utilizou da arte para representar crenças religiosas, histórias heroicas e mitológicas e na educação do povo. c) na arte moderna a expressão era voltada para a religião do catolicismo impulsionada pela influência da Igreja Católica nas questões sociais, políticas e econômicas. d) o surgimento de novas técnicas artísticas baseadas nas inovações tecnológicas a partir do Renascimento Cultural até a Revolução Francesa marcaram a Idade Média. e) arte revolucionária nas formas de expressão que impulsionou novas técnicas e artísticas dando liberdade para a criação sem influência tecnológica marcam o movimento contemporâneo 21 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO ENSINO INFANTIL 2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL O ensino de música tem se desenvolvido de forma mais intensa na educação infantil contemplando não somente as técnicas específicas para o conhecimento da teoria musical, mas reconhecendo culturas e músicas que representam a identidade de uma sociedade. A valorização e o reconhecimento da música em suas diversas possibilidades tem sido implementada na educação como uma ferramenta lúdica para o ensino sobre as diversidades. A utilização da música na educação remonta desde a idade antiga onde gregos e romanos já utilizavam em seus rituais a música como um elemento de representação cultural. Durante a idade média temos uma grande influência da música na educação dos cristãos através de hinos religiosos entoados em missas ou outras cerimônias. No Brasilo ensino de música iniciou durante o período colonial através da catequização dos índios pelos jesuítas que aqui chegaram. A educação baseada nos conceitos religiosos e a implantação de uma nova língua – português- desenvolveu-se através de imagens, músicas, orientações de fala e escrita. Durante os séculos seguintes a educação musical evolui com as tendências educacionais implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no processo ensino aprendizagem. A evolução da educação musical tem sido relevante diante da modernização e da contemporaneidade que a sociedade vive. Entretanto é possível utilizar a música como ferramenta de ensino com interdisciplinaridade com outras áreas como salienta Queiroz (2010, p. 114): Como campo que se dedica ao estudo do ensino e aprendizagem da música, a Educação Musical tem estabelecido diálogos e intersecções com diferentes áreas do saber humano, a fim de compreender os aspectos fundamentais do seu universo de estudo, tendo como base a gama de valores e significados sociais que circundam a música enquanto fenômeno artístico e cultural . UNIDADE 22 Assim, como conteúdo obrigatório do ensino de ARTE, a educação musical deve ser desenvolvida desde a primeira infância podendo ser utilizada de forma interdisciplinar para criar conceitos e reconhecimentos da diversidade cultural e do desenvolvimento psicomotor da criança. Read (1986) na sua obra “A redenção do robô – Meu encontro com a educação através da arte” considerou que a arte e a educação estão ligadas ao homem como indivíduo e que a arte deve ser baseada na expressão e na liberdade de criação desde a infância. Read (1986, p. 12)nos diz: [...] quando falo em arte, quero dizer um processo educacional, um processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero designar um processo artístico, um processo de autocriação. Como educadores, olhamos o processo do lado de fora; como artistas, vemos por dentro; e ambos os processos integrados constituem o ser humano completo. Esse pensamento de Read está relacionado às concepções do envolvimento e da prática artística do educador com o aluno e ao processo educacional pela arte onde se aborda todas as linguagens artísticas sendo a visual, literária, musical e poética. Através desse modelo educacional o indivíduo trabalha o seu olhar questionador e cria novas concepções sobre o mundo através da leitura de obras pré-existentes e a partir das suas criações. Na educação a música e a ludicidade têm o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas de cada aluno e é função do professor promover e instigar o processo criativo do mesmo valorizando suas experiências e sua bagagem cultural e apresentar-lhe novas formas de se expressar reconhecendo sua identidade e respeitando novas culturas. A valorização do repertório cultural construído ao longo dos tempos, através 23 das vivências de cada um, compõe a formação de identidade cultural do ser. Durante muito tempo a música era utilizada como ensino específico para aprender sobre a execução de instrumento musical. A partir do momento em que a música é trabalhada como conteúdo onde o aluno se torna protagonista na sua expressão do canto, do ritmo e desenvolve o reconhecimento cultural, o desenvolvimento do seu repertório torna-se ferramenta educacional que instiga da imaginação e da visão crítica do aluno. Logo, nessa perspectiva de criação do seu repertório e do conhecimento de mundo através da