“Mas afinal, o que é o próprio governo senão o maior de todos os reflexos da natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria necessário haver...

“Mas afinal, o que é o próprio governo senão o maior de todos os reflexos da natureza humana? Se os homens fossem anjos, não seria necessário haver governos. Se os homens fossem governados por anjos, dispensar-se-iam os controles internos e externos do governo.” (MADISON apud LIMONGI. O Federalista: remédios republicanos para males republicanos, 1995, p. 273)

Tendo por base o texto acima do texto de Sell,assinale a alternativa CORRETA:

O liberalismo, em ambas as suas vertentes, não se preocupa com o caráter do ser humano e suas repercussões morais. Sendo ele anjo ou não, a única coisa que interessa ao pensamento liberal é a capacidade do homem adentrar o livre mercado.

Constatar que os homens não são anjos implica em duvidar da boa vontade e índole dos governantes. Assim sendo, por melhor que possam ser as intenções de um governo, segundo a lógica liberal, seria necessário algum tipo de controle e limites à sua atuação.

O liberalismo clássico se apresenta como uma negação das perspectivas tradicionais sobre o ser humano e a sociedade. Ao mesmo tempo, porém, demonstra apreço por premissas conservadoras, principalmente em termos religiosos, mantendo uma linha de raciocínio vinculada à providência divina e crítica de um Estado laico.

O liberalismo econômico de pensadores como Adam Smith defende a necessidade de intervenção estatal somente quando a natureza humana incorre em comportamentos negativos, uma vez que, de fato, os homens não são anjos. Assim, o Estado liberal é caracterizado por sua capacidade e vontade de proteger o ser humano de si mesmo e suas próprias decisões ruins.

Constatar a necessidade de controles externos e internos de um governo implica na aceitação de perspectivas emintemente não liberais. Uma vez criado o Estado, sua responsabilidade é de proteger os direitos individuais a qualquer custo, sem qualquer tipo de restrição.