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Resumo Direito Penal

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SEMANA 01 
 
 
 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
SEMANA 01/12 
 
 
Sumário 
META 1 ............................................................................................................................................................ 10 
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................... 10 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................................... 10 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................... 12 
2.1 Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais ................................................................................................... 12 
2.2 Direitos Fundamentais x Direitos Humanos ........................................................................................................... 13 
2.3 Geração dos direitos fundamentais ....................................................................................................................... 14 
2.4 Características dos direitos fundamentais ............................................................................................................. 18 
2.5 Dimensão dos Direitos Fundamentais .................................................................................................................... 20 
2.5.1 Desdobramentos da dimensão objetiva dos Direitos Fundamentais .............................................................. 20 
2.6 Direitos individuais implícitos e explícitos .............................................................................................................. 22 
2.7 Destinatários .......................................................................................................................................................... 23 
2.8 Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988 .................................................................................. 24 
2.8.1. Não taxatividade dos direitos fundamentais e tratados de direitos humanos ............................................... 24 
2.8.2. Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ....................................................................... 25 
2.9 Deveres Fundamentais ........................................................................................................................................... 26 
2.10 Alguns direitos individuais – rol do art. 5º da CF/88 ............................................................................................ 26 
3. DIREITOS SOCIAIS ........................................................................................................................................ 53 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................... 60 
Questões ...................................................................................................................................................................... 60 
Comentários ................................................................................................................................................................. 63 
META 2 ............................................................................................................................................................ 68 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ....................................................................... 68 
1. PROCESSO PENAL CONSTITUCIONAL........................................................................................................... 68 
2. PRETENSÃO PUNITIVA ................................................................................................................................. 69 
3. SISTEMAS DO PROCESSO PENAL ................................................................................................................. 70 
4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ................................................................................... 73 
4.1 Princípios Constitucionais Explícitos ....................................................................................................................... 73 
4.1.1 Princípio da Presunção da Inocência ............................................................................................................... 73 
4.1.2 Princípio da Igualdade Processual ou Paridade de Armas ............................................................................... 79 
4.1.3 Princípio da Ampla Defesa ............................................................................................................................... 79 
4.1.4 Princípio da Plenitude da Defesa ..................................................................................................................... 81 
4.1.5 Princípio do In Dubio Pro Reo .......................................................................................................................... 81 
4.1.6 Princípio do Contraditório ou Bilateralidade da Audiência ............................................................................. 83 
4.1.7 Princípio da Publicidade ................................................................................................................................... 83 
4.1.8 Princípio da Vedação das Provas Ilícitas .......................................................................................................... 84 
4.1.9 Princípio da Economia Processual, Celeridade Processual e Duração Razoável Do Processo ......................... 85 
4.1.10 Princípio do Devido Processo Legal ............................................................................................................... 86 
4.1.11 Juiz Imparcial ou Natural ............................................................................................................................... 86 
4.2 Princípios Constitucionais Implícitos ...................................................................................................................... 87 
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4.2.1 Princípio do Nemo Tenetur Se Detegere (Princípio De Que Ninguém Está Obrigado A Produzir Prova Contra Si 
Mesmo) ..................................................................................................................................................................... 87 
4.2.2 Princípio da Iniciativa das Partes ..................................................................................................................... 93 
4.2.3 Duplo Grau de Jurisdição ................................................................................................................................. 93 
4.2.4 Princípio da Oficialidade .................................................................................................................................. 93 
4.2.5 Princípio da Oficiosidade ................................................................................................................................. 94 
5. OUTROS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL ................................................................................................ 94 
5.1 Princípio da Oralidade ............................................................................................................................................ 94 
5.2 Indivisibilidade da Ação Penal Privada ................................................................................................................... 94 
5.3 Comunhão da Prova ............................................................................................................................................... 94 
5.4 Impulso Oficial ........................................................................................................................................................94 
6. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL ................................................................................................................. 95 
6.1 Aplicação da Lei Processual no Tempo ................................................................................................................... 95 
6.2 Aplicação da Lei Processual no Espaço: .................................................................................................................. 96 
6.3 Aplicação da Lei Processual em Relação às Pessoas .............................................................................................. 97 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ........................................................................................... 100 
8. FONTES ...................................................................................................................................................... 101 
8.1 Fonte Material, Substancial ou de Produção ....................................................................................................... 101 
8.2 Fonte Formal, Cognitiva ou de Cognição .............................................................................................................. 102 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 103 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ........................................................... 104 
1. OBJETO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................................................ 104 
2. NATUREZA JURÍDICA DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. .......................................................................... 104 
3. COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS DE QUALQUER NATUREZA ...................................................................... 105 
4. QUEBRA DO SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS ........................................................................................... 106 
5. QUEBRA DE ESTAÇÃO RÁDIO BASE ........................................................................................................... 107 
6. MOMENTO DE DECRETAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA .............................................................. 109 
7. DA NECESSIDADE DE CONTRADITÓRIO ..................................................................................................... 110 
8. REQUISITOS PARA A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: ................................................................................. 110 
9. SIGILO PROFISSIONAL DO ADVOGADO ..................................................................................................... 114 
10. ENCONTRO FORTUITO DE ELEMENTO PROBATÓRIO EM RELAÇÃO A OUTROS FATOS DELITUOSOS 
(SERENDIPIDADE): ......................................................................................................................................... 115 
11. PROCEDIMENTO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................................ 117 
11.1 Fundamentação da decisão judicial: .................................................................................................................. 117 
11.2. Duração da interceptação ................................................................................................................................. 118 
12. EXECUÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ......................................................................................... 119 
13. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E AUTORIDADES COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ............ 121 
14. INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES AMBIENTAIS ............................................................................. 121 
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14.1 Cláusula de Reserva de Jurisdição ...................................................................................................................... 123 
14.2 Captação Ambiental Clandestina e Figura Criminosa Respectiva ...................................................................... 124 
14.3 Causa de Ausência de Tipicidade........................................................................................................................ 125 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 126 
META 3 .......................................................................................................................................................... 127 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ........................................................................................... 127 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL ................................. 127 
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS ....................................................................................................... 131 
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal ................................................................................................... 131 
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) .......................................................................... 132 
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO ............................................................................ 133 
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI) ............................................................................................................. 133 
4.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 133 
4.2. Garantias primárias e secundárias ...................................................................................................................... 134 
4.3 Máximas do garantismo ....................................................................................................................................... 134 
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ..................................................................................................................... 135 
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) ................................................................................... 136 
6. FONTES DO DIREITO PENAL ...................................................................................................................... 137 
7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ................................................................................................................. 140 
7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal ................................................................ 140 
7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos ......................................................................................... 140 
7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima ................................................................................................................... 141 
7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela .................................................................................................... 143 
7.2 Princípios Relacionados com o Fato do Agente ................................................................................................... 155 
7.2.1 Princípio da Ofensividade/Lesividade ............................................................................................................ 155 
7.2.2 Princípio da Alteridade .................................................................................................................................. 156 
7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato .................................................................................. 157 
7.2.4 Princípio Da LegalidadeEstrita Ou Reserva Legal .......................................................................................... 157 
7.2.5 Princípio da Anterioridade ............................................................................................................................. 159 
7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem .............................................................................................................. 159 
7.2.7 Princípio da Adequação Social ....................................................................................................................... 160 
7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato ................................................................................................... 161 
7.3.1 Princípio da Responsabilidade Pessoal / Da Pessoalidade / Da Intranscendência Da Pena .......................... 161 
7.3.2 Princípio da Responsabilidade Subjetiva ....................................................................................................... 161 
7.3.3 Princípio da Culpabilidade ............................................................................................................................. 161 
7.3.4 Princípio da Proporcionalidade ...................................................................................................................... 162 
7.3.5 Princípio da Limitação das Penas ou da Humanidade ................................................................................... 162 
7.2.6 Princípio da Confiança ................................................................................................................................... 162 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 164 
DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO ........................................................................................... 165 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL .......................................................................................................................... 165 
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1.1. Classificação das Leis Penais ................................................................................................................................ 165 
1.1.1 Leis Penais em Branco ................................................................................................................................... 166 
1.2 Características da Lei Penal .................................................................................................................................. 167 
2. LEI PENAL NO TEMPO ................................................................................................................................ 167 
2.1. Teorias sobre a Eficácia da Lei Penal no Tempo .................................................................................................. 168 
2.2. Abolitio Criminis .................................................................................................................................................. 168 
2.3. Crime continuado, Crime permanente, Sucessão de leis penais ........................................................................ 171 
2.4. Lei Excepcional e Temporária .............................................................................................................................. 172 
2.5. Lei Intermediária ................................................................................................................................................. 173 
3. LEI PENAL NO ESPAÇO ............................................................................................................................... 173 
3.1. Princípios ............................................................................................................................................................. 174 
3.2. Extraterritorialidade ............................................................................................................................................ 175 
3.3. Lugar Do Crime .................................................................................................................................................... 177 
4. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS (IMUNIDADES) .......................................................... 178 
4.1 Introdução ............................................................................................................................................................ 178 
4.2 Imunidades Diplomáticas ..................................................................................................................................... 179 
4.3 Imunidades Parlamentares .................................................................................................................................. 180 
4.3.1 Imunidade Parlamentar Absoluta / Material / Real / Substancial ou Inviolabilidade / Indenidade .............. 180 
4.3.2 Imunidade Parlamentar Relativa / Formal ..................................................................................................... 181 
4.3.3 Imunidade relativa ao processo ..................................................................................................................... 182 
4.3.4 Imunidade relativa à condição de testemunha ............................................................................................. 182 
4.3.5 Imunidades dos Parlamentares dos Estados (Deputados Estaduais) ............................................................ 183 
4.3.6 Imunidades dos Parlamentares dos Municípios (Vereadores) ...................................................................... 183 
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA .................................................................................................... 184 
6. CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA .......................................................... 185 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................. 185 
7.1 Espécies de Interpretação .................................................................................................................................... 185 
7.2. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia .......................................................................... 186 
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS ........................................................................................................... 188 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 192 
META 4 .......................................................................................................................................................... 193 
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ........................................................................ 193 
1. ORIGEM, NATUREZA JURÍDICA E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................ 193 
2. EVOLUÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................... 193 
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO ESTRANGEIRO .................................................................................................. 194 
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................ 194 
5. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................ 196 
5.1 Administração Pública Extroversa e Introversa .................................................................................................... 197 
5.2 Tendênciasatuais do Direito Administrativo ....................................................................................................... 197 
5.3 Transadministrativismo ........................................................................................................................................ 197 
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6. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 198 
7. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................... 200 
8. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA ....................................................................... 200 
9. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ........................................................................................................ 200 
9.1 Princípios x Regras ................................................................................................................................................ 202 
9.2 Princípios Explícitos do Direito Administrativo .................................................................................................... 202 
10. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................. 203 
10.1 Legalidade (Juridicidade) .................................................................................................................................... 203 
10.2 Princípio Da Impessoalidade .............................................................................................................................. 204 
10.3 Princípio da Moralidade ..................................................................................................................................... 205 
10.4 Princípio da Publicidade ..................................................................................................................................... 208 
10.5 Princípio da Eficiência ......................................................................................................................................... 209 
11. OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................ 210 
11.1 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade ................................................................................................ 210 
11.2 Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado (Princípio da Finalidade Pública) ..................... 211 
11.3 Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade ........................................................................................................ 212 
11.4 Princípio Da Continuidade Do Serviço Público ................................................................................................... 214 
11.5 Princípio da Motivação ....................................................................................................................................... 217 
11.6 Princípio da Ampla Defesa e Contraditório ........................................................................................................ 218 
11.7 Princípio da Segurança Jurídica e Legítima Confiança ........................................................................................ 218 
11.8 Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções ........................................................................................ 219 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 221 
DIREITO ADMINISTRATIVO: PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................ 222 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 222 
2. PODER VINCULADO E PODER DISCRICIONÁRIO ........................................................................................ 223 
2.1 Poder Vinculado/Regrado .................................................................................................................................... 223 
2.2 Poder Discricionário ............................................................................................................................................. 223 
2.3 Limites da discricionariedade e controle judicial ................................................................................................. 224 
3. PODERES EM ESPÉCIE ................................................................................................................................ 226 
3.1 Poder Normativo (ou Regulamentar) ................................................................................................................... 226 
3.2 Poder Hierárquico ................................................................................................................................................ 229 
3.3 Poder Disciplinar .................................................................................................................................................. 231 
3.4 Poder de Polícia .................................................................................................................................................... 233 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 243 
META 5 .......................................................................................................................................................... 244 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI MARIA DA PENHA ................................................................................... 244 
1. FINALIDADES DA NORMA .......................................................................................................................... 244 
2. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E IGUALDADE MATERIAL ............................................................................ 245 
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA ............................................................................................... 245 
4. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ......................................................................... 245 
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5. SUJEITO PASSIVO ....................................................................................................................................... 249 
6. SUJEITO ATIVO ........................................................................................................................................... 251 
7. ELEMENTO SUBJETIVO .............................................................................................................................. 251 
8. HIPÓTESES DE CONFIGURAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA .................................................................... 252 
9. FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ............................................................................................ 255 
10. FORMAS DE PREVENÇÃO NA LEI MARIA DA PENHA ............................................................................... 256 
11. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA FAMILIAR .................................................... 258 
12. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ................................................................................... 259 
13. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ..................................................................................................... 264 
13.1. Considerações Iniciais: ......................................................................................................................................264 
13.2. Legitimidade para conceder as medidas protetivas de urgência: ..................................................................... 268 
13.3. Das medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor .......................................................................... 271 
13.4. Das Medidas Protetivas De Urgência À Ofendida ............................................................................................. 273 
13.5. Vias impugnativas .............................................................................................................................................. 274 
13.6. Descumprimento das medidas protetivas de urgência ..................................................................................... 274 
14. PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................................................ 279 
15. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES PRATICADOS NO CONTEXTO DA LEI 11.340/06 ........ 280 
16. VEDAÇÕES PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA .................................................................................... 281 
16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa ................................. 281 
16.2. Vedação às penas restritivas de direito ............................................................................................................. 282 
16.3. Vedação à aplicação do Princípio da Insignificância .......................................................................................... 283 
17. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DA LEI MARIA DA PENHA .............................................................................. 284 
18. COMPETÊNCIA NA LEI MARIA DA PENHA ................................................................................................ 286 
19. REPARAÇÃO DE DANOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ..... 289 
20. LEI 14.022/2020 ....................................................................................................................................... 291 
QUESTÕES PROPOSTAS ................................................................................................................................. 296 
 
