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Caderno de Doutrina S5

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SEMANA 05 
 
 
 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO SÃO PAULO 
 
SEMANA 05/12 
 
 
Sumário 
META 1 ............................................................................................................................................................ 10 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA ................................................................................................... 10 
1. CRIMES CONTRA A VIDA .............................................................................................................................. 11 
1.1 Homicídio ............................................................................................................................................................... 11 
1.1.1 Homicídio Simples............................................................................................................................................ 12 
1.1.2 Homicídio Privilegiado ..................................................................................................................................... 13 
1.1.3 Homicídio Qualificado ...................................................................................................................................... 14 
1.1.4 Homicídio Híbrido ............................................................................................................................................ 25 
1.1.5 Causas de aumento de pena no homicídio doloso .......................................................................................... 25 
1.1.6 Homicídio Culposo ........................................................................................................................................... 26 
1.1.7 Perdão Judicial ................................................................................................................................................. 27 
1.2 Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio ou a Mutilação ............................................................................... 28 
1.3 Infanticídio .............................................................................................................................................................. 36 
1.4 Aborto .................................................................................................................................................................... 39 
1.4.1 Autoaborto e Aborto Consentido .................................................................................................................... 42 
1.4.2 Aborto Provocado por Terceiro sem Consentimento da Gestante ................................................................. 43 
1.4.3 Aborto Praticado por Terceiro com Consentimento da Gestante ................................................................... 44 
1.4.4 Causas de Aumento de Pena ........................................................................................................................... 44 
2. DAS LESÕES CORPORAIS .............................................................................................................................. 45 
2.1 Lesão Grave (modalidade qualificada) ................................................................................................................... 46 
2.2 Lesão Corporal de Natureza Gravíssima (modalidade qualificada) ........................................................................ 47 
2.3 Lesão Corporal com Resultado Morte (modalidade qualificada) ........................................................................... 49 
2.4 Lesão Corporal Dolosa Privilegiada ........................................................................................................................ 49 
2.5 Lesão Corporal Culposa .......................................................................................................................................... 50 
2.6 Lesão corporal majorada (art. 129, §7º) ................................................................................................................ 50 
2.7 Perdão Judicial (art. 129, §8º) ................................................................................................................................ 50 
2.8 Violência Doméstica e Familiar (art. 129 §9) .......................................................................................................... 50 
2.9 Lesão Corporal Contra Autoridade ou Agente de Segurança Pública .................................................................... 51 
2.10 Lesão Corporal Praticada Contra Mulher ............................................................................................................. 51 
3. CRIMES CONTRA A HONRA .......................................................................................................................... 54 
3.1 Calúnia .................................................................................................................................................................... 57 
3.2 Difamação ............................................................................................................................................................... 58 
3.3 Injúria ..................................................................................................................................................................... 58 
3.3.1 Injúria real (art. 140, §2º, CP): ......................................................................................................................... 60 
3.3.2 Injúria qualificada (ou injúria preconceituosa) (art. 140, §3º, CP): .................................................................. 60 
3.4 Exceção Da Verdade ............................................................................................................................................... 62 
4. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL ............................................................................................. 62 
4.1. Constrangimento ilegal ......................................................................................................................................... 62 
4.2. Ameaça .................................................................................................................................................................. 65 
4.3. Crime de Perseguição ou “Stalking” ...................................................................................................................... 67 
4.4 Crime de Violência Psicológica contra a Mulher .................................................................................................... 70 
4.5 Sequestro e cárcere privado ................................................................................................................................... 74 
META 2 ............................................................................................................................................................ 76 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: DAS PROVAS .................................................................................................... 76 
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1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 77 
1.1 Acepções da palavra prova ..................................................................................................................................... 77 
1.2 Espécies de prova ................................................................................................................................................... 78 
1.3 Terminologia da Prova............................................................................................................................................ 82 
1.4 Indícios ...................................................................................................................................................................83 
2. OBJETO DA PROVA ...................................................................................................................................... 84 
3. PROVA EMPRESTADA .................................................................................................................................. 85 
4. PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO X TEORIA GERAL DA PROVA ..................................................... 86 
5. PROVAS INADMISSÍVEIS .............................................................................................................................. 89 
5.1 Distinção Entre Prova Ilícita e Prova Ilegítima ........................................................................................................ 89 
5.2 Teoria da Prova Ilícita por Derivação ...................................................................................................................... 91 
5.2.1 Limitações à Teoria da Prova Ilícita por Derivação .......................................................................................... 92 
6. ÔNUS DA PROVA ......................................................................................................................................... 98 
6.1 Distribuição do Ônus da Prova ............................................................................................................................... 98 
6.2 Da Iniciativa Probatória do Juiz e o Sistema Acusatório ......................................................................................... 99 
7. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO (VALORAÇÃO) DA PROVA: ............................................................................... 100 
8. CADEIA DE CUSTÓDIA DAS PROVAS .......................................................................................................... 102 
8.1 Considerações iniciais ........................................................................................................................................... 102 
8.2 Princípios da mesmidade e desconfiança ............................................................................................................. 103 
8.3 Fases da cadeia de custódia ................................................................................................................................. 104 
8.4 Quebra da Cadeia de Custódia ............................................................................................................................. 110 
9. MEIOS DE PROVA EM ESPÉCIE ................................................................................................................... 110 
9.1 Exame de Corpo de Delito .................................................................................................................................... 110 
9.2 Interrogatório Judicial .......................................................................................................................................... 112 
9.3 Confissão .............................................................................................................................................................. 112 
9.4 Prova Testemunhal ............................................................................................................................................... 114 
9.5 Reconhecimento de Coisas e Pessoas .................................................................................................................. 116 
9.6 Busca e Apreensão ............................................................................................................................................... 118 
9.6.1. Busca Pessoal ................................................................................................................................................ 118 
9.6.2. Busca Domiciliar ............................................................................................................................................ 119 
META 3 .......................................................................................................................................................... 124 
MEDICINA LEGAL: TRAUMATOLOGIA FORENSE ............................................................................................ 124 
