A presença de árabes islâmicos na África e a conversão gradual de reinos africanos ao islamismo contribuíram para o aumento do processo de escravidão no continente. Isso ocorreu devido a uma dinâmica do tráfico interno, em que um grande número de cativos era transportado para a Península Arábica. Esse dinamismo pode ser explicado pelo desejo de homens da África subsaariana de se alistar nos exércitos de Meca ou Medina, o que levava à captura de mulheres e crianças como demonstração de fé. Além disso, havia uma perspectiva racista entre os africanos, como nos Reinos de Mali e Songhai, que viam os negros subsaarianos como pessoas inferiorizadas. Também havia o receio de comunidades mais centralizadas perderem poder, o que levava à dominação de povos menos centralizados para que pagassem tributos ou fossem usados como moeda de troca pelos árabes. O conhecimento dos árabes sobre as tribos desorganizadas e sem poder na região das florestas equatoriais facilitava o cativeiro. Essa dinâmica do tráfico interno também pode ser entendida como uma resposta à escravidão europeia que começava a se instalar no continente, pois os europeus ofereciam menos mercadorias importantes para os reinos africanos do que os árabes.
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