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Caderno de Jurisprudencia 4

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA 
JULGADOS RELEVANTES 
 
 
RETA FINAL – DELEGADO PARANÁ 
 
TURMA 3 - SEMANA 01 
 
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CADERNO DE 
JURISPRUDÊNCIAS 
 
SEMANA 04 
 
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JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 04/12 
 
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COMO UTILIZAR O MATERIAL 
 
O presente material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por 
meio da leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de 
dúvida sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e 
estude o informativo na íntegra. 
 
Sumário 
Sumário ......................................................................................................................................... 3 
SEMANA 04 ................................................................................................................................... 5 
2. AÇÃO PENAL .............................................................................................................................. 5 
2.1 Denúncia ............................................................................................................................... 5 
2.2 Citação .................................................................................................................................. 7 
2.3 Sentença/Decisão ................................................................................................................... 8 
2.4 Assistente de Acusação ........................................................................................................... 8 
3. COMPETÊNCIA ........................................................................................................................... 8 
3.1 Competência .......................................................................................................................... 8 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual ............................................................ 12 
3.3 Conflitos de Atribuições ........................................................................................................ 15 
3.4 Foro por Prerrogativa de Função ............................................................................................ 15 
4. PRISÃO E LIBERDADE ............................................................................................................... 20 
4.1 Prisão em Flagrante .............................................................................................................. 20 
4.2 Prisão Preventiva .................................................................................................................. 20 
4.3 Prisão Domiciliar do CPP ....................................................................................................... 25 
4.4 Outros Temas ....................................................................................................................... 27 
 
 
 
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SEMANA 04 
 
2. AÇÃO PENAL 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Antes das alterações introduzidas pela Lei n. 12.015/2009, o Ministério Público já era parte legítima para 
propor a ação penal pública incondicionada destinada a verificar a prática de crimes sexuais contra 
crianças. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 28/11/2022, DJe 
1º/12/2022. (Info 764) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O eventual trancamento de inquérito policial por excesso de prazo não impede, sempre e de forma 
automática, o oferecimento da denúncia. 
STF. 2ª Turma. HC 194023 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/09/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – não tem legitimidade para atuar como assistente de defesa de 
advogado réu em ação penal. 
RMS 63.393-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/06/2020, DJe 30/06/2020. (Info 675 STJ) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito policial 
que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se enquadrava 
no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
Nota: O Fato de os crimes serem de competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela PF não 
gera nulidade. O “princípio do juiz natural” (art. 5º, LIII, da Constituição Federal) não se estende para 
autoridades policiais, considerando que estas não possuem competência para julgar. 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
Obs. Declinada a competência do feito para a Justiça estadual, não cabe à Polícia Federal prosseguir nas 
investigações. STJ. HC 772.142-PE, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/3/2023, DJe 3/4/2023. 
(Info 773). 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o 
processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019. (Info 654) 
 
2.1 Denúncia 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e 
justificar a instauração do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos 
probatórios substanciais. 
Nota: O testemunho indireto é conhecido também como testemunha auricular ou de auditus, e seu 
depoimento não está excluído do sistema probatório brasileiro, podendo ser valorado a critério do julgador. 
No ordenamento jurídico pátrio, não há previsão legal específica para a testemunha "de ouvir dizer", uma 
vez que não há distinção entre testemunhas diretas e indiretas. Ao contrário, a legislação penal brasileira 
determina que o depoimento testemunhal será admitido sempre que for relevante para a decisão. os relatos 
indiretos e baseados em ouvir dizer não são elementos suficientes para garantir a viabilidade acusatória, 
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sendo necessário que existam outros elementos probatórios robustos para embasar uma acusação 
consistente. Portanto, na análise, deve-se considerar a fragilidade dos depoimentos baseados em ouvir dizer 
na formação de um juízo acusatório. Assim, caso a acusação tenha como intenção apenas repetir o 
testemunho indireto, a ação penal se mostra sem perspectivas de sucesso desde o início. Nesse contexto, 
prosseguir com o processo torna-se apenas um ato de assédio processual contra o acusado. 
STJ. REsp 2.290.314-SE, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/5/2023, DJe 26/5/2023. (Info 776). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O reconhecimento da justa causa para a persecução criminal do delito do art. 324 do CPM exige que o 
Ministério Público indique, na denúncia, a lei, regulamento ou instrução alegadamente violada, além de 
descrever o ato prejudicial à administração militar. 
STJ. CC 191.358-MS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, DJe 19/12/2022. (Info 763). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A JUSTA CAUSA é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da ação 
penal, nos termos do artigo 395, III, do Código de Processo Penal, e consubstancia-se pela somatória de 
três componentes essenciais: 
TIPICIDADE, PUNIBILIDADE e VIABILIDADE. 
Nota: (a) TIPICIDADE (adequaçãode uma conduta fática a um tipo penal); 
(b) PUNIBILIDADE (além de típica, a conduta precisa ser punível, ou seja, não existir quaisquer das causas 
extintivas da punibilidade); 
e (c) VIABILIDADE (existência de fundados indícios de autoria). 
STF. 1ª Turma. HC 213.745/PR AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 09/05/2022. 
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 129.678/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/06/2017 (Info 
869). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A justa causa é analisada sob a ótica retrospectiva e prospectiva. 
Nota: a justa causa é analisada apenas sob a ótica retrospectiva, voltada para o passado, com vista a quais 
elementos de informação foram obtidos na investigação preliminar já realizada. Todavia, a justa causa 
também deve ser apreciada sob uma ótica prospectiva, com o olhar para o futuro, para a instrução que será 
realizada, de modo que se afigura possível incremento probatório que possa levar ao fortalecimento do 
estado de simples probabilidade em que o juiz se encontra quando do recebimento da denúncia. 
STJ. Corte Especial. APn 989/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/02/2022 (Info 726). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é imprescindível 
que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a prática de uma série 
indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os associados com essa finalidade, não 
bastando a menção da posição/cargo ocupado pela pessoa física na empresa. 
STJ. RHC 139.465-PA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022, DJe 31/08/2022. (Info 748). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
Nota: A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de autoria. A certeza, 
a toda evidência, somente será comprovada ou afastada após a instrução probatória, prevalecendo, na fase 
de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro societate. STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/05/2018. 
⚠ CUIDADO! No julgamento do Agravo em Recurso Extraordinário nº 1.067.392, a 2ª Turma entendeu pela 
concessão de Habeas Corpus de ofício para reestabelecer a sentença de impronúncia proferida pelo 
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magistrado de primeiro grau, tendo em vista a interpretação indevida do in dubio pro societate pelo Tribunal 
de Justiça no acórdão recorrido. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que houve interpretação "confusa e equivocada ocasionada pelo 
suposto princípio in dubio pro societate" consignando que referido princípio "além de não ter qualquer 
amparo constitucional ou legal, acarreta o completo desvirtuamento das premissas racionais de valoração 
da prova e desvirtua o sistema bifásico do procedimento do júri brasileiro, a esvaziar a função da decisão de 
pronúncia". ARE 1067392, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 26/03/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 01-
07-2020 PUBLIC 02-07-2020. 
Tal entendimento foi reafirmado pela Corte Suprema no recente julgamento do Habeas Corpus 
nº 180.144/GO, no qual destacou a ilegitimidade da invocação do in dubio pro societate frente à presunção 
de inocência assegurada pela Constituição Federal, e que havendo dúvida razoável, mesmo que na primeira 
fase do procedimento do Tribunal do Júri, esta deve beneficiar o réu. HC 180.144. Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda 
Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020. 
STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/04/2018. (Info 898) 
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018; STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1193119/BA, Rel. 
Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018; STF. 2ª Turma. ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/08/2017. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O Promotor de Justiça que passou a ter atribuição para atuar no caso não está vinculado às conclusões do 
Procurador-Geral de Justiça que estava anteriormente funcionando no processo. 
Nota: PGR ofereceu denúncia contra o réu perante o STJ. Este Tribunal declinou a competência para o TJ. Em 
virtude disso, o PGJ ratificou a denúncia. Ocorre que o TJ declinou a competência para o juízo de 1ª instância. 
O Promotor de Justiça que atua na 1ª instância decidiu não ratificar a peça acusatória, oferecendo nova 
denúncia incluindo, inclusive, novos réus. Não há qualquer nulidade neste caso. É possível o aditamento da 
denúncia a qualquer tempo antes da sentença final, garantidos o devido processo legal, a ampla defesa e o 
contraditório, especialmente quando a inicial ainda não tenha sido sequer recebida originariamente pelo 
juízo competente, como ocorreu no caso concreto. O membro do MP possui total liberdade na formação de 
seu convencimento (opinio delicti). Assim, a sua atuação não pode ser restringida ou ficar vinculada às 
conclusões jurídicas que o outro membro do MP chegou, mesmo que este atue em uma instância superior. 
Em outras palavras. 
STF. 1ª Turma. HC 137637/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 6/3/2018. (Info 893) 
 