música Queiroz (2004, p. 100) nos mostra que: [...]podemos conceber Educação Musical como um universo de formação de valores que deve não somente se relacionar com a cultura, mas, sobretudo, compor a sua caracterização, ou seja, desenvolver um ensino da música como cultura. Assim, a utilização da música no processo ensino aprendizagem garante uma diversidade dinâmica de uma aula e pode tornar-se um ensino de música como cultura reconhecendo e valorizando as diversas manifestações culturais. Ao utilizar a música na educação é imprescindível a valorização da bagagem cultural do aluno, da sua vivência cultural que traz consigo e da valorizaçãodas suas formas de expressão musical. Por mais simples que seja a atividade, as valorizações da sua expressão vão instigar no processo criativo e no desenvolvimento das habilidades de coordenação motora e emocional. Esse tema é bastante peculiar pois envolve diversas questões como as funções da música em uma sociedade, as propostas metodológicas do ensino de música em diversos contextos, a formação pedagógica do docente, entre outros. É importante ressaltar inicialmente a necessidade de utilizar a música no contexto escolar ressignificando as manifestações artístico-musicais a partir de novos contextos e olhares. 24 2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL A compreensão do processo evolutivo de cada faixa etária da Educação Infantil é um objetivo de extrema importância para o professor regente ou especialista. Através da compreensão dos desenvolvimentos criativos e de coordenação motora o professor pode planejar ou desenvolver uma atividade a partir desses dados gerais. Além dos dados estudados cientificamente sobre o desenvolvimento de cada faixa etária é necessária à compreensão das habilidades dos alunos com necessidades especiais. O processo de adaptação educacional para atender a demanda de crianças com necessidades especiais está em desenvolvimento e cabe ao(a) professor(a) regente ou especialista está atento às questões metodológicas para o ensino em geral. Na lei de Diretrizes e Bases (LDB- 9.394/96) há determinação e defesa sobre o ensino de educação básica à alunos com necessidades especiais: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Art.59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: II - Terminalidade específica para aqueles que não possam atingir o nível exigido para conclusão do ensino fundamental em virtude das suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para superdotados. [...] (BRASIL, 1996). A Resolução Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009, do Conselho Nacional de 25 Educação Básica apresenta a implementação de atividades curriculares com Atendimento Educacional Especializado (AEE) para alunos com necessidades especiais. O documento ainda visa a plena participação do educando bem como sua participação na sociedade e no desenvolvimento da sua aprendizagem. Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional (BRASIL, 2009). Através dos documentos oficiais percebemos que o direito à educação inclusiva é irrevogável e é preciso o desenvolvimento de atividades que proporcionem aos educandos uma experiência dinâmica que instigue o seu desenvolvimento emocional e cognitivo. A adaptação de atividades lúdicas e musicais servem como um impulso para o desenvolvimento de habilidades uma vez que, através dessas práticas educacionais o aluno poderá expressar suas vivências com a diversidade e a inclusão que merecem. A elaboração de atividades com músicas e brincadeiras trará ao aluno com necessidades especiais a oportunidade de ser personagem principal na composição das suas emoções colocando-o em situação de igualdade com os outros colegas. O reconhecimento de mundo sobre suas vivências e o desenvolvimento emocional através das atividades diversificadas contemplam o desenvolvimento desses alunos. Preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades especiais trará benefícios de 26 inclusão aos alunos atendidos pela instituição em que o professor estiver atuando. Compreender as dificuldades e utilizar a música de forma lúdica como mecanismo de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta impulsionadora de suas habilidades emocionais e do desenvolvimento da sua capacidade intelectual. Sobre a formação de professores e o uso da música na Educação Inclusiva Ferreira (2010) nos diz que torna-se necessário e urgente uma formação de professores mais ativa, contínua e inclusiva, sobretudo de ação e transforma. A principal meta é conscientizar os professores e as instâncias administrativas da importância da música na formação da cidadania e de sua contribuição no processo de desenvolvimento humano e social dos alunos na educação inclusiva. Assim, a busca pelo conhecimento sobre as necessidades do seu aluno e o desenvolvimento de atividades que sejam adequadas ao mesmo o tornará um profissional capacitado e interativo. 