Excerto 1: Para a personalidade ética escapar da culpa e do sentimento de pecado, ela deve passar para o estágio religioso, dando o chamado “salto...

Excerto 1: Para a personalidade ética escapar da culpa e do sentimento de pecado, ela deve passar para o estágio religioso, dando o chamado “salto da fé”. A passagem do estágio ético para o estágio da fé é muito bem retratada em Temor e Tremor, em que Abraão precisa fazer uma escolha cega diante do que lhe é apresentado. Do ponto de vista da estética, Abraão não busca o próprio prazer, não podendo ser enquadrado nesse estágio. Do ponto de vista da ética, Abraão é um transgressor da lei moral, um assassino. Ele só pode ser considerado um herói a partir do ponto de vista da fé. Em contrapartida ao hegelianismo, Kierkegaard defende que a fé não é o resultado de uma racionalização objetiva, mas uma decisão cega, um verdadeiro “salto no escuro”. (KENNY, A. História Concisa da Filosofia Ocidental. Tradução de Desidério Murcho. Lisboa: Temas e Debates, 1999.1999, p. 378-379). Excerto 2: Quando observarmos a vida, logo nos convencemos de que, embora esteja correto o que foi exposto, de que a angústia é o último estado psicológico do qual surge o pecado no salto qualitativo, todo paganismo e sua repetição dentro do cristianismo residem, afinal de contas, num mero determinar quantitativo, de onde não surge o salto qualitativo do pecado [...]. É bem estranho que a ortodoxia cristã constantemente tenha ensinado que o paganismo jazia no pecado, enquanto, afinal de contas, a consciência de pecado só foi instituída pelo cristianismo. (KIERKEGAARD, S. O Conceito de Angústia. Tradução de Álvaro Luiz Montnegro Walls. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 100). Levando em consideração os excertos 1 e 2, é correto afirmar que: Alternativas Alternativa 1: Do ponto de vista ético e prático, nem todas as nossas ações são éticas, revelando que a nossa vida prática não tem um sentido ético, as nossas ações não são justificáveis pela fé. Alternativa 2: Do ponto de vista teórico e intelectual, as nossas escolhas são, em sua maioria, absolutamente racionais e refletidas. Alternativa 3: Kierkegaard concorda com Hegel ao estabelecer