 
 
 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos e Garantias Fundamentais 
2 TER 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Interceptação Telefônica 
3 QUA 
DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
DIREITO PENAL: A Lei Penal e sua Aplicação 
4 QUI 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções Iniciais e Princípios 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Poderes da Administração 
5 SEX LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei Maria da Penha 
6 SÁB 
REVISÃO SEMANAL (Anexo) 
LEITURA DO CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA (Anexo) 
 
 
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SEMANA 01/12 
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META 1 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
São decididos antes da elaboração do texto, no momento de construção das normas. Têm natureza 
de vetores interpretativos que imprimem coesão, harmonia e unidade ao sistema. 
Subdividem-se em: 
a) princípios constitucionais sensíveis: aqueles expressos na Constituição, também denominados 
princípios apontados/enumerados; 
b) estabelecidos/organizatórios: limitam, vedam ou proíbem que o Poder Constituinte decorrente 
atue de forma indiscriminada e podem ser extraídos a partir da interpretação do conjunto de normas 
centrais, dispersas no texto constitucional; 
c) extensíveis: de acordo com Bulos, são aqueles que integram a estrutura da federação brasileira, 
relacionando-se, por exemplo, com a forma de investidura dos cargos eletivos, o processo legislativo, 
orçamentos e preceitos ligados à Administração Pública. 
 
