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HISTÓRIA DO BRASIL-convertido

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HISTÓRIA DO BRASIL 
AULA 01 
Período Pré-Colonial 1500 a 1530 Entre 1500 e 1530, há uma omissão colonizadora 
porque Portugal está muito mais interessado nas especiarias do Oriente. 
Antes da chegada dos portugueses, o nome atribuído ao território era Pindorama, que 
significava “terra das árvores altas”. Os indígenas atribuíram essa denominação 
pautados nas características da natureza. Os portugueses escolheram nomes 
relacionados com a natureza e a religiosidade. O homem branco que está chegando é 
um indivíduo dotado de valores católicos, europeus, de características etnocêntricas 
(que considera o seu grupo étnico ou cultural superior aos demais). Traz com eles 
conceitos de pecado, de salvação, de inferno. 
 
PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) 
Choque cultural entre nativos, considerados primitivos e endemonizados, e europeus, 
que se sentiam responsáveis por difundir seu processo civilizador. 
Para o europeu a sua cultura devia ser difundida para só assim tornar os primitivos e 
endemonizados pessoas civilizadas. Há um estranhamento cultural quando não se 
julga normal um ato praticado por outra sociedade e, ao julgar o seu próprio padrão 
superior ao outro, ocorre o etnocentrismo. O primeiro encontro entre portugueses e 
indígenas é pacífico. O português chega, o indígena está. O português traz algumas 
coisas e os indígenas entregam outras. A ideia errônea difundida era de que os 
indígenas aceitavam espelhos e bugigangas e muito felizes entregavam suas riquezas, 
que significavam muito para o europeu, e não para os indígenas, que não possuíam a 
concepção da riqueza da forma que os portugueses tinham. Os portugueses eram 
mercantilistas. Esse é o estranhamento cultural, o choque de culturas. Portugal não 
está interessado em colonizar a nova terra. Organiza algumas expedições de 
reconhecimento e essa relação é amistosa, é de escambo, de trocas. 
PRIMEIROS CONTATOS 
• Expedições portuguesas (exploradoras e policiadoras): 
• Acordo entre a Coroa portuguesa e grupos particulares, que em troca se 
comprometiam a erguer feitorias no litoral; 
• Feitorias: armazéns fortificados para estoque e proteção de produtos; 
• As feitorias se localizavam no litoral. As caravelas carregavam as madeiras 
armazenadas nas feitorias e partiam. 
• Desinteresse inicial de Portugal em investir na colonização; 
• A alta lucratividade do comércio de especiarias até meados do século XVI; 
• A não garantia de lucro proveniente da exploração do território; 
• Descoberta e monopólio da extração do pau-brasil (estanco); Estanco é o monopólio 
régio no exercício de uma atividade econômica, salvo o seu desempenho pela Coroa 
ou a quem esta delegasse. 
• Exploração da mão de obra nativa por meio do escambo; Nesse momento, a mão de 
obra é livre porque a relação era pacífica. 
• Corte e transporte de produtos em troca de utensílios de pouco valor comercial; Os 
indígenas tinham a sua mística na aceitação desses objetos trazidos pelos portugueses. 
 
Brasil Colônia Efetivação da Colonização Capitanias Hereditárias e Governo Geral 
 
O SISTEMA COLONIAL 
O pacto colonial é a política mercantilista que faz com que a metrópole explore a 
colônia. Essa relação da colônia é uma relação de dependência, onde não há 
autonomia para estabelecer relações comerciais com outros locais. A colônia é 
explorada e fornecedora de matérias-primas para que a metrópole possa gerar 
riquezas, por exemplo, com especiarias e pau-brasil. Assim o Brasil viverá de 1530 a 
1808 até a chegada de D. João VI e da família real. A principal função da colônia é 
enriquecer a metrópole. Os objetivos são enriquecimento da burguesia metropolitana 
e o fortalecimento do poder real. Os recursos da burguesia metropolitana patrocinam 
as navegações. 
 
INÍCIO DA COLONIZAÇÃO 
• Ocupar para garantir a posse; 
• Valorização econômica através da agricultura; 
• Declínio do comércio de especiarias; 
• Espanhóis encontram prata no Peru → esperança de encontrar metais preciosos no 
Brasil; 
 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS ESTRUTURA POLÍTICO ADMINISTRATIVA 
Com as capitanias hereditárias, ocorre a descentralização do poder da metrópole, já 
que os capitães donatários tinham a obrigação de administrar, explorar e proteger as 
terras que lhes eram atribuídas. Portugal está economicamente falido. 
Razões da adoção do sistema: 
• Experiência anterior nos Açores e Madeira; 
• Transferir à iniciativa privada as despesas da colonização; 
• Sistema adotado a partir de 1533; 
• Brasil dividido em 15 capitanias (unidades político-administrativas) doadas a 12 
donatários; 
Deveres dos donatários: colonizar e defesa contra ameaça externa; 
Direitos: recebiam grandes poderes políticos, administrativos, judiciários e militares 
sobre a capitania. Esses direitos eram hereditários. 
 
CARTA DE DOAÇÃO: doava os direitos de usufruto ou posse sobre a capitania. 
FORAL: estabelecia os direitos e deveres do donatário. Definia os tributos que 
pertenceriam ao donatário e os que seriam para a Coroa. 
As sesmarias são divisões. Para governar as capitanias hereditárias desde o litoral até o 
limite estabelecido pelo tratado de Tordesilhas, era necessário fragmentar as 
capitanias que resultavam das sesmarias, espécies de loteamentos que surgiram 
dentro das capitanias. 
 
FRACASSO DAS CAPITANIAS 
• Falta de investimento necessário (desenvolvimento e defesa das capitanias); 
• Desinteresse dos donatários (muitos eram da baixa nobreza, que temiam um 
investimento de alto risco); 
• Distância da metrópole (comunicação e transporte de mercadorias); 
• Ataques de corsários em alto mar; 
• Pobreza do solo na maioria das regiões; 
• Grande extensão das terras (descontrole administrativo); 
 Resistência indígena à escravização e à ocupação de suas terras. De todas as 
capitanias, somente as de Pernambuco, Bahia e São Vicente de fato se desenvolveram 
e prosperaram. (AÇÚCAR). 
 
GOVERNO GERAL (1549-1808) O Governo Geral não extinguiu as capitanias 
hereditárias. 
• Centralização do poder das capitanias e redução do poder dos donatários; 
• Amparar a colônia nos aspectos financeiro, militar e administrativo; 
• Objetivos: solidificar o domínio português, combater estrangeiros (principalmente 
franceses) e incentivar o processo catequizador. 
 
Tomé de Souza (1549-1553) 
Início da construção da primeira capital, Salvador, em 1549; 
• Implantação do ensino jesuítico (missões/reduções) conversão de nativos ao 
cristianismo (processo de reformas religiosas na Europa e necessidade de expansão do 
catolicismo). 
 
Duarte da Costa (1553-1558) 
Escravismo indígena X Proteção dos jesuítas; 
• Invasão francesa no Rio de Janeiro (Calvinistas – Huguenotes), formação da França 
Antártica em 1555, que durou 12 anos 
• Os conflitos tribais entre Tupiniquins (favoráveis aos portugueses) e Tupinambás 
(favoráveis aos franceses) acabaram servindo para alimentar os conflitos entre 
portugueses e franceses. 
 