1. CONCEITOS BÁSICOS DE TRAUMATOLOGIA .............................................................................................. 124 
2. ENERGIAS VULNERANTES .......................................................................................................................... 124 
2.1 Fenômeno da Energia Vulnerante ........................................................................................................................ 125 
2.1.1 Energias Vulnerantes de Ordem Física: ......................................................................................................... 125 
2.1.2 Energias Vulnerantes de Ordem Química ...................................................................................................... 126 
2.1.3 Energias Vulnerantes De Ordem Físico-Química: .......................................................................................... 126 
2.2 Classificação dos Agentes Vulnerantes segundo a maneira tradicional de agir ................................................... 126 
2.3 Classificação dos Agentes Vulnerantes Quanto à Área de Contato Desse Agente com o Corpo: ........................ 126 
2.3.1 Instrumentos Cortantes e suas Lesões .......................................................................................................... 127 
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2.3.2 Instrumentos Contundentes e suas Lesões ................................................................................................... 130 
2.3.3 Instrumentos Perfurantes e suas Lesões ....................................................................................................... 141 
2.3.4 Instrumentos Perfurocortantes e suas Lesões ............................................................................................... 145 
2.3.5 Instrumentos Cortocontundentes e suas Lesões ........................................................................................... 147 
3. LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES ................................................... 148 
3.1 Projéteis De Armas De Fogo ................................................................................................................................. 148 
3.1.1 Importância da Energia Cinética .................................................................................................................... 149 
3.2 Tipos de Projéteis de Armas de Fogo ................................................................................................................... 150 
3.2.1 Projétil Transfixante e Projétil Penetrante: ................................................................................................... 150 
3.2.2 Cartucho de projétil único x Cartucho de projétil múltiplo ........................................................................... 151 
3.3 Lesões Produzidas por PAF ................................................................................................................................... 153 
3.4 Lesões de Entrada por PAF ................................................................................................................................... 154 
3.4.1 Efeitos Primários X Efeitos Secundários do Tiro ............................................................................................ 154 
3.4.2 Distância do Tiro ............................................................................................................................................ 158 
3.5 Lesões de Saída do PAF ........................................................................................................................................ 162 
MEDICINALEGAL: ASFIXIOLOGIA .................................................................................................................. 164 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 164 
2. CONCEITO .................................................................................................................................................. 164 
3. RELEVÂNCIA JURÍDICO-PENAL ................................................................................................................... 165 
4. CLASSIFICAÇÃO .......................................................................................................................................... 165 
4.1 Classificação de Afrânio Peixoto ........................................................................................................................... 165 
4.2 Fases clínicas da Asfixia ........................................................................................................................................ 166 
4.3 Sinais Gerais de Asfixia ......................................................................................................................................... 166 
5. ASFIXIAS EM ESPÉCIE ................................................................................................................................. 171 
5.1 Sufocação ............................................................................................................................................................. 171 
5.2 Asfixias por Constrição Cervical ............................................................................................................................ 174 
5.2.1 Enforcamento ................................................................................................................................................ 175 
5.2.2 Estrangulamento ............................................................................................................................................ 179 
5.2.3 Esganadura .................................................................................................................................................... 181 
5.3 Asfixia por Modificação do Meio Ambiente .................................................................................................. 182 
5.3.1 Confinamento ................................................................................................................................................ 182 
5.3.2 Soterramento ................................................................................................................................................. 184 
5.3.3 Afogamento ................................................................................................................................................... 185 
META 4 .......................................................................................................................................................... 192 
DIREITO CONSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .............................................................................. 192 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 193 
1.1 Aspectos Gerais .................................................................................................................................................... 193 
2. DIVISÃO ESPACIAL DE PODER .................................................................................................................... 194 
2.1 Formas de Estado ................................................................................................................................................. 194 
3. FEDERAÇÃO ............................................................................................................................................... 196 
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3.1. Conceito e Origem ............................................................................................................................................... 196 
3.2. Características essenciais .................................................................................................................................... 196 
3.3 Requisitos de manutenção ................................................................................................................................... 197 
3.4 Principais diferenças da federação para a confederação ..................................................................................... 197 
3.5 Tipos de Federalismo ............................................................................................................................................ 198 
3.6 Características do federalismo brasileiro ............................................................................................................. 199 
3.7 Estrutura do Federalismo Brasileiro ..................................................................................................................... 200 
4. ENTES FEDERADOS .................................................................................................................................... 201 
4.1 União .................................................................................................................................................................... 201 
4.2 Estados-Membros ................................................................................................................................................ 202 
4.3 Municípios ............................................................................................................................................................ 204 
5. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA ................................................................................................................ 209 
5.1. Conceito .............................................................................................................................................................. 209 
5.2 Critérios que norteiam a distribuição de competências na CF ............................................................................. 209 
5.3 Modelos da Repartição de Competências ............................................................................................................ 209 
6. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONSTITUCIONAL ........................................................................................ 210 
6.1. Classificação das competências brasileiras: ........................................................................................................ 210 
6.2. Requisitos para a delegação da competência legislativa privativa da união ....................................................... 210 
7. INTERVENÇÃO FEDERAL ............................................................................................................................ 212 
DIREITOS HUMANOS: DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ................................................ 219 
1. INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................................. 219 
1.1 Precedentes à Internacionalização Dos Direitos Humanos .................................................................................. 220 
1.2 Marcos Da Internacionalização Dos Direitos Humanos ....................................................................................... 220 
2. EIXOS DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................... 220 
3. A ESTRUTURA NORMATIVA DO SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .... 221 
3.1 O Sistema Global De Proteção Dos Direitos Humanos .........................................................................................221 
3.2 Sistemas Regionais De Proteção Dos Direitos Humanos ...................................................................................... 222 
3.2.1 Sistema Europeu de Proteção dos Direitos Humanos ................................................................................... 222 
3.2.2 Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos ........................................................................ 222 
3.2.3 Sistema Africano de Proteção dos Direitos Humanos ................................................................................... 223 
3.3 A Coexistência Entre Os Sistemas......................................................................................................................... 223 
4. OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO E MONITORAMENTO DO SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................................................... 223 
4. 1 O Sistema Convencional Onusiano De Proteção Dos Direitos Humanos ............................................................ 224 
