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Yohanan Breves | Serviços Jurídicos
É a declaração da ineficácia do negócio jurídico para restituir o patrimônio à massa falida para sua utilização no pagamento dos credores.
A ação revocatória trata-se de uma medida judicial utilizada para declarar ineficazes determinadas negociações jurídicas que eventualmente tenham sido realizadas pela empresa falida antes da decretação da falência, em prejuízo da coletividade de credores.
A ação revocatória visa tornar ineficaz o ato praticado em fraude contra credores. E uma ação pessoal, dirigida contra os que participam do negócio jurídico fraudulento, e ainda terceiros adquirentes de má-fé (CC, art. 161). Seu objetivo é conservar o patrimônio do devedor insolvente, mantendo-o como garantia dos demais credores. Não é, na realidade, caso de anulabilidade. Não obstante, textualmente lhe confere esse caráter o art. 171, II, do CC, ao declarar anulável o negócio jurídico quando praticado com fraude.
A ação revocatória só pode ser proposta por quem já era credor ao tempo dos atos fraudulentos, e credor quirografário (CC, art. 158).
O credor com garantia real não tem interesse, pois seu crédito está assegurado, salvo se insuficiente a garantia. Devem ser réus nessa ação o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou o negócio jurídico fraudulento e terceiros adquirentes de má-fé, dc-vendo-se citar todas as pessoas intervenientes no ato, integrantes de um litisconsórcio necessário.
A má-fé, o elemento subjetivo (consilium fraudis) da ação, consiste no conhecimento que o adquirente tem do estado de insolvência do devedor. É presumida no caso dos negócios onerosos, quando a insolvência for notória ou quando houver motivo para ser conhecida pelo adquirente (CC, art. 159). É notória quando pública, como no caso de já haver contra o devedor protesto de títulos, ajuizamento de ações de execução, protestos judiciais etc. Presume-se também que seja conhecida no caso de certas circunstâncias, como, por exemplo, a clandestinidade do ato, a continuação dos bens alienados na posse de devedor, quando deveriam estar com terceiro, a falta de causa do negócio, o parentesco entre devedor e terceiro adquirente, o preço vil, a alienação de todos os bens etc.
Tratando-se de transmissão gratuita de bens, ou de remissão de dívida (CC, art. 158), dispensa-se a má-fé, bastando o elemento objetivo, o eventus damni, exigindo-se apenas na prova de insolvência. Pode, entretanto, o adquirente evitar a propositura da ação pauliana, ou extingui-la, se, ainda não pago o preço e este for aproximadamente o corrente no mercado, depositá-lo em juízo requerendo a citação por edital de todos os interessados. Se inferior esse valor ao preço do mercado, o que faz supor a malícia do adquirente, podem os credores reclamar a devolução da coisa vendida ou o respectivo preço real do tempo da alienação. O credor quirografário que eventualmente receba de devedor insolvente o pagamento de dívida ainda não vencida, fica obrigado a repor o recebido (CC, art. 162) em favor do acervo sobre que tenha de se efetuar o concurso de credores (CC, arts. 955 a 965).
As garantias reais que o devedor insolvente tiver dado a qualquer credor reputam-se fraudatórias (CC, art. 163), tendo-se em vista a vantagem do credor beneficiado, e a consequente quebra do princípio da igualdade dos credores. Valem tais garantias, porém, se constituídas antes da insolvência do devedor.
Presumem-se, todavia, praticados de boa-fé, e por isso válidos, os negócios ordinários, indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, agrícola ou industrial do devedor (CC, art. 164), inclusive a constituição de garantias reais.
Anulados os atos fraudulentos a vantagem resultante reverte em proveito do acervo que será objeto de concurso de credores. E no caso dos atos revogados terem por único objetivo atribuir direitos preferenciais, mediante a constituição de hipoteca, anticrese ou penhor, sua nulidade importará somente na anulação da preferência ajustada (CC, art. 165 e par. Único), restabelecendo-se a igualdade entre os credores. Em matéria comercial encontramos o mesmo instituto disciplinado pela lei de falencias, de modo mais rigoroso, visando aos atos de disposição ou comprometimento patrimonial praticados pelo falido durante o período suspeito da falência. A fraude contra credores, defeito do negócio jurídico, não se confunde com a fraude de execução, que é incidente do processo judicial.
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