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Caiu em prova Delegado SP/2022! Nos termos da Lei nº 13.869/2019, configura crime de abuso de autoridade: adentrar, mediante consentimento do ocupa...

Caiu em prova Delegado SP/2022! Nos termos da Lei nº 13.869/2019, configura crime de abuso de autoridade: adentrar, mediante consentimento do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial (item incorreto).
a) Bem jurídico: Tutela-se, não apenas a dignidade da função pública e o prestígio de que o poder público deve desfrutar perante os administrados, mas também a inviolabilidade domiciliar, cujo fundamento constitucional repousa no art. 5°, XI, da Constituição. A entrada em domicílio está sujeita à reserva de jurisdição, ou seja, somente pode ser realizada com autorização judicial, salvo nos seguintes casos: Com consentimento do morador; Em caso de flagrante delito; Desastre; e Para prestar socorro. Inclusive, a Lei de Abuso de Autoridade prevê expressamente: § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
b) Sujeitos: Sujeito ativo: É o agente público, nos termos do art. 2° da Lei n. 13.869/19. É o sujeito ativo que diferencia o delito em questão do crime comum de violação de domicílio previsto no art. 150, caput, do Código Penal. Portanto, se o agente público ingressar em imóvel alheio, porém tal conduta não guardar nenhuma relação com as funções por ele exercidas, o crime será o de violação de domicílio previsto no art. 150 do Código Penal. Sujeito passivo: É o titular do direito à intimidade protegido pela inviolabilidade domiciliar.
c) Condutas: tipo misto alternativo, que possui 3 (três) verbos: 1) Invadir: é a ação de ocupar, penetrar. Diferencia-se do verbo adentrar por ser praticado de maneira ostensiva, geralmente com o emprego de meios violentos para que o agente público possa ter acesso ao imóvel ou a suas dependências, a exemplo do que ocorre quando há o arrombamento da porta de entrada para ingresso na residência; 2) Adentrar: também traduz a ideia de penetrar ou de ingressar totalmente, porém de maneira não violenta; 3) Permanecer: pressupõe a entrada lícita, pelo menos num primeiro momento, seguida de uma omissão, consubstanciada na negativa em sair do local e, diversamente das duas condutas anteriores, praticadas de maneira comissiva, esta é atribuída ao agente a título de omissão.
d) Elementos normativos do tipo: As condutas em questão devem ser praticadas da seguinte forma: Clandestinamente: Significa fazê-lo de forma oculta, sem se deixar notar pela vítima; Astuciosamente: Deve ser compreendido como o ingresso ou permanência em imóvel alheio por meio de conduta fraudulenta, maliciosa; À revelia da vontade do ocupante: quem adentra um imóvel alheio clandestina ou astuciosamente, o faz, obviamente, contra a vontade de quem de direito, á que essa pessoa não sabe que o agente público lá se encontra. Sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: o caput do art. 22 é uma norma penal em branco homogênea heterovitelina, tendo em vista que se busca em outra normal legal os requisitos para o cumprimento de um mandado judicial, ou seja, as condições para que a polícia possa ingressar na casa de alguém, em regra, estão nos arts. 243 e seguintes do CPP.
e) Consumação: Caput: Trata-se crime de mera conduta ou de simples atividade, pois o tipo penal não contempla nenhum resultado naturalístico. § 1º inc. I: Há divergência doutrinária: 1ª C (Sanches e Greco) – Trata-se de crime formal, de modo que a consumação ocorre no momento da coação, não havendo necessidade de efetivo ingresso no imóvel. 2ª C (Renato Brasileiro) - Trata-se de crime material, de modo que a consumação somente ocorrerá quando o ofendido fizer aquilo a que foi constrangido, ou seja, quando franquear o acesso do agente público ao imóvel ou suas dependências. Assim, se o agente público empregar o constrangimento, mas a vítima não ceder, estará configurada a tentativa. §1º inc. III: O crime se consumará quando o agente público ingressar no imóvel, alvo da busca domiciliar, no período compreendido entre 21h (vinte e uma horas) e 5h (cinco horas).

Essa pergunta também está no material:

Teoria do Crime
299 pág.

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