2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO Nesta seção compreender a relação da música no processo de desenvolvimento infantil bem como as tendências para utilizar a música no processo educacional de forma interdisciplinar e no desenvolvimento de conceitos musicais. 2.3.1 Os sons na primeira infância Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no útero. O feto estabelece um contato com sons produzidos pelo corpo da mãe desde 27 a gestação que nos ligam aos sons diversos da vida. O ambiente acústico promovido pelo útero proporciona ao bebê uma vivência sonora rica através de vibrações e pulsações do corpo da mãe. Após o nascimento há uma forte relação do bebê com a música através de melodias entoadas pela mãe para acalmar ou adormecer. Estas vivências compõem os nossos primeiros contatos com a música em nossa vida através de melodias e ritmos já existentes. Este contato inicial com a música nos fazem perceber os diversos sons existentes ao nosso redor e fazem parte da composição de repertório musical da infância. Sobre essa relação As cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoras musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculo fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO; MIFANO, 2003, p. 49). A relação das crianças com os sons à sua volta vem dessa ligação inicial e se desenvolve ao longo da infânciana sua composição de repertório e aprendizagem sobre o mundo e as relações sociais. A vivência na infância com os sons existentes como os dos seres vivos, de objetos, cantigas e ruídos que estão à sua volta despertam sua curiosidade e influenciam nas suas expressões corporais com gestos evidenciando ativamente a sua relação com os sons, a música e o meio em que vive. É possível perceber durante uma apreciação musical o movimento corporal de uma criança dentro de um ritmo musical com balanço de braços e pernas mantendo viva a relação entre a música e o reconhecimento do seu corpo. Trabalhar com a música na primeira infância é instigar esse processo educacional e promover um momento lúdico de aprendizagem sobre si e sobre o mundo à sua volta. Realizar imitações de sons de animais, de fenômenos da natureza (como o vento, trovão, chuva, etc.) fazendo parte do desenvolvimento da fala e da compreensão de mundo. Jeandot (1993)nos apresenta características do desenvolvimento do musical na infância que podem ser vistos na tabela a seguir: 28 Quadro 1: Características do Desenvolvimento Musical FAIXA ETÁRIA DESENVOLVIMENTO MUSICAL 0 à 2 anos Primeiro contato musical com os sons já existentes. Tentativas de falas através da repetição de sons incentivados por alguém. As primeiras tentativas de fala ou produção sonora pela boca ocorre nesta etapa. 2 à 3 anos A criança canta parte de canções e prefere movimentos ritmos marcando com o corpo o ritmo musical que está cantando. 3 á 4 anos Reprodução de canções inteiras com processo de memorização de letras com dificuldade ainda de cantar afinado com música. 4 á 5 anos A criança já tem um maior controle da voz, consegue desenvolver na música com ritmos e melodias, já é capaz de reconhecer as notas musicais e os nomes dos instrumentos identificando-os em suas qualidades. Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) A partir dos 5 anos a criança tende a desenvolver ainda mais a sua concepção de mundo para interpretar canções, compreender melodias, desenvolver habilidades rítmicas e até composição de letras quando instigada à este feito. 2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL A utilização de jogos e brincadeiras na educação representam a implementação da ludicidade no processo ensino aprendizagem. Esta utilização pode ser feita em diferentes conteúdos e temas educacionais e podem ser atrelados à canções durante a sua prática. A compreensão sobre o que são jogos e brincadeiras determinam inicialmente a preparação do docente para executar uma atividade com objetivo de aprendizagem que será realizada de forma lúdica. Em algumas palavras o jogo proporciona uma aprendizagem sobre algo e proporciona comportamentos diversificados durante a sua prática. Durante um jogo é comum que as crianças se comportem de forma diferente contribuindo na intensidade do aprendizado e no desenvolvimento do ser humano. Os jogos são fontes de prazer e descoberta e podem influenciar dependendo da aplicação pedagógica e condução direcionadas pelo docente. Ao unirmos as metodologias pedagógicas clássicas com a utilização de jogos 29 para o processo ensino aprendizagem nos deparamos com concepções diferentes para esta aplicação. Existem os jogos pré-existentes como xadrez, dama, futebol que são utilizados durante a prática de educação física e que são definidos como jogos. Então como realizar jogos e brincadeiras musicais durante uma aula com temas diversos? Ao pensar em uma atividade lúdica de qualquer assunto que será tratado durante uma aula no ensino infantil o professor deve definir o objetivo de aprendizagem