A crônica brasileira é muito rica e multifacetada, tendo se aprimorado a partir de cada cronista brasileiro, o qual imprime um olhar singular nos diversos fatos do cotidiano.
Considerando isso, leia um trecho da crônica Inimigos, de Luís Fernando Veríssimo:
"O apelido de Maria Teresa, para Norberto, era 'Quequinha'. Depois do casamento, sempre que queria contar para os outros uma da sua mulher, o Norberto pegava sua mão, carinhosamente, e começava: – Pois a Quequinha...
[...]
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
– Ela odeia o Charles Bronson.
[...]
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Noberto nem olha na direção. Faz um meneio de lado com a cabeça e diz:
– Aquilo."
Logo, analisando a crônica, pode-se afirmar que o cronista ressaltou, por meio da narrativa:
A. o perecimento da relação do casal. Como um passa a não gostar mais do outro, eles ficam se engalfinhando por meio de apelidos pejorativos, os quais se acentuam ao longo da narrativa.
B. a transformação gradativa do sentimento de amor que o marido tem pela esposa para um sentimento de hostilidade. Em vez de ser companheiro, acaba se tornando inimigo dela.
C. o contraste de idade do casal. Por ser ele mais velho do que a mulher, não consegue lidar com as diferenças de geração; inclusive, isso se agrava com o passar do tempo.
D. o fato de se tratar de dois personagens de classe média brasileira; o autor utiliza os conflitos e desafios do dia a dia desse grupo social a fim de retratar a maneira como eles vivem.
E. o desdém que a mulher tem pelo marido, demonstrado pelo modo como ela se refere a ele a fim de retratar a deterioração da relação dos dois com o tempo.
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