Mem de Sá e Estácio de Sá (1558-1572) 
• Pacificação entre colonos e jesuítas; 
• Maior fornecimento de escravos; 
• Expansão do povoamento para o interior; 
• Confederação dos Tamoios (1554-1567): organização de nativos revoltados contra a 
dominação portuguesa; 
• Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro; 
• Expulsão dos franceses do Rio de Janeiro; 
• Divisão do governo imperial entre Salvador (do norte) e RJ (do sul). 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
01-Em relação aos índios que viviam no litoral brasileiro, no contexto dos primeiros 
contatos com os europeus, durante a chamada fase do escambo (1500- 1530), é 
correto afirmar que 
a. disputavam o litoral os grupos Tupi e Tapuia (Tupinambá, Tupiniquim, Aimoré, 
Guaicurus, por exemplo). Diferentemente dos Tupi, horticultores de floresta, os Tapuia 
viviam da caça e da coleta. Liderados por seus caciques e pajés, os índios procuravam 
tirar proveito das relações com os europeus com vistas a vencer seus inimigos. 
b. predominavam os grupos pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani 
(Tupinambá, Tupiniquim, Carijóetc.). Os índios viviam em aldeias, sob a liderança de 
caciques e pajés, praticavam a horticultura associada à caça e à coleta. Os primeiros 
contatos foram, de modo geral, amistosos com o estabelecimento de trocas e alianças 
entre índios e brancos. 
c. predominavam povos pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani. A vida em 
aldeias e a liderança de caciques e pajés eram elementos fundamentais da organização 
social desses povos. A disputa entre colonos e índios pela terra, o interesse dos 
colonos em escravizar os indígenas e a resistência movida por estes, provocaram uma 
guerra generalizada no litoral brasileiro. 
d. predominavam as parcialidades pertencentes ao tronco linguístico Macro- -Jê. 
Habitavam aldeias formadas por grandes malocas, praticavam agricultura de queimada 
complementada pela caça e coleta. Apresentavam uma organização política baseada 
no poder dos chefes das malocas, nos caciques das aldeias e nos caciques de várias 
aldeias. Ainda na “fase do escambo” surgiram confederações indígenas na luta contra 
os portugueses. 
e. dominavam o litoral brasileiro parcialidades Tupi. Esses povos falavam a mesma 
língua e apresentavam uma mesma organização social. Não obstante, viviam em 
estado de guerra. Frente a tal situação os portugueses procuraram pacificar os índios 
através da evangelização, mediante a ação dos jesuítas. 
GABARITO - B 
 
02-A colonização oficial do Brasil coincide com o estabelecimento do sistema de 
capitanias hereditárias e a criação dos primeiros engenhos de açúcar. Outros fatores 
coetâneos a essas iniciativas são 
a. união Ibérica, guerra contra a Holanda, substituição do trabalho compulsório 
indígena pelo africano. 
b. fundação de Salvador (primeira capital da América Portuguesa), criação da França 
Antártica, predomínio do trabalho escravo africano nas áreas mais ricas da América 
Portuguesa. 
c. confederação dos Tamoios, chegada dos Jesuítas ao Brasil, trabalho compulsório 
indígena. 
d. crise do Império Português do Oriente, participação de capitais holandeses no 
financiamento e comercialização do açúcar, super exploração do trabalho indígena. 
e. busca de centralização do poder mediante o estabelecimento de um Governo-geral, 
início do tráfico negreiro, guerra contra a Holanda. 
GABARITO - D 
 
03-A colonização no Brasil pela coroa portuguesa teve sua origem no sistema de 
Capitanias Hereditárias que definiu a propriedade e a posse das terras. No início do 
século XIX, com a vinda de imigrantes europeus para o Brasil, estabeleceu-se a Lei de 
Terras de 1850, com o intuito de normatizar a propriedade e o seu uso. Sobre o 
domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850, 
assinale a alternativa correta. 
a. Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei 
de Terras definiu que as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada 
somente pela compra. 
b. Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para 
fazê-la. Com a vinda dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos 
desprovidos de recursos. 
c. Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo 
das capitanias. Com a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo 
monopólio do poder econômico. 
d. O sistema de capitanias vigorou até o século XIX quando aconteceram as 
insurreições do Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu que a mão de obra livre 
pudesse se locomover para as atividades industriais. 
e. A Coroa tinha o direito de confiscar todos os metais preciosos extraídos das 
capitanias. A Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o arrendamento das terras 
consideradas devolutas. 
GABARITO - A 
 
 
AULA 02 
PERÍODO JOANINO (1808 – 1822) Contexto Histórico Europeu 
• Transição econômica na Europa do Feudalismo e do Mercantilismo para o 
Capitalismo. 
• As revoltas liberais geram novas ideologias. 
• Ao final da Revolução Francesa, há o período napoleônico, em que Napoleão 
Bonaparte conquista vários lugares na Europa, o que acaba resultando na vinda da 
família real para o Brasil. 
• Expansão capitalista graças à Revolução Industrial. 
• Contestações ao Antigo Regime, e a eclosão de revoluções liberais desestabilizou 
Estados absolutistas e aumentou a influência de governos burgueses. 
• Era napoleônica e as divergências com a Inglaterra: – Bloqueio Continental: nenhum 
país europeu podia ter relações comerciais com a Inglaterra, a fim de enfraquecê-la. O 
país que desrespeitava o tratado era invadido. 
– Decreto de Berlim – 1806. 
• Com a invasão de Portugal, transfere-se a coroa portuguesa para o Brasil. 
 
RELAÇÃO PORTUGAL E INGLATERRA 
• Várias dívidas. 
• Ameaça dos territórios coloniais em caso de quebra de acordos comerciais. 
• O Brasil era a maior fonte de riqueza de Portugal. 
• Em 1807, já havia planos de transferir a corte para o Brasil com o auxílio da Inglaterra 
para impedir a fragmentação da colônia. 
• Por conta da pressão francesa e inglesa, a família real portuguesa se retirou do país e 
desembarcou no Brasil em 1808. 
• A Inglaterra cede proteção para Portugal e, em troca, tem vários benefícios. 
• A abertura dos portos (prerrogativa acordada com os ingleses) gerou o fim do pacto 
colonial, pois a colônia poderia fazer negociações e receber navios de outros países. 
No entanto, o fim do pacto colonial não significa que a colônia é independente. 
 
 MEDIDAS DE DOM JOÃO VI APÓS A CHEGADA NO BRASIL 
• Abertura dos portos às nações amigas (Inglaterra) – 1808. 
• Permissão da instalação de manufaturas e indústrias (um alvará criado em 1785 
proibia). 
• Construção do Paço Imperial (sede do governo). 
• Criação do Banco do Brasil e do Jardim Botânico. 
– O jardim botânico ganha grande fama no mundo. 
Obs.: A vinda da Família Real muda o espaço geográfico (europeização), o que gera 
prejuízos econômicos e posteriormente revoltas. 
• Tratado de Livre Comércio (Aliança e Amizade, Comércio e Navegação) – 1810: – 
Previa a redução de impostos para a entrada de produtos importados no Brasil, 
privilegiando principalmente a Inglaterra. (26% outros países, 24% Portugal e 15% 
Inglaterra). 
 
Invasão da Guiana Francesa em 1809 e da Região do Prata, aproveitando o processo de 
independência na América espanhola e dos conflitos na Europa napoleônica. 
• Derrota de Napoleão Bonaparte em 1815 e elaboração do congresso de Viena 
(solicitação da volta das famílias monárquicas que tinham perdido seus tronos com as 
invasões de Napoleão). 
• Para participar, D. João VI deveria estar juridicamente em solo metropolitano, e para 
isso, se viu obrigado a transformar o Brasil em reino unido a Portugal e Algarves 
(1815). 
• Maneira de reverter o inevitável processo emancipatório que crescia 
 
REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO – 1820 
• Perda do monopólio do comércio brasileiro e intromissão inglesa em Portugal. 
• Nacionalistas portugueses e burgueses eram contra a elevação da colônia. 
• A revolução lutava pela implantação de uma monarquia liberal, com um parlamento 
atuante e de uma constituição baseada em preceitos iluministas (limitação do poder 
real por meio da constituição). 
• Exigia o retorno da corte e da família real. 
• Retorno do Brasil ao status de colônia e imediato fechamento dos portos (volta do 
sistema de Pacto Colonial). 
• Transformações liberais não se encaixavam com desejo mercantilista de 
recolonização do Brasil. 
• Em 1821, a Família Real parte para Portugal, deixando D. Pedro I como administrador 
(príncipe regente no Brasil). – Todos os recursos do Banco do Brasil foram levados por 
D. João VI, levando o banco à falência e gerando uma grande crise econômica. 
 
