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O ACENDEDOR DE LAMPIÕES - JORGE DE LIMA - segunda fase do modernismo brasileiro (1930-1945) - utilização das conquistas da primeira fase do modernismo com versos livres e brancos, com coloquialismo e pontuação subjetiva - maior liberdade estética com soneto e versos metri�cados - profundidade de temas como ditadura, totalitarismo, segunda guerra, nazifascimo, problemas políticos e sociais - corrente espiritualista - Jorge passou a infância nos engenhos - o distanciamento do eu lírico em relação ao tema abordado torna o poema objetivamente re�exivo - o caráter �losó�co do poema é estruturado na re�exão que o eu realiza da situação paradoxal em que se situa o acendedor de lampiões - o poema revela uma inquietante preocupação social e existencial em que se percebe o homem em situação de desconforto diante da realidade - a temática não se limita apenas em re�etir a situação existencial, mas já denuncia a violência que a sociedade moderna impõe ao homem - o poema afasta-se do romantismo, parnasianismo e do simbolismo - herança clássica = soneto, versos decassílabos e rimas dispostas O ARQUIVO - VICTOR GIUDICE - conto de abertura do livro O Necrológico - Victor tematizava as hipocrisias e as disfunções da sociedade contemporânea - escrito em terceira pessoa com narrador onisciente - traça a trajetória de joão, funcionário de repartição que é promovido mediante o declínio de sua carreira e rendimento mensal - joão é escrito em minúsculo justamente para descaracterizar o nome próprio e diminuir a personagem e também para classi�cá-la como pessoa qualquer - cotidiano mecânico e cansativo de um trabalho rotineiro - degradação do ser enquanto cidadão, mecanização do ser - crítica a exploração do trabalhador O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS - LIMA BARRETO - pré-modernismo = não constitui escola literária, fase de transição, sincretismo literário, denúncia da realidade brasileira, mostra os marginalizados, regionalismo, caráter documental, novas formas de expressão - personagem protagonista = Castelo - conto que trata do oportunismo e da malandragem - desdém com o conhecimento - o que vale é a troca de favores - sátira à valorização das aparências - arti�cialidade das relações sociais - ironiza a arrogância da elite carioca - coloca em evidência o poder da linguagem - linguagem coloquial e gírias O NEGRO BONIFÁCIO E NO MANANTIAL - SIMÕES LOPES NETO - resgate da cultura gaúcha - período pré modernista, mas com inovações = vinculação do homem à região, tipos humanos especí�cos e regionalizados, prosa universal com características regionalistas - narrador tipicamente gaúcho (vaqueano como narrador) - �xa-se o gaúcho e o cenário pampeiro com suas ambiguidades - Blau Nunes = o narrador - Negro Bonifácio = se desenvolve por uma disputa, uma desfeita, violência e, por �m, culmina com mortes e uma revelação: Negro Bonifácio havia sido o primeiro homem de Tudinha. Negro Bonifácio é morto por Tudinha. - No Manantial = Mariano (pai de Maria Altina, protagonista, pagã e perseguida por Chicão até a morte trágica) - nos dois contos = enredos entremeiam amor, violência, vingança e morte, abordam a questão abolicionista, as mulheres eram ambíguas, impuras e valentes, representação dos pampas gaúchos, animalização ACROBATA DA DOR E SINFONIAS DO ACASO - CRUZ E SOUZA - simbolismo = rompe com o parnasianismo, subjetividade, imaginação e sentimento, musicalidade, crise de valores racionalistas da sociedade burguesa - Acrobata da Dor = as imagens de palhaço e coração apontam para um mesmo signi�cado, o próprio homem, apresentado como um ser cuja imagem de alegria apenas disfarça tristezas, dores e sofrimentos - Sinfonias do Acaso = intuição, musicalidade, espiritualidade, tentativa de superação no transcendental e no místico, culto da imprecisão, sondagem da realidade oculta das coisas, sugestão, harmonia, emprego de palavras raras e expressivas, exploração da musicalidade das palavras ALGUMA POESIA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - primeira obra publicada por Drummond - contexto histórico da obra = século XX, modernismo, semana da arte moderna - estética