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r. (1997), alguns profissionais atribuem a desvalorização do atendimento à monotonia dos casos ambulatoriais, pouco desafiadores para o crescimento...

r. (1997), alguns profissionais atribuem a desvalorização do atendimento à monotonia dos casos ambulatoriais, pouco desafiadores para o crescimento profissional, e a falta de paciência dos médicos em ouvir as queixas e relato dos pacientes. Além disso, um outro determinante da resolutividade, e que por sua vez também influencia a relação médico-paciente, refere-se à natureza contraditória dos problemas de saúde apresentados pelos usuários e as soluções oferecidas pelo modelo de atenção à saúde pautado na biomedicina. Neste modelo, os conteúdos do conhecimento são orientados para o diagnóstico e tratamento de doenças definidas pelo saber científico, priorizando-se as alterações corporais em detrimento dos sujeitos e suas demandas (Luz, 1988; Camargo Jr., 1992). Assim sendo, fica evidenciada a precariedade da relação médico-paciente na medida em que o sujeito doente não é o seu principal objetivo de intervenção e cuidado (Ong et al., 1995; Luz, 1997; Pinheiro, 2001). Não obstante os profissionais de saúde centrados na doença não valorizarem o contexto no qual os sujeitos estão inseridos, o mesmo é relevante para a saúde da população (Cassel, 1976; OMS, 1986; OMS, 1991; OMS, 1992). Na conjuntura atual de precariedade do trabalho e fragilidade das relações sociais (Castel, 1993; Bourdieu, 1998), uma parcela crescente da população vem manifestando sinais de adoecimento a se expressar através de um conjunto de sintomas como ansiedade, angústia, depressão, tristeza, síndrome do pânico, entre outros, denominados por alguns autores de “sofrimento difuso” (Valla, 1999) ou “mal estar difuso” (Luz, 2001). 7 Estes sintomas difusos e inespecíficos constituem grande parte da demanda de atenção médica nos serviços públicos, porém, como não se enquadram em uma categoria diagnóstica na lógica da biomedicina não são reconhecidos como doença (Foss& Rothenberg, 1987; Camargo Jr., 1997). O sofrimento desses pacientes é muitas vezes relativizado por alguns profissionais de saúde que acreditam não se tratar de algo mais sério, pois nenhuma doença objetiva foi de fato evidenciada. No entanto, essas questões assumem um caráter relevante para a saúde pública, conforme apontado por diversos autores (Arrossi, 1994; Camargo Jr., 1998; Valla, 1998a; Valla, 2000) e evidenciado na fala de Luz: Um grande mal-estar psicossocial está em curso, produzindo sintomas e síndromes indefinidas, muitas vezes não identificáveis pela medicina, sendo responsável pela perda de milhões de horas de trabalho em todo o mundo. Configura uma grave crise sanitária (Luz, 2001:26). A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem expressado sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de práticas tradicionais de saúde, tais como o uso de plantas medicinais, no âmbito sanitário e na atenção primária (OMS, 2002). De acordo com a OMS, grande parte da população dos países em desenvolvimento depende da medicina tradicional e utiliza práticas tradicionais para abordar seus processos de saúde-doença. A medicina tradicional (MT) é um termo amplamente utilizado para se referir tanto aos sistemas complexos que englobam uma racionalidade médica própria tais como a Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda, Medicina Unani Árabe e várias formas de Medicina Indígena, quanto para se referir às terapias que incluem medicamentos fitoterápicos, partes de animais ou animais inteiros e/ou minerais, terapias naturais não medicamentosas como a acupuntura, terapias manuais e espirituais (Luz, 2003). 8 Em países como o Brasil, onde o sistema de saúde é baseado na Medicina Ocidental Contemporânea e outras formas de atenção à saúde não se encontram incorporadas ao sistema sanitário,tais práticas tem sido referenciadas como não convencionais, alternativas, complementares e integrativas (OMS, 2002; Brasil, 2006a Noronha, 2009). A homeopatia por não fazer parte das bases da Medicina Ocidental Contemporânea se insere, portanto, no âmbitos


Essa pergunta também está no material:

LIVRO - SAÚDE-COLETIVA-E-HOMEOPATIA
77 pág.

Saúde Pública e Saúde Coletiva Universidade Estácio de Sá - EADUniversidade Estácio de Sá - EAD

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