4.2 O Sistema Extraconvencional Onusiano De Proteção Dos Direitos Humanos ..................................................... 225 
4.2.1 Conselho De Direitos Humanos ..................................................................................................................... 225 
4.2.2 O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos ................................................................. 227 
4.2.3 Órgãos Das Nações Unidas ............................................................................................................................ 227 
5. A CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ................................................................................. 229 
5.1 Declaração Universal De Direitos Humanos (Dudh) ............................................................................................. 230 
5.1.1 Força Vinculante da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) ................................................... 230 
5.2 Pacto Internacional Dos Direitos Civis E Políticos (PIDCP) .................................................................................... 231 
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5.2.1 Primeiro Protocolo Facultativo ao PICDP ....................................................................................................... 232 
5.2.2 Segundo Protocolo Facultativo ao PIDCP ...................................................................................................... 233 
5.3 Pacto Internacional Sobre Os Direitos Econômicos, Sociais E Culturais (PIDESC) ................................................ 233 
5.3.1 Protocolo Facultativo ao PIDESC .................................................................................................................... 234 
6. O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ........................................................................................................ 234 
7. OS MECANISMOS DE PROTEÇÃO E MONITORAMENTO DO SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................................................... 235 
7.1 O Sistema Da Organização Dos Estados Americanos ........................................................................................... 236 
7.2 O Sistema Da Convenção Americana De Direitos Humanos ................................................................................ 236 
7.2.1 Comissão Interamericana De Direitos Humanos ........................................................................................... 236 
7.2.2 Corte Interamericana de Direitos Humanos .................................................................................................. 239 
8. ESTRUTURA BÁSICA DO SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ............ 245 
8.1 Carta Da Organização Dos Estados Americanos ................................................................................................... 245 
8.2 Declaração Americana De Direitos E Deveres Do Homem ................................................................................... 246 
8.3 Convenção Americana De Direitos Humanos ....................................................................................................... 247 
8.3.1 Protocolo Adicional À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Em Matéria De Direitos Econômicos, 
Sociais E Culturais ................................................................................................................................................... 249 
8.3.2 Protocolo À Convenção Americana Sobre Direitos Humanos Referente À Abolição Da Pena De Morte ...... 250 
META 5 .......................................................................................................................................................... 251 
DIREITO CIVIL: OBRIGAÇÕES .......................................................................................................................... 251 
1. CONCEITO .................................................................................................................................................. 251 
2. DIREITOS REAIS X DIREITOS OBRIGACIONAIS ............................................................................................ 252 
3. DIREITOS OBRIGACIONAIS X DIREITOS DA PERSONALIDADE .................................................................... 252 
4. ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL ................................................................................ 253 
4.1. Elemento Subjetivo ............................................................................................................................................. 253 
4.2. Elemento Objetivo ............................................................................................................................................... 253 
4.3. Elemento imaterial: vínculo jurídico ................................................................................................................... 253 
5. OBRIGAÇÕES .............................................................................................................................................. 254 
6. MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES ............................................................................................................... 254 
6.1. Quanto à prestação (conteúdo) .......................................................................................................................... 255 
6.2. Quanto ao elemento subjetivo ............................................................................................................................ 258 
6.3. Quanto ao objeto ................................................................................................................................................ 260 
6.4. Quanto à divisibilidade ........................................................................................................................................ 261 
6.5. Quanto ao resultado ........................................................................................................................................... 262 
6.6. Quanto ao conteúdo ........................................................................................................................................... 262 
7. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................. 263 
7.1. Cessão de crédito ................................................................................................................................................ 263 
7.2. Cessão de débito ou assunção de dívida .............................................................................................................263 
7.3. Cessão de contrato .............................................................................................................................................. 264 
8. ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ...................................................................................... 264 
8.1. Pagamento direto ................................................................................................................................................ 264 
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8.2. Regras especiais de pagamento .......................................................................................................................... 265 
9. INADIMPLEMENTO .................................................................................................................................... 269 
9.1. Inadimplemento absoluto ................................................................................................................................... 270 
9.2. Inadimplemento relativo ..................................................................................................................................... 270 
9.3. Cláusula Penal ..................................................................................................................................................... 272 
9.4. Arras Ou Sinal ...................................................................................................................................................... 272 
9.5 Violação positiva dos contratos ............................................................................................................................ 274 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE TORTURA ........................................................................................... 275 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 275 
2. CONCEITO .................................................................................................................................................. 276 
3. EQUIPARAÇÃO A CRIME HEDIONDO ......................................................................................................... 277 
3.1 Anistia, graça e indulto: ........................................................................................................................................ 277 
3.2 Livramento condicional: ....................................................................................................................................... 277 
3.3 Progressão de regime: ...................................................................................................................................... 277 
3.4 Regime Inicial de Cumprimento de Pena ............................................................................................................. 278 
4. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO E JULGAMENTO ........................................................................ 279 
5. BEM JURÍDICO PROTEGIDO ....................................................................................................................... 280 
6. DOS CRIMES EM ESPÉCIE ........................................................................................................................... 280 
6.1 Art. 1º, Inciso I ...................................................................................................................................................... 280 
6.2 Art. 1º, Inciso II – Tortura Castigo / Punitiva ........................................................................................................ 284 
6.3 Art. 1º, §1º - Tortura Contra Preso ou Pessoa Submetida à Medida de Segurança ou Tortura Pela Tortura ...... 285 
6.4 Art. 1º, §2º - Tortura por Omissão ....................................................................................................................... 286 
7. TORTURA QUALIFICADA ............................................................................................................................ 288 
8. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ............................................................................................................... 289 
9. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................................................................ 290 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: CRIMES ELEITORAIS ...................................................................................... 292 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 292 
1.1. Tipificação dos crimes previstos no Código Eleitoral .................................................................................... 292 
1.2. Penas mínimas previstos no Código Eleitoral em caso de omissão .............................................................. 293 
1.3. Ação penal nos crimes eleitorais e competência eleitoral ............................................................................ 294 
1.4. Competência: ................................................................................................................................................ 294 
1.5. Processo Penal Eleitoral e Inquérito Policial Eleitoral ................................................................................... 296 
2. DOS CRIMES ELEITORAIS ........................................................................................................................ 297 
3. JURISPRUDÊNCIAS SOBRE O TEMA ........................................................................................................ 297 
 
