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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 39 A teoria finalista da ação, desenvolvida por Hans Welzel, tem contribuições de inúmeros outros doutrinadores, como Maurach, Stratenwerth, Armin Kaufmann e Hirsch. É um modelo teleológico de ação e é criado como uma crítica ao modelo causal de ação. Para essa teoria a ação seria a realização da atividade final, por meio da qual o saber causal. Permite prever as consequências possíveis da ação, propor diversos fins e dirigir a ação para a realização de um fim. Welzel formula sua teoria dessa forma: “Ação humana é o exercício de atividade final. Ação é, por isso, acontecimento final não, meramente causal. A finalidade ou sentido final da ação se baseia no poder humano de prever, em determinados limites, por força de seu saber causal, os possíveis efeitos de sua atividade, propor-se diferentes fins e dirigir, planificadamente sua atividade para realização destes fins. (...) Porque a finalidade se baseia na capacidade de vontade de prever, em determinados limites, as consequências da intervenção causal e, através desta, dirigi-la de modo planificado para a realização do fim, a vontade consciente do fim, que dirige o acontecer causal, é a espinha dorsal da ação final.” (WELZEL, Das Deutsche Strafrecht, 1969 apud SANTOS, Direito Penal: parte geral, 2014, p. 86-87). Esse modelo diferencia o fato natural e a ação humana. O fato natural seria próprio da causalidade, é uma ação mecânica. A ação humana é dirigida a um fim a partir da consciência e vontade. Retornando ao dolo, existem diversas classificações para ele. Os principais são: a) genérico; b) específico; c) direto; d) eventual; e) alternativo. O dolo é a energia psíquica que produz a ação proibida pela norma. É constituído por dois elementos: a) intelectual e b) volitivo. O elemento intelectual é representado pela consciência. O elemento volitivo é representado pela vontade. Genérico é o dolo como conhecido: a expressão intelectual e volitiva capaz de dirigir finalisticamente a ação humana. Específico: é um elemento subjetivo adicional ao tipo, uma finalidade específica de agir, que é visualizada sob forma de tendência ou intenção necessárias para a realização do tipo penal. Direto: se subdivide em dolo direto de 1º grau e dolo direto de 2º grau. O dolo direto de 1º grau é definido pelo fim proposto pelo autor. É o dolo por excelência. O fim buscado pelo autor pode ser representado pelo autor como certo ou possível. O dolo direto de 2º grau é analisado a partir do método escolhido pelo autor para levar sua ação à realização. Os efeitos certos e necessários integram a vontade do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a necessidade dos efeitos colaterais. Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem da ação do agente para que integre a vontade. Se o agente prevê o resultado e concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a sua vontade e são entendidos como dolo eventual. https://www.alfaconcursos.com.br/