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA – 1822 
• Partido brasileiro: aristocracia rural, burocratas, comerciantes brasileiros e 
portugueses com vínculos/negócios no Brasil que eram contra a recolonização. 
• Requeriam o apoio de D. Pedro. – D. Pedro afastou ministros portugueses e 
estabeleceu um ministériobrasileiro sob liderança de José Bonifácio. 
• Restringia as decisões vindas de Portugal (mesmo antes de ser independente, D. 
Pedro já tomou algumas atitudes que não eram alinhadas com Portugal). – A presença 
de D. Pedro foi exigida por Portugal, já que o príncipe era o herdeiro direto ao trono 
português, porém, mediante as centenas de pedidos e pressões brasileiras, o jovem 
regente decidiu permanecer no país. (Dia do Fico – 09/01/1822). – Diante da ameaça 
de invasão portuguesa, D. Pedro declarou a “independência do Brasil”, em 
07/09/1822. – A população ficou completamente à margem do processo de 
emancipação e não obteve nenhum benefício do ato em si. 
 
EXERCÍCIOS 
1. A instalação da corte portuguesa no Brasil, a partir de 1808, significou 
a. o enrijecimento do controle metropolitano sobre a colônia devido à presença da 
monarquia e da burocracia reinol. 
b. a chamada interiorização da metrópole, que criou as condições para o peculiar 
processo de emancipação política brasileira. 
c. a intensificação de movimentos republicanos, sobretudo no Centro-Sul, onde as 
ideias ilustradas haviam se difundido fortemente. 
d. o declínio das atividades mercantis voltadas para o abastecimento interno e o 
incremento da produção exportadora devido à forte presença dos comerciantes lusos. 
e. o afastamento diplomático da monarquia portuguesa em relação à Inglaterra e a 
aproximação com os demais Estados sul-americanos. 
GABARITO - B 
 
2. Em 1808, a corte portuguesa transferiu-se para o Brasil, alterando 
significativamente as relações, até então vigentes, entre a colônia e a metrópole. 
Considerando-se as alterações ocorridas no período, é correto afirmar: 
a. As oligarquias de todas as regiões se uniram em torno de D. João, amenizando 
efetivamente os conflitos existentes desde o início da colonização portuguesa. 
b. A família real aumentou de forma abusiva os impostos sobre a propriedade privada 
da terra, com o intuito de estimular a produção em terras da Coroa. 
c. O centro-sul tornou-se a principal área econômica do Brasil, e as suas elites, em 
razão disso, desejaram impor-se sobre as outras elites regionais. 
d. Os portos brasileiros foram abertos para o comércio com as nações amigas, para 
estimular, sobretudo, o comércio com a França. 
GABARITO - C 
 
 
AULA 03 
MOMENTOS INICIAIS APÓS A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA 
• Divisão do período monárquico: 1º Reinado – Regências – 2º Reinado. 
• Crise do sistema colonial e ideias iluministas geram emancipação. – A elite 
condenava a divisão de ganhos com Portugal. – A presença da corte portuguesa 
incomodava a política da elite nativa. – Diferente da América espanhola, o Brasil não 
sofreu fragmentação. 
• Governo: Herança monárquica portuguesa (caráter absolutista). – Emancipação 
liderada pela aristocracia, sem participação popular. – Mercenários ingleses e 
franceses no combate às forças metropolitanas. – Houve várias revoltas oposicionistas, 
que foram massacradas. (Batalha de Pirajá: Bahia; e Batalha de Jenipapo: Piauí/Ceará. 
Ambas em 1822/23) 
 
Reconhecimento da Independência 
• Santa Aliança (nações absolutistas) eram contra o liberalismo na Europa, eram uma 
ameaça à emancipação política latino-americana. 
• 1824: EUA – influência da doutrina Monroe; “América para os americanos”; e 
interesses econômicos e políticos; (Ampliação do mercado consumidor e oposição ao 
absolutismo europeu). 
• 1825 a 27: A Inglaterra intermediou o processo de emancipação entre Brasil e 
Portugal: – Influenciou Portugal a reconhecer o Brasil mediante o pagamento de 2 
milhões de libras esterlinas, o título de imperador de honra para D. João VI e a não 
adesão de nenhuma colônia africana portuguesa ao território brasileiro. 
• Concessão de empréstimos ao Brasil. 
• O dinheiro exigido por Portugal serviu para pagar dívidas com a Inglaterra, ou seja, 
nunca saíram dos cofres britânicos. 
• Prolongação do tratado de livre comércio por mais 15 anos (privilégios para os 
ingleses). 
• Extinção do tráfico negreiro em um prazo de 3 anos. 
• A alta influência dos britânicos no país enfraqueceu gradativamente o poder de D. 
Pedro junto aos políticos brasileiros. 
 
ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA DO ESTADO 
• Elaboração de uma constituição: 
– Assembleia constituinte de 1823 de tendência liberal (tendência de diminuir o poder 
real – autonomia). 
– Partido brasileiro: - Conservador: divisão do poder entre o parlamento e o imperador 
e eleições indiretas; e - Liberal: soberania limitada ao parlamento e às eleições diretas. 
– Partido português: - Contra a divisão político-administrativa entre Brasil e Portugal; 
e - Concentração de poder na mão do imperador (manutenção dos cargos) e união à 
coroa lusa (D. Pedro I era herdeiro direto de D. João VI). 
– O projeto constitucional era baseado na autonomia do poder legislativo (deputados 
e senadores), na subordinação das províncias ao governo central e na limitação do 
poder do imperador (não comandaria as forças armadas nem dissolveria a câmara dos 
deputados). 
– Voto censitário e caráter aristocrático escravista. – Estrangeiros não poderiam 
exercer cargos públicos (intuito de afastar portugueses do imperador). 
 
A CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO 
• Outorgada em 25 de março de 1824, sob regime de monarquia constitucional 
hereditária. 
• Território dividido em províncias, cujos presidentes eram nomeados pelo imperador. 
• Poder executivo: Imperador e ministros do Estado. 
• Poder legislativo: Câmara dos deputados (mandato de 4 anos), Senado (cada 
província elegia 3, e o imperador nomeava 1, que eram vitalícios). 
• Poder judiciário: Juízes e tribunais. 
• Poder moderador: exclusivo do imperador, colocava-se acima dos demais poderes. 
• Conselho de Estado (conselheiros vitalícios nomeados pelo imperador). 
• Voto indireto e censitário (Votantes [100 mil réis] – Eleitores [200 mil] – Deputados 
[400 mil] – Senadores [800 mil]). 
• Excluídos de participação, mesmo com renda: criados de servir, menores de 25 anos 
e libertos. 
• Mulheres eram excluídas de direitos políticos pelas normas sociais. 
• O catolicismo foi oficializado como religião do Estado e qualquer outra só poderia ser 
exercida em culto doméstico. 
 
Obs.: As religiões de origem africana eram tidas como seitas. 
• Reconheceu os direitos civis de todos, diferenciando-os apenas do ponto de vista dos 
direitos políticos em função de suas posses. 
• O padroado e o beneplácito davam o direito a D. Pedro I de nomear cargos 
eclesiásticos (bispos, por exemplo) e de interferir em determinações que fossem 
enviadas pelo Papa. 
• A constituição não foi aceita por todos. 
 
