Segundo discursos de representes do MST, os acampamentos e ocupações de terra são apresentados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra enquanto ...

Segundo discursos de representes do MST, os acampamentos e ocupações de terra são apresentados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra enquanto estratégias de pressão para a efetivação não só de assentamentos, mas da própria reforma agrária no país. Contudo, afirmam que essa vivência é fundamental, sobretudo, na construção da identidade do “Sem Terra”. Tratar-se-ia, portanto, de um momento privilegiado de construção de uma consciência que rompa com o individualismo e a alienação próprios de anos de trabalho explorado e desprovido de seu caráter emancipador. Pretende-se, portanto, a construção de uma nova consciência, pautada em sentidos construídos por aquele coletivo, em que possam se reconhecer enquanto companheiros em um processo de luta, pautando-se em valores de solidariedade, contrários àquilo que hegemonicamente identificam na sociedade. Utilizam-se das místicas que são momentos ritualizados, que pretendem resgatar e conservar a sensibilidade, o espírito coletivo e vinculação à luta pela terra e com os companheiros dessa luta. Tendo por base esse contexto e em consideração às afirmativas de Berger e Luckmann em seu livro “A construção social da Realidade”, podemos afirmar que A) fica evidente, nesse caso, que não há a necessidade de transformação da realidade social desses indivíduos. B) trata-se de um processo de alternação que se assemelha à socialização primária, porque reproduz em grau considerável a relação fortemente afetiva com o pessoal socializante, que era característica da infância. C) esse processo caracteriza-se como socialização secundária, porque não pressupõe um alto grau de identificação, bem como a possibilidade de que o aprendizado se dê por técnicas racionais e controladas. D) que no caso em pauta, a socialização secundária mostrou-se bem-sucedida por constituir uma estrutura plausível em relação à realidade anteriormente vivida. E) trata-se de um processo de alternação, favorecido pela adoção de estratégias racionais, que não ameaçam a noção de realidade anteriormente internalizada.