D) apenas I e II.
E) apenas I e III.
2) Os lugares sociais e geográficos ocupados pelos historiadores no século XIX condicionaram
a narrativa sobre a história brasileira produzida naquele século. Leia o trecho a seguir, do
historiador Evaldo Cabral de Mello, citado por José Murilo de Carvalho (2008, p. 557):
“A celebração dos 200 anos, disse ele, só interessa ao narcisismo coletivo carioca.
Pernambuco e outras partes do País, à exceção de Minas Gerais por causa dos ganhos para
sua lavoura obtidos com a vinda da corte, não têm razão alguma para celebrar. A vinda da
corte para essas províncias só significou espoliação fiscal. Mais ainda, ela permitiu a
formação no Rio de Janeiro de uma burocracia de portugueses e brasileiros que fizeram a
independência para preservar seus privilégios e defender-se do impacto causado pela
revolta liberal do Porto. [...] Cito: ‘quando alguém fica entusiasmado com a vinda de D. João,
está sempre achando que a unidade territorial do Brasil é um valor supremo. E que por isso
deve subordinar outros valores, como liberdades públicas, desenvolvimento econômico’”.
Sobre a interpretação realizada por Mello acerca da vinda da família real para a América, são
feitas as seguintes afirmações. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as
afirmações falsas:
( ) Percebe-se, na análise de Mello, uma crítica às abordagens que tomam a história do
Sudeste brasileiro como a “história do Brasil” e as demais narrativas como “histórias
regionais”.
( ) A reflexão de Mello evidencia que a vinda da família real pode ter sido celebrada na
capital da colônia, mas, para algumas províncias, teve um caráter negativo, tendo significado
apenas um incremento na tributação.
( ) O autor defende que a perspectiva historiográfica que vincula a vinda da família real
à garantia da unidade político-administrativa não deve ser rechaçada pelas interpretações do
processo de independência.
( ) A interpretação de Mello tem um viés marxista, já que aborda os acontecimentos daquele
período como um indício de adoção de valores econômicos e políticos do liberalismo,
doutrina em difusão na Europa.
A alternativa correta é a letra E) apenas I e III. A afirmação verdadeira é que a reflexão de Mello evidencia que a vinda da família real pode ter sido celebrada na capital da colônia, mas, para algumas províncias, teve um caráter negativo, tendo significado apenas um incremento na tributação. Já a afirmação falsa é que o autor defende que a perspectiva historiográfica que vincula a vinda da família real à garantia da unidade político-administrativa não deve ser rechaçada pelas interpretações do processo de independência. As outras afirmações não são mencionadas no trecho citado.
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