e desenvolver sobre esse objetivo uma atividade em formato de jogo ou utilizar a música como ferramenta educacional. Para exemplificar podemos imaginar uma aula sobre o meio ambiente onde os alunos devem compreender os elementos que compõem a natureza como as árvores, rios, animais, etc. Ao propor o tema na aula o professor pode apresentar de forma lúdica desenhos, cartões com exemplos dos elementos da natureza ou utilizar um livro infantil ilustrado sobre o tema. As crianças podem observar alguns elementos e já identificarem algumas características trazendo esses conceitos em sua bagagem cultural adquirido em seu meio social familiar. O docente pode cantarolar uma música que contenha gestos de fácil compreensão e que poderá ser repetida durante as aulas posteriores com as crianças para que este conceito seja firmado. Durante essas práticas educativas o professor instiga o conhecimento e a imaginação do aluno para compreender o meio em que vive e as suas relações com este meio. Ao propor uma aula como descrita no parágrafo anterior o professor tratará um tema geral (o meio ambiente) de forma lúdica e musical acrescentando elementos educativos à sua aula para construção de conceitos e reconhecimentos culturais de elementos existentes. Essa preparação faz parte do planejamento escolar que falaremos de forma detalhada no capítulo 4 deste material. Coma estas colocações vemos que o brincar é uma ação livre que pode surgir em uma aula guiada pelo professor e que pode proporcionar a formação de 30 conceitos e a imaginação da criança. Além da utilização da música como ferramenta facilitadora do processo ensino aprendizagem o professor ainda pode ensinar conceitos particulares da música durante o ensino infantil. O reconhecimento de instrumentos musicais, o desenvolvimento do ritmo corporal e a compreensão das notas musicais podem fazer parte do conhecimento de mundo para as crianças. O contato com instrumentos musicais proporciona o desenvolvimento motor e a criatividade musical dos alunos durante o ensino infantil. Figura 1: Aula de reconhecimento de instrumentos musicais Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS DE ENSINO Ao longo do tempo em toda a história da humanidade a evolução tecnológica ocorreu e promoveu grandes mudanças nas práticas artísticas. Surgimento de novos materiais, desenvolvimento de novas técnicas e a criação de novas tendências nas formas de expressão marcaram diversos momentos da história da arte por suas inovações ideias e tecnológicas. A BNCC (2016, p. 57) trata sobre a relação das crianças, adolescentes e jovens quanto ao uso de novas tecnologias digitais. Ressalta que, 31 [...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta forte apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à efemeridade das informações, privilegiando análises superficiais e o uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e argumentar característicos da vida escolar (BRASIL, 2016, p. 57). No momento atual que vivemos, a tecnologia tornou-se uma ferramenta impulsionadora de novas técnicas de expressão e de promoção das obras em larga escala pelo mundo todo. O acesso à informação e as novas tendências conectados através da internet tem se tornam mais acessíveis a cada dia. Novos aplicativos, melhores conexões de rede, desenvolvimento de novos softwares além de gravações de filmes, séries, entre outrosestão cada vez mais criativos e frequentes. Jordão (2009, p. 10)retrata bem a realidade quando aponta sobre a influência que a tecnologia vem causando na vida de crianças e adolescentes no processo educacional. Diz, portanto, [...] a cada dia, mais os professores se deparam, em suas salas de aula, com alunos que convivem diariamente com as tecnologias digitais. Estes alunos têm contato com jogos complexos, navegam pela internet, participam de comunidades, compartilham informações, enfim, estão completamente conectados com o mundo digital. Jordão (2009, p. 10)enfatiza ainda que As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende. Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação torna- se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais recursos e integrá-los ao seu cotidiano de sala de aula. É enriquecedor elaborar atividades gamificadas em sala de aula com intuito de promover a interatividade com novas tecnologias e desenvolver uma atividade colaborativa a partir das novas mídias digitais. Assim, é possível realizar a integração dos alunos com a tecnologia otimizando o processo ensino-aprendizagem. 