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No capítulo Marcações da identidade e da diferença no espaço escolar, da obra Libras, que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ...

No capítulo Marcações da identidade e da diferença no espaço escolar, da obra Libras, que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre a inclusão de sujeitos surdos e seus principais desafios. LIBRAS Deise Maria Szulczewski Marcações da identidade e da diferença no espaço escolar Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:  Identificar as concepções de identidade e de diferença no espaço escolar.  Analisar a importância do estabelecimento da identidade e da dife- rença para o melhor atendimento do aluno com deficiência na escola.  Orientar a escola sobre como lidar com as questões de identidade e de diferença. Introdução Neste capítulo, você irá entender porque as questões de “identidade” e “diferença” precisam estar muito bem esclarecidas e compreendidas por todos(as) aqueles(as) que irão trabalhar de alguma forma com os sujeitos da educação especial. No caso da escola, esse trabalho precisa ser sistemático e dinâmico. Isso porque a instituição escolar é o espaço mais importante para a consti- tuição de identidades. É no espaço escolar que as diferenças aparecem de todas as formas. Ou seja, a escola é, ou deveria ser, o lugar onde todos(as) se sintam respeitados e acolhidos. Nesse sentido, a escola precisa estar preparada e pensar estratégias para receber esses sujeitos. Além disso, as questões de acessibilidade, tanto arquitetônica quanto humana precisam estar na pauta do dia. Para entender mais sobre esse assunto, este capítulo serve como base teórica. Concepções de identidade e de diferença no espaço escolar Provavelmente você já conhece os conceitos de identidade e de diferença. No entanto, é importante que você entenda que o signifi cado dos conceitos pode variar de acordo com o contexto em que os mesmos estão inseridos. Segundo Acorsi (2003 apud LOPES, 2006, p. 7), ao analisar algumas entrevistas com professoras que trabalham em escolas especiais, foi possível defi nir o conceito de diferença das seguintes formas: “[...] diferença como contrário da igual- dade; diferença como sinônimo de diversidade; diferença como algo menor, indesejável, que necessita ser corrigido, e diferença como algo a ser tolerado.” A surdez compreendida pela concepção clínico/terapêutica enxerga a di- ferença dos sujeitos surdos apenas pelo olhar da diversidade, ou seja, reduz a diferença a materialização no corpo, no caso, a falta de audição. A partir dessa perspectiva, os sujeitos surdos são compreendidos como pessoas que precisam ser enquadradas no padrão da normalidade. As próprias políticas públicas, ao posicionarem os surdos na modalidade da educação especial, também reafirmam o discurso da deficiência. Isso é bastante preocupante, pois reduz os sujeitos somente pela falta e a incapacidade. Segundo Lopes (2006), a escola ao entender a diferença surda pelo viés da diversidade, buscará normalizar esses sujeitos, ou seja, buscará formas de trazê-los para a norma com o intuito de corrigi-los e normalizá-los. Nesse caso, a identidade desses sujeitos será constituída pelo discurso da falta, da incapacidade, ou seja, da deficiência. No outro extremo, temos a surdez compreendida pela concepção cultural, que enxerga a surdez como uma diferença cultural. Nesse caso, os surdos não são considerados deficientes, mas sim sujeitos pertencentes à outra cultura, no caso, a cultura surda. Compreender a noção de identidade a partir do campo cultural significa distanciar-se da ideia de identidade como essência, integral e única. Para o campo dos estudos culturais não falamos mais em identidade no singular e grafada com letra maiúscula e sim identidades no plural, grafada em letra minúscula. Isso se justifica pelo entendimento de que as identidades são forjadas pelo grupo em que os sujeitos estão inseridos. Nesse sentido, as identidades não são fixas, elas podem se modificar. Por esses e outros motivos, pode-se afirmar que existem várias formas de ser surdo.


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28 pág.

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No capítulo "Marcações da identidade e da diferença no espaço escolar" da obra "Libras", que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a inclusão de sujeitos surdos e seus principais desafios. O capítulo aborda as concepções de identidade e diferença no espaço escolar, a importância do estabelecimento da identidade e diferença para o melhor atendimento do aluno com deficiência na escola, e orientações para lidar com as questões de identidade e diferença. Além disso, o capítulo discute as diferentes perspectivas de compreensão da surdez, como a concepção clínico/terapêutica e a concepção cultural. Através dessas abordagens, você poderá compreender as diferentes formas de ser surdo.

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