2.2 Citação 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É NULA a citação realizada por aplicativo de mensagem (whatsapp) quando verificada a ausência de 
cautela apta a atestar, de forma cabal, a identidade do citando. 
Nota: Embora a viabilidade desse meio de comunicação, para fins de citação, seja objeto de polêmica, fato é 
que a jurisprudência desta Corte só tem declarado a nulidade quando verificado prejuízo concreto ao 
denunciado. 
STJ. HC 652.068-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 24/08/2021, DJe 30/08/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer suspenso enquanto o 
réu não for localizado ou até que seja extinta a punibilidade pela prescrição. 
Nota: 
• Súmula nº 415, STJ. O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena 
cominada. 
STJ. 6ª Turma. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693). 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se for expedida carta rogatória para citar um acusado no exterior, o prazo prescricional ficará SUSPENSO 
até que ela seja cumprida, ou seja, o prazo prescricional voltará a correr antes mesmo que a carta seja 
juntada aos autos. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/04/2021. (Info 691) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas 
suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo 
destinatário do ato processual. 
STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021. (Info 688) 
 
2.3 Sentença/Decisão 
 
O exercício do direito ao silêncio não pode servir de fundamento para descredibilizar o acusado nem para 
presumir a veracidade das versões sustentadas por policiais, sendo imprescindível a superação do 
standard probatório próprio do processo penal a respaldá-las. 
Nota: O direito ao silêncio, enumerado na Constituição Federal como direito de permanecer calado, é 
sucedâneo lógico do princípio nemo tenetur se detegere. Nesse sentido, é equivocado qualquer 
entendimento de que se conclua que seu exercício possa acarretar alguma punição ao acusado. A pessoa 
não pode ser punida por realizar um comportamentoa que tem direito. O art. 5º, inc. LXIII, da CF, não deixa 
dúvidas quanto à não recepção do art. 198 do CPP, quando diz que o silêncio do acusado, ainda que não 
importe em confissão, poderá se constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
STJ. REsp 2.037.491-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 6/6/2023. (Info 780) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 385 do Código de Processo Penal é compatível com o sistema acusatório e não foi tacitamente 
derrogado pelo advento da Lei n. 13.964/2019, responsável por introduzir o art. 3º-A no Código de 
Processo Penal. 
STJ.REsp 2.022.413-PA, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por maioria, julgado em 
14/2/2023. 
 
A sentença ou acórdão penal condenatório, ao fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados 
pela infração (art. 387, IV, do CPP) poderá condenar o réu ao pagamento de danos morais coletivos. 
Nota: arts. 5°, X da CF e 186 do CC. 
STF. 2ª Turma. AP 1002/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2020. (Info 981) 
 
2.4 Assistente de Acusação 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o acórdão absolutório foi combatido tempestivamente pelo assistente de acusação, não houve 
formação de coisa julgada em favor do réu e o recurso deve ser apreciado pelo Tribunal. 
STF. 2ª Turma. HC 154076 AgR/PA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/10/2019. (Info 958) 
 
