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As medidas assecuratórias previstas no Código de Processo Penal são conhecidas, também, como medidas cautelares reais ou patrimoniais. As espécies ...

As medidas assecuratórias previstas no Código de Processo Penal são conhecidas, também, como medidas cautelares reais ou patrimoniais. As espécies previstas são: a inscrição da hipoteca legal, o sequestro e

o arresto de bens móveis e imóveis. Cada uma delas observa um procedimento diferente e serve a situações específicas.

Suponha que você é um juiz e se depara com o seguinte caso: Leandro é caminhoneiro e, em uma de suas viagens, fez parte de um acidente de trânsito em que o motorista de outro caminhão veio a falecer. Ele foi acusado de dar causa ao acidente por não conseguir fazer uma ultrapassagem. Leandro alega que o acidente foi culposo, pois observou todas as normas de trânsito e relizou a manobra em local adequado, atentando para a velocidade máxima permitida. O acidente causou danos apenas na lataria do caminhão de Leandro que foram reparados antes mesmo da conclusão da investigação pela polícia. O caminhão, então, está em perfeitas condições e pode continuar fazendo fretes. Por sua vez, o caminhão de Ricardo (de cujus) teve perda total. Leandro agora é réu no processo criminal e responde por homicídio culposo. Apresentação:

O Ministério Público pleiteou ao juiz competente a implementação de medidas assecuratórias para garantir indenização por danos patrimoniais e morais à família de Ricardo, valor estipulado em 500 mil reais. O PEDIDO CONSISTE EM: 

Hipoteca da casa em que o réu reside com a família, seu único bem imóvel, avaliada em 300 mil reais. Arresto do caminhão, avaliado em 170 mil reais. Arresto de um carro de passeio utilizado pela família, avaliado em 30 mil reais. ESSE É TODO O PATRIMÔNIO DE LEANDRO. ​​​​​​​Neste caso, como você decidiria em relação à hipoteca e aos dois arrestos: o pedido será improcedente, procedente ou parcialmente procedente? Qual a fundamentação legal que justifica a procedência ou não de cada uma das medidas assecuratórias?


Padrão de resposta esperado

O pedido deve ser julgado parcialmente procedente. Apesar de ser considerado bem de família, o imóvel em que o réu reside pode ser objeto de penhora e, consequentemente, de hipoteca, por força do artigo 3º, VI da Lei 8.009/90, que dispõe que a impenhorabilidade do bem de família não é oponível "para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens".

O arresto de bens móveis é subsidiário ao de bens imóveis. Por não possuir outros bens, sendo o imóvel de valor insuficiente ao estipulado pelo Ministério Público para reparação do danos, o veículo de passeio, propriedade desembaraçada do réu, pode ser objeto do arresto, nos termos do artigo 137 do Código de Processo Penal.

Por sua vez, o caminhão não deve ser objeto de arresto / penhora. De acordo com o inciso V do artigo 833 do Código de Processo Civil são impenhoráveis "os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado". Nesse sentido, sendo o réu caminhoneiro e o veículo seu único instrumento de trabalho, a medida é ilegal e deve ser indeferida.

Conclui-se, então, que o imóvel e o veículo de passeio podem ser

objeto das medidas assecuratórias de especialização de hipoteca

legal e arresto subsidiário de bens móveis; esses são os pedidos

que procedem. Por outro lado, o arresto do caminhão é improcedente,

​​​​​​​o que faz com que os pedidos do Ministério Público sejam parcialmente procedentes.


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