 
 
 
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SEMANA 05/12 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01 
META DIA ASSUNTO 
1 SEG DIREITO PENAL: Crimes Contra a Pessoa 
2 TER DIREITO PROCESSUAL PENAL: Provas 
3 QUA 
MEDICINA LEGAL: Traumatologia 
MEDICINA LEGAL: Asfixiologia 
4 QUI 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Organização do Estado 
DIREITOS HUMANOS: Direito Internacional dos Direitos Humanos 
5 SEX 
DIREITO CIVIL: Obrigações 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Tortura 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Crimes Eleitorais 
6 SÁB 
REVISÃO SEMANAL (Anexo) 
LEITURA DO CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA (Anexo) 
 
 
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META 1 
 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXVIII 
⦁ Art. 5º, XLIII 
⦁ Art. 142 e 144 
 
CÓDIGO PENAL 
⦁ Art. 13, §2° 
⦁ Art. 61, II, “h” 
⦁ Art. 62, II, “d” 
⦁ Art. 65, III, “d” (análise comparativa com o art. 121, §1º) 
⦁ Art. 100 
⦁ Art. 121 a 128 (crimes contra a vida) 
⦁ Art. 129 (lesões corporais) 
⦁ Art. 130 a 136 (periclitação da vida e da saúde) 
⦁ Art. 137 (crime de rixa) 
⦁ Art. 138 a 145 (crimes contra a honra) 
⦁ Art. 146 a 149-A (crimes contra a liberdade individual) 
⦁ Art. 150 (violação de domicílio) 
⦁ Art. 151 a 154-B 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
⦁ Art. 13-A e 13-B 
⦁ Art. 74, §1º 
⦁ Art. 85 
⦁ Art. 566, CPP 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Lei 8072/90 
⦁ Art. 1º, § 3º da Lei 9.455/97 (análise comparativa com o art. 121, §3º, III) 
⦁ Art. 5º, 22 e 24-A da Lei 13.340/06 
⦁ Art. 69 e 89, Lei 9099/95 
⦁ Art. 300 a 303 do CTB 
⦁ Art. 324, Código Eleitoral 
⦁ Art. 141, §1°, CP – Lei 13.964/2019 
⦁ Art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84 
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ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
CP 
⦁ Art. 13, §2º 
⦁ Art.65, III, “d” (análise comparativa com o art. 121, §1º) 
⦁ Art. 121, §1º, 2º e 7º 
⦁ Art. 122 e 123 
⦁ Art. 124, 126, 127 e 128 
⦁ Art. 132, 133, 135 e 136 
⦁ Art. 138, §§2º e 3º 
⦁ Art. 139, §único 
⦁ Art. 140, §3º (análise comparativa com a Lei 7716/89) 
⦁ Art. 143 
⦁ Art. 146 e 147 
⦁ Art.147-A (importantíssimo!!! Novidade legislativa) 
⦁ Art. 154 e 154-B 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 144 da CF/88 
⦁ Art. 300 a 303 do CTB 
⦁ Art. 1º, inc. I e I-A, Lei 8072/90 
⦁ Art. 5º da Lei 13.340/06 (importante para a análise do feminicídio) 
 
1. CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Espécies: Homicídio (art. 121, CP); Participação em suicídio (art. 122, CP); Infanticídio (art. 123, CP); 
e Aborto (art. 124 e ss., CP). 
Observações importantes: 
☞ Em todos os crimes contra a vida a ação é pública incondicionada. 
☞ Os crimes contra a vida têm competência de sede constitucional (art. 5°, XXXVIII, “d”, CF). 
Existe algum crime contra a vida que não é de competência do Tribunal do Júri? SIM, o homicídio culposo. 
O art. 5, XXXVIII, CF fala em “crimes dolosos contra a vida”. 
 
1.1 Homicídio 
 
a) Estrutura do Tipo Penal: É importante saber a estrutura para eventuais peças ou questões discursivas que 
não permitam o uso do Código. 
1 Homicídio doloso: 
⋅ Homicídio simples: caput; 
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DELEGADO SÃO PAULO 
 
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⋅ Homicídio privilegiado: §1º; 
⋅ Qualificadoras: § 2º; 
⋅ Circunstanciado: §4º, segunda parte, §6º e §7º (são causas de aumento da pena). 
2 Homicídio Culposo 
⋅ Simples: §3º; 
⋅ Circunstanciado: §4ª, primeira parte; 
⋅ Perdão judicial: §5º. 
b) Conceito: Eliminação da vida humana extrauterina praticada por outra pessoa. 
c) Bem jurídico protegido: vida humana extrauterina. 
Para a doutrina majoritária, o consentimento do ofendido NÃO afasta a ilicitude da conduta, pois a 
vida é bem jurídico indisponível. Nesse sentido, no ordenamento jurídico brasileiro, eutanásia é crime. 
 
