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O fígado é o órgão mais comum de acometimento de metástases colorretais, sendo que aproximadamente 50% dos pacientes com câncer colorretal desenvol...

O fígado é o órgão mais comum de acometimento de metástases colorretais, sendo que aproximadamente 50% dos pacientes com câncer colorretal desenvolverão metástases hepáticas em algum período de sua doença. Em 15-25% dos pacientes com doença colorretal, a doença metastática hepática é descoberta na mesma época do tratamento da doença primária (lesão sincrônica). Em 25-50% dos casos, a doença metastática irá desenvolver-se durante o acompanhamento do paciente, após o tratamento da doença primária (lesão metacrônica). As lesões metacrônicas estão associadas ao estágio III (TNM) da doença primária em 60% dos casos, e o intervalo livre de doença geralmente é menor do que dois anos. Atualmente a ressecção hepática é considerada o padrão-ouro no tratamento das metástases hepáticas do câncer colorretal. Em centros de referência, a mortalidade cirúrgica deve ser menor que 5%, incluindo-se grandes ressecções hepáticas, com índices de sobrevida em 5 anos de 25-58%, sobrevida média de 30-40 meses e provável cura um alguns pacientes, resultados de sobrevida superiores aos obtidos com o tratamento cirúrgico de outros tumores não metastáticos do trato gastrointestinal, tais como de estômago 36% em 5 anos e de pâncreas 24%. Apesar dos bons resultados, até recentemente só era oferecido cirurgia a 15% dos pacientes com CCR metastático. A utilização de regimes de quimioterapia com altas taxas de resposta, um melhor conhecimento da regeneração hepática e, principalmente, a formulação de estratégias, combinando diferentes modalidades de tratamento em uma cronologia precisa, expandiram as condições de ressecção. O tipo de ressecção que será realizada irá depender do tamanho, número e localização das lesões. Diferente do carcinoma hepatocelular, atualmente as ressecções hepáticas não anatômicas são aceitas principalmente em caso de doença multilobar, com objeto de preservação de parênquima. Muitas vezes será necessária a combinação de ressecções anatômicas (segmentectomias, bissegmentectomias, trissegmentectomias, ressecções setoriais, hepatectomias direita ou esquerda) e não anatômicas. O número de lesões ou multilobularidade por si só não contraindica ressecção, embora a presença de um número acima de seis ou sete metástases hepáticas esteja associada a pior prognóstico. Algumas lesões localizadas profundamente no lobo direito ou em segmentos centrais podem requerer ressecções extensas em razão de sua localização e/ou relação com vasos principais. Nestas situações, métodos de ablação, como radiofrequência, crioterapia ou micro-ondas, podem ser considerados alternativos a uma ressecção de grande porte (major) para lesões pequenas e de localização anatômica desfavorável. Devemos sempre poupar o máximo de parênquima hepático sadio possível, porque cerca de 50% dos pacientes irão novamente recidivar no fígado, muitas vezes de maneira exclusiva e dessa maneira terão chance maior de ressecção, que, quando R0, confere uma sobrevida semelhante à da primeira ressecção.

Essa pergunta também está no material:

Coloproc Prova
91 pág.

Med Curso 2018

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Qual é a importância da ressecção hepática no tratamento das metástases hepáticas do câncer colorretal?

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