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Problemas ambientais como contaminação da água, poluição atmosférica, destruição da biodiversidade, desertificação de solos agricultáveis, intensif...

Problemas ambientais como contaminação da água, poluição atmosférica, destruição da biodiversidade, desertificação de solos agricultáveis, intensificação dos fenômenos extremos, aumento do nível dos mares e oceanos juntam-se aos problemas graves de pobreza, guerras, fome e doenças presentes neste mundo tão desigual que, irresponsavelmente, fomos “construindo” nos últimos séculos. Estudos científicos avançados nos mostram que existe uma profunda e indissociável interconexão entre a existência de todos os seres vivos e o meio ambiente; que a vida emerge e se mantém em redes de troca de alta complexidade; que cada ser vivo é um sistema completo que se aninha em outro sistema sucessivamente até a biosfera. Essas descobertas confirmam o que bem sabiam as sociedades tradicionais que viviam em aliança com a Natureza e que, mais do que conhecê-la, a respeitavam e reverenciavam. A palavra ecologia vem do grego oikos e significa casa, lar. Ecologia é a ciência da administração do Lar-Terra, da Pacha-Mama, grande mãe, como nosso planeta era designado nas culturas andinas, ou de Gaia, organismo vivo, como era chamado na mitologia grega e também o é na moderna cosmologia. Aos poucos, porém, fomos nos distanciando da Mãe Terra, a ponto de não mais reconhecer os ciclos e os fluxos com que ela nutre e sustenta a vida. Apesar dos constantes alertas da comunidade científica, dos ambientalistas e de milhares de organizações da sociedade civil, a capacidade de resposta do mundo diante da possibilidade de morte entrópica do Planeta, anunciada pelas mudanças climáticas, é duvidosa. A racionalidade instrumental e o alcance das ciências positivas não parecem suficientes para responder à crise ambiental. A capacidade de reflexão que pode levar às mudanças urgentes e profundas que precisam ser feitas ainda é tênue e tímida. A engenhosidade e a criatividade do ser humano são capazes de gerar tecnologias de menor impacto, de desenvolver e disponibilizar fontes energéticas limpas e renováveis, de projetar aviões, automóveis, equipamentos energeticamente eficientes, de encontrar alternativas de soluções que minimizem os impactos das mudanças climáticas. Mas tais avanços não bastam, porque não representam mudanças na maneira de se relacionar com a Natureza, não alteram substancialmente o modelo que ainda prioriza o lucro em detrimento da vida, não ressignificam as relações humanas, não contemplam o cuidado com o outro e com a Terra como bem essencial. Mas algumas experiências de restauração de ecossistemas degradados, de recuperação de nascentes, de repovoamento florestal, de solos que reencontram fertilidade por meio de manejo adequado nos animam e renovam esperanças, pois fazem o contraponto à lentidão de mudanças globais estruturantes, ainda incipientes. A esperança vem das múltiplas, valiosas e emblemáticas experiências de estudiosos, pesquisadores, ativistas e comunidades, cujos esforços se somam na busca de avanços rumo à construção de sociedades sustentáveis. Precisamos todos reaprender a tecer, juntar nossas mãos às de milhares de pessoas que, em todo o mundo, entrelaçam os fios das ciências ecológicas e sociais, da história e da arte, da inovação e da tradição, misturam as cores e texturas do conhecimento tradicional e científico para, aos poucos, reconstituir a resiliência da Vida, contribuindo para que a Natureza reencontre seu ponto de equilíbrio. O papel da educação ambiental crítica e transformadora é preponderante neste ritual de passagem da humanidade: construir com as pessoas um novo olhar sobre tudo que nos cerca, fomentar nos homens e mulheres de hoje sentimentos de admiração e respeito por todas as formas de vida e um profundo senso de comprometimento com a manutenção da complexa e fascinante Teia da Vida.

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392 pág.

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O texto apresenta uma reflexão sobre a crise ambiental que o mundo enfrenta atualmente, destacando a interconexão entre todos os seres vivos e o meio ambiente. O autor ressalta a importância da ecologia como ciência da administração do planeta Terra e da necessidade de mudanças urgentes e profundas na maneira como nos relacionamos com a natureza. O texto também destaca a importância da educação ambiental crítica e transformadora como ferramenta para construir um novo olhar sobre o meio ambiente e fomentar o comprometimento com a manutenção da vida na Terra.

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