Os programas de mudança planejada destinam-se a racionalizar os investimentos de tempo e recursos feitos pela organização, de forma a direcionar as ações, identificando o que e como fazer, além de esclarecer quais aspectos organizacionais devem ser mudados. De acordo com Lewin (1951 apud ZABOT; SILVA, 2002), o processo de mudança planejada envolve três momentos: descongelamento, mudança e recongelamento. O descongelamento implica tornar a necessidade de mudança comum ao indivíduo, grupo ou organização, de modo que todos possam perceber e aceitá-la prontamente. A mudança diz respeito ao estabelecimento de novos padrões de comportamento, geralmente impulsionado por um agente de mudança interno ou externo. O recongelamento trata da cristalização do novo modelo, ou seja, a consolidação do novo padrão de comportamento. Este modelo é útil para ajudar as pessoas a compreender e a lidar com a mudança, auxiliando os líderes a entender como as pessoas reagem a elas, como essas reações podem ser controladas e como mudanças podem ser implementadas de forma eficaz. Segundo Zabot e Silva (2002), uma organização é mudada quando são alteradas a sua estrutura, a sua tecnologia ou o seu pessoal. A mudança da estrutura envolve a reformulação de seus sistemas internos, por exemplo, os processos, o fluxo de trabalho ou a hierarquia estabelecida. A mudança da tecnologia significa alterar os equipamentos e sistemas, adequando a tecnologia de informação à estrutura e às pessoas. A mudança do pessoal envolve alterações no treinamento, nas políticas de RH, no comportamento e na postura assumida pelos membros da organização. É importante destacar que essas mudanças não ocorrem isoladamente, ao contrário, ocorrem de forma sistemática, uma afetando a outra e provocando efeito multiplicador. As técnicas de intervenção e mudança organizacional planejada baseiam-se na ciência do comportamento, estabelecendo-se de maneira contínua e ininterrupta, quase sempre envolvendo uma visão em médio e longo prazos, bem como mudanças culturais e comportamentais, feitas com base em um diagnóstico prévio, seguindo um enfoque interacional, pelo qual a estratégia surge como resultado da aprendizagem dos membros envolvidos. A resistência à mudança é um dos principais desafios para os gestores, e minimizar essa reação automática do ser humano é essencial para promover as mudanças necessárias à sobrevivência da organização.
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