32 2.5.1 Como trabalhar mídias digitais dentro da Sala de Aula Estamos vivendo em constante transformação social e tecnológica onde as crianças possuem grande contato com celulares, tablets, computadores e outros objetos digitais que proporcionam jogos, vídeos, filmes, entre outros, de forma rápida, criativa e interativa. Apropriar-se desses meios digitais e promover o desenvolvimento do repertório imagético e a sensibilidade através de práticas educacionais é um grande desafio. Jordão (2009)aborda sobre a diferença de aprendizagem que tivemos em nosso período escolar relacionada ao momento atual que estamos vivenciando e afirma sobre a importância de mudar as estratégias na educação. Diz-nos que “temos que nos adaptar à agilidade de pensamento e à velocidade do acesso à informação que nossos alunos possuem atualmente”. É possível compreender, portanto que crianças e jovens aprendem de forma diferente da que aprendemos no passado. Para se trabalhar uma atividade digital no contexto escolar é importante definir o objetivo que será alcançado na atividade bem como a metodologia a ser aplicada. É possível desenvolver uma atividade caso as crianças possuam aparelhos eletrônicos ou a escola disponibilize um laboratório com computadores ou outras máquinas tecnológicas. Tratando de atividades feitas voltadas para qualquer conteúdo, configura-se atividade utilizando mídias digitais na educação infantil a escuta e apreciação de vídeos musicais, os jogos disponíveis em plataformas diversas e a utilização de recursos tecnológicos como computador, Datashow, caixas de som para propor novas dinâmicas em uma aula. São diversas formas que podem ser utilizadas para atrelar música e a ludicidade à tecnologia utilizando uma metodologia ativa e prática no desenvolvimento da atividade. Utilizando a tecnologia a favor do processo ensino aprendizagem a aula se torna mais dinâmica, interativa e criativa proporcionando ao educando a oportunidade de trabalhar habilidades tecnológicas na criação de obras digitais. Desde o início da pandemia em Março de 2020 um momento histórico na educação ocorreu devido ao isolamento social. As escolas têm-se adaptado à elaboração de atividades remotas utilizando recursos tecnológicos, novas tendências educacionais e novas práticas que surgiram para atender essa realidade 33 que afetou diretamente o processo educacional. Alguns professores utilizam plataformas e ferramentas tecnológicas digitais para realizar atividades diversificadas e propor novas formas de aprendizado onde o contato inicial ocorre através de vídeos ou instruções por meio de aplicativos de conversa. A utilização de jogos pedagógicos tem contribuído na formação educacional das crianças que não podem ter a prática educacional de forma presencial na escola. 34 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Dentro da educação infantil a brincadeira é muito importante, pois as crianças vão aprendendo vários conceitos que a professora irá ensinar. As brincadeiras lúdicas possibilitam a criança a) vivenciar somente na teoria o conteúdo que está sendo trabalhado. b) vivenciar uma relação extrínseca onde a criança aprende a agir numa esfera apenas afetiva e não cognitiva. c) desenvolver através de brincadeiras e jogos várias aptidões entre elas as linguagens oral e escrita. d) desenvolver a aprendizagem de forma teórica com conceitos metodológicos. e) despertar o gosto por atividade física. 2. Durante os séculos a educação musical evolui com as tendências educacionais implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no processo ensino aprendizagem. Sobre o início da utilização da música como ferramenta educacional podemos afirmar que a) no Brasil o ensino de música iniciou durante o período moderno através da semana de arte moderna. b) a evolução da educação musical tem sido relevante mas não segue a modernização e a contemporaneidade que a sociedade vive. c) a utilização da música na educação remonta desde a idade antiga onde gregos e romanos já utilizavam em seus rituais a música como um elemento de representação cultural. d) durante a idade média temos uma grande influência da música na educação dos cristãos através de canções populares entoados em missas ou outras cerimônias. e) há impossibilidade de utilizar a música como ferramenta de ensino com interdisciplinaridade com outras áreas 3. Na educação a música e a ludicidade são elementos pedagógicos pois a) têm o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas de cada 35 aluno respeitando a diversidade do outro. b) promover o processo criativo do mesmo firmando a necessidade da sua individualidade na sociedade. c) valoriza as experiências, mas limita sua bagagem cultural. d) proporciona ao educando novas formas de se expressar priorizando o eu. e) desenvolve habilidades educacionais como a locomoção em espaços diversos. 4. Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no útero. O feto estabelece um contato com sons produzidos pelo corpo da mãe desde a gestação que nos ligam aos sons diversos da vida. Este contato inicial com a música nos fazem perceber os diversos sons existentes ao nosso redor e fazem parte da composição de repertório musical da infância. Sobre essa relação podemos afirmar que a) as cantigas de ninar cantadas na infância geram traumas de difícil superação na escola. b) as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical são importantes, pois é possível desenvolver a comunicação pelos sons. c) os momentos de troca e comunicação sonoras musicais desfavorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo. d) através da música podemos desenvolver repertório, mas não criamos vínculo afetivos. e) durante a gravidez a mãe pode cantarolar canções para ter contato com o filho, mas isso não irá afetar sua relação com a música na infância. 