Segundo Garnelo (2012), apesar dos anos de espera pelo reconhecimento de um sistema de atenção a saúde que atendesse às especificidades do povo ind...

Segundo Garnelo (2012), apesar dos anos de espera pelo reconhecimento de um sistema de atenção a saúde que atendesse às especificidades do povo indígena, ainda há pontos de tensão na esfera da gestão a serem solucionados, relações que tem sido marcadas por conflitos e contradições em transferências das execuções de ações de saúde. Um dos pontos de tensão apontados pela autora está relacionado com o fato de que essa política em saúde deve ser de atenção integral de uma única esfera de governo, mas isso não acontece em virtude de haver:


a. Interesse político e financeiro de esfera estadual, o que possibilitaria mais repasse de verba para determinado Estado, uma vez que há o envolvimento de dois Ministérios em ações essenciais aos interesses políticos, tais como saúde e ação social por meio do PBF.
b. Dificuldades na composição de equipes multiprofissionais capacitadas a realizar ações de saúde nessa população, que atendam adequadamente suas demandas e especificidades.
c. Dificuldades de relacionamento com as gestões municipais, contrárias às questões indígenas, pois há a descentralização das ações de saúde da esfera federal – responsável pelo desenvolvimento das políticas de proteção aos direitos indígenas - para a esfera municipal - conforme regulamentação do SUS.
d. Um êxodo dos integrantes das aldeias que teriam condições culturais e educacionais de auxiliarem os profissionais na comunicação, conhecimento e atendimento da população residente nas aldeias.
e. Políticas assistenciais incapazes de dar respostas adequadas às demandas de saúde e sociais, identificadas nessa população, que também possui dificuldades de acessibilidade.