O QUE É O PREÂMBULO E QUAL A SUA NATUREZA JURÍDICA? 
 
O preâmbulo é a parte precedente da CF. Segundo o STF, adotando a tese da irrelevância jurídica, é mero 
vetor interpretativo do que se acha inscrito no texto constitucional. Não possui força normativa, logo, não 
pode ser parâmetro nem objeto de controle de constitucionalidade. 
 
* ATENÇÃO – PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (ART. 4º): leitura 
obrigatória. 
 
OUTROS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: Os Princípios Constitucionais estão presentes não só no art. 
5º, mas em diversos dispositivos, a exemplo dos princípios tributários, previstos no art. 150, e dos princípios 
expressos da Administração Pública (art. 37, caput). Assim, atente-se brevemente aos princípios da dignidade 
da pessoa humana, legalidade e isonomia, sem prejuízo dos demais que se inserem na Carta Magna – e 
serão tratados nas matérias específicas: 
 
a) Dignidade da pessoa humana: Define Luís Roberto Barroso que o “princípio da dignidade humana 
expressa um conjunto de valores civilizatórios que se pode considerar incorporado ao patrimônio da 
humanidade. Dele se extrai o sentido mais nuclear dos direitos fundamentais, para tutela do mínimo 
existencial e da personalidade humana, tanto na dimensão física como na moral”. Decorre do aludido 
princípio, por exemplo, a impenhorabilidade do bem de família e a união estável entre pessoas do mesmo 
sexo. É considerado um “super-princípio”. 
 
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DELEGADO SÃO PAULO 
 
SEMANA 01/12 
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 O fato de a dignidade humana ser positivada na Constituição como princípio fundamental da 
República confere-lhe a natureza de norma jurídica, seja como princípio ou como regra, mas, de todo modo, 
como norma. Ela é também um valor constitucional relevante. Isso significa que ela passa a ter ao menos 
eficácia negativa contra normas infraconstitucionais e contra atos que se contraponham à dignidade 
humana, isto é, tais normas e atos podem ser reconhecidos como inválidos (antijurídicos), no que forem 
contrários a ela. Além disso, como princípio fundamental da República, a dignidade deve ser considerada na 
interpretação das demais normas do ordenamento jurídico, uma vez que é também objetivo a ser alcançado 
na atuação do Estado brasileiro. A dignidade humana tem sido frequentemente adotada com essas funções 
pelo Supremo Tribunal Federal, na interpretação do direito. 
 
b) Legalidade: o princípio da legalidade significa que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo 
que não esteja previamente estabelecido na própria CF/88 e nas normas jurídicas dela derivadas. O princípio 
da legalidade, desta forma, se converte em princípio da constitucionalidade (Canotilho), subordinando toda 
atividade estatal e privada à força da Constituição. No direito brasileiro encontra-se previsto nos arts. 5º, II; 
37; e 84, IV, da CF/88. 
 
I. Legalidade x Reserva Legal: o princípio da reserva legal é um desdobramento da legalidade, que impõe e 
vincula a regulação de determinadas matérias constantes na constituição à fonte formal do tipo lei. 
 
II. Acepções do princípio da legalidade: 
 
1) Para particulares: somente a lei pode criar obrigações, de forma que a inexistência de lei proibitiva 
de determinada conduta implica ser ela permitida. Vigora a autonomia da vontade. 
2) Para a Administração Pública: O Estado se sujeita às leis, e deve atuar em conformidade à previsão 
legal. O administrador público só poderá agir dentro daquilo que é previsto e autorizado por lei. Obs. 
Sob esta acepção, o princípio da legalidade vem sofrendo uma releitura pela doutrina moderna, que 
defende a necessidade de conformação da atividade do administrador ao Direito (e não apenas à lei). 
Assim, fala-seatualmente em princípio da juridicidade (o assunto é aprofundado em Direito 
Administrativo). 
 
c) Isonomia: O princípio da igualdade compreende a igualdade formal e igualdade material, a primeira 
abrange a igualdade na lei, isto é, que nas normas jurídicas não pode haver distinções que não sejam 
autorizadas pela Constituição e que tem por destinatário o legislador e a igualdade perante a lei tem como 
destinatário os aplicadores da lei, segundo o qual deve se aplicar igualmente a lei, ainda que crie uma 
desigualdade. (JUNIOR, 2020, p.p. 620/621) 
 
Logo, é possível extrair: 
● Isonomia formal: igualdade perante a lei; 
● Isonomia material: tratar os desiguais na medida de sua desigualdade. 
 
RETA FINAL 
 
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É POSSÍVEL ESTABELECER CRITÉRIOS DIFERENCIADORES PARA ADMISSÃO DE CANDIDATO EM 
CONCURSOS PÚBLICOS? 
 
A jurisprudência vem admitindo algumas hipóteses de discriminação, podendo ocorrer em relação à idade, 
sexo, altura, etc., desde que sejam observados dois requisitos: 
1) Previsão legal anterior definindo os critérios de admissão para o cargo; e 
2) Razoabilidade da exigência, decorrente da natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua 
realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. STF. Plenário. RE 
1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (repercussão geral). 
 
AÇÕES AFIRMATIVAS 
 
A Carta Magna busca a igualdade material. Para aplicação do princípio da isonomia, são necessárias as ações 
afirmativas, também denominadas discriminações positivas, cuja finalidade é proteger certos grupos sociais 
que demandam tratamento diverso. Tais ações consideram a realidade histórica de marginalização ou 
hipossuficiência e, assim, funcionam como medidas de compensação com o fim de concretizar uma 
igualdade de oportunidades. A exemplo, podemos citar: mercado de trabalho da mulher, cotas de vagas sem 
serviços públicos, cotas em universidades (PROUNI), cotas, Lei Maria da Penha. 
 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS1 
 
 A CF/88 no Título II classifica o gênero direitos e garantias fundamentais em importantes grupos. 
Veja: 
- Direitos e Deveres individuais e coletivos; 
- Direitos sociais; 
- Direitos de nacionalidade; 
- Direitos políticos; 
- Partidos políticos. 
 