1.1.1 Homicídio Simples 
 O homicídio SIMPLES, em regra, NÃO é crime hediondo. Será assim classificado quando praticado 
em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por 1 só agente. 
Observe que o grupo de extermínio NÃO precisa existir, bastando que haja a atividade típica de grupo 
de extermínio. Ex.: agente sai à noite matando moradores de rua. O grupo não existe, mas a atividade é típica 
de grupo de extermínio. Isso é muito difícil na prática, pois essa atividade típica de grupo de extermínio quase 
sempre envolve alguma qualificadora (como motivo fútil ou torpe), o que já enquadraria o crime como 
hediondo. 
Todo homicídio QUALIFICADO é hediondo. 
● Núcleo do tipo: “matar”, no sentido de retirar a vida de alguém. 
 Em regra, a conduta é comissiva, mas é possível que seja omissiva, quando se tratar de garantidor, 
na forma do art. 13, §2°, “a”, “b”, “c”, CP. Ex.: salva-vidas que deixa de prestar socorro a um banhista que se 
afoga; pai que deixa de prover a subsistência do filho, privando-o de alimentos. 
● Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum). Admite coautoria e 
participação. 
● Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa, após o nascimento com vida. 
● Elemento subjetivo: dolo (direto ou eventual) ou culpa (prevista no §3º). 
OBS.: O dolo genérico é conhecido como animus necandi ou animus occidendi. 
● Consumação: trata-se de crime material, o qual exige a morte da vítima para a consumação. 
● Tentativa: Possível, por ser crime plurissubsistente, ou seja, a conduta é composta de dois ou mais 
atos, admitindo o fracionamento. 
Lembrando... 
∘ Tentativa branca/incruenta: não atinge a vítima. 
∘ Tentativa vermelha/cruenta: atinge a vítima. 
 
1.1.1.1 Homicídio contra determinadas autoridades políticas: 
Atenção! Quando a conduta de matar alguém seja praticada contra o Presidente da República, do 
Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF, em razão de motivação política, ANTES caberia 
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aplicação do crime previsto no art. 29 da Lei n. 7.170/83, configurando crime contra a segurança nacional (e 
não crime contra a vida), motivo pelo qual a competência não era do Tribunal do Júri. 
OBS.: Foi o caso que aconteceu em 2018, quando o indivíduo Adélio Bispo de Oliveira desferiu facadas 
contra o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, sendo denunciado pela prática de crime contra 
a Segurança Nacional. 
ATUALIZAÇÃO! Quando vigorava a Lei 7.170/03 (Lei da Segurança Nacional), se a vítima fosse o Presidente 
da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF, e o agente tivesse motivação e 
objetivos políticos, o crime, em face do princípio da especialidade, era responsabilizado pelo art. 29 daquele 
diploma legal. Com a revogação operada pela Lei 14.197/21, não houve tipificação de delito semelhante no 
Título XII, do Código Penal. Nesse caso, há continuidade normativo-típica no art. 121. Houve novatio legis 
in mellius, pois a pena anterior variava entre 15 e 30 anos. 
1.1.2 Homicídio Privilegiado 
Art. 121, §1°. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço�;ϭͬϲ�Ă�
ϭͬϯͿ͘ 
● Natureza jurídica: causa de diminuição da pena.
O homicídio privilegiado é crime hediondo? NÃO, por falta de previsão legal. O Brasil adota o critério legal 
para definir o crime hediondo, ou seja, é aquele que a lei diz ser hediondo. E se o crime for privilegiado 
qualificado também NÃO é hediondo. 
● Diminuição da pena: se reconhecido o privilégio pelo veredicto dos jurados, o juiz deve reduzir a
pena de um sexto a um terço.
● Incomunicabilidade do privilégio: o privilégio não se comunica no concurso de pessoas por ser
circunstância de natureza pessoal (art. 30, CP).
● Hipóteses de privilégio:
Todas as hipóteses de privilégio têm natureza subjetiva, pois dizem respeito à pessoa do agente.
Vejamos:
a) Motivo de relevante valor social (interesse da coletividade). Ex.: matar o traidor da pátria.
b) Motivo de relevante valor moral (interesse particular do agente, considerado nobre ou altruísta);
Ex.: Eutanásia (pressupõe vítima doente, em estado grave e com muito sofrimento, sem nenhuma
previsão de cura pela medicina). 
Ex.: Pai que mata o estuprador da filha. 
c) Motivo de violenta emoção (dolo de ímpeto)
. Domínio de violenta emoção;
. Injusta provocação da vítima (a provocação justa não atrai a causa de diminuição de pena);
. Reação imediata (o CP não estipulou um prazo temporal máximo).
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1.1.3 Homicídio Qualificado 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
MOTIVO DO CRIME [SUBJETIVA] 
II - Por motivo fútil; MOTIVO DO CRIME [SUBJETIVA] 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; MEIO DE EXECUÇÃO 
[OBJETIVA] 
IV - À traição [SUBJETIVA], de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; MODO DE 
EXECUÇÃO [OBJETIVA] 
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime: CONEXÃO [SUBJETIVA] 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) [OBJETIVA - para STF/STJ] 
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: 
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. (Incluído pela Lei 
n. 13.964, de 2019) 
IX – contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei 14.344/2022) → 
NOVIDADE LEI HENRY BOREL. 
Pena - reclusão, de dozea trinta anos. 
 