 
3. COMPETÊNCIA 
 
3.1 Competência 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao juízo estadual processar e julgar crime de estelionato contra fundo estrangeiro no qual os atos 
desenvolvidos foram praticados em território nacional, ainda que diverso o domicílio de sócio lesado. 
STJ. AgRg no CC 192.274-RJ, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/3/2023, DJe 10/3/2023. (Info 775). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Tratando-se de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) e não havendo na localidade Vara especializada 
em delitos contra a criança e o adolescente, as ações penais distribuídas até 30/11/2022 tramitarão nas 
Varas às quais foram distribuídas originalmente ou após determinação definitiva do Tribunal local ou 
superior. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
18/4/2023, DJe 24/4/2023. (Info 773). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo juízo especializado para apurar e julgar crimes praticados contra criança e adolescente, é este o 
competente independentemente do tipo de crime. 
STJ. HC 807.617-BA, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/4/2023, DJe 18/4/2023 (Info 773). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A partir da entrada em vigor da Lei n. 13.431/2017, nas comarcas em que não houver vara especializada 
em crimes contra a criança e o adolescente, compete à vara especializada em violência doméstica julgar 
as ações penais que apurem crimes envolvendo violência contra crianças e adolescentes, 
independentemente de considerações acerca do sexo da vítima ou da motivação da violência, ressalvada 
a modulação de efeitos realizada no julgamento do EAREsp n. 2.099.532/RJ. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/2/2023. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo sentença prolatada quanto ao delito conexo, a competência para julgamento do delito 
remanescente deve ser aferida isoladamente. 
Nota: Sobre o tema, a Súmula n. 235 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que "[a] conexão não determina 
a reunião dos processos, se um deles já foi julgado." Embora o enunciado tenha origem em feitos de natureza 
cível, é pacífico o entendimento de que a sua orientação também é aplicável aos processos penais. 
STJ. CC 193.005-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/2/2023, DJe 15/2/2023. (Info 764). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de documento público, consistente na 
falsificação de identidades funcionais do Poder Judiciário da União. 
STJ. CC 192.033-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, DJe 19/12/2022. (Info 763). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Após o advento do art. 23 da Lei n. 13.431/2017, nas comarcas em que não houver vara especializada em 
crimes contra a criança e o adolescente, compete à vara especializada em violência doméstica, onde 
houver, processar e julgar os casos envolvendo estupro de vulnerável cometido pelo pai (bem como pelo 
padrasto, companheiro, namorado ou similar) contra a filha (ou criança ou adolescente) no ambiente 
doméstico ou familiar. 
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 26/10/2022. (Info 755). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não tendo havido imputação de crime eleitoral ou a ocorrência de conexão de delito comum com delito 
eleitoral, não se justifica o encaminhamento do feito à Justiça Eleitoral. 
STJ. HC 746.737-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022, DJe 12/09/2022. (Info 749). 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Terceira Seção deferiu o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal em razão da 
incapacidade dos agentes públicos na condução de investigações, de identificar os autores dos 
homicídios/execuções cometidos nos casos conhecidos como "Maio Sangrento" e "Chacina do Parque 
Bristol". 
Nota: Os requisitos do incidente de deslocamento de competência são: 
a) grave violação de direitos humanos; 
b) necessidade de assegurar o cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais; 
c) incapacidade - oriunda de inércia, omissão, ineficácia, negligência, falta de vontade política, de condições 
pessoais e/ou materiais, etc. - de o Estado-Membro, por suas instituições e autoridades, levar a cabo, em 
toda a sua extensão, a persecução penal (IDC n. 1/PA, Terceira Seção do STJ). 
STJ. IDC 9-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/08/2022. (Info 744). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência para o julgamento do crime de estelionato, ainda que se tenha utilizado de imagens digitais 
adulteradas de passaporte válido de terceiro e documentos emitidos por órgão públicos federais, quando 
inexistente evidência de prejuízo a interesses, bens ou serviços da União, é da Justiça Estadual, devendo 
ser respeitada a regra de foro do domicílio da vítima no caso de o crime ser praticado mediante depósito, 
transferência de valores ou cheque sem provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado. 
STJ. CC 178.697-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 22/06/2022, DJe 27/06/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência 
deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de 
terceiros, os serviços custeados pela vítima. 
Nota: Lei n. 14.155/2021, que acrescentou o § 4º do art. 70 do Código de Processo Penal - CPP com o seguinte 
teor: "nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), 
quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediantetransferência de valores, a competência será 
definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção". 
Todavia, a inovação legislativa disciplinou a competência do delito de estelionato em situações específicas 
descritas pelo legislador, as quais não ocorrem no caso concreto, porquanto os autos não noticiam a 
ocorrência transferências bancárias ou depósitos efetuados pela empresa vítima e tampouco de cheque 
emitido sem suficiente provisão de fundos. 
STJ. CC 185.983-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 11/05/2022, DJe 13/05/2022 (Info 736). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É pacífica a aplicabilidade da teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do 
inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente. 
Nota: As provas colhidas ou autorizadas por juízo aparentemente competente à época da autorização ou 
produção podem ser ratificadas a posteriori, mesmo que venha aquele a ser considerado incompetente, ante 
a aplicação no processo investigativo da teoria do juízo aparente. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 156413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/04/2022 (Info 733). 
 
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O crime de estelionato praticado por meio de saque de cheque fraudado compete ao Juízo do local da 
agência bancária da vítima. 
Nota: a hipótese em análise não foi expressamente prevista na nova legislação, visto que não se trata de 
cheque emitido sem provisão de fundos ou com pagamento frustrado, mas de tentativa de saque de cártula 
falsa, em prejuízo de correntista. 
Sobre o tema, destaque-se que: (...) 3. Há que se diferenciar a situação em que o estelionato ocorre por meio 
do saque (ou compensação) de cheque clonado, adulterado ou falsificado, da hipótese em que a própria 
vítima, iludida por um ardil, voluntariamente, efetua depósitos e/ou transferências de valores para a conta 
corrente de estelionatário. Quando se está diante de estelionato cometido por meio de cheques adulterados 
ou falsificados, a obtenção da vantagem ilícita ocorre no momento em que o cheque é sacado, pois é nesse 
momento que o dinheiro sai efetivamente da disponibilidade da entidade financeira sacada para, em 
seguida, entrar na esfera de disposição do estelionatário. Em tais casos, entende-se que o local da obtenção 
da vantagem ilícita é aquele em que se situa a agência bancária onde foi sacado o cheque adulterado, seja 
dizer, onde a vítima possui conta bancária. (....) (AgRg no CC 171.632/SC, Rel. Ministro Reynaldo Sores da Fonseca, 
Terceira Seção, DJe 16/06/2020). 
Assim, aplica-se o entendimento pela competência do Juízo do local do eventual prejuízo, que ocorre com a 
autorização para o saque do numerário no local da agência bancária da vítima. 
STJ. 3ª Seção. CC 182.977-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2022 (Info 728). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem 
conexos. 
Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos de ação penal 
privada. 
Obs. Ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do delito eleitoral. STF. 2ª Turma. 
RHC 177243/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 29/6/2021 (Info 1024). 
⚠ Cuidado! Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está SUPERADA: 1) 
Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na legislação processual penal, contudo 
podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral de impugnação interna, de forma que a eles não se 
aplica a isenção estipulada no art. 7º da Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento 
antecipado das custas. 
STJ. 5ª Turma. HC 612.636-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
05/10/2021 (Info 713). 
Mesmo sentido: STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente 
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de 
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei 
nº 14.155/2021, ainda que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. 
STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao 
Programa Minha Casa Minha Vida. 
Nota: A vítima do crime de esbulho possessório, tipificado no art. 161, § 1º, II, do Código Penal é o possuidor 
direto, pois é quem exercia o direito de uso e fruição do bem. Na hipótese de imóvel alienado 
fiduciariamente, é o devedor fiduciário que ostenta essa condição, pois o credor fiduciário possui tão-
somente a posse indireta. A Caixa Econômica Federal, enquanto credora fiduciária e, portanto, possuidora 
indireta, não é a vítima do referido delito. Contudo, no âmbito cível, a empresa pública federal possui 
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legitimidade concorrente para propor eventual ação de reintegração de posse, diante do esbulho ocorrido. 
A sua legitimação ativa para a ação possessória demonstra a existência de interesse jurídico na apuração do 
crime, o que é suficiente para fixar a competência penal federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A simples constatação de que os medicamentos apreendidos em poder do réu eram de procedência 
estrangeira não atrai a competência da Justiça federal para processar e julgar o feito. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.889.515/SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 2/02/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Mesmo assim, se for praticado falso testemunho em 
processo que ali tramita, a competência será da Justiça do Distrito Federal (e não da Justiça Federal 
comum). Isso porque a Justiça do Distrito Federal possui competência para julgar crimes, não havendo 
interesse direto e específico da União a atrair o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 166732-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o STF determinar que Justiça Eleitoral de 1ª instância apure crime eleitoral e também crime federal 
conexos e, ao receber os autos, a Justiça Eleitoral arquivar a investigação do crime eleitoral e remeter os 
autos à Justiça Federal, isso afrontará a decisão do STF. 
Nota: o Juízo Eleitoral arquivou o inquérito e remeteu os autos à Justiça Federal, mesmo diante da expressa 
decisão dessa Corte que fixou sua competência para supervisão dos fatos. As instâncias inferiores, portanto, 
ignoraram os termos da decisão reclamada, que assentou a competência da Justiça Eleitoral para o 
processamento e a apuração dos fatos em questão. 
CUIDADO: Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. Cabe 
à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, 
em não havendo, remeter os casos à Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 13 e 14/3/2019. (Info 933) 
STF. 2ª Turma. Rcl 34805 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgadoem 1º/9/2020. (Info 989) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material 
pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou adolescente, quando praticados por 
meio da rede mundial de computadores (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). 
STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393). (Info 990) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para processar e julgar ações penais. 
STF. Plenário. ADI 3684, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2020. (Info 980) 
 
