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A ética protestante no contexto contemperaneo 2

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Disciplina: Sociologia do Trabalho, Tecnologia e Cultura 
Nome da Professor – Wagner Jacinto de Oliveira 
Nome do Aluno: Aline Peixoto dos Santos 
Data da Aula:18/03/2021 
 
A ética protestante no contexto contemporâneo 
 Escrito por Martin Riesenbrodt(1948-2014), professor de sociologia e política na 
universidade de Genebra, o texto analisa o texto de Marx Weber “A ética protestante e o espirito 
do capitalismo”. Marx Weber(1864-1920) considerado um dos fundadores da sociologia, era 
jurista, economista e intelectual alemão, escreveu a ética protestante nos anos 1904 e 1920, mas 
versão considerada a mais rica em relação ao contexto sociocultural é a de 1904, uma vez que 
a Alemanha estava passando por um período de expansão econômica e desenvolvimento 
industrial, o operariado estava em ascensão e lutava por mais direito e igualdade enquanto em 
1920 encontrava-se quebrada economicamente devido as consequências da primeira guerra 
mundial, prestes a entrar em guerra civil juntamente com o avanço de ideias que futuramente 
levariam a um governo nazista. 
 Weber procura fundamentar as origens do capitalismo moderno e sua relação com o 
protestantismo ascético, tendo em vista que se tentava associa-lo aos romanos e judeus. O 
capitalismo não se explica por si só, pois cada região desenvolveu a sua forma de exerce-lo, 
considerando os aspectos culturais e religiosos, diferenciando o idealismo do materialismo e 
quando um justifica o outro. O capitalismo não é algo novo, mas a estrutura atual sim, associada 
a exploração, ganancia, com o surgimento de novos modelos de trabalho, como o taylorismo 
que nessa época dava os seus primeiros passos. 
 Dessa forma ele discordava dos ideais nativistas e antissemitas que procuravam 
justificar o capitalismo, porque algo tão complexo não poderia ter surgido de impulsos 
psicológicos e os judeus eram considerados parias na sociedade, e não podiam exercer certos 
trabalhos ou cargos políticos, Sombart os acusava de idolatrar o dinheiro, o que não se justifica 
e Weber não concordava com isso. 
 Ele acredita que o protestantismo ascético influenciou em grande parte o capitalismo, 
pois não se considera pecado progredir na vida, o trabalho é necessário para a salvação em 
quanto no catolicismo e luteranismo são boas ações e confissões. Desde de crianças as pessoas 
são inseridas em alguma religião, o problema é quando ela utilizada como forma de dominação 
do estado ou da classe mais rica. 
 O texto a ética protestante também pode ser considerado como uma auto analise da 
própria vida de Weber, devido ao fato de o caráter do pai poder ser associado ao luteranismo 
 
 
 
por ele ser um burguês clássico que estava tranquilo com a vida e pagava seu dizimo, e sua mãe 
com o protestantismo ascético, ela seguia os seus princípios e sua religião. 
Em relação a sua vida profissional como ele era muito requisitado para palestras e 
eventos além de dar aulas, consequentemente acabou sofrendo de síndrome de Bournot, 
mostrando como esse sistema afeta até mesmo quem consciência de como ele funciona, tanto 
que ele falava que sentia atraído ao trabalho, e essa síndrome o acompanhou durante anos. “O 
ser humano relaciona-se com o ganho como o fim de sua vida, e não mais o ganho relaciona-se 
com o ser humano como um meio para o fim da satisfação de suas necessidades materiais de 
vida ’’ (Weber, 1993b, p.15). 
Sendo assim, a ética protestante relaciona os princípios do protestantismo ascético como 
base do capitalismo moderno, não os romanos que viveram na antiguidade, ou os judeus que 
eram injustamente marginalizados da sociedade. Pois como a religião é uma das bases da 
formação do ser humano como pessoa, se ela permite que ele possa fazer algo com certeza a 
pessoa vai fazer. 
Assim como o trabalho se tornou um caminho para a salvação e o ócio se tronou objeto 
de crítica, nos sentimos pressionados a ter um trabalho para ter uma posição na sociedade, e 
muitas vezes nos sujeitando a situações desumanas. Se o desempregado está nessa situação por 
muito ele se torna responsável por isso perante aos olhos da sociedade, e essa ideia vem desse 
pensamento. 
O ambiente familiar também teve grande influência na formação de Weber e pode ser 
utilizado como parâmetro para os dias de hoje mesmo tendo se passado mais de cento e 
cinquenta anos. Sua mãe era uma mulher à frente do seu tempo, manteve os seus ideais e sequia 
os seus princípios apesar de ter que viver à sombra do marido, isso impediu que ele seguisse os 
mesmos passos que o pai. Ainda vivemos em uma sociedade machista, e muitas mulheres são 
oprimidas e não se sentem corajosas o suficiente para manifestar sua opnião, ou não são 
valorizadas por seus parceiros. 
Outro fator importante ele sempre repudiou as ideias antissemitas e fanáticas religiosas, 
um povo que sempre viveu a margem da sociedade não pode ser usado como sinônimo de tudo 
de ruim que existe, não é culpa deles se o pais está em crise, ou se eles têm uma religião 
diferente, eles merecem ser tratados com igualdade. Em consequência a religião que muitas 
vezes é utilizada como justificativa para atitudes imorais ou crimes, e meio de manipulação de 
pessoas em benefício próprio. 
 
 
 
Levando-se em consideração esses aspectos, o trabalho na nossa vida deve ser algo para 
o nosso benefício, não é errado ganhar dinheiro, mas explorar pessoas para obtê-lo sim, ele não 
deve ser utilizado como o instrumento de um sistema ou religião. Mesmo que façamos o que 
gostamos devemos nos policiar para evitar que nos acostumemos com situações que 
futuramente vão nos levar a exaustão. 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
RIESEBRODT, Martin. A ética protestante no contexto contemporâneo. Tempo Social, 
revista de sociologia da USP, São Paulo, v.24, n. 1, p. 159-182, junho/2012.

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