Trata-se de crime hediondo, qualquer que seja a qualificadora (art. 1°, I, da Lei 8.072/1990) 
 
● Inciso I: mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe 
 
 O legislador utiliza a técnica da interpretação analógica ao prever “ou por outro motivo torpe”. 
A doutrina denomina de homicídio mercenário aquele cometido “mediante paga ou promessa de 
recompensa”. 
O motivo torpe é aquele de caráter repugnante, geralmente está relacionado ao dinheiro, ganância 
(homicídio mercenário), mas não somente, pois há também outras motivações torpes, como o preconceito 
(STF, ADO 26 e MI 4733 – há motivo torpe quando o crime é praticado em atos de homofobia e transfobia). 
Pergunta-se: O homicídio mercenário se comunica ao mandante? Trata-se de tema divergente na 
jurisprudência (atenção às decisões recentes). 
1ª Posição: Em regra, é incomunicável, por ser uma qualificadora de caráter pessoal. No entanto, é 
preciso analisar a motivação do crime. Se o mandante contratou o homicídio por um motivo nobre, não será 
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possível estender esta qualificadora a ele. Por outro lado, se o motivo pelo qual o mandante quis o crime for 
um motivo torpe/repugnante, poderá incidir a qualificadora. 
Ex.1: homem que contrata pistoleiro para matar o estuprador de sua filha. Neste caso, o executor 
responderá por homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I) e o mandante por homicídio simples, podendo até 
mesmo ser beneficiado com o privilégio do §1º. 
Ex.2: indivíduo contrata alguém para matar seu pai para que possa receber a herança. Nesse caso, 
ambos respondem por homicídio qualificado. 
2ª Posição: Se comunica. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de 
recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do delito. 
 
Vejamos a divergência à luz da jurisprudência do STJ: A qualificadora da “paga ou promessa de 
recompensa” prevista no inciso I do § 2º do art. 121 do CP é aplicada, sem dúvidas, ao executor do crime. No 
entanto, indaga-se: essa qualificadora também se comunica ao mandante do crime? Há divergência no STJ 
a respeito do tema: 
 
1ª corrente: NÃO. A qualificadora da paga (art. 121, 2º, I, do CP) não é aplicável aos 
mandantes do homicídio, porque o pagamento é, para eles, a conduta que os 
integra no concurso de pessoas, mas não o motivo do crime. STJ. 5ª Turma. REsp 
1973397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/09/2022 (Info 748). 
 
A qualificadora da paga ou promessa de recompensa não é elementar do crime de 
homicídio e, em consequência, possuindo caráter pessoal, não se comunica aos 
mandantes. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp n. 1.879.682/PR, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, julgado em 18/8/2020. 
 
2ª corrente: SIM. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa 
de recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do 
delito. STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado 
em 03/05/2018. 
 
● Inciso II: motivo fútil 
 
O motivo do homicídio NÃO pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil. O motivo torpe é aquele 
repugnante (ex.: matou para ficar com a herança; matou por ser um indivíduo homossexual) e fútil é 
desproporcional, um motivo bobo, banal (ex.: matou por causa de um chocolate). 
De acordo com a doutrina majoritária, a ausência de motivo NÃO caracteriza motivo fútil, sob pena 
de configurar analogia in mallan partem. 
Pergunta-se: A vingança e o ciúmes são exemplos de motivo torpe ou motivo fútil? 
R.: Não necessariamente (Info. 452, STJ). A vingança e o ciúmes NÃO são exemplos de motivo torpe 
ou motivo fútil, pois podem qualificar ou não a depender da motivação específica. 
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Atenção! Há decisões em que a vingança vem sendo compreendida pelo STJ como um motivo torpe, 
mas, deve-se se atentar ao caso concreto, como apresentado no julgado: 
 
(...) 2. No caso, a prisão preventiva está justificada, pois a decisão que a impôs 
delineou o modus operandi empregado na conduta delitiva, revelador da 
periculosidade do recorrente, consistente na prática, em tese, de tentativa de 
homicídio mediante emprego de arma de fogo, delito qualificado por motivo 
torpe, consubstanciado em vingança em razão de a vítima ter realizado denúncias 
que levaram à prisão do chefe do tráfico da localidade. Tais circunstâncias 
denotam sua periculosidade e a necessidade da segregação como forma de 
acautelara ordem pública. (..)» (STJ, RHC 90941/PE, Rel. Min. Antonio Saldanha 
Palheiro, Sexta Turma, Dje 04/06/2018). 
 
"(...) Na pronúncia, que não encerra juízo de procedência acerca da pretensão 
punitiva, somente se admite a exclusão de qualificadoras quando manifestamente 
improcedentes ou descabidas, sob pena de afrontar a soberania do Júri, o que não 
se verifica no caso concreto, mormente quando relatado na própria denúncia que 
o crime foi cometido por vingança, sendo considerada qualificadora do motivo 
torpe pela jurisprudência firme desta Corte. (..)" (AgRg no HC 523.029/PE, Rel. Min. 
Nef Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 26/11/2019, DJe 03/12/2019) 
 
● Inciso III: emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum 
 
 A qualificação é em razão dos MEIOS empregados para a prática do crime: 
· Meios insidiosos; 
· Meios cruéis; 
· Meio que possam acarretar perigo comum. 
 
Meio insidioso: É o meio dissimulado, sub-reptício, no qual a vítima é atingida, sem que tenha 
conhecimento prévio do risco que paira sobre si. Mesmo um meio violento pode ser insidioso. Ex.: sujeito 
cobre a abertura de um poço para que a vítima, ao caminhar, caia em seu interior. 
Meio cruel: É o meio que causa intenso e desnecessário sofrimento à vítima, seja físico ou moral 
(psíquico). Ex.: emprego de substâncias cáusticas. O meio cruel tem que ser empregado enquanto a vítima 
está viva. 
Veneno: a vítima precisa desconhecer que está ingerindo veneno. Caso saiba, pode incidir em outra 
qualificadora (ex.: meio cruel), mas não em razão do emprego de veneno de forma insidiosa. 
 OBS.: A configuração como veneno depende das circunstâncias do caso. Ex.: dar quantidades 
exorbitantes de açúcar para um diabético pode configurar emprego de veneno. 
Tortura: Os crimes de homicídio qualificado pela tortura (art. 121, § 3º, III do CP) e de tortura 
qualificada pela morte (art. 1º, § 3º da Lei 9.455/97) não se confundem. No segundo, a intenção do agente é 
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torturar, ocorrendo a morte de forma culposa (crime preterdoloso). Ou seja, a tortura é meio e não fim. No 
primeiro, a intenção é matar, sendo a tortura o meio de execução eleito. 
 OBS.1: Pode haver concurso de crimes entre o homicídio e a tortura quando o agente pratica a 
tortura para um dos fins previstos da L. 9455/97 e, depois de concluí-la, mata dolosamente a vítima. 
 OBS.2: Na tortura-crime (art. 1º, I, “b”, Lei 9455/97), em que o agente, mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental, constrange alguém a praticar um crime 
que, no caso, pode ser de homicídio, o coator responde pelo crime de tortura (autoria imediata) e homicídio 
(autoria mediata). 
 
