“Os homens válidos, dos quais eu fazia parte, foram transportados num caminhão naquela mesma noite para o campo de BunaMonowitz. O grupo maior, con...

“Os homens válidos, dos quais eu fazia parte, foram transportados num caminhão naquela mesma noite para o campo de BunaMonowitz. O grupo maior, constituído pelos incapacitados para o trabalho (todas as crianças, os idosos, as mulheres com filhos, os doentes e os deficiente), foi colocado em caminhões e levado a um destino desconhecido por nós. Somente depois de alguns meses, quando comecei a entender o alemão e a compreender as conversas de meus companheiros no campo de Monowitz, foi que me dei conta de que eles foram eliminados nos dias imediatamente subsequentes à chegada: isso me foi confirmado pelo fato de que, após meu retorno à Itália, nenhum deles doi reencontrado nem houve qualquer notícia deles.” (LEVI, Primo. Assim foi Auschwitz: testemunhos 1945-1986, São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 129) O trecho acima fora retirado do depoimento de Primo Levi, exprisioneiro das forças nazistas, ao processo de Bosshammer no ano de 1971. Este pode ser um exemplo de que a memória: I – É importante para conhecermos melhor o contexto histórico estudado II – É carregada de subjetividade, já que Levi nos conta algo que ocorrera em sua vida III – Pode contribuir para julgamentos contra crimes de guerra e atentados aos direitos humanos IV – Traz à tona momentos cotidianos que muitas vezes outras fontes não são capazes de alcançar