modernista, procedimentos da Vanguarda, linguagem coloquial, poema piada, preocupação com temas brasileiros - ironia presente em todos os poemas - pessimismo - humor para retratar a realidade - as metáforas são raras - Poema de Sete Faces = observação desencantada do homem e dos fatos que o envolve - No Meio do Caminho = percebe-se a visão obsessiva pelo obstáculo e pelas di�culdades da vida - Quadrilha = trata do amor - em resumo, o livro contempla = o sentimento do mundo, a forte presença do Brasil, a tentativa de explicação da própria existência CARTA XVII AO REI DOM AFONSO VI - PE. ANTÔNIO VIEIRA - o padre era contra a exploração e escravidão dos indígenas - argumentação religiosa para a Coroa portuguesa aceitar os direitos de proteção aos indígenas CONTOS DE MACHADO DE ASSIS - na segunda fase (fase realista), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. O autor faz uma análise profunda e realista do ser humano e destaca nossas vontades, necessidades, defeitos e qualidades - Pai Contra Mãe = narração em terceira pessoa, o narrador representa a classe dominante, branca e escravocrata. O narrador machadiano propõe um enigma a partir de uma aparente imparcialidade e neutralidade quando compõe uma representação da sociedade e relata os fatos da escravidão, ridicularizando-a. Os escravos pareciam ser transformados em coisas, deixando de ser humanos. - O Espelho = narrador em terceira pessoa (não participa dos fatos) mas em determinados momentos do conto ele passa para a primeira pessoa (lança-se a ideia de que o indivíduo está sujeito a duas “almas”). Machado trata da alma humana e também da alma nacional do Brasil, decorrente dos anos de 1870, em que a descrição do espelho traça um paralelo entre as almas de Jacobina e do Brasil, no momento em que o protagonista precisava de sua farda de alferes para compor sua imagem e ao mesmo tempo para não se sentir sozinho.A alma do povo brasileiro é representada pelo personagem fardado, como o espelho da sociedade monárquica, com a velha moldura coberta de madrepérolas, que o tempo corroeu. - O Enfermeiro = narrado em primeira pessoa e o foco narrativo está no personagem protagonista Procópio (homem bom, assíduo leitor da bíblia, uma espécie de seminarista) e resolveu contar sua história com o Coronel, a quem cuidava por estar com uma doença grave (aneurisma) e em seus últimos dias de vida. O narrador faz uma espécie de con�ssão para o leitor e pede seu perdão, mesmo antes que ele tenha conhecimento da narrativa. Após ter matado o coronel, o enfermeiro passa por uma ortura psicológica fruto de sua consciência: ele se tornara um assassino. Diante disso, precisou escrever esse texto em forma de uma carta confessional. - O Caso da Vara = narrador como integrante de uma classe dominante. A imagem do negro nessa obra é de fragilidade, dependência e submissão. O conto foi escrito após a abolição da escravidão. Ao �nal do conto, Machado de Assis usa sua ironia para fazer crítica à escravidão da época, porém, essa crítica é perpetuada em nossos dias, e nos leva a re�etir: todas as pessoas são cruéis e interesseiras como Damião? Características da Obra Machadiana - personagens = geralmente burgueses, procura desmascarar o jogo das relações sociais, enfatiza o contraste entre aparência e essência, mostra-nos de maneira impiedosa a aguda vaidade, futilidade, hipocrisia, inveja e prazer carnal - processo narrativo = há pouca ação, poucos fatos, os personagens são esféricos e apresentam complexidade psicológica, conversas, diálogo com o leitor, faz re�exões, aguça o leitor - pessimismo = hipocrisia social, imperfeição da humanidade, mostra que as causas nobres sempre ocultam interesses impuros - linguagem = frases curtas, incisivas, humor e re�exão a partir de frases irônicas, sugestivas, apresentametalinguagem para explicar a própria linguagem, perfeição gramatical - per�l feminino = mulheres racionais, fortes, dominadoras, sensuais, dissimuladas, ambíguas, astuciosas e principalmente adúlteras DESENREDO - JOÃO GUIMARÃES ROSA - Jó Joaquim era um dos dois amantes de uma mulher, na qual seu marido mata um deles - Jó teve que se afastar da mulher e devido a isso ele voltou ao “barro”, a mulher era