2.1 Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais 
 
● Direitos: são normas de conteúdo declaratório da existência de um interesse, de uma vantagem, isto 
é, imprimem a existência legal. Ex: direito à vida, à propriedade; 
● Garantias: normas de conteúdo assecuratório, que servem para assegurar o direito declarado. As 
garantias são estabelecidas pelo texto constitucional como instrumento de proteção dos direitos 
 
1 Para aprofundamento no assunto, consultar: 
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_d
os_direitos_fundamentais.pdf 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
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fundamentais e writs constitucionais. São também chamadas de instrumentos de tutela das 
liberdades e ações constitucionais. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
NORMAS QUE PROTEGEM os bens jurídicos 
fundamentais de uma sociedade 
INSTRUMENTOS que buscam proteger os 
direitos fundamentais 
Tem valor intrínseco, nele mesmo Tem valor instrumental 
 
Ilustrando: é inviolável a liberdade de consciência e de crença (direito), garantindo-se na forma da lei a 
proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantia). 
 
● Remédios Constitucionais: embora todo remédio constitucional seja uma garantia, nem toda 
garantia é um remédio constitucional, porque este é um instrumento processual que tem por 
objetivo assegurar o exercício de um direito. Ex: Habeas Corpus, Mandado de Segurança. Pode-se 
dizer que os remédios constitucionais são espécies do gênero garantia. 
 
ATENÇÃO: alguns dispositivos constitucionais contêm direitos e garantias no mesmo enunciado. O art. 5º, X, 
estabelece a inviolabilidade do direito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, assegurando, 
em seguida, o direito à indenização em caso de dano material ou moral provocado pela sua violação. 
 
2.2 Direitos Fundamentais x Direitos Humanos 
 
Embora materialmente ambos objetivem a proteção e a promoção da dignidade da pessoa humana, 
não se confundem. Assim, convém destacar que a doutrina estabelece duas distinções entre os direitos 
humanos e os direitos fundamentais. 
o Direitos Humanos: são direitos reconhecidos no âmbito internacional; nem sempre exigíveis 
internamente. 
o Direitos fundamentais: são direitos reconhecidos no plano interno de um determinado 
Estado. Preferencialmente, positivados na CF; passíveis de cobrança judicial. 
 
 DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS HUMANOS 
FORMAL 
FUNDAMENTO DE 
VALIDADE/JURÍDICO 
Encontram previsão formal 
nas constituições 
 
Encontram fundamento 
nos Tratados 
Internacionais; 
Exemplo: Declaração 
Universal dos Direitos 
Humanos da ONU 
 
RETA FINAL 
 
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MATERIAL 
LIGADA AO CONTEÚDO 
FINALIDADE DE CADA UM DOS 
INSTITUTOS 
Estabelecem o conjunto de 
bens jurídicos básicos, 
essenciais de uma 
sociedade, não se limitando 
à proteção da pessoa física 
 
Buscam a proteção da 
pessoa humana 
(exclusivamente). 
Não há que se falar em 
direito 
 
 
 
Como se classificam as normas constitucionais de direitos fundamentais quanto à eficácia e aplicabilidade? 
Pela classificação de José Afonso da Silva e considerando não haver direito fundamental absoluto, as normas 
podem possuir eficácia plena, e podem apresentar, conforme a hipótese, eficácia contida (ou restringível) 
ou limitada. 
 
O que significa os efeitos negativo e positivo das normas constitucionais de direitos fundamentais? O efeito 
positivo diz respeito ao fato de que, pelo simples fato de surgir uma nova Constituição, ela revoga tudo do 
ordenamento anterior que for contrário a ela. As normas constitucionais têm, assim, efeitos positivos, no 
sentido de proativo, pois revogam (não recepcionam) tudo do ordenamento anterior que for contrário a elas. 
Já o efeito negativo, por sua vez, tem o sentido de vedar/negar ao legislador ordinário a possibilidade de 
produzir normas infraconstitucionais contrárias a ela (norma constitucional); e, acaso o poder legiferante 
fizer, o judiciário, entendendo que houve contrariedade, extirpa a norma do ordenamento jurídico por 
intermédio do controle de constitucionalidade. 
 
A Carta Magna de 1988 é um marco na história constitucional brasileira, pois a sua abertura aos 
direitos foi baseada também nos tratados internacionais celebrados pelo Brasil. Dessa forma, ela introduziu 
o mais extenso rol de direitos de diversas espécies, incluindo direitos civis, políticos, econômicos, sociais e 
culturais, além de prever várias garantias constitucionais. 
Ademais, o art. 5°, §2°, da CRFB/88 prevê o princípio da não exaustividade dos direitos 
fundamentais, ou seja, que o rol desses direitos não é taxativo, ao afirmar que os direitos e garantias 
expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes: i) do regime e dos princípios por ela adotados 
e ii) dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
2.3 Geração dos direitos fundamentais 
 
 As dimensões ou gerações dos direitos humanos são cobrados com frequência nos Concursos 
Públicos. O tema foi apresentado pela primeira vez por Karel Vasak, em sua forma clássica chamada de 
Gerações dos Direitos Humanos, desdobrando-se em 1ª, 2ª e 3ª gerações. 
Trata-se de classificação dos direitos fundamentais que tem como critério o contexto histórico em 
que surgiram, a ordem cronológica de reconhecimento e afirmação dos direitos fundamentais. 
 
#DICA DD: Classificar os direitos em gerações sugere a ideia de superação de que 
as gerações mais novas suplantam as anteriores.Assim, e visando afastar essa 
RETA FINAL 
 
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concepção substitutiva de uma geração sobre a outra bem como a impressão de 
que existe uma relação de antiguidade ou posteridade dos direitos, a doutrina 
moderna entende que o mais adequado é falar em dimensões, uma vez que 
inexiste cronologia nesses direitos. 
 
Direitos fundamentais são indivisíveis. Possuem relação entre si de fortalecimento mútuo e não de 
exclusão mútua. O surgimento de uma nova geração de direitos tem o viés de fortalecer a geração já 
existente. Ex.: direito à educação fortalece o direito de liberdade de expressão. 
 
1) DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO OU PRIMEIRA DIMENSÃO (individuais ou negativos): 
 Surgem no contexto histórico das revoluções liberais, burguesas, diante do nascimento do 
constitucionalismo liberal – Séc. XIX. Marcam a passagem de um Estado autoritário para um Estado de 
Direito. Grandes Marcos dos direitos de 1ª dimensão: 
· Inglaterra – 1.215 – Magna Carta, assinada pelo Rei “João Sem Terra” 
· EUA – 1.776 – Declaração de Independência Americana 
· EUA – 1.787 – Constituição Americana 
· França – 1.789 – Revolução Francesa 
· França – 1.791 – Constituição Francesa 
 
 Estão relacionados à luta pela liberdade e segurança diante do Estado. Trata-se de impor ao Estado 
obrigações de não-fazer (absenteísmo estatal) e se relacionam às pessoas, individualmente. Ex: propriedade, 
igualdade formal (perante a lei), liberdade de crença, de manifestação de pensamento, direito à vida etc. 
 Obs.1: são chamados também de direitos negativos ou direitos de defesa. 
 Obs.2: o fundamento dos direitos de 1ª geração/dimensão é a IGUALDADE FORMAL. 
 
2) DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO OU SEGUNDA DIMENSÃO (sociais, econômicos e culturais ou 
direitos positivos): 
 Surgem no final do século XIX e início do século XX, diante do fenômeno do constitucionalismo social 
(ligado ao movimento do socialismo). Grandes Marcos: 
· Constituição Mexicana de 1917 
· Constituição Alemã de Weimar de 1919 
· Tratado de Versalhes, de 1919 (OIT) 
· Rússia – 1.917/18 – Declaração do Povo Oprimido e Trabalhador – Revolução Russa 
· Constituição Brasileira de 1934. 
 
