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www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo Princípios constitucionais da Administração Pública Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 3 Direito Administrativo PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Princípios da Administração Pública 1.1. Supraprincípios do Direito Administrativo Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os demais. Segundo a doutrina, são dois: 1.1.2. Princípio da Supremacia do Interesse Público Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado, ainda implícito na ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes especiais, não conferidos aos particulares. A Administração Pública está em uma posição de superioridade em relação aos particulares. 1.1.3. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por eles defendidos, de forma que não podem dispor desses interesses. Os agentes, no exercício da função administrativa, estão obrigados a atuar conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria. Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes que lhe foram legalmente conferidos. 1.2. Princípios Constitucionais Básicos Explícitos Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis. www.acasadoconcurseiro.com.br4 Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência 1.2.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina. Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine. Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público. 1.2.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa. Esse princípio é visto sob dois aspectos: a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade; b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador. Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração. Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 5 1.2.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto. Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo. 1.2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Esse princípio é tratado sob dois prismas: a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos; b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo. 1.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato. Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência. 1.3. Demais Princípios norteadores da Administração Pública 1.3.1. Princípio do Contraditório Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados têm o direito de manifestação antes das decisões administrativas, ou seja, a Administração deve oportunizar que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes do final do processo. 1.3.2. Princípio da Ampla Defesa O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de provas, recursos e instrumentos www.acasadoconcurseiro.com.br6 necessários para sua defesa. Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau de Jurisdição”, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam desfavoráveis. 1.3.3. Princípio da Autotutela O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do poder Judiciário para rever seus próprios atos. Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 1.3.4. Princípio da Motivação O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que autoriza o ato, a “motivação” é a exposição do motivo. 1.3.5. Princípio da Finalidade Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999). Ou seja, é proibido o manejo de prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse público). 1.3.6. Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. O agente deve realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Exemplo atualde aplicabilidade desses princípios foi a decisão do STF de que a existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso público de tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade. 1.3.7. Princípio da Hierarquia Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos da Administração Pública Direta. Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas. Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 7 SLIDES – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRINCÍPIOS DA ADMINISTAÇÃO PÚBLICA • Supraprincípios do Direito Administrativo • Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os demais. Segundo a doutrina, são dois: • Princípio da Supremacia do Interesse Público; • Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. • Princípio da Supremacia do Interesse Público • Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado ainda implícito na ordem jurídica. • Significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes especiais, não conferidos aos particulares. • A Administração Pública está em uma posição de superioridade em relação aos partiCulares. www.acasadoconcurseiro.com.br8 • Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público • Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por eles defendidos, de forma que não podem dispor desses interesses. • Os agentes, no exercício da função administrativa, estão obrigados a atuar conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria. • Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes que lhe foram legalmente conferidos. • Princípios Constitucionais Básicos Explícitos • Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... • Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 9 • Princípio da Legalidade • A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina. Para o os particulares: significa que “podem fazer tudo o que a lei não proíba”; Para a administração pública: significa que o administrador “só pode fazer o que a lei autorize ou determine”. • Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público. • Princípio da Impessoalidade • O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa. • Esse princípio é visto sob dois aspectos: a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa - inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade; b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal - é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador. • Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contratações pela administração. www.acasadoconcurseiro.com.br10 • Princípio da Moralidade • A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto. • Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo. • Princípio da Publicidade • Esse princípio é tratado sob dois prismas: a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos; b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo. • Não é absoluto, pois é preciso preservar direitos à privacidade, intimidade... Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 11 • Princípio da Eficiência • O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. • O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato. • Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência. • Demais Princípios norteadores da Administração Pública • Princípio do Contraditório • Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados têm o direito de manifestação antes das decisões administrativas, ou seja, a Administração deve oportunizar que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes do final do processo. www.acasadoconcurseiro.com.br12 • Princípio da Ampla Defesa • O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de provas, recursos e instrumentos necessários para sua defesa. • Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau de Jurisdição”, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam desfavoráveis. • Princípio da Autotutela • O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do poder Judiciário para rever seus próprios atos. • Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br 13 • Princípio da Motivação • O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. • Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que autoriza o ato, a “motivação” é a exposição do motivo. • Princípio da Finalidade • Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei (Leinº 9.784/1999). • Ou seja, é proibido o manejo de prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse público). www.acasadoconcurseiro.com.br14 • Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade • Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. • O agente deve realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. • Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a decisão do STF de que a existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso público de tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade. • Princípio da Hierarquia • Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos da Administração Pública Direta. • Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.
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