Vamos treinar uma discursiva? Aponte as diferenças entre os crimes de homicídio qualificado mediante 
tortura e tortura qualificada pela morte. 
 
Quanto ao bem jurídico tutelado, o crime de homicídio qualificado mediante tortura (art. 121, §2º, III, do Código 
Penal) inscreve-se entre os delitos contra a vida humana; a tortura qualificada pela morte (Lei nº 9.455/97, art. 
1º, §3º, 2ª parte) tutela a integridade corporal e a saúde, e, secundariamente, a vida humana. 
 
No tocante ao dolo, no crime de homicídio qualificado pela tortura, o agente dirige sua vontade à morte da 
vítima, figurando a tortura como seu meio de execução, circunstânciaqualificadora objetiva; na tortura 
qualificada pela morte, o dolo do agente é o de constranger a vítima, mediante violência ou grave ameaça, não 
abrangendo o resultado morte. Diversamente da descrição típica do homicídio mediante tortura, em que basta 
o dolo, no crime de tortura é exigível a especial finalidade do agente, consistente no fim de obter prova (tortura-
prova), provocar ação ou omissão criminosa da vítima (tortura-crime), atingir objetivo discriminatório (tortura-
racismo) ou como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (tortura prisão ou detentiva). 
No homicídio qualificado mediante tortura, o resultado morte é elementar do tipo; na tortura 
qualificada pela morte, esta é circunstância qualificadora, devendo necessariamente ser produzida a título de 
culpa, sendo o crime preterdoloso. 
O homicídio qualificado pela tortura admite a tentativa; a tortura qualificada pela morte, em se 
tratando de crime preterdoloso, é incompatível com a forma tentada. 
 
Meio de que possa resultar perigo comum: Perigo comum é a probabilidade de dano a um número 
indeterminado de pessoas. Basta a possibilidade de ocorrer o perigo comum. E se efetivamente ocorrer o 
perigo comum? Aí o agente vai responder por 2 crimes: pelo homicídio qualificado e pelo crime de perigo 
comum em concurso formal. 
 OBS.: O art. 61, II, “d” do CP prevê o agravamento da pena pelos mesmos meios de execução 
(agravante genérica). Nesse caso, a agravante incidirá APENAS se houver PLURALIDADE de qualificadoras. 
 
Veja a jurisprudência importante sobre o tema: 
 
A qualificadora do meio cruel é compatível com o dolo eventual. (STJ, Info 665). 
 
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O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes na vítima, ao 
menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do “meio 
cruel”, previsto no art. 121, § 2º, III, do CP. (STJ, Info 537). 
 
OBS.: a doutrina crítica, afirmando que a mera reiteração de golpes não é 
suficiente para caracterizar o meio cruel, hipótese que só seria reconhecida se 
motivada por sadismo do sujeito ativo. 
 
● Inciso IV: à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou 
torne impossível a defesa do ofendido 
 
Traição: Quebra de confiança (qualificadora de ordem subjetiva que enseja crime próprio). 
Emboscada: Surpresa, pressupõe ocultamento do agressor. 
Dissimulação: Ocultação da intenção homicida. 
 
 OBS.: 
(1) Sem o elemento surpresa, sem a atuação sub-reptícia não há qualificadora. 
 (2) Cuidado para não confundir traição com dissimulação. Na traição, a confiança preexistente é 
verdadeira. Na dissimulação o agente faz surgir uma situação da falsa confiança. 
 (3) Para a doutrina amplamente majoritária, a superioridade de armas, por si só, NÃO qualifica o 
crime com base neste inciso. 
 (4) As circunstâncias relativas ao meio e modo de execução, por serem objetivas, a todos se 
comunicam, desde que conheçam a situação de sua incidência. 
 (5) A dificuldade e impossibilidade de defesa da vítima deve derivar do modo adotado pelo agente, 
NÃO de circunstâncias pessoais da vítima. Ex.: paraplégico, criança, idoso. 
 (6) São incompatíveis com o dolo eventual (Info STF 618 e 677) (há divergência!) 
 
● Inciso V: para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
 
Hipótese em que há conexão do homicídio com outros crimes, que pode ser: teleológica (assegurar 
a execução de crime futuro) ou consequencial (assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem crime 
passado). 
 Para a doutrina, haverá a presença da qualificadora mesmo que o 2° crime não venha a ser praticado 
e mesmo ou se cuide de crime impossível, bastando, portanto, a intenção de praticá-lo. 
Se o indivíduo praticar o crime para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de 
outra contravenção penal, NÃO incidirá a presente qualificadora. 
 
Pergunta-se: A conexão ocasional qualifica o crime de homicídio? 
R.: A conexão ocasional ocorre quando o homicídio é praticado em razão da ocasião, da facilidade. 
Essa conexão NÃO qualifica o homicídio por ausência de vínculo finalístico entre as infrações. Ex.: sujeito 
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furta uma casa aleatoriamente e, constando que se trata da residência de um desafeto o mata enquanto 
estava dormindo (há, nesse caso, concurso de crimes). 
 