 São os direitos de grupos sociais menos favorecidos, e que impõem ao Estado uma obrigação de 
fazer, de prestar (por isso são chamados de direitos prestacionais). Buscam viabilizar, através do Estado, a 
satisfação das necessidades básicas dos indivíduos como forma de lhes proporcionar uma vida digna. Ex: 
saúde, educação, moradia, segurança pública. 
 
RETA FINAL 
 
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Observação: A teoria da reserva do possível é uma limitação fática e jurídica oponível à realização dos direitos 
fundamentais, sobretudo os de cunho prestacional. Como é cediço, o Estado não possui recursos materiais 
ilimitados, o que leva os administradores a realizarem escolhas trágicas, alocando esses recursos em ações 
prioritárias. O limite da reserva do possível é o mínimo existencial, núcleo da dignidade da pessoa humana. 
Nesse contexto, a reserva do possível deve ser analisada sob três aspectos: 
 
I - Disponibilidade fática dos recursos para efetivação dos direitos fundamentais. 
II - Disponibilidade jurídica dos recursos, mediante autorização orçamentária. 
III - Razoabilidade e proporcionalidade da prestação, levando-se em consideração a universalização da 
demanda, não apenas o indivíduo. Nesse sentido, não se pode exigir judicialmente do Estado uma prestação 
que não possa ser concedida a todos os indivíduos que se encontrem em situação idêntica, sob pena de 
violação do princípio da isonomia. 
 
Contudo, conforme reiterada jurisprudência do STF, o fundamento da reserva do possível pelo Estado não 
é tese apta a fundamentar a não execução de políticas públicas. Com efeito, prepondera-se a tese do 
mínimo existencial. A exemplo, é a ADPF de n° 347 que, em seu bojo, aplicou a tese do estado de coisas 
inconstitucional em razão da massiva violação de direitos fundamentais em seu sentido objetivo. 
 
Inclusive, o STF no tema 365 da repercussão geral fixou a seguinte tese: “Considerando que é dever do 
Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade 
previsto no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, §6°, da Constituição 
Federal, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em 
decorrência da falta de ou insuficiência das condições legais de encarceramento” (RE 580.252, 16.02.2017). 
 
Assim, a Corte entendeu que não sendo assegurado o mínimo existencial, não se poderia sustentar a 
aplicação da cláusula de reserva financeira do possível para o Estado deixar de indenizar. 
 
Obs.1: o fundamento dos direitos de 2ª dimensão é a IGUALDADE MATERIAL. 
Obs.2: o efeito bipolar dos direitos de 2ª dimensão e princípio da vedação ao retrocesso: 
Os direitos de 2ª dimensão (direitos sociais) não possuem apenas um viés positivo, mas também um 
viés negativo. 
 
● Viés negativo – Fruto da vedação ao retrocesso (efeito cliquet) → Uma vez implementado o direito 
de 2ª dimensão por medida estatal, o próprio Estado passa a ter o dever de se abster de retornar ao 
status quo de quando o direito ainda não tinha efetividade. Ex.: 13º salário. 
● Viés positivo – Aqui a ideia não é só manter o status quo, mas também implementar/desenvolver 
novos direitos sociais. E, enquanto não for implementado, o indivíduo possui o direito de exigir um 
atuar do Estado com o intuito de realizá-lo (ideia de direitos prestacionais). 
 
3) DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO OU TERCEIRA DIMENSÃO (difusos e coletivos): 
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 Surgem na 2º metade do séc. XX, no pós 2ª Guerra, ligados aos movimentos de melhoria da qualidade 
de vida dos cidadãos. São direitos transindividuais, isto é, direitos que são de várias pessoas, mas não 
pertencem a ninguém isoladamente. Transcendem o indivíduo isoladamente considerado. Necessidade de 
preservacionismo ambiental e as dificuldades para proteção dos consumidores. Possuem caráter indivisível 
e são titularizados por toda a coletividade. Ex.: direito ao meio ambiente. 
 São também conhecidos como: 
● DIREITOS DE FRATERNIDADE 
● Direitos metaindividuais (estão além do indivíduo) 
● Direitos supraindividuais (estão acima do indivíduo isoladamente considerado). 
 
Vamos esquematizar? 
 Direitos de 1ª 
GERAÇÃO/DIMENSÃO 
Direitos de 2ª 
GERAÇÃO/DIMENSÃO 
Direitos de 3ª 
GERAÇÃO/DIMENSÃO 
 
CONTEXTO 
HISTÓRICO 
Surgem com revoluções 
liberais, burguesas, diante do 
nascimento do 
constitucionalismo liberal. – 
Séc. XIX. 
Surgem no final do século XIX e 
início do século XX, diante do 
fenômeno do 
constitucionalismo social. 
 
2ª metade do séc. XX, no pós 2ª 
Guerra, ligados aos 
movimentos de melhoria da 
qualidade de vida dos cidadãos 
MARCOS Inglaterra – 1.215 – Magna 
Carta 
EUA – 1.776 – Declaração de 
Independência Americana 
EUA – 1.787 – Constituição 
Americana 
França – 1.789 – Revolução 
Francesa 
França – 1.791 – Constituição 
Francesa 
Constituição Mexicana de 1917 
Constituição Alemã de Weimar 
de 1919 
Rússia – 1.917/18 – Declaração 
do Povo Oprimido e 
Trabalhador – Revolução Russa 
Constituição Brasileira de 
1934. 
 
SINÔNIMOS direitos negativos, direitos de 
abstenção. 
direitos sociais, econômicos e 
culturais 
direitos positivos, direitos 
prestacionais 
difusos e coletivos 
direitos metaindividuais 
direitos supraindividuais 
 
FUNDAMENTO Igualdade FORMAL Igualdade MATERIAL FRATERNIDADE 
CONCEITO Buscam limitar o poder estatal, 
impondo ao Estado obrigações 
de não-fazer e se relacionam às 
pessoas, individualmente. 
 
São direitos que impõem ao 
Estado uma obrigação de fazer, 
de prestar. 
Buscam viabilizar, através do 
Estado, a satisfação das 
necessidades básicas dos 
São direitos transindividuais, 
isto é, titularizados por toda a 
coletividade, não pertencendo 
a uma pessoa isoladamente.Possuem caráter indivisível. 
 
RETA FINAL 
 
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indivíduos como forma de lhes 
proporcionar uma vida digna. 
EXEMPLOS Propriedade, igualdade formal 
(perante a lei), liberdade de 
crença, de manifestação de 
pensamento, direito à vida, 
direito de locomoção 
Saúde, educação, moradia, 
segurança pública. 
Direito ao meio ambiente, 
direito ao desenvolvimento, 
direito de propriedade sobre o 
patrimônio da humanidade, 
direito de comunicação 
 
Há ainda quem aponte outras gerações apesar de crítica de parcela da doutrina (Ingo Salert), pois 
seriam direitos já existentes aplicados, hoje, a um novo contexto social, diante da evolução da sociedade. 
Ex.: questões de bioética trabalham com direitos básicos como direito à integridade, ao próprio corpo e 
dignidade. 
Contudo, veja o quadro sinóptico – Segundo Paulo Bonavides: 
 (Mazzuoli, 2018) 
 
2.4 Características dos direitos fundamentais 
 
● Historicidade: o que se entende por direitos fundamentais varia de acordo com o momento histórico, 
não são conceitos herméticos e fechados, variando no tempo e no espaço. Emergem progressivamente 
das lutas que o homem trava por sua própria emancipação. 
● Inalienabilidade: são direitos sem conteúdo econômico patrimonial, não podem ser comercializados ou 
permutados. 
RETA FINAL 
 
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● Imprescritibilidade: são sempre exigíveis, ainda que não exercidos. 
● Irrenunciabilidade: o indivíduo pode não exercer os seus direitos, mas não pode renunciá-los, de modo 
geral. OBS: O STF admite, excepcionalmente, a renúncia temporária aos direitos que não ferem o núcleo 
da dignidade da pessoa humana, como no caso de participação em reality show. 
● Relatividade: não são direitos absolutos. Se houver um choque entre os direitos fundamentais, serão 
resolvidos por um juízo de ponderação à luz da razoabilidade e da concordância prática ou harmonização 
levando em consideração a regra da máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos 
conjugando-a com a sua mínima restrição (limitabilidade). 
 