o seu “sopro de vida” - depois o marido da mulher morre, João �ca com ela mas descobre que ele também foi traído - Jó depois de descobrir a traição, ele se afasta dela e começa a endireitar-se, reconstruir sua história (ele cria que a mulher não tivera amantes e faz com que todos também acreditem, começa a criar, através da linguagem, uma mulher perfeita) - prestar atenção no poder da linguagem - Jó Joaquim e a mulher acreditam no poder da linguagem e vivem felizes para sempre DORA DORALINA - RACHEL DE QUEIROZ - segunda fase do modernismo = prosa de �cção ocupa lugar de maior destaque - apego à terra natal, a problemática da seca, falta de decência da autora - a história de dores e perdas é contada pela protagonista que, inicialmente frágil e dependente, torna-se uma mulher livre, emancipada, até apaixonar-se - é a decepção que dá impulso para que Dora lute e consiga a liberdade - Dora abre mão da independência conquistada em nome do amor - Dora é uma personagem marcada pela dor ESSES LOPES - JOÃO GUIMARÃES ROSA - retomada ao conto de fada da chapeuzinho vermelho - ideia da vingança de Flausina, que fora abusada e explorada - Flausina vira uma vingadora tão cruel quanto os Lopes FELICIDADE CLANDESTINA - CLARICE LISPECTOR - prosa intimista ou introspectiva - terceira geração modernista - sondagem psicológica do indivíduo - grande preocupação com entrelinhas - narrativa baseada no �uxo de consciência - monólogo interior - narrativa epifânica - Felicidade Clandestina = narradora em primeira pessoa, o ponto central do texto é o conceito de felicidade, linguagem simples e aborda vivências da criança, os personagens não possuem nomes, o espaço é pouco descrito PERU DE NATAL - MÁRIO DE ANDRADE - São Paulo, capital e interior, décadas de 20 a 40, processo de urbanização e industrialização - patriarcalismo X progressismo - primeiro natal em família após o falecimento do pai do narrador-personagem - características da família = conceito abstrato de felicidade, família fechada - o pai não aproveitava a vida = faltou o gozo de felicidades materiais - comparou a imagem do morto às reuniões de família - narrador-personagem tido como doido - narrador-personagem = Juca - foco narrativo = primeira pessoa (foco em Juca), sua individualidade, conceito e infância - escrita em um momento de crise pessoal À MESMA D. ÂNGELA, SONETO À D. ÂNGELA DE SOUSA PAREDES, BENZE-SE O POETA DE VÁRIAS AÇÕES QUE OBSERVA NA SUA PÁTRIA - GREGÓRIO DE MATOS - À Mesma D. Ângela = soneto, barroco, cultismo, rimas perfeitas, explosão de sentidos, antítese, paradoxo, duas imagens de mulher - Soneto à D. Ângela de Sousa Paredes = amor idealizado, dualismo (carne X espírito), a mulher personi�ca o pecado e o desejo que sente em relação à Ângela conduz à morte espiritual, prefere �car cego para não pecar - Benze-se o Poeta de Várias Ações que Observa na sua Pátria = poema satírico (exposição da situação da sociedade da época), destaque para a denúncia da corrupção, Portugal em crise, oportunistas estão no poder, BA capital do Brasil, corrupção da burguesia e da igreja LAVOURA ARCAICA - RADUAN NASSAR - narrado em primeira pessoa (pelo protagonista da obra) = André - eterna luta pela liberdade - A Partida = narrada em um quarto onde André está exilado, ele teve uma relação incestuosa com a irmã Ana, tem uma caixa com “lembranças” das prostitutas que se relacionou - O Retorno = retorno para a fazenda do pai, detalha a festa que será feita para recebê-lo, André pede perdão ao pai, Ana durante a festa veste-se com as quinquilharias que André guardava das prostitutas, Pedro (o irmão mais velho) denuncia o caso de Ana do o André e o pai mata Ana MARÍLIA DE DIRCEU - TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA - arcadismo - racionalismo, retorno a natureza, bucolismo, vida no campo - na primeira parte = �cam evidentes as características do arcadismo, como a exaltação da natureza, o bucolismo, o objetivismo e a esperança do casamento com a amada - nas demais partes = tristeza, lamento e lembranças do passado FOGO MORTO - JOSÉ LINS DO REGO - três partes = 1. mestre Amaro (celeiro), 2.engenho Santa Fé, 3. narrativa solta e centrada no Papa Rabo - 1 = mestre Amaro não se