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 
• Herdou problemas econômicos do período da insurreição pernambucana. 
• O Governo de D. Pedro I foi alvo de protestos após o fechamento da assembleia e 
outorga da Constituição de 1824. 
– Sentinela da liberdade: Cipriano Barata; 
– Tiphys Pernambuco: Frei Joaquim do Amor Divino Caneca (periódicos de 
Pernambuco – Recife); e – Frei Caneca: “O poder moderador é a chave mestra da 
opressão da nação brasileira”. 
• Nomeação de um presidente de província que desagradou os pernambucanos e 
rompimento com o Império em 2 de julho de 1824. 
– República sob o comando de Manuel Paes de Andrade; e – Forte sentimento 
antilusitano. 
• Tropas imperiais, inglesas e auxílio de senhores de engenho e comerciantes (medo 
de ter que libertar seus escravos). 
– Frei Caneca foi fuzilado, apesar de ter sido condenado à forca (ninguém queria ser o 
carrasco de um membro do clero). 
 
DOM PEDRO PERDE APOIO E POPULARIDADE 
• Dissolução da constituinte, a imposição da Constituição de 1824 e o fuzilamento do 
Frei Caneca. (Protestos contra a política centralizadora, autoritária e intervencionista) 
• Grave crise econômica – financeira: – Déficit na balança comercial (mais importação 
que exportação); 
 – Queda de preços de produtos primários; 
– Insuficiência das rendas obtidas pelo império (taxa de 15% do Tratado de 1810); 
– Empréstimos feitos aos banqueirosingleses (em 1829, o Banco do Brasil decretou 
falência); e – Aumento de emissão de moeda, o que ocasionou o aumento de preços e 
dos aluguéis. 
• A questão da Cisplatina (1821): 
– Território invadido pelo “Brasil” em 1816: - Impedir a unificação com a Argentina; - 
Livre navegação na região; e - Incentivo de indústrias nas províncias do Sul. 
 – Em 1825, os cisplatinos, descendentes de índios e espanhóis, separaram-se do Brasil 
e uniram-se às províncias unidas do Rio da Prata 
– futura Argentina. 
 – Vitória cisplatina (cisplatinos e argentinos) e proclamação da República 
• Sucessão do trono português: 
– Morte de D. João VI em 1826, e D. Pedro I herdou o trono português. 
– D. Pedro I renunciou o trono em nome de sua filha Maria da Glória, porém seu irmão 
D. Miguel usurpou o trono e se proclamou rei. 
– Ao enviar dinheiro para ajudar os constitucionalistas na luta contra o irmão, D. Pedro 
foi acusado de se preocupar mais com Portugal do que com o Brasil. 
• Oposição na câmara e na imprensa: 
– Críticas mais graves e contundentes ao governo (políticos de RJ, SP e MG); 
– Aurora fluminense e A malagueta (jornais cariocas); 
– Onda revolucionária de 1830 na Europa e a queda de Carlo X (França); e – Maior 
influência às críticas ao governo. 
• Assassinato de Líbero Badaró em 1830, SP (crítico paulista): 
– D. Pedro não efetiva a investigação do assassinato, gerando a história de que o 
imperador foi o mandante ou foi omisso no caso. Por isso, em uma visita a Minas 
Gerais, as pessoas não o recepcionaram, fechando e colocando panos pretos em suas 
portas. 
 – Por conta da não recepção, com a volta de D. Pedro para o Rio de Janeiro, o partido 
português tentou fazer uma festa para ele, o que ocasionou a Noites das Garrafadas 
(11 a 16 de Março de 1831) 
– entre o partido português e o brasileiro. 
– Brigas de rua entre comerciantes portugueses e brasileiros insatisfeitos com o 
governo. 
– Isolado politicamente e sob forte pressão popular, D. Pedro I abdicou, em 7 de abril 
de 1831, em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha 5 anos. 
• Grupos que não apoiavam D. Pedro: 
– Comerciantes nativos, insatisfeitos com as vantagens e privilégios dispensados pelo 
imperador aos comerciantes portugueses e ingleses; 
– Traficantes de escravos, que discordavam da assinatura de um acordo com a 
Inglaterra que previa o fim do tráfico negreiro no Brasil para o ano de 1831; 
– Grandes proprietários de escravos e terras, insatisfeitos com os altos impostos 
cobrados pelo poder central e com a centralização política imposta pelo imperador, 
além de também discordarem do tratado que punha fim ao tráfico negreiro no Brasil; e 
– Grupos médios urbanos liberais, que defendiam o liberalismo e reivindicavam 
reformas na Constituição de 1824, além de culparem o imperador e seus aliados pelo 
endividamento do Estado e pelos rumos tomados na Guerra da Cisplatina e de o 
criticarem pelo seu envolvimento na questão da sucessão portuguesa. 
 
AULA 04 
 
O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PRIMEIRA REPÚBLICA REPÚBLICA DA ESPADA / DOS 
MARECHAIS (1889-1894) 
Ao Marechal Deodoro da Fonseca é atribuída a Proclamação da República no dia 15 de 
novembro de 1889. Quando ele sai, em 1891, assume o Marechal Floriano Peixoto, 
conhecido como o Marechal de Ferro. Deodoro da Fonseca tem muitos princípios 
monarquistas e tanto ele quanto Floriano Peixoto são conhecidos pela centralização. 
 
PÓS-PROCLAMAÇÃO 
• Golpe organizado por um grupo de militares liderado por Deodoro da Fonseca, que 
se tornou presidente com o Marechal Floriano Peixoto como vice; 
• A representatividade popular não foi alcançada e as elites provinciais passaram a 
exercer forte influência; 
• Paulistas, mineiros e gaúchos defendiam uma postura federalista e um perfil de 
representatividade do cidadão (por meio de um presidente eleito por um congresso); 
O declínio do Império se dá por algumas razões e a questão militar é uma delas. O 
positivismo defendia uma república estatal, militarizada, que é diferente do que hoje 
consideramos democracia ou república. Uma das características é a centralização e a 
exclusão do povo, da massa. No processo não há participação do povo, o que resulta 
numa pouca simpatia pelo “golpe”, que parece ser uma característica do Brasil. Não é 
o povo que escolhe o Marechal Deodoro da Fonseca para primeiro Presidente do 
Brasil. Quando se fala de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul quanto a uma 
postura federalista, esta está relacionada à independência dos Estados Unidos, uma 
referência que se dá à autonomia provincial. O federalismo está associado ao princípio 
da autonomia e questiona o poder centralizador que reporta ao 2º Reinado de Dom 
Pedro II, que, graças ao poder moderador, governou durante quase 50 anos. Na 
Federação o ente é independente e faz parte de um conjunto. O Marechal Deodoro da 
Fonseca, até pela sua condição de militar, pensa na centralização, que resulta em 
vários choques. A República da Espada, como é denominado o período desses dois 
militares, é um período conturbado porque a República ainda não vingou. 
• Clima de rivalidade entre a Marinha, associada ao monarquismo e o Exército, 
enaltecido pela Guerra do Paraguai e pela influência no atual governo republicano; 
• Regime positivista (construção da mentalidade do soldado-cidadão, da maior 
participação dos militares na sociedade); “Ordem e Progresso”, lema da bandeira e do 
positivismo (Ordem: República forte, disciplinada pelos militares; Progresso: 
desenvolvimento técnico e o crescimento industrial); 
• Deodoro e Floriano eram contrários ao liberalismo e defendiam um poder executivo 
forte, quase uma ditadura republicana; 
• O caráter federalista (descentralização republicana) era uma ameaça, por possibilitar 
uma futura fragmentação do país; No final do 2º Reinado, havia vários adeptos da 
República, mas não foram esses republicanos que a proclamaram, mas sim os 
militares, porque, se o fizessem, os militares retomariam o poder e o devolveria a dom 
Pedro II. Os militares têm uma ideia republicana positivista, mas não têm capacidade 
de governar uma República na qual fossem contrariados. Findo o período da República 
da Espada, o poder caiu nas mãos dos republicanos civis, entre eles Prudente de 
Morais. 
• A proclamação aproximou as políticas entre Brasil e EUA; 
• Política diplomática brasileira migrou de Londres para Washington; 
• Disputa pela riqueza da borracha com os bolivianos; 
• Disputa pelo Acre, só resolvida em 1903 com a assinatura do Tratado de Petrópolis 
no governo de Rodrigues Alves; 
• O Brasil pagou uma indenização de 2,5 milhões de libras pelo reconhecimento do 
Acre pelos bolivianos; O mundo já está num contexto da segunda fase da Revolução 
Industrial. Não se fala mais apenas em carvão e ferro, fala-se em aço, automóveis, 
pneus de borracha e na Amazônia existe o látex que gera a borracha. Brasileiros se 
deslocaram para a Bolívia, e são tantos os brasileiros naquele país e a exploração do 
látex é tão válida, que o Brasil adquire o território que hoje é o Estado do Acre. 
 