Apesar da limitabilidade inerente à natureza dos direitos humanos, a doutrina contemporânea 
sustenta que existem Direitos Fundamentais Absolutos: 
a) Direito a Não Tortura (apontado por Norberto Bobbio) - (art. 5° da DUDH); 
b) Direito a Não Escravidão (art. 4° da DUDH); 
c) Direito a Não Extradição do Brasileiro Nato (art. 5º, LI, CF/88) → apontado por Carlos Ayres Britto. 
 
TEORIA DA RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES (= LIMITAÇÃO DAS LIMITAÇÕES) 
- É teoria alemã, adotada no Brasil pelo STF; 
- Uma das características dos direitos fundamentais é que eles são relativos, ou seja, podem sofrer limitações. 
Porém, essas restrições devem ser feitas com critérios e de forma excepcional a não esvaziar o seu núcleo 
essencial. 
- Só podem ser impostas restrições se obedecerem aos seguintes requisitos: 
Requisito formal: os direitos fundamentais só podem ser restringidos em caráter geral por meio de normas 
elaboradas por órgãos dotados de atribuição legiferante conferido pela CF/88. A restrição deve estar 
expressa ou implicitamente autorizada. 
Requisitos materiais: para a restrição ser válida, deve observar aos seguintes princípios: 
- Não retroatividade; 
- Proporcionalidade; 
- Generalidade e abstração; 
- Proteção do núcleo essencial. 
 
A teoria dos limites dos limites (Schranhen- Schranken), ou seja, limites (com base em determinados 
parâmetros) para a limitação (restrição) dos direitos fundamentais adota, portanto, critérios (limites) para 
que tais limitações ocorram foram estabelecidos”. 
 
Por fim, os direitos fundamentais podem ser restringidos, em primeiro lugar, pela própria Constituição, 
seja em nome de outros direitos fundamentais (a liberdade de expressão não inclui o direito de caluniar 
alguém – cf. art. 5º, IV e X) seja para promover valores e interesses coletivos (a liberdade de ir e vir pode ser 
limitada no estado de sítio – art. 139, I). Podem ser restringidos, também, pela lei, tanto em hipóteses nas 
quais a Constituição expressamente preveja a limitação (a inviolabilidade das comunicações telefônicas pode 
ser excepcionada por lei para fins de investigação criminal ou instrução processual penal – art. 5º, XII –, e a 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
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liberdade de trabalho pode estar sujeita a qualificações impostas por lei) quanto com base nos limites 
imanentes. 
 
● Personalidade: não se transmitem. 
● Concorrência e cumulatividade: são direitos que podem ser exercidos ao mesmo tempo. 
● Universalidade: são universais, destinando-se a todos os seres humanos, indiscriminadamente. 
Independentemente de as nações serem signatárias da declaração universal dos direitos humanos, 
devem ser reconhecidos em todo o planeta, independentemente, da cultura, política e sociedade. Ex. 
aplicação dos direitos fundamentais aos apátridas, e aos estrangeiros não residentes no país. 
 
Obs. Embora haja alguns desses direitos que não necessariamente possam ser exercidos por todas as 
pessoas. Os direitos políticos, por exemplo, em alguns casos pressupõem a condição de nacionalidade de um 
país, de modo que estrangeiros não podem exercê-los plenamente. 
 
● Proibição de retrocesso: não se pode retroceder nos avanços históricos conquistados. Destaca-se que 
há várias manifestações no STF sobre esse princípio, especialmente do Min. Celso de Mello, para quem 
“o princípio da proibição do retrocesso impede, em tema de direitos fundamentais de caráter social, 
que sejam desconstituídas as conquistas já alcançadas pelo cidadão ou pela formação social em que ele 
vive.” (STF, ARE n.º 639.337 AgR/SP, 2.ª Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 23.08.2011, DJe 15.09.2011.). 
 
2.5 Dimensão dos Direitos Fundamentais 
 
a) Dimensão subjetiva: os direitos fundamentais conferem aos seus titulares o poder de exigir algo, seja 
ação ou omissão. 
Ex.: omissão - respeitar a autonomia da vontade, sem interferir na religião, política, etc. 
Ex.: ação - exigir do Estado uma atuação comissiva, exigir ações para garantir educação, saúde, etc. 
 
b) Dimensão objetiva: os direitos fundamentais encarnam valores que permeiam toda a ordem jurídica, 
condicionam e inspiram a interpretação e aplicação de outras normas (EFICÁCIA IRRADIANTE) e criam 
dever geral de proteção sobre os bens salvaguardados. Assim, a dimensão objetiva dos direitos 
fundamentais consiste em atribuir a estes importância máxima dentro do ordenamento jurídico: eles 
são a base, o eixo axiológico de todo o ordenamento jurídico. 
 
2.5.1 Desdobramentos da dimensão objetiva dos Direitos Fundamentais 
 
A dimensão objetiva atribui força aos direitos fundamentais, que passam a ser a diretriz para a 
aplicação e interpretação das normas: 
 
1) Eficácia interpretativa dos direitos fundamentais 
Com a dimensão objetiva, os direitos fundamentais ganham um reforço na sua juridicidade, 
ganhando força no ordenamento jurídico e, além disso, se tornam normas de eficácia irradiante, que, tendo 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
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como base o princípio da dignidade da pessoa humana, se espalham para todo o ordenamento jurídico, 
vinculando os 3 Poderes do Estado, seja para o Legislativo ao elaborar a lei, seja para a Administração 
Pública ao “governar”, seja para o Judiciário ao resolver eventuais conflitos. 
2) Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: 
Com a evolução da teoria dos direitos fundamentais, atualmente é reconhecida a incidência também 
na relação entre particulares, em igualdade de armas. Logo, pode se definir a incidência e necessidade de 
observância de todos os direitos fundamentais nas relações privadas (PARTICULAR X PARTICULAR). O STF já 
reconheceu a aludida eficácia. Em outras palavras: a eficácia horizontal dos direitos fundamentais consiste 
na possibilidade de aplicação dos direitos fundamentais nas relações jurídicas estritamente privadas. 
Precedentes em que o STF reconheceu a eficáciahorizontal dos direitos fundamentais: 
 
· RE 160.222 – Entendeu que constitui constrangimento ilegal a revista íntima em mulheres em fábrica 
de lingerie. 
· RE 175.161 – Contrato de consórcio que prevê devolução nominal de valor já pago em caso de 
desistência viola o devido processo legal substantivo - proporcionalidade e razoabilidade. 
· RE 158.215 – Violação ao princípio do devido processo legal na hipótese de exclusão de associado de 
cooperativa sem direito à defesa. 
· RE 639.138 – É inconstitucional, por violação ao princípio da isonomia (art. 5º, I, da Constituição da 
República), cláusula de contrato de previdência complementar que, ao prever regras distintas entre 
homens e mulheres para cálculo e concessão de complementação de aposentadoria, estabelece 
valor inferior do benefício para as mulheres, tendo em conta o seu menor tempo de contribuição. 
· ADI 2572 – Constitucionalidade da reserva de vagas para pessoas obesas – O STF entendeu que não 
há inconstitucionalidade material, tendo em vista que se trata de política inclusiva que não afronta 
a liberdade de iniciativa, principalmente se considerada a eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais. 
 