adapta ao mundo capitalista pois ele era artesão, sua única �lha era uma “solteirona”, ele é considerado lobisomem, ele se mata depois das pessoas associarem ele aos cangaceiros - 2 = engenho Santa Fé (da sua construção até declínio), o modelo de produção está decaindo (mão de obra escrava), a �lha do coronel Lula de Holanda também é “solteirona” e recebe humilhações assim como a �lha de Mestre Amaro - 3 = papa Rabo como deboche das crianças, o bobo da corte, enfrenta policiais e cangaceiros (corajoso) - decadência da aristocracia rural POEMA DE NATAL - VINÍCIUS DE MORAES - segunda fase modernista - o encontro do cotidiano pelo poeta - renuncia à superstição e ao purismo para uma atitude mais brincalhona e amorosa perante a poesia - passagem do metafísico para o físico, do espiritual para o sensual, do sublime pra o cotidiano, o poeta retoma sugestões românticas - utilização de versos livres, comunicação mais direta e mais dinâmica com o leitor - linguagem cotidiana sem perder a profundidade - voz passiva - sua obra poética costuma ser dividida em duas fases: a primeira é conhecida como transcendental, temática mística e a segunda materialista, na qual se percebe um movimento de aproximação do mundo material QUARTO MOTIVO DA ROSA - CECÍLIA MEIRELES - Cecília tem uma linguagem sensorial, intuitiva e feminina - Cecília também apresenta traços espiritualistas em sua obra - suas obras caminham em direção à re�exão �losó�ca e existencial - não estava �liada a nenhum movimento literário - o poema = tem como tema a fugacidade e eternidade da vida, é a rosa quem consola o artista, na morte além da tristeza também há a beleza, a morte da rosa é contraposta com suas pétalas desfolhadas que continuarão a espalhar seu aroma REMORSO E O INCÊNDIO DE ROMA - OLAVO BILAC - Remorso = arrependimento do poeta de ter sido tão parnasiano em sua juventude, outono (velhice) e primavera (juventude), soneto (dois quartetos e dois tercetos) - O Incêndio de Roma = lenda romana (Nero tinha ateado fogo em Roma) O OUTRO - RUBEM FONSECA - narrado em primeira pessoa - posicionamento anti-burguês - ênfase no cotidiano - personagens antagônicos = o pedinte e o executivo - espaço X tempo = urbano e caótico SE EU MORRESSE AMANHà - ÁLVARES DE AZEVEDO - subjetivismo - sentimentalismo - egocentrismo - pessimismo - escapismo psicológico - byronismo - religiosidade - nativismo - segunda geração romântica - alusão à morte - 1º estrofe = há a referência familiar nos dois primeiros versos os quais são de compensação, indicando a relação de afeto. Nos versos seguintes, a preocupação com a família após a morte do eu-lírico - 2º estrofe = o poeta presume que caso não morresse teria um futuro brilhante pela frente, dada a sua genialidade. Nesse momento ele se conscientiza de que a morte tiraria a sua glória e o tempo que seria perdido - 3º estrofe = Azevedo ressalta a beleza da natureza e que tal sentimento de amor por ela não existiria se ele morresse amanhã. Julga que a morte não só lhe tiraria o prazer de ver o céu azul, o sol, a natureza em si CARTAS DE MEU AVÔ E EU VI UMA ROSA - MANOEL BANDEIRA - Cartas de meu Avô = tem como tema central, além do amor vivido pelos avós, a própria leitura, é a leitura que o permite conhecer o amor que se deu antes da sua existência, o eu lírico está lendo sossegado e só e a poesia se dá durante essa leitura, a chuva representa a busca por refúgio e aconchego- Eu Vi uma Rosa = com anáfora, a imagem da rosa começa a ascender (rosa, galho, jardim, rua, mundo…), a segunda estrofe mostra uma antítese à primeira pois a rosa não está mais sozinha, muita hipérbole, trata da solidão como tema central, evocação bela e singela da cena da Anunciação O NEGÓCIO E MORRE, DESGRAÇADO - DALTON TREVISAN - linguagem apurada, a forma obsessiva, a busca da síntese e os temas entre o grotesco e o patético FAZENDO A BARBA - LUIZ VILELA - narrado em terceira pessoa - barbeiro e seu ajudante - tempo: madrugada e manhã - as duas personagens estão diante de um morto, para exercer o ofício de fazerem-lhe a barba - na casa do defunto, enquanto os dois o preparavam, conversam sobre as questões da vida e da morte
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