REPÚBLICA DA ESPADA / DOS MARECHAIS (1889-1894) 
 
GOVERNO DEODORO DA FONSECA (1889-1891) 
Deodoro da Fonseca é o responsável pela primeira Constituição republicana. 
A anterior, de 1824, estabelecia que o Brasil era uma monarquia hereditária. 
• 1ª Constituição republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891; 
• Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, foi o principal redator; 
• Influência da Constituição norte-americana (República federativa liberal); 
• Estados da federação (antigas províncias) receberam certos direitos; 
• Tripartição dos poderes, harmônicos e interdependentes; 
 
É o fim do poder moderador, que no 1º e 2º reinado era o quarto poder (executivo, 
legislativo e judiciário). Agora os poderes existem para se fiscalizarem mutuamente e 
interagirem. 
• Bicameralismo (Câmara dos deputados e Senado federal); 
• Senador com mandato de 9 anos e deputados com 3 anos, tendo sua quantidade 
estipuladapela população do Estado; 
• O corpo de ministros seria de acordo com a vontade do presidente; 
• Validava a separação da Igreja e do Estado (Laicização do Estado); Deixa de existir no 
Brasil uma religião oficial. 
• Liberdade religiosa e o direito à certidão de casamento; 
• Concessão à naturalização aos imigrantes (atração de capitais estrangeiros e a 
permanência de imigrantes diversos, principalmente aqueles favorecidos pela 
liberdade religiosa); 
• O café era a base do crescimento industrial nacional, primeiro de tudo, porque 
proporcionava o pré-requisito mais elementar de um sistema industrial, a economia 
monetária. A REFORMA FINANCEIRA DE RUI BARBOSA (CRISE DO ENCILHAMENTO) Rui 
Barbosa apela à especulação com investimentos de alto risco, apostas, incentiva a 
criação de muitas empresas e a grande produção de moeda, que acaba gerando uma 
desvalorização da mesma. Por administrar mal, surgem várias empresas “fantasmas”, 
mais ou menos o que viria a acontecer na crise de 1929. Encilhamento é uma palavra 
associada a corridas de cavalos, a apostas, portanto, uma aposta de lucratividade e 
não uma certeza. 
Estimulo à concessão de crédito e emissão de papel moeda; intuito de incentivar o 
desenvolvimento econômico nacional. Problemas: 
• Muito dinheiro no mercado sem um correspondente crescimento econômico; 
• Os cafeicultores sentiam-se ameaçados pela política que beneficiava industriais e 
novos investidores; 
• Desvalorização da moeda e surgimento de empresas fantasmas; 
• Crise econômica, inflação e falências múltiplas; Quando, no 2º Reinado, o Barão de 
Mauá tentou industrializar o país, a elite cafeeira começou a boicotar porque o 
crescimento de riqueza já não estava ligado à terra, mas sim às indústrias e a um 
comércio diferente do que era praticado na cafeicultura. Dom Pedro II abandonou o 
Barão de Mauá que, sem a ajuda do governo, faliu. Novamente há um boicote dos 
fazendeiros, temerários com esse crescimento urbano e industrial que lhes tiraria a 
condição de elite privilegiada. 
• Regime autoritarista, prezando pela redução da autonomia dos estados, evitando 
uma possível fragmentação territorial; 
• As divergências com as oposições partidárias ao governo, fez Deodoro fechar o 
Congresso, contrariando a Constituição de 1891; 
• 1ª Revolta da Armada em 1891: Marinha insatisfeita com sua condição política e 
militar inferiorizada em relação ao Exército e ao Governo; 
• Um clima de divergências entre opositores florianistas nas forças armadas e o 
Governo Geral, favoreceram a renúncia de Deodoro em 1891; 
 
GOVERNO FLORIANO PEIXOTO (MARECHAL DE FERRO) (1891-1894) 
• Não se identificava com o liberalismo e a descentralização; 
• Governo forte com apoio da juventude militar e seu desejo de estabilização; Reabriu 
o Congresso e tomou medidas que beneficiaram os cafeicultores, com a ajuda do 
partido republicano paulista; 
• Postura paternalista, com obras públicas que favoreciam a geração de empregos ao 
povo; 
• Tentou conciliar interesses, sem romper com o conservadorismo inicial; 
• A 2ª Revolta da Armada (1893-1894): manteve a mesma postura do governo de 
Deodoro, pressionando Floriano a renunciar, deixando a presidência para o Almirante 
Custódio de Melo; 
• A revolta não teve êxito, justamente pelo apoio de grupos expressivos da sociedade, 
fruto da política de conciliações. A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (1893-1895) 
• Partido Republicano Rio-Grandense (Júlio de Castilhos); 
• Baseava-se em ideias positivistas, compactuava com o governo de Floriano e era 
amparado pelas novas elites; 
• Partido Federalista do Rio Grande do Sul (Gaspar da Silveira Martins); 
• Almejavam um governo parlamentar, com autonomia estatual e eram amparados 
pelas antigas elites do império; 
• O conflito civil entre Castilhistas (ou pica-paus) e Gasparistas (maragatos) gerou 
instabilidade no governo de Floriano, principalmente após a união entre federalistas e 
os revoltosos da armada. 
No dia 15 de novembro de 1894, Prudente de Moraes assumiu a presidência da 
república, e Floriano saiu da vida pública por livre e espontânea vontade. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. O lema "Ordem e Progresso" inscrito na bandeira do Brasil, associa-se aos: 
a. monarquistas. 
b. abolicionistas. 
c. positivistas. 
d. regressistas. e. socialistas. 
GABARITO - C 
 
2. A política financeira, conhecida como encilhamento, foi proposta pelo Ministro: 
a. Campos Sales 
b. Quintino Bocaiúva 
c. Benjamim Constant 
d. Rui Barbosa 
e. Aristides Lobo 
GABARITO - D 
 
3. Com a instalação da República no Brasil, algumas mudanças fundamentais 
aconteceram. Entre elas, destacam-se: 
a. a militarização do poder político e a universalização da cidadania. 
b. a descentralização do poder político e um regime presidencialista forte. 
c. um poder executivo frágil e a criação de forças públicas estaduais. 
d. a aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos e a instituição do voto secreto. 
e. a fundação do Banco do Brasil e a descentralização do poder político. 
GABARITO -B 
 
AULA 05 
ERA VARGAS – 1930-1945 
Getúlio Vargas esteve dois momentos no poder. O primeiro momento dura 15 anos. 
Getúlio Vargas é o segundo governante a ficar mais tempo no governo do Brasil, tendo 
sido o primeiro Dom Pedro II. No segundo momento, volta de forma democrática e 
finda o período de Presidente com o suicídio. A ERA VARGAS é dividida em: 
• GOVERNO PROVISÓRIO (1930-34) 
– após a revolução e 30; 
 
• GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-37) 
– após a Constituição Federal (CF) de 1934; 
 
• ESTADO NOVO (1937-45) 
– Golpe Cohen. Getúlio Vargas esta à frente da Aliança Liberal, perde a eleição e faz a 
Revolução de 30. Entra no poder com a ajuda dos militares e começa a governar com 
uma forma antidemocrática: retira os governadores e nomeia interventores, em sua 
maioria militares e não obrigatoriamente da região. Esse governo é denominado 
governo provisório porque a ideia de Vargas é estabelecer a democracia com o apoio 
de todos os insatisfeitos com a República Oligárquica, que dura três décadas. 
 
