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A trajetória do serviço de extensão rural no Brasil engloba três momentos distintos quanto à orientação filosófica e ao modelo operacional predomin...

A trajetória do serviço de extensão rural no Brasil engloba três momentos distintos quanto à orientação filosófica e ao modelo operacional predominantes em cada um deles, que são coerentes com as formas de intervenção do Estado e as macrodefinições políticas dos seus planos de desenvolvimento. Disserte sobre estes períodos, destacando as peculiaridades de cada um deles.
R.: Definem-se três períodos marcantes na história da extensão: o humanismo assistencialista, o difusionismo produtivista e o humanismo crítico. O humanismo assistencialista prevaleceu desde a origem da extensão rural no Brasil, em 1948, até a primeira metade da década de 1960, em um período em que o Estado brasileiro ainda não despertara para o potencial produtivo da agricultura em termos de capitalização e pelo uso intensivo de tecnologia. Não que a agricultura deixasse de exercer papel fundamental na dinâmica da economia. Muito pelo contrário, ela arcou com os custos do processo de industrialização, garantindo a produção de divisas que lhe eram subtraídas, via confisco cambial, para viabilizar a montagem do parque industrial brasileiro. O difusionismo produtivista tem como principal caraterística a prevalência dos objetivos expressos nos planos governamentais de desenvolvimento que prevalecem sobre o localismo e o “missionarismo” da ação extensionista. Nesse período, observa-se uma intensa proliferação de unidades locais especializadas, formadas por equipes de agrônomos, veterinários e técnicos agrícolas, sinalizando a prioridade para atividades econômicas. Diante da diminuição do quadro de economistas domésticas, os trabalhos na área de bem-estar concentram-se nos aspectos de nutrição, saúde e educação, utilizando a estrutura dos órgãos especializados já existentes e atuantes nessas áreas. Nesse contexto, surge o terceiro período caracterizado pelo humanismo crítico que deveria dominar na Nova República. A característica que define o humanismo crítico é a promoção humana integral das maiorias integrantes do campo, mas sem paternalismo, adotando-se uma perspectiva libertadora em que o pequeno agricultor, proprietário ou não das terras onde labuta, é sujeito de suas ações como cidadão, problematiza a sua realidade e decide.

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Extensão e Comunicação Rural

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O texto disserta sobre a trajetória do serviço de extensão rural no Brasil, que engloba três momentos distintos quanto à orientação filosófica e ao modelo operacional predominantes em cada um deles. O primeiro período é o humanismo assistencialista, que prevaleceu desde a origem da extensão rural no Brasil, em 1948, até a primeira metade da década de 1960. O segundo período é o difusionismo produtivista, que tem como principal característica a prevalência dos objetivos expressos nos planos governamentais de desenvolvimento que prevalecem sobre o localismo e o “missionarismo” da ação extensionista. O terceiro período é o humanismo crítico, que deveria dominar na Nova República, e tem como característica a promoção humana integral das maiorias integrantes do campo, mas sem paternalismo, adotando-se uma perspectiva libertadora em que o pequeno agricultor é sujeito de suas ações como cidadão, problematiza a sua realidade e decide.

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