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Acreditamos que o ensino formal, seja ele no nível Fundamental, Médio ou Superior carrega marcas do passado colonizado. O histórico de colonização ...

Acreditamos que o ensino formal, seja ele no nível Fundamental, Médio ou Superior carrega marcas do passado colonizado. O histórico de colonização está nos fundamentos das relações ainda hoje. Para se ter uma ideia da forma de discurso dirigida aos africanos, Meneses (2010), menciona um trecho do General José Justino Teixeira Botelho, do ano de 1921, que diz “[...] o intelecto do negro é muito inferior e incapaz de compreender os horrores da servidão; além disso a raça é propensa ao vício, à incúria e à inércia, e, abandonada de si própria, em breve cairia na mais selvagem brutalidade.” (MENESES, 2010, p. 59). Essa fala versava especificamente sobre as obras militares portuguesas em Moçambique, mas ela soa tão diferente das cartas do tempo dos descobrimentos com relação aos nossos índios? Soa diferente das acusações que, por vezes, ainda hoje se dirigem aos negros e que marca o discurso de servidão? Essas falas também têm reflexos na escola e uma resposta a esses desafios foi a aprovação da Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Essa leia altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. Inclui como conteúdo programático do ensino fundamental e médio o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. Como se nota, o conteúdo de geografia está diretamente vinculado a obrigação imposta por essa lei. Mas, estariam as Universidades formando seus professores para isso? A escola e o processo de escolarização, de acordo com o Ministério da Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s), possuem grandes desafios ao pensar a educação de um vasto território como o Brasil. A educação escolar deve fornecer meios pelos quais os estudantes possam fazer suas leituras de mundo de forma a respeitar o coletivo, reconhecer as diferenças e criticá-las baseados nos conceitos historicamente construídos nos mais diversos campos do conhecimento. Nesse sentido, a realização desse trabalho possuía como objetivos a seguinte sequência: verificar as exigências do PNLD – Programa Nacional do Livro Didático em relação as questões étnico-raciais no âmbito da geografia. Após, identificar a qualidade da abordagem sobre a Geografia da África e questões étnico-raciais nas onze coleções aprovadas no PNLD (2017) para o Ensino Fundamental – Anos Finais. E, finalmente, analisar se os cursos de geografia têm conteúdo/disciplinas sobre Geografia Africana ou Afro-Brasileira nos seus currículos. Ao atingir os objetivos, espera-se ter um panorama de como a Geografia da África e a questões étnico-raciais estão sendo enxergados pela Geografia.

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O texto apresenta uma reflexão sobre como o ensino formal no Brasil carrega marcas do passado colonizado e como isso se reflete nas relações ainda hoje. O autor cita um trecho de um discurso racista do General José Justino Teixeira Botelho, do ano de 1921, que versa sobre as obras militares portuguesas em Moçambique, mas que soa semelhante às acusações que ainda hoje se dirigem aos negros e índios no Brasil. O texto também menciona a Lei Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, e questiona se as universidades estão formando seus professores para lidar com essa temática. O autor também apresenta os objetivos de um trabalho que visa verificar as exigências do PNLD em relação às questões étnico-raciais no âmbito da geografia, identificar a qualidade da abordagem sobre a Geografia da África e questões étnico-raciais nas coleções aprovadas no PNLD (2017) para o Ensino Fundamental – Anos Finais e analisar se os cursos de geografia têm conteúdo/disciplinas sobre Geografia Africana ou Afro-Brasileira nos seus currículos.

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