O QUE TORNAVA GETÚLIO VARGAS TÃO ESPECIAL? 
• Liderança carismática; 
• Havia sido governador de seu estado (RS) e, durante o governo de Washington Luís, 
foi Ministro da Fazenda; 
• Promoveu a desvalorização do câmbio para atender aos cafeicultores e ampliou as 
taxas protecionistas para acatar os interesses dos comerciantes; 
• Conseguiu atender ao maior número de pessoas, além de ter a simpatia de muitos 
militares de alta patente que se identificavam com a representação burocrática 
burguesa e nacionalista que ele representava. Getúlio Vargas não foi fascista. Em 
alguns momentos dos seus governos, Vargas tem posturas autoritárias. Em nenhum 
momento Vargas propôs o unipartidarismo, que é uma característica dos regimes 
fascistas (o próprio nazismo, o “comunismo” de Stalin, Salazar, o franquismo). Em 
alguns países, a Monarquia tem partido quando há o parlamentarismo. 
 
GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934) CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Centralismo político; 
• Nomeação de interventores de estado; 
• Dissolução do Congresso Nacional e das câmaras municipais e estaduais; 
• Forte protecionismo e nacionalismo, além de um evidente surto industrial; 
• As relações com a Igreja foram marcadas por posturas de afinidade e troca de 
influência: 
• O Estado requeria o apoio da Igreja ao governo diante da população; em troca, 
promoveria significativas contribuições para o universo católico, além de permitir a 
difusão do ensino religioso nas escolas públicas; Os movimentos dos tenentes ajudam 
a enfraquecer as oligarquias. Getúlio Vargas tem ao seu lado os militares de alta 
patente e necessita conquistar o povo (mais tarde, no populismo, é considerado como 
o “pai dos pobres”). Vargas começa a governar sem abertura, é centralizador, mas 
mantém uma troca de gentilezas com aIigreja, que tem o poder de influenciar as 
pessoas. No regime fascista de Mussolini, estabelece-se um acordo com a Igreja para 
que esta, no Tratado deLatrão, reconheça o governo de Mussolini como legítimo. Com 
esse Tratado, Mussolini doa, devolve a região do Vaticano para o domínio da igreja. 
Vargas começa a conquistar a opinião pública com discursos protecionistas 
nacionalistas (“eu amo o Brasil”, “as riquezas do Brasil precisam ficar aqui”, “vamos 
proteger a nossa riqueza”). 
• A inauguração do Cristo Redentor, em 1931, no Morro do Corcovado demonstra a 
relação estreita entre ambos; 
• Em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde, sob a ação centralizadora do 
Estado; 
• O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, no qual nasceu uma legislação de 
enquadramento para os sindicatos, que estavam submetidos ao Estado, foi criado em 
1931; 
• Vislumbrando minimizar as tensões sociais entre a classe patronal e os 
trabalhadores, algumas leis foram estabelecidas, como limites proibitivos para o 
trabalho feminino e infantil; 
• A jornada de trabalho foi fixada em 8 h/dia. A jornada do trabalhador era de 12 a 14 
horas diárias e a redução das horas tem um efeito populista muito grande. 
• Criação do Conselho Nacional do Café em 1933, uma forma de ter mais controle 
sobre a atividade produtiva, com o intento de impedir novas crises; 
• A preocupação do Estado era criar uma elite de visão mais ampla e mais preparada 
para administrar um país que se pretendia industrial, além de desejar alcançar um 
maior contingente populacional; 
• A criação de universidades como as de SP e RJ foi uma tendência do governo para 
atingir uma maior parcela da população; 
• A educação era estruturada em um perfil conservador centralista, que obedecia 
hierarquias, como o currículo seriado, o ensino em dois ciclos, a frequência obrigatória 
e a exigência de currículo secundário para ingresso no Ensino Superior. Getúlio Vargas 
faz em 3 anos o que os outros presidentes levaram décadas. Vargas fez várias 
promessas que não cumpriu, entre elas promover eleições e elaborar uma 
Constituição. No estado de São Paulo, que tinha sido despojado de dois paulistas, 
Washington Luis e de Julio Prestes, começa a Revolução Constitucionalista, que recebe 
essa denominação porque dentro da conjuntura de protestos está a de querer e 
requerer uma Constituição. 
 
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 
• A elite paulista reivindicava o retorno dos civis ao poder no estado (a postura de 
oposição aos nordestinos no Sudeste crescera naquele contexto, pois o interventor de 
estado na época era o pernambucano João Alberto Lins); 
• Formação da frente única paulista (PRP: Partido Republicano Paulista + PD: Partido 
Democrata), que objetivava derrubar Vargas e retomar a hegemonia paulista nas 
decisões políticas; 
• Objetivos: saída do interventor de estado, promulgação de uma nova Constituição, 
novas eleições, saída de Vargas e o retorno dos paulistas ao poder – não só do estado, 
mas de todo o país; 
• O estopim do conflito foi a morte de quatro estudantes que protestavam na frente 
de um jornal tenentista: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo; 
A figura do bandeirante é evocada pelos paulistas por ser o desbravador da região do 
estado de São Paulo. O bandeirante sai do banditismo, que algumas historiografias 
reservaram para ele, e torna-se um símbolo de heroísmo e de coragem. 
• São Paulo contou com o apoio somente de algumas milícias do Mato Grosso, do 
General Bertoldo Klinger; 
• “Ouro para o bem de São Paulo”: parte da classe média, empresários e industriais 
apoiaram a revolução, inclusive entregando bens de valor para financiar a compra de 
armas; 
• O rádio também foi usado para divulgar o motivo da revolução; 
• A superioridade bélica das forças legalistas levou os paulistas à derrota, entretanto o 
governo percebeu a importância da elite paulista para o governo, passando a negociar 
com ela, o que abriu espaço para a criação de uma nova constitucionalização do país; 
• Em 14 de julho de 1934, a Constituição foi promulgada, sendo influenciada pelo 
modelo constitucional da República de Weimar (desenvolvido na Alemanha entre o fim 
da Primeira Guerra Mundial e a ascensão do nazismo) 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1934 
• Muitos elementos se assemelhavam à Constituição de 1891, como o caráter 
republicano presidencialista; 
• Prevê nacionalização dos bancos e das empresas de seguros; 
• Determina que as empresas estrangeiras deverão ter pelo menos 2/3 de empregados 
brasileiros; 
• A essência do documento estava na defesa do nacionalismo acerca das reservas 
naturais do Brasil e pela aprovação dos direitos trabalhistas como salário mínimo, 
indenização por demissão sem justa causa, descanso semanal, férias remuneradas, 
entre outros; 
• Proíbe a diferença de salário para um mesmo trabalho por motivo de idade, sexo, 
nacionalidade ou estado civil; Para um povo que não possuía legislação trabalhista 
alguma, Getúlio Vargas se transforma em “deus”. Vários movimentos aconteceram no 
sentido de tirar Vargas do poder, mas nesse momento ele apela ao nacionalismo, ao 
emocional e tem o povo do seu lado. 
• Proibição do trabalho infantil; 
• Institucionalização do voto direto e secreto, além da permissão para a participação 
feminina no processo político; Há um rompimento da forma política presente na 
oligarquia e na era Vargas. No momento em que o voto direto e secreto é 
estabelecido, é quebrado o “voto de cabresto” e se estabelece uma grande inovação 
na forma de fazer política no Brasil porque cessou o constrangimento de votar em 
alguém forçado, porque essa pessoa saberá para quem foi o voto. Vargas permitiu o 
voto das viúvas, divorciadas, mas prevê também o voto feminino para as mulheres 
casadas só se os maridos permitissem. Essa permissão já foi uma vitória para as 
mulheres, que estavam alheias aos processos políticos do país. 
• Estabelecimento do ensino primário gratuito e de frequência obrigatória; 
• Serviço militar obrigatório para os homens. O serviço militar confere ao soldado um 
pertencimento à Pátria. A obrigatoriedade do ensino primário gratuito tira muitas 
pessoas do analfabetismo. 
 
