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Previsão 3 Vários estudos testaram a previsão de que a redução da tendência dos pacientes à má interpretação das sensações físicas evitaria ataques...

Previsão 3 Vários estudos testaram a previsão de que a redução da tendência dos pacientes à má interpretação das sensações físicas evitaria ataques de pânico. Pesquisas iniciais sobre o pânico estabeleceram que uma série de agentes farmacológicos (lactato de sódio, dióxido de carbono, isoproterenol, cafeína) podem, com segurança, induzir a um estado que é percebido como semelhante aos ataques de pânico naturais em pacientes com transtorno do pânico, mas raramente o fazem em pacientes sem pânico ou controles normais. Teóricos da linha biológica interpretaram essas descobertas como evidências de que o pânico pode ser diretamente induzido por mudanças bioquímicas e que o transtorno do pânico é devido a um distúrbio neuroquímico. Ao contrário, teóricos cognitivos argumentam que esses agentes farmacológicos não têm um efeito direto de indução ao pânico, mas, ao invés disso, induzem ao pânico porque os pacientes fazem uma má interpretação das sensações físicas induzidas farmacologicamente. A fim de testar a previsão 3 e para distinguir entre as explicações cognitivas e biológicas para as induções farmacológicas ao pânico, Rapee, Mattick e Murrell (1986); Sanderson, Rapee e Barlow (1989); Clark (1993); e Clark, Salkovskis, Anastasiades et al. (1996) investigaram se manipulações puramente cognitivas poderiam ou não bloquear o pânico induzido farmacologicamente. Rapee et al. (1986) utilizaram uma manipulação instrucional pré-inalação para influenciar a interpretação dos pacientes das sensações induzidas por uma única inalação de 50% de dióxido de carbono e 50% de oxigênio. Metade dos pacientes com transtorno do pânico foi designada a uma condição de nenhuma explicação, na qual foram fornecidas informações mínimas sobre o procedimento. A outra metade recebeu uma explicação mais detalhada, na qual todas as sensações possíveis foram descritas e atribuídas aos efeitos do gás. Uma verificação da manipulação confirmou que o grupo que recebeu explicações detalhadas teve cognições menos catastróficas durante a inalação do que o grupo que não recebeu qualquer explicação. Conforme previsto pela teoria cognitiva, o grupo que recebeu explicações detalhadas também relatou pânico significativamente menor do que o grupo sem explicações. Sanderson et al (1989) estudou a inalação de dióxido de carbono. Antes de receber uma inalação de 20 minutos de 5% de dióxido de carbono no ar, foi mostrado um disco a pacientes com transtorno do pânico e lhes foi dito que o ato de girar esse disco diminuiria o fluxo de dióxido de carbono caso uma luz próxima estivesse acesa, mas não em caso contrário. Na verdade, o disco não tinha qualquer efeito no fluxo de dióxido de carbono. Durante a infusão, a luz se acendeu para a metade dos pacientes (grupo com ilusão de controle), mas não foi acesa para os sujeitos restantes (grupo sem ilusão de controle). Conforme previsto, os pacientes do grupo com ilusão de controle apresentaram uma probabilidade significativamente menor de entrar em pânico, mesmo não tendo usado o disco e tendo recebido tanto dióxido de carbono quanto o grupo sem ilusão de controle. Clark, Salkovskis, Anastasiades, Middleton e Gelder (1996) estudaram infusões de lactato de sódio. Pacientes com transtorno do pânico foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos de instrução pré-infusão (experimental ou controle). As instruções ao grupo experimental foram planejadas de modo a evitar que os pacientes interpretassem mal as sensações induzidas pelo lactato. Em consonância com a teoria cognitiva, os autorrelatos dos pacientes, o monitoramento fisiológico e os julgamentos de um assessor cego indicaram que os pacientes que receberam as instruções do grupo experimental apresentaram uma probabilidade significativamente menor de sofrer episódios de pânico do que os pacientes aos quais foram dadas as instruções do grupo controle, embora a quantidade de lactato infundida tenha sido a mesma em ambos os grupos.

Essa pergunta também está no material:

Copia de fronteiras da terapia cognitiva comportamnetaL
498 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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O texto apresenta uma revisão de estudos que testaram a previsão de que a redução da tendência dos pacientes à má interpretação das sensações físicas evitaria ataques de pânico. Foram realizadas pesquisas iniciais sobre o pânico que estabeleceram que uma série de agentes farmacológicos podem induzir a um estado que é percebido como semelhante aos ataques de pânico naturais em pacientes com transtorno do pânico. Teóricos da linha biológica interpretaram essas descobertas como evidências de que o pânico pode ser diretamente induzido por mudanças bioquímicas e que o transtorno do pânico é devido a um distúrbio neuroquímico. Ao contrário, teóricos cognitivos argumentam que esses agentes farmacológicos não têm um efeito direto de indução ao pânico, mas, ao invés disso, induzem ao pânico porque os pacientes fazem uma má interpretação das sensações físicas induzidas farmacologicamente. Para testar a previsão 3 e para distinguir entre as explicações cognitivas e biológicas para as induções farmacológicas ao pânico, foram realizados estudos que investigaram se manipulações puramente cognitivas poderiam ou não bloquear o pânico induzido farmacologicamente. Os resultados desses estudos indicaram que as manipulações cognitivas podem reduzir significativamente o pânico induzido farmacologicamente, o que sugere que a má interpretação das sensações físicas é um fator importante no desenvolvimento do transtorno do pânico.

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