 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A inserção de dados falsos em sistema de dados federais não fixa, por si só, a competência da Justiça 
Federal, a qual somente é atraída quando houver ofensa direta a bens, serviços ou interesses da União ou 
órgão federal. 
STJ. AgRg no CC 193.250-GO, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 24/5/2023, DJe 29/5/2023. 
(Info 780). 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de produção de medicamentos sem registro no 
órgão competente, mesmo na ausência de prova incontestável sobre a transnacionalidade das condutas, 
contanto que haja indícios concretos de que as matérias-primas foram adquiridas do exterior. 
STJ. CC 188.135-GO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, por maioria, julgado em 8/2/2023, 
DJe 23/2/2023 (Info 779). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao Tribunal do Júri Federal julgar causa na qual há demonstração de interesse federal específico 
em relação ao crime doloso contra a vida, ou quando há conexão deste com crime federal. 
STJ. CC 194.981-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 24/5/2023 (Info 778). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça estadual processar e julgar causa quando não se verifica, da atuação de indiciado que 
se autodeclara quilombola, disputa alguma por terra quilombola ou interesse da comunidade na ação 
delituosa. 
STJ. CC 192.658-RO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/5/2023, DJe 16/5/2023. (Info. 777) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal o julgamento de crime de falsidade ideológica, consistente no fornecimento de 
informação inverídica a servidor da FUNAI, para fins de emissão de Registro Administrativo de Nascimento 
de Indígena - RANI. 
STJ. CC 193.369-PR, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 2/3/2023, DJe 7/3/2023. (Info. 766) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o conteúdo de falas de suposto cunho homofóbico divulgadas 
na internet, em perfis abertos da rede social Facebook e na plataforma de compartilhamento de vídeos 
Youtube, ambos de abrangência internacional. 
Nota: O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão n. 
26, de relatoria do Ministro Celso de Mello, deu interpretação conforme a Constituição para enquadrar a 
homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais definidos 
na Lei n. 7.716/1989, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo Congresso Nacional. 
STJ. CC 191.970-RS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, (Info. 761) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Nos delitos de tráfico de entorpecentes interestadual ocorrido em aeronave, e uma vez apreendida a droga 
em solo, a competência para o julgamento da ação penal será da Justiça Estadual. 
STJ. AgRg no HC 691.423-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 07/06/2022, DJe 14/06/2022. (Edição 
Extraordinária n. 7) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio emergencial pagos durante 
a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema de segurança de instituição privada, SEM que 
haja fraude direcionada à instituição financeira federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/10/2021 (Info 716). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça 
em seu respectivo território. 
STF. Plenário. ADI 350/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Info 1022). 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus preventivo para viabilizar, para fins medicinais, o 
cultivo, uso, porte e produção artesanal da Cannabis (maconha), bem como porte em outra unidade da 
federação, quando não demonstrada a internacionalidade da conduta. 
STJ. CC 171.206-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/06/2020, DJe 16/06/2020. (Info 673) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Os crimes relacionados com pirâmide financeira envolvendo criptomoedas são, em princípio, de 
competência da Justiça Estadual. 
STJ. 3ª Seção. CC 170392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020. (Info 673) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual julgar homicídio praticado por Policial Rodoviário Federal após desavença no 
trânsito ocorrida no seu deslocamento de casa para o trabalho. 
Nota: o deslocamento do réu não guarda qualquer vinculação com o exercício das funções de PRF. 
STF. HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10.12.2019. (HC-157012). (Info 963) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL julgar crime contra a vida em desfavor de policiais militares, consumado ou 
tentado, praticado no contexto de crime de roubo armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas 
da União. 
STJ. CC 165.117-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/10/2019, DJe 30/10/2019 (Info 659) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de ar quente tripulados. 
Nota: os balões de ar quente não se enquadram no conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei n. 7.565/86), 
razão pela qual não se aplica a competência da J. Federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019. (Info 648) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência da Justiça Federal pressupõe a demonstração concreta das situações veiculadas no art. 109 
da Constituição Federal (CF). A mera condição de servidor público não basta para atraí-la, na medida em 
que o interesse da União há de sobressair das funções institucionais, não da pessoa do paciente. 
STF. HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 23.4.2019. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da Justiça 
Federal. 
Nota: Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e que 
lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para 
o Estado estrangeiro. Somente será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das 
hipóteses do art. 109 da CF/88. 
STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019. (Info 936) 
 