5. A respeito da música e o lúdico como instrumentos de aprendizagem, assinale a alternativa correta. a) como função pedagógica da aprendizagem, os jogos e brincadeiras apresentam aspectos importantes, tais como a individualidade e a criatividade na busca de soluções. b) a música pode ser utilizada como ferramenta pedagógica desde que sejaensinada com técnica e teoria desde a primeira infância. c) embora a construção de conhecimentos possa estar presente nessas atividades, não se pode esperar que isso aconteça pela interação e troca de ideias com os 36 colegas, mesmo sendo atividades pedagogicamente planejadas. d) as atividades lúdicas não visam somente a diversão, mas objetivam também a formação pedagógica, a socialização e a incorporação de valores morais e culturais com objetivos didáticos que preparem as crianças para futuros aprendizados curriculares. e) as brincadeiras e jogos na educação infantil visam estimular a competição a fim de prepará-lo para o enfrentamento de problemas da vida adulta. 6. No que se refere ao trabalho do professor de arte na educação especial podemos afirmar que: a) preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem fará o aluno especial se sentir parte da turma. b) uma de suas atribuições consiste em atender o aluno com necessidade especial sem apoio. c) compreender as dificuldades e utilizar a ludicidade e a música como mecanismo de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta impulsionadora de suas habilidades. d) as atividades desenvolvidas devem sempre ser facilitadas para os alunos com necessidades especiais. e) adaptar atividades de arte significa que o professor irá oportunizar o aluno especial um desenvolvimento igual aos seus colegas. 7. Na lei LDB- 9.394/96 o artigo 58 que trata da educação especial determina: a) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com transtorno bipolar. b) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência e dificuldades de aprendizagem. c) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. d) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 37 e) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência física, mental ou psicomotora. 8. No Ensino Infantil a música tem o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas e coordenação motora de cada aluno. A função do (a) professor(a) é: a) realizar uma abordagem pedagógica com conceitos sem promover a prática. b) elaborar atividades unificadas que desenvolvam a coordenação motora. c) apresentar ao seu aluno formas distintas de se fazer música que limitem suas capacidades cognitivas. d) elaborar todas as apresentações musicais de eventos da escola. e) promover e instigar o processo criativo do aluno, desenvolver sua habilidade de fala e coordenação motora e valorizar sua bagagem cultural. 38 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) 3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. Em linhas gerais a BNCC é definida por [...] documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN) (BRASIL, 2016). A BNCC é hoje o documento de referência educacional no Brasilque contém as competências e habilidades que devem ser trabalhadas em todas as faixas etárias do Ensino Infantil ao Ensino Fundamental da Educação Básica. A Educação Básica segundo a BNCC (2016)deve assegurar aos estudantes o direito à aprendizagem a partir de competências e habilidades que englobam a mobilização do conhecimento bem “como as atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. ” É possível perceber nas habilidades voltadas ao ensino Infantil o estímulo ao desenvolvimento de habilidades fundamentais como criação, reflexão, crítica e expressão. No texto da BNCC (2016, p. 07) podemos identificar as competências gerais da Educação. Entre elas podemos citar: [..]1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar UNIDADE 39 a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 40 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular)documento que atualmente define e rege o desenvolvimento de todas as habilitadas que os educandos devem desenvolver durante a educação básica nos diz: No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2016, p. 12). Ao compreender as habilidades gerais percebemos como o ensino lúdico e musical contribuem na formação do ser oportunizando o conhecimento através de diversidades metodológicas com atividades lúdicas e musicais para este processo. Ao longo do texto da BNCC (2016)podemos perceber a evolução do processo ensino-aprendizagem que ocorre na Educação Básica desde o ensino Infantil ao Ensino Fundamental (Anos Finais). Sobre a interação social e essa evolução educacional reflete que, [...] as atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e éticos (BRASIL, 2016, p. 59). Como professor regente de turma, trabalhar conteúdos diversos com atividades lúdicas e musicais na Educação Infantil representa uma contribuição significativa na formação do educando em seu pensamento criativo, nas suas habilidades sociais e emocionais, na formação crítica e respeitosa sobre a diversidade cultural bem como o desenvolvimento da utilização da tecnologia como ferramenta de conhecimento amplo. 