A eficácia dos direitos fundamentais pode também pode ser: 
● Vertical: aplica-se à tradicional ideia de limitação de poder do Estado e respeito aos direitos dos 
indivíduos, conferindo direitos básicos e garantias aos indivíduos. Há um poder superior (Estado), em 
face do indivíduo, em posições diferentes (ESTADO X PARTICULAR); 
 
TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK 
São as possíveis relações do indivíduo com o Estado: 
● Passivo ou “subjectionis”: o indivíduo encontra-se em posição de subordinação com relação aos 
poderes públicos; 
● Ativo (direitos políticos): é o poder do indivíduo de interferir na formação da vontade do Estado, 
sobretudo através do voto; 
● Negativo: o indivíduo pode agir livre da atuação do Estado, podendo autodeterminar-se sem 
ingerência estatal (abstenção estatal); 
● Positivo ou “civitatis”: é a possibilidade de o indivíduo exigir atuações positivas do Estado em seu 
favor. 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
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● Diagonal: teoria desenvolvida por Sérgio Gamonal, e consiste na incidência e observância dos 
direitos fundamentais nas relações privadas marcadas por desigualdade de forças, ante a 
vulnerabilidade de uma das partes. Na hipótese, embora as partes teoricamente estejam em posição 
equivalente (PARTICULAR X PARTICULAR), na prática há império do poder econômico, por exemplo, 
nas relações envolvendo crianças, pessoas com deficiência, trabalhadores, consumidores etc. O TST 
já adotou a eficácia diagonal em alguns julgados, inclusive. 
 
EFICÁCIA VERTICAL EFICÁCIA HORIZONTAL EFICÁCIA DIAGONAL 
A aplicação dos direitos 
fundamentais às relações entre 
Estado e particulares, a relação de 
subordinação que o particular tem 
com o Estado. 
A aplicação dos direitos 
fundamentais às 
relações entre os 
próprios particulares. 
Há hipossuficiência de uma 
das partes. É uma relação 
entre particulares onde não há 
uma igualdade fática. 
 
2.6 Direitos individuais implícitos e explícitos 
 
Os direitos individuais podem ser explícitos ou implícitos. 
 
● Explícitos: são aqueles previstos expressamente no texto da Constituição Federal. Como exemplo, 
os contidos no art. 5° da CF/88 e seus incisos, em especial os previstos no caput do mencionado 
artigo, como a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
● Implícitos: o reconhecimento decorre de interpretação do texto da Lei. Isto se evidencia pela leitura 
do art. 5º, § 2º, da CF/88, que reconhece a existência de outros direitos individuais "decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais de que a República 
Federativa do Brasil seja parte". 
 
● Eventual novo direito individual criado por meio de emenda constitucional é considerado cláusula 
pétrea? 
NÃO. Segundo Gilmar Mendes, deve-se ter em mente que as cláusulas pétreas “se fundamentam na 
superioridade do poder constituinte originário sobre o de reforma”, de maneira que somente o primeiro 
pode criar obstáculos à atuação do segundo. Não faz sentido, do ponto de vista lógico, permitir que o poder 
reformador crie limites invencíveis a si mesmo. 
Assim, conclui Gilmar Mendes que “não é cabível que o poder de reforma crie cláusulas pétreas. 
Apenas o poder constituinte originário pode fazê-lo”. Caso EC crie um novo direito fundamental, este não 
será cláusula pétrea. 
É preciso distinguir, contudo, a situação em que uma EC apenas especifica, detalha ou incrementa 
um direito fundamental já criado, sem inovar no rol de direitos. Nesse caso, ainda que introduzida por EC, a 
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novidade é considerada cláusula pétrea. Para Gilmar Mendes “é o que se deu, por exemplo, com o direito à 
prestação jurisdicional célere somado ao rol do art. 5º da Constituição pela EC 45/04. Esse direito já existia, 
como elemento necessário do direito de acesso à justiça – que há de ser ágil para ser efetiva – e do princípio 
do devido processo legal, ambos assentados pelo constituinte originário”. 
Classificação dos direitos fundamentais explícitos: 
● Direitos individuais e coletivos: direitos ligados ao conceito de pessoa humana e sua própria 
personalidade, com, por exemplo, vida, dignidade da pessoa humana, honra, liberdade, etc. Estão 
espalhados pela CF/88, mas uma grande parte concentra no art. 5º; 
● Direitos sociais: caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória 
em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida aos 
hipossuficientes; 
● Direitos de nacionalidade: nacionalidade é o vínculo jurídico-político que visa ligar um indivíduo a 
certo e determinado Estado fazendo deste indivíduo um componente do povo, da dimensão pessoal 
deste Estado, capacitando-o a exigir sua proteção e sujeitando-o ao cumprimento de deveres 
impostos; 
● Direitos políticos: conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da soberania popular. São 
direitos públicos subjetivos que permitem ao indivíduo o exercício concreto da liberdade de 
participação nos negócios políticos do Estado; 
● Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos: a Constituição 
Federal regulamentou os partidos políticos como instrumentos necessários e importantes para 
preservação do Estado Democrático de Direito, assegurando-lhes autonomia e plena liberdade de 
atuação, para concretizar o sistema representativo. 
 
2.7 Destinatários 
 
Os destinatários das normas dos direitos individuais, que são os direitos fundamentais, são os seres 
humanos, os indivíduos. Isso porque os direitos fundamentais surgiram com o intuito de proteção do 
indivíduo em face das arbitrariedades do Estado. Segundo dispõe o art. 5º, caput, da CF/88 são: os brasileiros 
e os estrangeiros residentes no Brasil. 
 
● E os estrangeiros não residentes no Brasil que apenas se encontram em trânsito no solo nacional? 
 R.: Para a doutrina, os estrangeiros não residentes no Brasil também são destinatários de direitos 
fundamentais conforme interpretação sistemática/ extensiva. Há, portanto, direitos que se asseguram a 
todos, independentemente da nacionalidade do indivíduo, porquanto são considerados emanações 
necessárias do princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
Caiu em prova Delegado SP/2022! A garantia constitucional da liberdade de locomoção: abrange apenas os 
brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil (item considerado incorreto). 
 
● Pessoas jurídicas são titulares de direitos fundamentais? 
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 R.: Para a maioria da doutrina e para o STF, SIM! Pessoa Jurídica de Direito Privado e Pessoa Jurídica 
de Direito Público podem ser titulares, bastando analisar casuisticamente quais direitos fundamentaisse 
compatibilizam com a condição de pessoa jurídica. 
 Naturalmente que o direito fundamental deve estar em harmonia com a natureza jurídica da pessoa 
jurídica. Ex. podem sofrer dano moral (súmula 227 do STJ), mas não podem ser pacientes de HC. 
 Atenção (1): existem direitos fundamentais catalogados na CF que são concebidos especificamente 
para as pessoas jurídicas. – art. 5º, XIX, XXI, etc. 
Atenção (2): pessoas jurídicas de direito público, apesar de integrarem o Estado (polo passivo dos 
direitos fundamentais), gozam de direitos fundamentais, desde que compatíveis com a sua condição. 
 
