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“Cecília entre os Leões Tudo percebo – a encomendação do corpo, o trabalho dos coveiros, o pó nas lápides, as lamúrias discretas das mulheres – e alheio a tudo, dentro de uma claridade que me ilumina por dentro e assemelha-se a um globo de espelhos em pedaços, com milhares de réstias que se cruzam, contemplo Cecília ao sol do meio-dia. Com os olhos (neles zumbem negros e rápidos leões), parece dizer-me: ‘Tenho 9 a minha vida nas mãos, Abel. Recebe-a. Mas ouve: o amor, artefato de difícil manejo, é cheio de botões secretos e de facas que à mínima imperícia ou distração saltam voando e lanham a carne’. Engano-me, eu, se nessa companheira reconheço a minha substância? Ela emerge de mim e da minha vigília tão semelhante a um sono prolongado – ela e os seus entes, uns nus, outros vestidos, uns sem armas, outros armados.
LINS, Osman. Obra. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2018.
O escritor pernambucano Osman Lins (1924-1978) se dizia um apaixonado por narrativas. Ele foi autor de distintos gêneros literários, como contos, romances, teatro, narrativas de viagens e ensaios. Acerca de sua obra, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:
I. Um dos mais significativos textos de Osman Lins, é "Lisbela e o Prisioneiro", uma alegoria do fazer romanesco. Trata-se de um texto que toca no aspecto da justiça seletiva e também da desigualdade social e econômica, colocando em xeque diversas das convenções sociais às quais estamos submetidos.
PORQUE
II. A reflexão sobre o ofício do escritor e o fazer literário é uma preocupação sua, atingindo o que Alfredo Bosi (2006) considera uma inovadora forma de organizar o todo narrativo.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta.
Alternativas:
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