41 3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA BNCC Vimos anteriormente que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que atualmente vigora na orientação pedagógica das habilidades e competências do ensino na Educação Básica. A partir da análise das habilidades e dos componentes curriculares do ensino infantil na BNCC, podemos entender como é possível elaborar atividades que contemplem o desenvolvimento educacional no ensino infantil. 3.2.1 Atividades lúdicas na Educação Infantil Na Educação Infantil o processo Ensino-aprendizagem ocorre de maneira gradativa onde a relação entre família e escola reforça o laço da criança ao aprendizado. Ao trabalhar uma atividade artística como pintura, desenho, jogos, brincadeiras, músicas, teatro de bonecos, colagens entre outras formas de expressão a criança torna-se personagem principal de suas atividades gerando sua independência emocional e criativa. Nesse processo a BNCC (2016)reforça o uso de objetivos de aprendizagem que norteiam a elaboração de atividades artística. Nos objetivos de aprendizagem a BNCC (2016, p. 34) ressalta que a criança na Educação Infantil deve: 1 - Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. 2 - Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, 42 sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. 3 - Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. 4 - Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. 5 - Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. 6 - Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. Analisando os objetivos gerais acima podemos compreender as propostas educacionais através das seguintes dicas: Quadro 2: Objetivos de Aprendizagem e algumas propostas educacionais para a Educação Infantil. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PROPOSTAS EDUCACIONAIS Conviver Realizar atividades coletivas com outras crianças como música, pintura, desenho. Brincar Conhecer brincadeiras do cancioneiro popular; explorar a coordenação motora. Participar Garantir que a criança seja incentivada para realizar a atividade proposta. [Ser uma(um) educadora (educador) amorosa (o) para que a criança acolha a proposta da atividade]. Explorar Elaborar atividades artísticas diversificadas para garantir o objetivo de conhecer novas práticas. Expressar Promover a expressão artística garantindo a liberdade criativa sem imposição de certo ou errado, bonito ou feio. Conhecer- se Reconhecer seus trabalhos artísticos bem como suas composições de personagens como membros da família e/ou outros. Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 43 As habilidades desenvolvidas durante a Educação Infantil estão dividas em campos de experiência sendo eles: “o eu o outro e nós”; “Corpo, gestos e movimentos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala pensamento e imaginação”; “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. Cada campo de experiência contempla as habilidades que devem ser desenvolvidas nas faixas etárias seguintes: de zero à um ano e seis meses; um ano e sete meses à três anos e onze meses; quatro anos à cinco anos e onze meses. Essa faixa etária identifica os objetivos de aprendizagem que é possível de atingir na Educação Infantil. Veremos a seguir um exemplo de como essas habilidades são apresentadas: Figura 2: Habilidades do Campo de experiência: Traços, sons, cores e formas Disponível em: https://bit.ly/3xkuvFZ . Acesso em: 12 fev. 2021. A imagem acima apresenta claramente como são apresentadas as habilidades e competências que os alunos da Educação Infantil devem desenvolver no campo de experiência: Traços, sons cores e formas (BRASIL, 2016). 44 Exemplificando as habilidades citamos a (EI02TS03) para crianças de um ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses que podem expressar-se através de fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras, músicas e canções. O professor ao identificar a habilidade condizente com a disciplina arte pode elaborar uma atividade sobre um determinado assunto (orientado pelos componentes curriculares de acordo com a LDB 9394/96) que aborde uma dessas práticas relacionadas à habilidade (EI02TS03). Assim o professor garante o desenvolvimento da habilidade dos alunos
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