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No levantamento bibliográfico realizado nas bases de dados DEDALUS e PsycInfo, encontramos somente uma pesquisa nacional publicada com o teste da P...

No levantamento bibliográfico realizado nas bases de dados DEDALUS e PsycInfo, encontramos somente uma pesquisa nacional publicada com o teste da Pessoa na Chuva, de autoria de Jurema Alcides Cunha e Zandre Barbosa de Vasconcelos (1987). Encontramos também uma publicação de Maria Irene Leite da Costa (1957), psicóloga portuguesa com o teste, de Fay, da “Mulher que Passeia na Chuva”. O trabalho de Costa (1957) apresenta uma pesquisa realizada com 1450 crianças portuguesas entre 7 e 14 anos com o instrumento de avaliação de desenvolvimento cognitivo de Fay, a “Mulher que Passeia na Chuva”. Essa pesquisa constatou que a chuva é a representação mais freqüente depois da figura humana, que a idéia de se proteger da chuva é freqüente somente após 8 anos de idade e que a representação do movimento aparece somente a partir dos 9 anos. Segundo Costa (1957), esses resultados são compatíveis com os encontrados por Fay em crianças suíças. O estudo de Cunha e Vasconcelos (1987), inspirado nas considerações de Hammer (1991) sobre o Desenho da Figura Humana e o teste da Pessoa na Chuva, comparou os resultados de ambos os instrumentos em três grupos de adolescentes com semelhantes idades, escolaridades e condições socioeconômicas: infratores internados (N=20) por delitos contra a pessoa (homicídio, tentativa de homicídio, assalto a mão armada e latrocínio), infratores internados (N=10) por delito contra o patrimônio (furtos) e não infratores (N=17). Os resultados revelaram maior incidência de indicadores de ansiedade nos desenhos da Pessoa na Chuva nos três grupos e ausência de guarda-chuva, estatisticamente significativa, nos dois grupos de adolescentes infratores. Cunha e Vasconcelos (1987, p.41) concluíram que a presença do guarda-chuva no teste da Pessoa na Chuva parece, de fato, representar a proteção contra situações estressantes, contudo, a sua ausência pode representar dois tipos distintos de funcionamento da personalidade: um funcionamento neurótico, incapaz de manejar adequadamente as próprias, merecendo ser retomado como ponto de partida para novas investigações acerca das possíveis alterações na interpretação da ausência do guarda-chuva. Diante do panorama apresentado, verificamos que o teste da Pessoa na Chuva ainda é um instrumento muito pouco estudado, mesmo nos países sul-americanos que possuem tradição no seu uso. A discussão sobre as variáveis socioculturais que intervêm na ausência da representação do guarda-chuva demonstra pertinência e relevância, contudo, nem mesmo nesses países foram encontrados estudos sistematizados, teóricos ou empíricos, sobre a questão. Vale destacar que a Figura Humana de Machover (1949), embora seja uma técnica clássica, muito difundida e utilizada mundialmente, ainda carece de estudos atuais de validade e de precisão. Conforme salientamos anteriormente, a única técnica projetiva com figura humana autorizada para uso no Brasil é o HTP (Casa-Árvore-Pessoa) de John Buck (1948/2003), que deverá ser o instrumento empregado para os estudos de validade e fidedignidade do teste da Pessoa na Chuva em nosso meio. Por este motivo sugerimos que a interpretação do teste da Pessoa na Chuva no Brasil utilize os critérios de avaliação do desenho da pessoa do teste de Buck (1948/2003). O Teste da Pessoa na Chuva com crianças vítimas de violência doméstica Considerando que o teste da Pessoa na Chuva é um instrumento que se propõe a compreender a maneira pela qual o indivíduo enfrenta situações de tensão, nos colocamos diante da seguinte questão: como as crianças que vivem sob o impacto de uma tensão constante como a violência doméstica se expressariam por meio desse instrumento? A partir desse questionamento, três psicólogas argentinas (Barilari, Agosta & Colombo, 2000), iniciaram um estudo pioneiro para investigar as características gráficas mais comuns do teste da Pessoa na Chuva em crianças vitimizadas. Barilari et al. (2000, p.8), partiram da hipótese que “em todo menor submetido a maltrato crônico intrafamiliar se produz um dano psíquico que se expressa através de suas representações gráficas e de seu comportamento.” O estudo supracitado comparou 81 crianças com histórico comprovado de violência intrafamiliar e 71 crianças da população e encontrou freqüências estatisticamente significativas de algumas características gráficas do grupo de crianças vitimizadas. Para as autoras, essas características podem ser consideradas possíveis indicadores de situação de violência doméstica, pois estão associadas a manifestações clínicas presentes na literatura especializada como queixas somáticas, retraimento, sentimentos de inadequação, isolamento e dificuldade de expressar afeto (Barilari et al., 2000)

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cp037755
201 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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