 
AULA 06 
REGIME MILITAR (1964-85) 
 
• No dia 9 de abril de 1964, foi implementado o ATO INSTITUCIONAL N. 1, que 
determinava: uma eleição indireta para presidente e vice, ou seja, feita pelo Congresso 
Nacional; O Ato Institucional n. 1 é a primeira afronta à Constituição Federal (CF) de 
1946. Ato Institucional era um decreto-lei vindo da presidência sem consulta ao 
parlamento com poder até de alterar a CF. Será um mecanismo muito utilizado pelos 
governos militares. 
• Manutenção da Constituição de 1946, com as modificações contidas no AI-1; 
• O presidente eleito podia remeter ao Congresso projetos de emendas 
constitucionais, além de qualquer outro tipo de projeto de lei; 
• Projetos que criassem mais ou aumentassem as despesas públicas só poderiam ser 
de iniciativa do presidente; Uma hipertrofia do Poder Executivo. 
• Permissão ao presidente para declarar estado de sítio (cancelamento de garantias e 
liberdades individuais), sob aprovação do Congresso, com justificação; 
• Suspensão de 6 meses das garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade e 
estabilidade; 
• Inquéritos e processos visando à apuração da responsabilidade pela prática de crime 
contra o Estado ou seu patrimônio e a ordem política e social ou de atos de guerra 
revolucionária poderão ser instaurados individual ou coletivamente; 
• Possibilidade de suspensão de direitos políticos pelo prazo de 10 anos e de cassação 
de mandatos legislativos federais, estaduais e municipais; • De abril a dezembro de 
1964, foram registradas a cassação de 50 congressistas, 43 deputados estaduais, 10 
vereadores, 49 juízes, 1408 funcionários públicos civis e 1200 militares; 
• O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe do Estado Maior do Exército, 
foi eleito em 11 de abril de 1964 por maioria absoluta do Congresso Nacional. 
 
GOVERNO CASTELO BRANCO (1964-67) 
• Ex-comandante da FEB (Força Expedicionária Brasileira), era considerado da 
liderança militar intelectualizada,os denominados militares de Sorbonne, integrantes 
da Escola Superior de Guerra (ESG); 
• Olhar de desconfiança da população em relação ao novo governo. Tinha- -se a 
impressão de uma intervenção militar temporária; 
• Castelistas x Linha Dura: duas vertentes ideológicas dentro das forças armadas 
divergiam. Enquanto a primeira previa uma intervenção temporária, devolvendo o 
poder aos civis o quanto antes, a segunda determinava uma intervenção militar por 
tempo indeterminado; Os Castelistas eram menos repressores, estão mais ligados à 
elite militar. 
• IPM (Inquérito Policial Militar): tinha como objetivo punir quem tivesse qualquer 
relação com o governo de Jango ou que fosse contra o novo governo; 
• Proibição de greves e intervenção nos sindicatos trabalhistas; 
• Instituições foram proibidas de exercer atividade, como a UNE e as Ligas 
Camponesas; 
• Servidores públicos foram aposentados; 
• Suspensão de direitos políticos de várias pessoas relacionadas às ideologias do 
governo anterior (professores, sindicalistas, parlamentares, escritores, jornalistas etc.): 
João Goulart, Jânio Quadros, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luis Carlos Prestes, Celso 
Furtado, Darcy Ribeiro etc. 
• A intervenção era explicada pelo desejo do governo de assegurar a ordem política e 
social; 
• No plano internacional, o alinhamento com os EUA se conservava, assim como as 
alianças com o capital estrangeiro. 
ECONOMIA Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG): 
• Estabilização da economia e combate ao déficit; 
• Política de privatizações, devolução das refinarias estrangeiras tomadas por Jango; 
• Corte de linhas de crédito a importadores; 
• Cancelamento da Lei de Remessa de Lucros com atração de capital estrangeiro e 
formação de oligopólios; 
• Restrição de salários; 
• Estatuto da Terra, Lei n. 4.504, de 1964; 
• Construção da Usina de Itaipu em 1966; 
• Consequências do plano econômico: recessão (diminuição de atividade econômica, 
retrocesso) – desemprego e perda de poder aquisitivo; 
• Criação do Serviço Nacional de Informação (SNI), para controlar e investigar ações 
conspiratórias contra o regime. Nunca foram criados tantos aparelhos do Estado para 
fiscalizar as atividades que fossem paramilitares ou que fossem subversivas. Em 27 de 
outubro de 1965, foi instituído o ATO INSTITUCIONAL N. 2, que previa: 
• Forma de apaziguar os ânimos entre castelistas e os linha dura (divergências sobre as 
eleições para governadores); 
• Projetos de lei sobre finanças caberiam ao presidente e à Câmara; 
• Competiam exclusivamente ao presidente leis que criassem cargos, funções ou 
empregos públicos, ou aumentassem vencimentos (salários) e despesas públicas; 
• Projetos de lei do presidente deveriam ser votados pela Câmara; 
• Superior Tribunal Militar composto por 15 juízes: 4 generais do exército, 3 generais 
da Armada (Marinha), 3 generais da Aeronáutica e 5 civis; • Eleições para presidente e 
vice eram feitas pelo Congresso, em sessão pública e de votação nominal; 
• Art. 12: Não será tolerada propaganda de guerra, de subversão da ordem ou de 
preconceitos de raça ou classe; 
• Art. 18: Ficam extintos os atuais partidos políticos e cancelados os respectivos 
registros; 
• Paridade de remuneração dos servidores dos três poderes, não permitindo 
privilégios; 
• Controle dos salários dos vereadores (nunca superior à metade do de um deputado 
estadual); 
• Foram criados dois partidos: o ARENA (Aliança Renovadora Nacional) formado pela 
UDN, parte do PSD e PSP; e o MDB (Movimento Democrático Nacional), formado pelo 
PTB, parte do PSD e PCB. Proporcionava um caráter democrático ao sistema 
governamental. O ARENA era situacionista, e o MDB era teoricamente de oposição. 
 
