O episódio que envolve a vinda da família real portuguesa para a América foi interpretado de
diferentes formas pela historiografia. Alguns o chamam de “fuga”, outros de “exílio”. Para
além dessas nomenclaturas, autores o inserem em uma sequência de eventos, como causas e
consequências, de forma a dar inteligibilidade ao processo histórico brasileiro da primeira
metade do século XIX.
Leia o trecho a seguir, escrito pela historiadora Maria Fernanda Vieira Martins (2014, p.
685):
“É hoje difícil imaginar o imenso volume de projetos, expectativas, esperanças e
prognósticos sombrios que se reuniam entre aqueles que deixavam o porto de Lisboa
naquela madrugada de 29 de novembro de 1807, quando a esquadra portuguesa,
comandada pelo vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior, levantou âncora rumo aos
Estados da América. Aquelas naus, fragatas e escunas, que conduziam ao Brasil príncipes,
rainhas e nobres de Portugal, além das gentes, bagagens e utensílios de todo tipo,
destinados a garantir-lhes um mínimo conforto nas selvagens terras da conquista, levavam
também, em alguma medida, os destinos de Brasil e Portugal. Assim, é difícil imaginar o
quanto se sabia que esse evento iria trazer profundas transformações, alterando, sem
possibilidade de retorno, os caminhos da história de ambos os países e daqueles que a
faziam dos dois lados do Atlântico.”
Leia as afirmativas a seguir, escritas a partir da citação do texto de Martins:
I – O excerto evidencia a importância do olhar atento do historiador para não construir
visões teleológicas da história.
II – O excerto explicita um estilo narrativo descritivo e romantizado, típico da escrita da
história do século XIX.
III – O excerto rememora que o processo de independência do Brasil já era evidente, e a
vinda da família real portuguesa para a América tentou impedi-lo.
Está correto o que se afirma em:
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