Diante do cenário vivido frente à crise da pandemia mundial devido à COVID – 19, se configurou um novo mundo e consequentemente uma nova sociedade ...
Diante do cenário vivido frente à crise da pandemia mundial devido à COVID – 19, se configurou um novo mundo e consequentemente uma nova sociedade brasileira. As relações entre quarentena, sofrimento psíquico e vulnerabilidade social, são temas que devemos nos debruçar e buscar o melhor entendimento desses três pontos que dialogam entre si. Entende-se que a quarentena para algumas pessoas ocorreu de forma positiva, no sentido de se reconectar com a família, e poder desfrutar da convivência diária de um modo intenso e diferente, visto a questão da orientação da Organização Mundial de Saúde sobre isolamento social e os cuidados com a saúde nesse período. O que de fato, para pessoas de determinada camada da classe social, é possível desfrutar dessa condição, de trabalhar em home office e com a continuidade do salário integral e permanência do padrão vida existente. Contudo, para grande maioria que precisa trabalhar e sustentar a família, e por tantas outras questões que atravessam a classe mais vulnerável socialmente e sem estabilidade ocupacional, passa a ser questão de sobrevivência, o que gera grande insegurança, incerteza e certo pânico, pois a escassez de recursos promove uma série de questões psicossociais. Por isso, se faz necessário um olhar genuíno no que tange ao exercício de produção do cuidado em saúde mental, principalmente no período pós isolamento social, visto as consequências desse tempo. O “novo normal” foi estabelecido, e com isso, novas formas de se relacionar com familiares, amigos, no trabalho, no consumo, nos estudos, entre outros aspectos que nos transportaram para esse cenário inimaginável anteriormente. Entretanto, é de suma importância a mudança na forma de pensar e agir, pois o “o novo normal”, nos convida para uma dimensão do saber, do aprender e do fazer diferenciada e desafiadora, considerando os diferentes contextos e gerações. Todavia, esse atual momento se estabeleceu de forma singular e atípica, nos impulsionando para dimensão de uma outra perspectiva de vida. Todavia, o período de isolamento social e as consequências marcadas pela pandemia, são vivenciadas de acordo com a ótica e especificidade de cada território e os atravessamentos provenientes desse tempo, estão eternizados na vida de cada pessoa, especialmente as que configuram a classe vulnerável e que compõe a maior parte da teia social.
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