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MUDE SUA VIDA! 
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A teoria finalista da ação, desenvolvida por Hans Welzel, tem contribuições de 
inúmeros outros doutrinadores, como Maurach, Stratenwerth, Armin Kaufmann e 
Hirsch. É um modelo teleológico de ação e é criado como uma crítica ao modelo 
causal de ação. 
Para essa teoria a ação seria a realização da atividade final, por meio da 
qual o saber causal. Permite prever as consequências possíveis da ação, propor 
diversos fins e dirigir a ação para a realização de um fim. 
Welzel formula sua teoria dessa forma: 
 
“Ação humana é o exercício de atividade final. Ação é, por isso, acontecimento 
final não, meramente causal. A finalidade ou sentido final da ação se baseia no poder 
humano de prever, em determinados limites, por força de seu saber causal, os 
possíveis efeitos de sua atividade, propor-se diferentes fins e dirigir, 
planificadamente sua atividade para realização destes fins. (...) Porque a finalidade 
se baseia na capacidade de vontade de prever, em determinados limites, as 
consequências da intervenção causal e, através desta, dirigi-la de modo planificado 
para a realização do fim, a vontade consciente do fim, que dirige o acontecer causal, 
é a espinha dorsal da ação final.” (WELZEL, Das Deutsche Strafrecht, 1969 apud 
SANTOS, Direito Penal: parte geral, 2014, p. 86-87). 
 
Esse modelo diferencia o fato natural e a ação humana. O fato natural seria 
próprio da causalidade, é uma ação mecânica. A ação humana é dirigida a um fim a 
partir da consciência e vontade. 
Retornando ao dolo, existem diversas classificações para ele. Os principais são: 
a) genérico; b) específico; c) direto; d) eventual; e) alternativo. 
O dolo é a energia psíquica que produz a ação proibida pela norma. É 
constituído por dois elementos: a) intelectual e b) volitivo. 
O elemento intelectual é representado pela consciência. O elemento volitivo 
é representado pela vontade. 
Genérico é o dolo como conhecido: a expressão intelectual e volitiva capaz de 
dirigir finalisticamente a ação humana. 
Específico: é um elemento subjetivo adicional ao tipo, uma finalidade 
específica de agir, que é visualizada sob forma de tendência ou intenção necessárias 
para a realização do tipo penal. 
Direto: se subdivide em dolo direto de 1º grau e dolo direto de 2º grau. 
O dolo direto de 1º grau é definido pelo fim proposto pelo autor. É o dolo por 
excelência. O fim buscado pelo autor pode ser representado pelo autor como certo 
ou possível. 
O dolo direto de 2º grau é analisado a partir do método escolhido pelo autor 
para levar sua ação à realização. Os efeitos certos e necessários integram a vontade 
do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a 
necessidade dos efeitos colaterais. 
Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem 
da ação do agente para que integre a vontade. Se o agente prevê o resultado e 
concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a 
sua vontade e são entendidos como dolo eventual. 
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