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Jacques Louis David (1748-1825) • David representa uma nova fase do classicismo, já modificado pela experiência barroca. Apesar de ser construída, na maioria das vezes, em eixos estáveis, a imagem já não é mais estática, apresentando certa dinâmica. David – Estudo (hector) - 1778 David – Parodus ( estudo) (1778) • Notamos a presença do critério de “unidade” de Wolflin, no qual dentro dos núcleos da composição, as partes mostram-se relacionadas umas às outras. • Ele mantém a linearidade do clássico, porém altera a situação dos eixos (um meio termo entre clássico e barroco), da luminosidade (também um meio termo entre luz e sombra). Jacques Louis David – A morte de Sêneca • David teve várias fases, mas podemos ressaltar duas delas: a fase pré-revolução e a da revolução. • Temos que dar atenção também aos retratos que produziu, divididos entre a fase do diretório e do “realismo gelado”. Fase pré-revolução • A primeira grande obra neoclássica, como nos aponta Wendy Beckett, é O Juramento dos Horácios (1784- 85). Jacques Louis David – O juramento dos horácios (1744) • Nota-se a teatralidade, como também havia no barroco, porém de forma mais sóbria e direta. • A construção arquitetônica no segundo plano, herdada de Poussin, através de três arcos romanos em perfeita simetria, acompanha do plano perspectivo do piso, todo recortado em formas quadrangulares, cria a estrutura sólida da imagem. • Os três guerreiros alinhados em perfil com os braços levantados e as pernas em V criam um ritmo forte na marcação estrutural do primeiro. • Do outro lado, o pai dos guerreiros, também de braços levantados, segurando as espadas dos filhos, fecha a triangulação no núcleo principal da obra. • No canto direito, o núcleo das mulheres se opõe ao heroísmo masculino e traz o desalinhamento e a envergadura dos corpos, além da dramaticidade típica do barroco. • Segundo Wendy Beckett, David compõe uma atmosfera de contrastes, uma “atmosfera de absolutos”, opondo o núcleo dos homens alinhados em perfeita simetria e rigidez ao das mulheres apresentadas “moles”, ajuntadas sem rigor geométrico. • O quadro prenuncia a Revolução Francesa pela atmosfera heróica evocada na idéia do “juramento”. Outros trabalhos David – Belisario (1781) Jacques Louis David – A morte de sócrates (1787) David – Os liteiros voltando a Brutus com os corpos de seus filhos (1789) Dentro da revolução • Neste momento, entre 1789 e 1800, a pintura de David é caracterizada pelo que alguns historiadores chamam de estilo diretório: simplificado e com fundo raso. • Este estilo manifesta-se tanto nos quadros históricos quanto nos retratos. • David fez uma trilogia da Revolução Francesa através de O juramento do Jeu de Pomme (1791) A morte de Barat (1793) e A morte de Marat (1793). Este último se tornou o trabalho mais famoso do artista. Jacques Louis David – O juramento do Jeu de Pomme (1791) Jacques Louis David – A morte de Joseph Bara (1793) Jacques Louis David – Marat assassinado(1793) • Em Marat, David retoma aquele naturalismo heróico dos Horácios, no entanto com uma carga de dramaticidade barroca. • Nesse sentido, Wendy Beckett afirma que os elementos do quadro corroboram para a releitura dos mártires cristãos: “o fundo escuro ilumina-se à direita, como se a glória celestial esperasse pelo santo moribundo”. • Podemos acrescentar também o corpo tombado, desfalecido, como na deposição de Cristo, sobre a banheira que cria o eixo horizontal do quadro. • Explorando um naturalismo típico de Caravaggio e Carracci, David expõe o drama da morte. • Detalha os tecidos e a caixa de madeira (o eixo vertical da composição). • O fundo raso, com um claro-escuro peculiar, mas compacto, fecha a estruturação da cena. Outros Trabalhos Jacques Louis David – O juramento do Jeu de Pomme (1791) Jacques Louis David – A morte de Joseph Bara (1793) David –Maria Antonieta no caminho para a guilhotina (1793) Retratos • Nos retratos David é extremamente conciso, “buscando a economia da cena”, sem elementos supérfluos. • Em Mme Récamier (1800), também do estilo diretório, David apresenta esta simplicidade e concisão aliado ao que a autora chama de “encanto neoclássico” dos retratos. Jacques Louis David – Mme Récamier (1800) • A modelo encena seu charme para o pintor e para o espectador ao passo que o artista capta estas sutilezas: “David vê, e nos faz ver, que Madame é adorável; ela reclina-se porque está certa do poder do seu encanto, segura atrás da alva frieza de sua pose. O pintor, entretanto, quer descobri-la num nível subconsciente, e aí reside a força da imagem”. (254) • Nota-se como David constrói um eixo sólido na horizontal (o récamier), no qual a modelo reclina, e outro na vertical (o candelabro) responsável pelo segundo eixo de estruturação do trabalho. • Mais uma vez o fundo de David se mostra um elemento construtivo. • Aqui não é a composição arquitetônica clássico-romana que cria a solidez do plano de fundo, mas sim o fundo opaco e concreto, mais raso porém com cortes geométricos no canto. • A simplicidade desse fundo em frotti, chapiscado, abstrato, cria a sensação de homogeneidade para a cena. David – Dr Alphonse Leroy (1783) David – Maruesa D ´Orville (1790) David – Anne Marie Louise Thelusson (1790) David – Emilie Serizait e seu filho (1795) David – Jacobus Blauw (1795) David – Pierre Serizat (1795) David – retrato de helena Vernac (1799) David – Ingres (1800) Trabalhos sobre Napoleão Bonaparte Jacques Louis David - A consagração do Imperador Napoleão I em Notre Dame (1808) David – Napoleão (1798) David – Napoleo at the St.Bernard Pass (1801) David – Napoleão em seu Estúdio (1812) Outros Jacques Louis David – O rapto das sabinas(1796-99) Poussin – O rapto das Sabinas (1633)
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