No ConcursoSerá Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorrente de crime de 
ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de grande alcance, quando iniciado no 
estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. 
CASO: concessão de medidas protetivas em favor de mulher ameaçada por ex-namorado que mora nos EUA 
e fez ameaças por meio de facebook. 
STJ. 3ª Seção. CC 150.712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018. (Info 636) 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, ainda que 
inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018. (Info 635) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre crime 
praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição, 
aplicável o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018. (Info 625) 
 
3.3 Conflitos de Atribuições 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça Militar é incompetente para processar e julgar crime cometido por policial militar que, ainda que 
esteja na ativa, pratica a conduta ilícita fora do horário de serviço, em contexto dissociado do exercício 
regular de sua função e em lugar não vinculado à Administração Militar. 
STJ. HC 764.059-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023. (Info 763) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é da competência do juiz militar determinar o arquivamento do inquérito que investiga fato que possa 
ter adequação típica de crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil, ainda que sua 
conclusão aponte para a presença de excludente de ilicitude de legítima defesa e/ou do estrito 
cumprimento do dever legal. 
STJ. AgRg nos EDcl no REsp 1.961.504-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe 
27/06/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. 
STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
 
3.4 Foro por Prerrogativa de Função 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo solução de continuidade entre os mandatos, não exercidos de maneira ininterrupta, cessa o foro 
por prerrogativa de função referente a atos praticados durante o primeiro mandato. 
STJ. AgRg no RHC 182.049-DF, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 8/8/2023, DJe 16/8/2023. (Info 785) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
As mesmas garantias e prerrogativas outorgadas aos Desembargadores dos Tribunais de Justiça devem ser 
estendidas aos Conselheiros estaduais e distritais, no que se inclui o reconhecimento do foro por 
prerrogativa de função durante o exercício do cargo, haja, ou não, relação de causalidade entre a infração 
penal e o cargo. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Raul Araújo, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 16/8/2023, (Info. 783) 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça, para os fins preconizados pela regra do foro por prerrogativa de 
função, processar e julgar governador em exercício que deixou o cargo de vice-governador durante o 
mesmo mandato, quando os fatos imputados digam respeito ao exercício das funções no âmbito do Poder 
Executivo estadual. 
STJ. QO no AgRg na APn 973-RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Rel. para acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por maioria, 
julgado em 3/5/2023. (Info 775). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A superveniente aposentadoria da autoridade detentora do foro por prerrogativa de função cessa a 
competência do Superior Tribunal de Justiça para o processamento e julgamento do feito. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Francisco Falcão, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 7/12/2022, DJe 16/12/2022. (Info 
762). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A prerrogativa de foro não se estende a terceiro que compartilhe imóvel com autoridade não investigada. 
Nota: No caso, considerando que o detentor de foro por prerrogativa de função não é objeto da investigação, 
não há razão para se estender a terceiro a prerrogativa de foro, ainda que compartilhem o mesmo domicílio. 
A respeito do tema, o STF também já decidiu que a prerrogativa de foro se relaciona à autoridade, e não à 
titularidade de um imóvel. No julgamento da Reclamação 36.956/SP, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, 
ficou definido que a questão central para validar a admissibilidade da diligência é a incomunicabilidade do 
seu resultado com o titular da prerrogativa de foro. 
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 
7/11/2022. (Info 759). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não sendo o crime praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função, as regras 
de competência não são alteradas pela superveniente posse no cargo de Prefeito Municipal. 
STJ. REsp 1.982.779-AC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
14/09/2022, DJe 20/09/2022. (Info 755). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É inconstitucional, por violação ao princípio da simetria, norma de Constituição Estadual que confere foro 
por prerrogativa de função a autoridades que não guardam semelhança com as que o detém na esfera 
federal. 
Nota: Julgado se refere a “Reitores de Universidades Públicas” e “Diretores Presidentes das entidades da 
Administração Estadual Indireta.” 
⇾ Mesmo sentido: 
• É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a 
autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. 
ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 1026). 
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos. STF. Plenário. ADI 558/RJ, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
• É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para 
Defensores Públicos e Procuradores do Estado. Info. 1000, STF. 
• É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no 
Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de 
Polícia. STF, Info 940. 
STF. ADI 6511/RR, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022. (Info 1067) 
 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares alcança os congressistas 
federais no exercício de mandato em casa parlamentar diversa daquela em que consumada a hipotética 
conduta delitiva, desde que não haja solução de continuidade. 
Nota: Mandato cruzado. 
STF. Precedente: AP 937 QO Inq 4342 QO/PR, relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 1º.4.2022 (Info 1049). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:A competência para o julgamento de crime praticado por Promotor de Justiça, em contexto que não guarda 
relação com as atribuições do cargo, é do Tribunal de Justiça, revelando-se inviável a extensão do 
entendimento exarado pelo STF na QO na AP 937. 
STJ. 5ª Turma. HC 684.254-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 23/11/2021, DJe 29/11/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro 
procedimento investigatório em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em Tribunal de 
Justiça. 
Nota: Em sentido diverso, em 23 de agosto de 2021, no julgamento do Habeas Corpus nº 177.992 AgR/GO, 
a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que “o ato de instauração de inquérito ou procedimento 
investigatório contra prefeitos municipais independe de autorização do Tribunal competente para processar 
e julgar o detentor da prerrogativa de foro”: 
"A jurisprudência tanto do Pretório Excelso quanto deste Sodalício é assente no sentido da desnecessidade 
de prévia autorização do Judiciário para a instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal 
contra agente com foro por prerrogativa de função, dada a inexistência de norma constitucional ou 
infraconstitucional nesse sentido, conclusão que revela a observância ao sistema acusatório adotado pelo 
Brasil, que prima pela distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos. 3. O Superior 
Tribunal de Justiça assentou o entendimento de que o mero indiciamento em inquérito policial, desde que 
não seja abusivo e ocorra antes do recebimento da exordial acusatória, não constitui manifesto 
constrangimento ilegal a ser sanável na via estreita do writ. (STJ, AgRg no HC 404228 / RJ, 5ª T, 01/03/2018)". 
"Não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a 
prévia autorização judicial. Note-se que a remessa dos autos ao órgão competente para o julgamento do 
processo não tem relação com a necessidade de prévia autorização para investigar, mas antes diz respeito 
ao controle judicial exercido nos termos do art. 10, § 3º, do Código de Processo Penal. De fato, o Código de 
Ritos prevê prazos para que a investigação se encerre, sendo possível sua prorrogação pelo Magistrado. 
Contudo, não se pode confundir referida formalidade com a autorização para se investigar, ainda que se 
cuide de pessoa com foro por prerrogativa de função. Com efeito, na hipótese, a única particularidade se 
