No Brasil, uma pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que as pessoas com hábito de fumar passaram, em 2006, de 15,7% da população para 9,3%, em 2018 — redução de 40% em 12 anos.
Mas a centenária indústria do tabaco não está derrotada; ao contrário. Na última década, iniciou uma revolução silenciosa que agora começa a fazer barulho. No ano passado, um dos gigantes do setor assumiu, inclusive, que pretende "matar o fumo enrolado no papel".
Há profundas mudanças no setor fumageiro, o que afeta diretamente toda a cadeia produtiva do fumo.
Como você, professor de Geografia, explicaria aos alunos essa substituição capitalista do tabaco, plantado geralmente em pequenas propriedades rurais, para o cigarro eletrônico, visto que tal fato implicaria diretamente na agricultura familiar?
A substituição do cigarro comum para o eletrônico impacta diretamente a agricultura familiar, visto que as propriedades rurais são adaptadas a esse segmento. Assim, políticas públicas de diversificação de atividades devem ser incentivadas para diminuir a dependência econômica dos pequenos produtores rurais da grande indústria fumageira.
Outra questão importante é que as próprias indústrias estão incentivando a substituição do cigarro comum pelo eletrônico, passando a atuar nesse novo segmento e nicho de mercado que parecem ser prósperos.
Ao mesmo tempo, diminui sobre essas grandes empresas a pressão de órgãos de saúde, que primam pela diminuição dos fumantes para diminuir casos de doenças respiratórias, câncer e outras. O incentivo à substituição tende a fazer essas grandes indústrias permanecerem fortes e atuantes em um novo segmento que emerge, mas o mesmo não ocorre com os pequenos produtores que, devido à condição de dependência, tendem a sofrer dificuldades na substituição de culturas.
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