Leio o texto a seguir:
“Talvez tenha ocorrido algo na história do conceito de estrutura que pudesse ser chamado de “evento”, se essa palavra não implicasse em um significado que é precisamente função da estrutura – ou da estruturalidade – pensada para reduzir ou suspeitar. Mas deixe-me usar o termo “evento” de qualquer maneira, empregando-o com cautela e como se estivesse entre aspas. Nesse sentido, este evento terá a forma exterior de uma ruptura e um redobramento. Seria fácil mostrar que o conceito de estrutura e até a própria palavra “estrutura” são tão antigos quanto a episteme – isto é, tão antigos quanto a ciência e a filosofia ocidentais – e que suas raízes estão profundamente cravadas no solo da linguagem comum, em cujos recessos mais profundos a episteme mergulha para reuni-los mais uma vez, tornando-os parte de si mesma em um deslocamento metafórico. No entanto, até o evento que desejo marcar e definir, estruturar – ou melhor, a estruturalidade da estrutura - embora sempre tenha estado envolvida, sempre foi neutralizada ou reduzida, e isso por um processo de dar-lhe um centro ou referencial a um ponto de presença, uma origem fixa” (Derrida, 1978, p. 278).
Fonte: Derrida, Jacques. Structure, Sign, and Play in the Discourse of the Human Sciences. Writing and Difference. Trans (pp. 278-294). Alan Bass. Chicago: U of Chicago.1978.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e o trecho citado acima, análise as afirmações abaixo, que tratam das principais críticas deste ao ‘estruturalismo’:
I. Certamente, uma das principais críticas do pós-estruturalismo ao seu antecessor direciona-se à relativa ausência de coerência interna da teoria e à baixa capacidade preditiva dos modelos analíticos do estruturalismo.
II. Para o pós-estruturalismo, o privilégio concedido às análises sincrônicas no estruturalismo tende a marginalizar o questionamento sobre como os processos históricos contribuem para a formação das estruturas e das relações de poder dentro delas.
III. O pós-estruturalismo rejeita à concepção estruturalista de que o método científico permite que os indivíduos (pesquisadores) se tornem imunes aos vieses interpretativos produzidos pelas estruturas que analisa.
IV. Para os pós-estruturalistas o objetivo das teorias estruturalistas, de alcançar um conhecimento verdadeiro, deve estar no centro de toda pesquisa cientifica, rejeitando assim o excesso de reflexividade na ciência.
Agora, assinale a alternativa que indica quais afirmações estão corretas:
AApenas as afirmativas I e III estão corretas.BApenas as afirmativas I, II e IV estão corretasCApenas as afirmativas I e IV estão corretas.DApenas as afirmativas I, II e III estão corretas.EApenas as afirmativas II e III estão corretas.
A alternativa correta é a letra E: "Apenas as afirmativas II e III estão corretas." Isso porque o pós-estruturalismo critica o estruturalismo por privilegiar análises sincrônicas e marginalizar a importância dos processos históricos (afirmação II) e também rejeita a concepção de que o método científico permite imunidade aos vieses interpretativos produzidos pelas estruturas analisadas (afirmação III).
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