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Até o momento, são poucas as evidências acerca do melhor tipo de intervenção de conscientização, o qual, provavelmente, varia de acordo com caracte...

Até o momento, são poucas as evidências acerca do melhor tipo de intervenção de conscientização, o qual, provavelmente, varia de acordo com características da população. Recomenda-se cautela com qualquer generalização sobre o tipo de intervenção mais adequada para gerar consciência, pois diferenças culturais entre países ou mesmo entre regiões de um mesmo país podem ser determinantes na resposta a esse tipo de intervenção educacional. As estratégias de conscientização devem envolver mensagens sobre conscientização do próprio corpo, conhecimento de aspectos normais das mamas e suas variações ao longo do ciclo menstrual e do envelhecimento, bem como mensagens sobre os sinais de alerta para o câncer de mama. Para que tenham êxito, essas estratégias devem, necessariamente, contar com a capacitação dos médicos generalistas e demais profissionais de saúde da atenção primária que participem do atendimento ou das atividades educativas para essa população. Outra vertente essencial dessa estratégia é a estruturação de uma rede de atenção à saúde preparada para acolher, de forma oportuna, as mulheres com sinais e sintomas suspeitos, garantindo, com qualidade, toda a investigação para confirmação diagnóstica e o subsequente tratamento dos casos com confirmação diagnóstica de câncer de mama. A construção de um diagnóstico diferencial baseia-se na escolha de testes diagnósticos e na interpretação dos seus resultados e é habilidade essencial aos médicos. O conhecimento da prevalência de câncer de mama, associado a aspectos como faixa etária, queixa principal e características dos sintomas e sinais referidos pela paciente, deve ser interpretado como a probabilidade de a mulher ter a doença antes da realização de testes diagnósticos, e caracteriza-se como probabilidade pré-teste. Os sinais verificados pelo médico no ECM definem a probabilidade pós-teste, e o diagnóstico do câncer de mama depende ainda de testes diagnósticos complementares, os quais são realizados em série (isso é, consecutivos, com a decisão de solicitar o próximo teste da série, considerando os resultados do teste anterior), de forma a modificar a probabilidade pós-teste e possibilitar a indicação mais precisa de confirmação histopatológica da doença por meio de biópsia. A anamnese e o exame clínico das mamas estão entre os pilares da investigação diagnóstica de pacientes com queixas mamárias, tanto em uma primeira avaliação na atenção primária quanto em consultas em serviços de referência para diagnóstico de doença mamária. Os médicos da atenção primária devem dominar a técnica do ECM e conhecer os principais sinais e sintomas sugestivos de câncer de mama, especialmente aqueles associados às fases iniciais da doença. Na atenção primária, a avaliação de sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama não visa ao diagnóstico final de neoplasia maligna nem à instituição do tratamento oncológico, pois seu objetivo é a correta classificação de risco de câncer para que a investigação diagnóstica possa prosseguir corretamente. O encaminhamento de casos com baixo risco de câncer para serviços especializados em diagnóstico mamário pode resultar no atraso de pacientes sintomáticos com maior probabilidade de serem diagnosticados com câncer de mama, o que pode ter impacto no seu prognóstico. Ademais, esse encaminhamento excessivo (ou encaminhamento falso-positivo) pode resultar em danos iatrogênicos relativos ao excesso de investigação diagnóstica desnecessária. Por outro lado, a retenção na atenção primária de pacientes com sinais e sintomas de alto risco para câncer de mama com pedidos de exames e realização de consultas de seguimento, também pode ter repercussões negativas no prognóstico desses indivíduos. Embora diversos sinais sugestivos de câncer de mama, tais como nódulo mamário, retração da pele ou do mamilo, descarga papilar sanguinolenta e presença de eczema na aréola, sejam conhecidos, muitas vezes a diferenciação de grupos de risco de malignidade na atenção primária não é tão óbvia. Diversos estudos, realizados principalmente no Reino Unido, identificaram padrões inadequados de referência de casos suspeitos de câncer de mama na atenção primária, com encaminhamento excessivo de casos de baixo risco para o nível secundário, sem um padrão claro de priorização dos casos de alto risco para diagnóstico de câncer de mama. A revisão sistemática apresentada a seguir teve como objetivo identificar a acuidade do uso de sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama na correta classificação de risco de pacientes com queixas mamárias atendidos na atenção primária.

Essa pergunta também está no material:

diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil_240120_002900
171 pág.

Enfermagem Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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