2.8 Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988 
 
 A CF de 88 estabeleceu um rol compromissório de direitos fundamentais que condensa diversas 
ideologias consagradas em direitos de 1º, 2ª e 3ª dimensões. Aproximou-se do denominado liberalismo 
igualitário, que busca se equilibrar entre a proteção das liberdades civis e a redução das desigualdades 
sociais. 
 
 Obs.1: princípio da indivisibilidade - os direitos das diferentes gerações não se excluem, na verdade, 
se interpenetram, sofrendo influência mútua. Ou seja, uma geração fortalece o advento da outra. Isto porque 
compõem um conjunto único de direitos que se relacionam entre si de forma harmônica. De acordo com 
este princípio, todos os direitos humanos devem contar com a mesma proteção jurídica. 
 Obs.2: não há hierarquia entre os direitos fundamentais, pois a Constituição brasileira não permite 
hierarquização prévia e abstrata entre os direitos fundamentais. 
 
2.8.1. Não taxatividade dos direitos fundamentais e tratados de direitos humanos 
 
O ordenamento jurídico brasileiro adotou um sistema aberto de direitos fundamentais, não se 
podendo considerar taxativo o rol do seu artigo 5º (Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte). 
 
Ingo Sarlet faz a seguinte divisão: 
a) Direitos formalmente constitucionais → os incluídos pelo Poder Constituinte originário no catálogo 
de direitos fundamentais (estão presentes no art. 5º ou no título II da CF/88). 
b) Direitos materialmente constitucionais → direitos que não se encontram no rol formal da CF/88, 
mas possuem status de fundamentais haja vista seu conteúdo jusfundamental (não importando o 
local de positivação). A baliza para saber qual conteúdo confere à norma status de direito 
fundamental é a dignidade da pessoa humana (princípio-matriz de todos os direitos fundamentais 
e fundamento da República Federativa do Brasil). A fundamentalidade material dos direitos 
fundamentais decorre da abertura da Constituição a outros direitos fundamentais não 
expressamente constitucionalizados. O aspecto material dos direitos fundamentais nasce da 
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essência do seu conteúdo substancial normativo. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito 
constitucional e teoria da constituição. 4º ed. Coimbra: Almedina. 
 
Conforme ensina André de Carvalho Ramos, a abertura dos direitos humanos pode se dar de forma 
nacional ou internacional. A abertura internacional ocorre quando são editados novos tratados ou mesmo 
com os avanços na proteção internacional dos direitos humanos. Por sua vez, a abertura nacional ocorre 
através da inclusão de novos direitos fundamentais em nosso ordenamento e também com a interpretação 
evolutiva e ampliativa dos tribunais nacionais. 
 A cláusula materialmente aberta prevista no §2º do art. 5º da CF/88 decorre do reconhecimento da 
dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado (art. 1º, III). A consequência disso é que o rol de 
direitos fundamentais é meramente exemplificativo. 
 
2.8.2. Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
 
 O art. 5º, §3º da CF/88 foi introduzido pela EC 45/2004 (conhecida como reforma do Poder 
Judiciário). 
 Esse dispositivo prevê que os tratados internacionais sobre direitos humanos que observarem o 
procedimento de incorporação análogo ao das Emendas Constitucionais terão paridade normativa, isto é: 
terão status normativo de emendas constitucionais. 
 Que procedimento de incorporação é esse? 
● Aprovação em cada Casa do Congresso Nacional; 
● Em 2 turnos de votação; 
● Com pelo menos 3/5 dos votos dos respectivos membros. 
 
● E os tratados internacionais de direitos humanos que não observarem o procedimento especial do 
art. 5º, §3º da CF, não sendo aprovados pelo quórum constitucional? 
 R.: Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, os Tratados Internacionais de 
Direitos Humanos internalizados sem a observância do procedimento estabelecido no art. 5, §3º, da CF/88 
terão hierarquia normativa supralegal: acima das leis e abaixo da Constituição. Esse status tem o efeito de 
bloquear a legislação infraconstitucional que com eles seja incompatível, análise de compatibilidade que é 
chamado de controle de convencionalidade pela doutrina especializada. 
 O controle de convencionalidade pode ocorrer de forma concentrada ou difusa. O controle 
concentrado se restringe ao STF e somente os tratados internacionais de direitos humanos incorporados nos 
moldes do art. 5º, § 3º, CF/88 funcionam como paradigma. Acrescente-se que o autor Valério Mazzuoli 
sustenta a utilização analógica das ações do controle concentrado em tais situações, de modo que é possível 
a propositura de ação direta de “inconvencionalidade” ou ação declaratória de “convencionalidade”. O 
controle difuso, por sua vez, pode (em verdade, deve) ser realizado por qualquer juiz ou tribunal e tem como 
paradigma tanto os tratados de direitos humanos equivalentes às ECs quanto os demais tratados 
internacionais de direitos humanos que sejam ratificados pelo Brasil. 
 
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 Por fim, os Tratados Internacionais que não versam sobre direitos humanos terão hierarquia 
infraconstitucional, com status normativo equivalente à lei ordinária. 
 
RESUMINDO: 
Tratado internacional SOBRE DIREITOS 
HUMANOS, aprovado pelo mesmo rito da 
Emenda Constitucional (art. 5º, §3º) 
 
 
 
Status normativo de emenda constitucional. 
Tratado internacional SOBRE DIREITOS 
HUMANOS, aprovado com quórum 
diverso das emendas constitucionais 
 
 
Status normativo de supralegalidade: superior 
às leis e inferior à Constituição. 
Tratados Internacionais QUE NÃO 
VERSAM SOBRE DIREITOS HUMANOS 
Independente do procedimento e quórum de 
votação terão status normativo de leis 
ordinária. 
 
2.9 Deveres Fundamentais 
 
 Além de direitos fundamentais, há os deveres fundamentais. A doutrina é vasta em discorrer sobre 
os direitos fundamentais, porém, pouca atenção se dá aos deveres fundamentais. Conforme o professor 
Pedro Lenza “diante da vida em sociedade, devemos pensar, também, a necessidade de serem observados 
os deveres, pois muitas vezes o direito de um indivíduo depende do dever do outro em não violar ou impedir 
a concretização do referido direito” (LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, pg. 1154). 
Pode-se esquematizar alguns deveres fundamentais: 
-Dever de efetivação dos direitos fundamentais Estado prestacionista; 
-Deveres específicos do Estado diante dos indivíduos - ex. dever de indenizar o condenado por erro 
judiciário; 
-Deveres de criminalização do Estado - ex. art. 5°, XLIII, da CRFB; 
- Deveres dos cidadãos e da sociedade - ex. serviço militar obrigatório; 
- Dever de exercício do direito de forma solidária e levando em consideração os interesses da 
sociedade - ex. direito de propriedade que se leva em consideração o exercício conforme a sua função social; 
- Deveres implícitos - o direito de uma pessoa pressupõe o dever de todas as demais. 
 
2.10 Alguns direitos individuais – rol do art. 5º da CF/88 
 
A. DIREITO À VIDA: 
 
CRFB, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se

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