Até os anos 80, a gestão pública tinha por característica uma centralização decisória e financeira, o que impedia a participação do cidadão brasile...

Até os anos 80, a gestão pública tinha por característica uma centralização decisória e financeira, o que impedia a participação do cidadão brasileiro em diversos processos referentes à vida pública, cabendo aqui o registro da educação, conforme cita Fábio Alves, um cidadão participativo, sabedor de seus direitos e deveres, ciente da importância de suas ações para a construção de uma nação forte e também um sujeito que saiba conviver com a diversidade. Na construção desta redemocratização, foi reservado um espaço privilegiado para a escola e para a ação pedagógica que ela desenvolve (Shiroma, 2004; Fávero, 1996). Analise: i) em meio a muitas lutas e mobilizações da sociedade se insurgiram, primeiramente como fruto do próprio governo solicitando a instauração de uma nova Constituição, a de 1988, configurando-se em uma marca da redemocratização no Brasil. O objetivo principal era garantir os direitos sociais, políticos, econômicos e culturais que foram suprimidos para conter o comunismo e garantir a participação da sociedade como um todo nas decisões dos órgãos do Estado. ii) a Carta Magna previu a divisão e autonomia dos poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário; a adoção do Presidencialismo, com eleições diretas e com abrangência para as três esferas dos poderes municipal, estadual e federal; a liberdade de imprensa, de pensamento e organização, como resultado das lutas sociais, entre outras conquistas, mas, principalmente, o acesso à saúde e à Educação para todos os brasileiros. iii) a abrangência e a importância da Constituição de 1988 são explicitadas por Santos Júnior (2001) da seguinte forma: a Constituição de 1988 apresenta, com efeito, uma nova configuração da gestão das políticas públicas, instituindo novos mecanismos nos processos de tomada de decisões, o que faz emergir um regime de ação pública descentralizada, no qual são criadas formas inovadoras de interação entre Governo e sociedade, através de canais e estratégias de participação social, como se dá com os Conselhos Gestores.