Em 5 de fevereiro de 1966, foi implantado o ATO INSTITUCIONAL N. 3, que previa: 
• As eleições para governadores e vices foram transformadas em indiretas, por maioria 
de votos do Congresso; 
• Nomeação de prefeitos feita pelos governadores de Estado. 
Lei de Segurança Nacional (LSN) de 1967: 
• Enquadrava como ameaça à estabilidade da nação todos aqueles que oferecessem 
uma postura conspiratória, considerada um perigo à ordem e à segurança nacional. Em 
7 de dezembro de 1966, foi implantado o ATO INSTITUCIONAL N. 4, que previa: 
• A formação de uma constituinte para elaboração e revisão da nova constituição, 
marcada para ser promulgada em janeiro de 1967; 
• Criação do BNH (Banco Nacional de Habitação), empresa pública voltada para 
produção de empreendimentos imobiliários; 
• Criação do Banco Central; Criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), 
atual INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); 
• Criação do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço); 
O FGTS põe fim à estabilidade decenal prevista na Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), que garantia a estabilidade ao trabalhador que trabalhasse 10 anos (só poderia 
ser demitido por justa causa). 
• Criação do IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), que vira o INCRA (Instituto 
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 1970. CONSTITUIÇÃO DE 1967 Os Atos 
Institucionais foram colocados na Constituição de 1967. 
• Preocupou-se fundamentalmente com as questões de segurança nacional; 
• Ampliou poderes do Executivo; 
• Restringiu direitos e liberdades para aqueles considerados subversivos; 
• Direitos trabalhistas foram mantidos de acordo com as constituições anteriores. 
O primeiro governo do regime procurou consolidar a nova estrutura política, 
beneficiando as classes que apoiaram o golpe, principalmente industriais e a elite 
rural. Apesar de não ter sido aceito por Castelo Branco, o General Artur da Costa e 
Silva, que era de uma linha mais radical, foi eleito para dar prosseguimento ao regime, 
o que é denominado o triunfo da linha dura. 
 
GOVERNO GEISEL (1974-1979) 
Contexto mundial: crise do petróleo + desaceleração da Guerra Fria + decadência de 
ditaduras na América Latina. 
Obs.: quando surgiu a crise do petróleo no Brasil, muitos aparelhos, carros e utensílios 
eram movidos por derivados do petróleo. O governo teve de tomar algumas atitudes 
para sair dessa dependência. Uma delas foi o surgimento do Proálcool – Programa 
Nacional do Álcool. Processo de abertura democrática lenta, gradual e segura 
• O modelo econômico se tornou atrasado e inadequado para as elites; 
• O ufanismo não mais surtia o mesmo efeito na população; 
• Contradições: tendências democráticas pró-abertura X posturas autoritárias. 
Obs.: primeiramente houve tendências democráticas. Ou seja, fazer a abertura para 
haver outros partidos. Mas, ao mesmo tempo que se pensou na abertura, o governo 
continuou governando por decretos e com censuras. Portanto, esse processo de 
abertura teve grandes contradições em sua composição. Uma dessas contradições foi 
justamente a perseguição àqueles que eram contrários ao regime. Entre eles, estava o 
jornalista Vladimir Herzog, que era um crítico dos excessos cometidos pelos militares, 
o qual foi preso e condenado à morte de uma forma indireta. 
Morte do jornalista Vladimir Herzog (1975) 
• A necessidade de mudanças ficou evidenciada nas eleições parlamentares de 1974, 
quando o MDB praticamente dobrou a sua representação: de 87 Deputados Federais 
pulou para 165, enquanto a ARENA reduziu de 223 para 199. No Senado, o MDB pulou 
de 7 para 20 Senadores, enquanto a ARENA diminuía de 59 para 46. 
• Em abril de 1977, o Congresso foi fechado por 15 dias, quando foi estabelecido o 
chamado Pacote Abril: 
– Senadores biônicos: 1/3 era escolhido indiretamente, para manter a hegemonia do 
Arena no parlamento; 
– Mandato presidencial de 6 anos; 
– Propaganda eleitoral gratuita, limitada pela Lei Falcão, que não permitia 
manifestações e discursos contra o governo. 
 
Lei Falcão (1976) 
• Aumento do mandato presidencial (de 5 para 6 anos). 
• As decisões no Congresso passaram a depender apenas de maioria simples. 
• Um terço das cadeiras do Senado passaram a ser concedidas aos “Senadores 
Biônicos”.A Lei Falcão determinava que a propaganda de rádio e TV para os pleitos 
municipais de 1976 deveria consistir apenas em uma narração do nome, do partido, do 
número e do currículo de cada candidato. Nas propagandas televisivas, havia ainda 
uma foto dele. No máximo, era permitido divulgar datas e locais de comícios. 
• Insatisfações populares: camadas médias urbanas exigindo mais participação política, 
necessidade de mudança socioeconômica, a elite não tolerava mais o modelo 
dependente do capital externo; 
• Aumento dos movimentos pela redemocratização (manifestações sociais e greves 
pedindo por voto direto e uma nova constituinte); 
• Reivindicação da anistia a presos políticos, de perdão aos considerados crimes 
políticos e retorno dos “exilados” (não havia lei de banimento ou exílio durante o 
regime militar). 
Obs.: anistia significa perdão. Naquela época ela era reivindicada para perdoar os 
presos políticos que eram contrários ao regime, para que isso desse de fato face ao 
Brasil democrático, e não a uma ação governada pelos militares. II Plano Nacional de 
Desenvolvimento (II PND) – Mário Henrique Simonsen 
• Inaugurou as primeiras linhas de metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro; 
• Programa Proálcool (Programa Nacional do Álcool) em 1975: – Incentivo e promoção 
da substituição de automóveis movidos à gasolina pelos movidos à álcool, devido à 
crise mundial do petróleo. 
Política Externa: 
• Evitou alinhamento incondicional com os EUA; 
• Acordo militar Brasil-Alemanha: usinas nucleares de Angra dos Reis. 
Obs.: esse acordo militar foi muito criticado na época, pois não se sabia quais eram as 
reais intenções da Alemanha e do governo brasileiro. 
• Reatou relações diplomáticas com a China; 
• Reconheceu regimes socialistas no mundo; 
• Geisel foi duramente criticado pela linha dura pelas medidas relacionadas à 
diplomacia externa no Brasil; 
• Diversas entidades promovem debates de cunho social: OAB, CNBB, ASBPC, CEBs, 
UNE e ABIM; 
• Extinção do Ato Institucional n. 5 em 1978. 
Obs.: o Ato Institucional n. 5 (o mais severo de todos os AIs) colocava fim a liberdades 
individuais, fechava o Congresso, impunha fim ao habeas corpus e tantos outros 
recursos democráticos. 
 
GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985) 
João Figueiredo foi responsável pela finalização da abertura. Ele concedeu leis que se 
voltaram à característica democrática do Brasil. 
 
Atenção! João Figueiredo não foi substituído por um presidente eleito pelo voto 
direto. Reforma Constitucional: 
 
• Lei da Anistia (1979) → perdão a crimes políticos; 
– Não perdoava crimes relacionados a sequestros, assaltos a bancos ou assassinatos; – 
Militares não foram investigados. 
Obs.: as investigações ocorreram na Comissão da Verdade feita durante o governo da 
Presidente Dilma Roussef 
• Lei Orgânica dos Partidos Políticos (1979) → Reabertura partidária; 
• Extinção do bipartidarismo e dissolução do ARENA e do MDB. Em seguida, foram 
formados o PSD (de maioria governista), PMDB (maioria da oposição), PP, PDT e PT. 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
“Não se disse que a revolução foi, mas que é e continuará. Assim o seu Poder 
Constituinte não se exauriu, tanto é ele próprio do processo revolucionário, que tem 
de ser dinâmico para atingir os seus objetivos. Acentuou-se, por isso, no esquema 
daqueles conceitos, traduzindo uma realidade incontestável de Direito Público, o 
poder institucionalizante de que a revolução é dotada para fazer vingar os princípios 
em nome dos quais a Nação se levantou contra a situação anterior.” 
1. O trecho acima foi retirado de um dos Atos Institucionais promulgados durante a 
ditadura civil-militar. Algumas das características do Ato Institucional que tem por 
preâmbulo o trecho acima foram a extinção dos partidos políticos existentes à época e 
a submissão do Poder Judiciário ao Poder Executivo. Qual é esse Ato Institucional? 
a. AI-5 
b. AI-1. 
c. AI-6. 
d. AI-2 
e. AI-3. 
GABARITO - E

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