2. Alfredo fabricou uma máquina para produzir moedas falsas e repassar no comercio local.
Preparou todo o material para iniciar as atividades, porém, passou a ouvir uma pregação religiosa. A palavra do pastor tocou no seu coração. Alfredo se arrependeu e desistiu de praticar o crime de falsificação de moeda.
Alfredo, com o coração transformado, decidiu destruir a máquina. Tarde demais, a polícia já havia apreendido a máquina e prendeu Alfredo em flagrante.
O Ministério Público o denunciou com fundamento nos artigos 289 (falsificação de moeda) e 291 (petrechos para falsificação de moedas), em concurso material de crimes, todos previsto no Código Penal.
Pergunta-se:
a) É possível a aplicação do arrependimento posterior a esse caso, uma vez que Alfredo realmente se arrependeu?
b) A denúncia pelos dois crimes procede?
a) O arrependimento posterior não é possível segue a ementa do julgado. A justificativa que se dá é que o dando não é apenas patrimonial e sim a fé pública e a confiança da coletividade no dinheiro corrente.
RECURSO ESPECIAL. MOEDA FALSA. DOSIMETRIA DA PENA. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. DELAÇÃO PREMIADA. ARREPENDIMENTO POSTERIOR. RECURSO NÃO PROVIDO.
(REsp 1242294/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 03/02/2015)
b) Não pode existir concurso material, no crime do art. 291 e 289 do CP, o crime de petrechos de falsificação é absorvido pelo crime de falsificação de moeda (princípio da consunção).
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