deve ao fato de que o controle dos prazos do inquérito será exercido pelo foro por prerrogativa de função e 
não pelo Magistrado a quo. 5. Habeas corpus não conhecido. (STJ, HC 421.315/PE, 5ª T, J. 21/08/2018). No 
mesmo sentido: STJ, HC 400.532/PR, 5ª T, J. 19/02/2019." 
ESQUEMATIZANDO: Se a Autoridade tiver foro no STF, sem dúvidas precisa da autorização. Fora do STF já há 
uma discussão inclusive no STF se precisa ou não da autorização. 
Para a instauração de inquérito policial contra autoridades com foro especial perante outros Tribunais, não 
há necessidade de prévia autorização judicial, este entendimento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal 
e das 5ª e 6ª Turmas do Superior Tribunal de Justiça. 
CONTUDO MAIS RECENTE: em sentido diametralmente oposto, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal 
tem precedentes recentes no sentido de que, para a instauração de inquérito policial contra autoridades com 
foro especial por prerrogativa de função, é imprescindível prévia autorização do Tribunal competente para 
processar e julgar a respectiva autoridade. 
STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720). 
No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040). 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não relacionados com o 
cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. 
Nota: considerando que a previsão da prerrogativa de foro da Magistratura e do Ministério Público encontra-
se descrita no mesmo dispositivo constitucional (art. 96, III, da CF/88), seria desarrazoado conferir-lhes 
tratamento diferenciado. 
STJ. 3ª Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Depois de anos sendo investigado em inquérito que tramitava no STF, o Ministro Relator declinou a 
competência para apurar os crimes porque os fatos ocorreram antes de o investigado ser Deputado 
Federal; logo, aplica-se o entendimento firmado na AP 937 QO. 
Nota: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo 
e relacionados às funções desempenhadas. Após o final da instrução processual, com a publicação do 
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que 
ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
03/05/2018 (Info 900). 
STF. Pet 7716 AgR/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 18.2.2020. (Pet-7716) – (Info 967) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Senador que pratica corrupção passiva que não está relacionada com seu cargo e que não ofende bens, 
serviços ou interesse da União, deverá ser julgado em 1ª instância pela justiça comum estadual. 
STF. 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019. (Info 955). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Eventual nulidade decorrente da inobservância da prerrogativa de foro não se estende aos agentes que 
não se enquadrem nessa condição. 
A usurpação da competência do STF não contamina os elementos probatórios colhidos no que se refere aos 
investigados que não possuem foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 26/6/2019. (Info 945) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato se o agente 
deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova eleição. 
Nota: o foro de prerrogativa exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em apuração e 
exercício da função pública. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2019. (Info 649) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso 
de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. 
STF. 1ª Turma. RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019. (Info 940) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao cargo de 
Deputado Federal é um crime relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF. 
Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o mandato 
anterior, bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e ininterrupta reeleição. 
STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019. (Info 933) 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam 
ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF. 
Nota: Isso porque o foro por prerrogativade função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e relacionado às funções desempenhadas (STF AP QO/RJ, Min. Barroso, julgado em 03/05/2018). 
STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019. (Info 931) 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Com a decisão proferida pelo STF, em 03/05/2018, na AP 937 QO/RJ, todos os inquéritos e processos 
criminais que estavam tramitando no Supremo envolvendo crimes não relacionados com o cargo ou com 
a função desempenhada pela autoridade, foram remetidos para serem julgados em 1ª instância. 
Nota: Isso porque o STF definiu, como 1ª tese, que “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes 
cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas”. O entendimento acima não se 
aplica caso a instrução já tenha se encerrado. Em outras palavras, se a instrução processual já havia terminado, mantém-
se a competência do STF para o julgamento de detentores de foro por prerrogativa de função, ainda que o processo 
apure um crime que não está relacionado com o cargo ou com a função desempenhada. Isso porque o STF definiu, como 
2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de 
alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público 
vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.” 
STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018. (Info 920) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o julgamento nas hipóteses em que, não fosse 
a prerrogativa de foro (art. 105, I, da CF/88), o desembargador acusado houvesse de responder à ação 
penal perante juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal. Assim, mesmo que o crime cometido 
pelo Desembargador não esteja relacionado com as suas funções, ele será julgado pelo STJ se a remessa 
para a 1ª instância significar que o réu seria julgado por um juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo 
tribunal que o Desembargador. A manutenção do julgamento no STJ tem por objetivo preservar a isenção 
(imparcialidade e independência) do órgão julgador. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018. (Info 639) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se uma pessoa sem foro por prerrogativa está sendo interceptada por decisão do juiz de 1ª instância e ela 
liga para uma autoridade com foro (ex: Promotor de Justiça), a gravação desta conversa não é ilícita. 
Nota: Isso porque se trata de encontro fortuito de provas (encontro fortuito de crimes), também chamado 
de serendipidade ou crime achado. Se, após essa ligação, o Delegado ainda demora três dias para comunicar 
o fato às autoridades competentes para apurar a conduta do Promotor, este tempo não é considerado 
excessivo, tendo em vista a dinâmica que envolve as interceptações telefônicas. Assim, o STF decidiu que a 
prerrogativa de foro de membro do Ministério Público é preservada quando a possível participação deste em 
conduta criminosa é comunicada com celeridade ao Procurador-Geral de Justiça. Tais gravações, por serem 
lícitas, podem servir como fundamento para que o CNMP aplique sanção de aposentadoria compulsória a 
este Promotor. 
STF. 1ª Turma. MS 34751/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2018. (Info 911) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àquelas em que o crime for 
praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função. 
STJ AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 20/06/2018, DJe 03/08/2018. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
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As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função 
devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados 
durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o 
indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser 
julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o 
crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com 
as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: 
O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO APLICA-SE APENAS AOS CRIMES 
COMETIDOS DURANTE O EXERCÍCIO DO CARGO E RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES 
DESEMPENHADAS. APÓS O FINAL DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL, COM A 
PUBLICAÇÃO DO DESPACHO DE INTIMAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE 
ALEGAÇÕES FINAIS, A COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES PENAIS 
NÃO SERÁ MAIS AFETADA EM RAZÃO DE O AGENTE PÚBLICO VIR A OCUPAR 
OUTRO CARGO OU DEIXAR O CARGO QUE OCUPAVA, QUALQUER QUE SEJA O 
MOTIVO. 
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018. (Info 900) 
 
 
4. PRISÃO E LIBERDADE 
 
4.1 Prisão em Flagrante 
 
Veja “Audiência de Custódia” 
 
