Márques (2018) explica que o Marquês de Pombal trabalhou pela expulsão dos jesuítas de todos os domínios de Portugal sob a acusação de conspiração. Assim, "as motivações alegadas para o repúdio misturavam um emergente discurso laicista, que bem caracterizava o despotismo esclarecido, com uma catarata de intrigas palacianas fomentadas nos anos anteriores, das quais desaguava a grave acusação de que a Ordem de Jesus seria o cérebro de um movimento conspiratório contra a Coroa. Não foi difícil que os beneficiários do sistema colonial entrassem em alvoroço diante da ideia de que os jesuítas não apenas discordavam da Coroa e dos métodos de Pombal, mas trabalhavam na surdina pela implantação de um império teocrático na América do Sul que arruinaria as finanças da Coroa e da corte. Um império cujo centro administrativo seria, segundo a denúncia[2], a rentável colônia portuguesa". (MÁRQUES, 2018, p. 178-179)
A autora destaca, ainda, que a denúncia contra os Jesuítas está registrada em um documento de 1757 intitulado "Relação abreviada da República, que os religiosos jesuítas das províncias de Portugal e Espanha estabeleceram nos domínios ultramarinos das duas monarquias e da guerra que neles têm movido e sustentado contra os exércitos espanhóis e portugueses". O acesso público ao documento se dá a partir do acervo virtual da Biblioteca de Literaturas de Língua Portuguesa, disponível em: http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/.
Fonte: MÁRQUES, F.T. Construção e(m) ruínas: notas estrangeiras sobre o ensino jurídico brasileiro. In: DEL NEGRI, A. (org.). Direito e Ensino Jurídico em Desordem. Belo Horizonte: D'Plácido, 2018, p.175-200.
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