 
4.2 Prisão Preventiva 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Viola o princípio da proporcionalidade a tentativa de compatibilizar a prisão preventiva com a imposição 
do regime inicial de cumprimento de pena semiaberto ou aberto. 
STF. HC 214.070 AgR/MG, relator Ministro Nunes Marques, redator do acórdão Ministro Dias Toffoli, julgamento finalizado em 20.6.2023 (INFO 
1100) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Na análise do cabimento da prisão preventiva de pessoas em situação de rua, além dos requisitos legais 
previstos no Código de Processo Penal, o magistrado deve observar as recomendações constantes da 
Resolução n. 425 do CNJ, e, caso sejam fixadas medidas cautelares alternativas, aquela que melhor se 
adequa a realidade da pessoa em situação de rua. 
Nota: A questão referente a pessoas em situação de rua é complexa, demanda atuação conjunta e 
intersetorial, e o cárcere, em situações como a que se apresenta nos autos, não se mostra como solução 
adequada. Cabe aos membros do Poder Judiciário, ainda que atuantes somente no âmbito criminal, um olhar 
atento a questões sociais atinentes aos réus em situação de rua, com vistas à adoção de medidas pautadas 
sempre no princípio da legalidade, mas sem reforçar a invisibilidade desse grupo populacional. 
STJ. HC 772.380-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 08/11/2022, DJe 16/11/2022. (Info 757). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Estando o advogado em cela individual, sem registro de eventual inobservância das condições mínimas de 
salubridade e dignidade humanas, não se configura constrangimento ilegal em razão das instalações em 
que se encontra recolhido. 
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STJ. AgRg no HC 765.212-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 04/10/2022. 
(Info 753). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A necessidade de interrupção do ciclo delitivo de associações e organizações criminosas é fundamento 
idôneo para justificar a custódia cautelar e a garantia da ordem pública. 
STJ. 6ª Turma. HC 730.721-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022 (Info 746). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A mera imputação da prática dos crimes previstos na Lei n. 12.850/2013, em decorrência de operação 
envolvendo compra ou venda de criptomoedas, por si só, não justifica a imposição automática da custódia 
prisional. 
STJ. Processo sob segredo judicial,Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta 
Turma, por maioria, julgado em 21/06/2022, DJe 29/06/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A mera circunstância de o agente ter sido denunciado em razão dos delitos descritos na Lei n. 12.850/2013 
não justifica a imposição automática da prisão preventiva, devendo-se avaliar a presença de elementos 
concretos, previstos no art. 312 do CPP. 
Nota: No que concerne à prisão preventiva, é cediço que a segregação cautelar é medida de exceção, 
devendo estar fundamentada em dados concretos, quando presentes indícios suficientes de autoria e provas 
de materialidade delitiva e quando demonstrada sua imprescindibilidade, nos termos do art. 312 do CPP. 
Dado seu caráter excepcional, deve ainda estar evidenciada a insuficiência de outras medidas cautelares, 
arroladas no art. 319 do CPP. 
Conquanto os tribunais superiores admitam a prisão preventiva para interrupção da atuação de integrantes 
de organização criminosa, a mera circunstância de o agente ter sido denunciado pelos delitos descritos na 
Lei n. 12.850/2013 não justifica a imposição automática da custódia prisional. 
STJ. HC 708.148-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em 05/04/2022. (Info 
732). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Quando o acusado encontrar-se foragido, não há o dever de revisão ex officio da prisão preventiva, a cada 
90 dias, exigida pelo art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal. 
Nota: Mediante interpretação teleológica de viés objetivo - a qual busca aferir o fim da lei, e não a suposta 
vontade do legislador, visto que aquela pode ser mais sábia do que este -, a finalidade da norma que impõe 
o dever de reexame ex officio buscar evitar o gravíssimo constrangimento experimentado por quem, estando 
preso, sofre efetiva restrição à sua liberdade, isto é, passa pelo constrangimento da efetiva prisão, que é 
muito maior do que aquele que advém da simples ameaça de prisão. Não poderia ser diferente, pois somente 
gravíssimo constrangimento, como o sofrido pela efetiva prisão, justifica o elevado custo despendido pela 
máquina pública com a promoção desses numerosos reexames impostos pela lei. 
Com efeito, não seria razoável ou proporcional obrigar todos os Juízos criminais do país a revisar, de ofício, 
a cada 90 dias, todas as prisões preventivas decretadas e não cumpridas, tendo em vista que, na prática, há 
réus que permanecem foragidos por anos. 
STJ. RHC 153.528-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 29/03/2022, DJe 01/04/2022. (Info 731). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não se justifica a prisão preventiva se, considerando o modus operandi dos delitos, a imposição da cautelar 
de proibição do exercício da medicina e de suspensão da inscrição médica, e outras que o Juízo de origem 
entender necessárias, forem suficientes para prevenção da reiteração criminosa e preservação da ordem 
pública. 
STJ. 5ª Turma. HC 699.362-PA, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, julgado 
em 08/03/2022 (Info 728). 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal não acarreta, 
automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de liberdade 
provisória. 
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até o 
final dos processos de conhecimento. 
Nota: O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para: 
• o juízo em 1ª instância: SIM 
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por prerrogativa de função 
– como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto contra 
decisão de 1ª instância). 
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, parágrafo 
único, do CPP. 
Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF. 
Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se: 
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de 
segundo grau; 
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro. Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, 
do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de sentença condenatória de segunda instância 
ainda não transitada em julgado. 
O art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se até o final do processo de conhecimento, o que se encerra com 
a cognição plena pelo Tribunal de segundo grau. 
Assim, nos casos em que se aguarda o julgamento da apelação, o TJ ou TRF têm a obrigação de revisar 
periodicamente a prisão, nos termos do art. 316, parágrafo único, do CPP. 
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046). 
⚠ Memorize o que vale atualmente: o parágrafo único do art. 316 do CPP também se aplica para os Tribunais 
de Justiça e Tribunais Regionais Federais. 
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 
1046). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A determinação do magistrado pela cautelar máxima, em sentido diverso do requerido pelo Ministério 
Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex officio. 
Nota: Essa situação envolve três interessantes temas: 
 1) É possível atualmente que o juiz decrete, de ofício, a prisão preventiva? Não. Após o advento da Lei nº 
13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem 
provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, ou do Ministério Público. 
2) É possível que o juiz decrete, de ofício, a prisão preventiva do indivíduo nos casos de violência doméstica 
com base art. 20 da Lei Maria da Penha? Não. O art. 20 da Lei Maria da Penha não é uma exceção à regra 
acima exposta. A proibição de decretação da prisão preventiva de ofício também se estende para o art. 20 
da Lei Maria da Penha. Se você reparar o art. 20 da Lei nº 11.340/2006 ele continua dizendo, textualmente, 
que o juiz pode decretar a prisão preventiva de ofício nos casos envolvendo violência doméstica. Ocorre que 
esse art. 20 da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) destoa do atual regime jurídico. A atuação do juiz de 
ofício é vedada independentemente do delito praticado ou de sua gravidade, ainda que seja de natureza 
hedionda, e deve repercutir no âmbito da violência doméstica e familiar. 
 3) Se o MP pediu a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, o juiz está autorizado a decretar a prisão? 
Sim. A decisão que decreta a prisão preventiva, desde que precedida da necessária e prévia provocação do 
Ministério Público, formalmente dirigida ao Poder Judiciário, mesmo que o magistrado decida pela cautelar 
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pessoal máxima, por entender que apenas medidas alternativas seriam insuficientes para garantia da ordem 
pública, não deve ser considerada como de ofício. Isso porque uma vez provocado pelo órgão ministerial a 
determinar uma medida que restrinja a liberdade do acusado em alguma medida, deve o juiz poder agir de 
acordo com o seu convencimento motivado e analisar qual medida cautelar pessoal melhor se adequa ao 
caso. Impor ou não cautelas pessoais, de fato, depende de prévia e indispensável provocação. Entretanto, a 
escolha de qual delas melhor se ajusta ao caso concretohá de ser feita pelo juiz da causa. Entender de forma 
diversa seria vincular a decisão do Poder Judiciário ao pedido formulado pelo Ministério Público, de modo a 
transformar o julgador em mero chancelador de suas manifestações, ou de lhe transferir a escolha do teor 
de uma decisão judicial. 
⚠ ATENÇÃO! EM SENTIDO CONTRÁRIO -Se o requerimento do Ministério Público limita-se à aplicação de 
medidas cautelares ao preso em flagrante, é vedado ao juiz decretar a medida mais gravosa - prisão 
preventiva -, por configurar uma atuação de ofício. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 754.506-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 22/08/2022. 
STJ. 6ª Turma. RHC 145.225-RO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/02/2022 (Info 725). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É idônea a fundamentação do decreto prisional assentada na periculosidade do agente, evidenciada 
pelo modus operandi, e na necessidade de interromper atuação de líder de organização criminosa voltada 
para a prática de crimes informáticos. 
STJ. HC 574.573-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 22/06/2021, DJe 28/06/2021 (Edição 
Extraordinário n. 4). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A complexidade da causa penal e o caráter multitudinário do feito (dezoito réus, no caso), justificam uma 
maior duração do processo, salvo quando eventual retardamento se dê em virtude da inércia do Poder 
Judiciário, fato já afastado no presente caso. 
STF. 2ª Turma. AgRg no HC 199.238, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 14/06/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que, se logo 
depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que maculava 
a custódia é suprido. 
Nota: O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem requerimento)? 
• Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal. 
• Exceção: se, após a decretação, a autoridade policial ou o Ministério Público requererem a prisão, o vício 
de ilegalidade que maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será relaxada. O posterior 
requerimento da autoridade policial pela segregação cautelar ou manifestação do Ministério Público 
favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância da formalidade de prévio requerimento. 
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136.708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021. (Info 691) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é possível a decretação “ex officio” de prisão preventiva em qualquer situação (em juízo ou no curso 
de investigação penal), inclusive no contexto de audiência de custódia, sem que haja, mesmo na hipótese 
da conversão a que se refere o art. 310, II, do CPP, prévia, necessária e indispensável provocação do 
Ministério Público ou da autoridade policial. 
Nota: Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º, e do art. 311, 
ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o prévio ‘requerimento das 
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante 
requerimento do Ministério Público’, não mais sendo lícito, portanto, com base no ordenamento jurídico 
vigente, a atuação ‘ex officio’ do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade. A 
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DELEGADO SÃO PAULO 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 04/12 
 
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interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz dos arts. 282, § 2º, e 311, significando que se 
tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia, a conversão, de ofício, da prisão em flagrante 
de qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal 
provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o caso, do querelante ou do 
assistente do MP. 
STJ. 5ª Turma. HC 590039/GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2020. 
Mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 06/10/2020. STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686). STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de réu reincidente com 
risco de reiteração delitiva. 
STJ. 6ª Turma. RHC 132.611/GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 02/02/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do Código de Processo Penal não implica automática 
revogação da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a legalidade e a 
atualidade de seus fundamentos. 
STF. Plenário. SL 1395 MC Ref/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14 e 15/10/2020 (Info 995) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O STJ não concede liberdade para o acusado preso preventivamente sob o argumento de que, ao final, se 
condenado, ele receberá regime diverso do fechado. 
Nota: Assim, não há que se falar em ofensa ao princípio da homogeneidade das medidas cautelares porque 
não cabe ao STJ, em um exercício de futurologia, antecipar a provável colocação da paciente em regime 
aberto/semiaberto ou a substituição da sua pena de prisão por restritiva de direitos. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 559.434/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/05/2020. 
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 539.502/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/05/2020. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A manutenção da prisão preventiva exige a demonstração de fatos concretos e atuais que a justifiquem. 
STF. HC 179859 AgR/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.3.2020. (HC-179859) (Info 968) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam gestantes, 
puérperas, mães de crianças ou mães de pessoas com deficiência. No entanto, nem toda mãe de criança 
deverá ter direito à prisão domiciliar ou a receber medida alternativa à prisão, porque pode haver 
situações em que o crime é grave e o convívio com a mãe pode prejudicar o desenvolvimento do menor. 
STF. 1ª Turma. HC 168900/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/9/2019. (Info 953). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A liberdade de um indivíduo suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer restrições se 
houver decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos concretos, e não apenas em 
hipóteses ou conjecturas. A prisão cautelar, portanto, constitui medida de natureza excepcional e não 
pode ser utilizada como instrumento de punição antecipada do réu. 
HC 152676/PR, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9.4.2019 - (Info 937-STF) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Deve ser concedida a liberdade provisória a réu primário preso preventivamente sob a imputação de 
tráfico de drogas por ter sido encontrado com 887,89 gramas de maconha e R$ 1.730,00. 
Nota: O STF considerou genéricas as razões da segregação cautelar do réu. Além disso, reconheceu como de 
pouca nocividade a substância entorpecente apreendida (maconha). Reputou que a prisão de jovens pelo 
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tráfico de pequena quantidade de maconha é mais gravosa do que a eventual permanência em liberdade, 
pois serão fatalmente cooptados ou contaminados por uma criminalidade mais grave ao ingressarem no 
ambiente carcerário. 
STF. 1ª Turma. HC 140379/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018. (Info 921) 
 
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