Pergunta-se: Para qualificar por uma das conexões aceitas, o crime futuro ou pretérito tem que ser 
ou ter sido praticado pelo homicida? 
R.: NÃO. O “outro crime” pode ser de autoria do próprio homicida ou de pessoa diversa. 
 
Pergunta-se: A premeditação qualifica o homicídio? 
R.: A premeditação, por si só, NÃO qualifica o homicídio. Muitas vezes a premeditação pode ser uma 
resistência à prática do crime. 
 
● Inciso VI (feminicídio): contra a mulher por razões de condição do sexo feminino 
 
Qualificadora criada pela Lei n. 13.104/15. (novatio legis in pejus) 
O sujeito ativo pode ser homem ou mulher, mas o sujeito passivo precisa ser mulher. 
 
Pergunta-se: É possível figurar como vítima de feminicídio as mulheres transexuais? 
R.: Quanto ao tema, há duas correntes: 
1ª Corrente: A qualificadora do feminicídio se aplica apenas contra a violência contra a mulher 
biológica cisgênero, excluindo a aplicação dos crimes cometidos contra as mulheres trans, não sendo cabível 
analogia in malam partem no direito penal (entende-se que o legislador tinha a opção de equiparar e não o 
fez, não cabendo tal atividade ao intérprete). O legislador, negou-se a usar a palavra “gênero”, adotando a 
expressão “sexo feminino”, logo, essa corrente aponta a necessidade de que o sexo seja feminino do ponto 
de vista genético. Também há quem admite vítimas transexuais, desde que se submetam à cirurgia de 
readequação genital. 
2ª Corrente: Essa segunda corrente, adota a possibilidade de aplicação da qualificadora, no caso de 
o sujeito passivo ser uma mulher transexual ou transgênero. O autor Rogério Sanches defende essa posição, 
defendendo a desnecessidade de intervenção cirúrgica, conforme foi decidido na ADI 4275, no que diz 
respeito a dignidade da pessoa humana, o STF afirmou que as mulheres transgênero podem alterar o nome 
e o sexo no registro civil sem que se submetam a intervenção cirúrgica de redesignação sexual. 
 
A segunda corrente tem prevalecido, haja vista que o STJ decidiu que a qualificação de feminicídio em 
crime contra mulher transexual é decisão do júri. (HC 541.237) 
 
São consideradas razões de condição do sexo feminino quando o crime envolve: (§2º-A consiste em 
norma penal explicativa interpretativa): 
(1) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (conceito: art. 5º da Lei Maria da Penha) 
O feminicídio, assim, pode ocorrer: 
· No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente 
de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
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· No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
· Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabitação.
(2) MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
Nesse caso, não se exige a violência doméstica ou familiar. Ex.: se o sujeito ativo mata uma
mulher com quem diretamente trabalha por considerá-la menos inteligente em virtude do sexo
feminino, o que comprometeria, na concepção dele, a produtividade da dupla, há feminicídio.
Cuidado: São esses motivos que diferem o feminicídio do femicídio, sendo o segundo o simples fato 
de matar mulher, sem ser por razões de gênero. 
ATENÇÃO! Jurisprudência sobre o tema! 
É inconstitucional — por contrariar os princípios da dignidade da pessoa humana 
(CF/1988, art. 1º, III), da proteçãoà vida (CF/1988, art. 5º, “caput”) e da igualdade 
de gênero (CF/1988, art. 5º, I) — o uso da tese da “legítima defesa da honra” em 
crimes de feminicídio ou de agressão contra mulheres, seja no curso do processo 
penal (fase pré-processual ou processual), seja no âmbito de julgamento no 
Tribunal do Júri. STF. ADPF 779/DF, relator Ministro Dias Toffoli, julgamento 
finalizado em 1º.8.2023. (Info 1105) 
Pergunta-se: A previsão do feminicídio é inconstitucional por violação ao princípio da igualdade, por 
realizar distinção entre homens e mulheres? 
R.: Prevalece que NÃO, uma vez que promove a igualdade em sentido material. 
CAUSAS DE AUMENTO DA PENA NO FEMINICÍDIO: 
O §7o do art. 121 prevê causas de aumento da pena de ϭͬϯ�ĂƚĠ�Ă�ŵĞƚĂĚĞ da pena, para casos de crime 
de feminicídio (cuidado: aplicáveis apenas a essa modalidade de homicídio qualificado): 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime�
for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela�
Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com�
deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição�
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771,�
de 2018) (alteração pela Lei 14.344/2022).
II - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças�
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou�
mental.→ NOVIDADE LEI HENRY BOREL.
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III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da 
vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos 
I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela 
Lei nº 13.771, de 2018) 
Inciso I: durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto 
Se o feminicídio é praticado durante a gestação e o feto morre, o agente vai responder por dois 
crimes: (1) feminicídio com a causa de aumento de pena; (2) aborto sem o consentimento da gestante (art. 
125, CP). A regra vai ser o concurso formal impróprio ou imperfeito (uma conduta, dois crimes). 
Ressalta-se que NÃO há bis in idem, pois os bens jurídicos são diversos: o bem jurídico tutelado pelo 
feminicídio é a condição de mulher, ao passo que o bem jurídico tutelado pelo aborto é a vida intrauterina. 
Só vai incidir a causa de aumento de pena se o agente tinha ciência dessa gravidez, pois não se admite 
a responsabilidade penal objetiva. 
 NÃO importa se houve o nascimento com vida ou a presença de um natimorto, basta que tenha 
havido um parto. Ressalta-se, contudo, que não basta a constatação temporal (até 3 meses após o parto), de 
ordem objetiva. É indispensável a verificação da real condição da vítima. O que determina a maior 
punibilidade é a menor capacidade defensiva da vítima no período pós-parto, quer haja nascimento com 
vida, quer não. 
Inciso II: - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que 
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental.→ LEI HENRY BOREL. 
Antiga redação alteração pela Lei 14.344/2022 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 
60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de 
doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; 
(Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
II - Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com 
deficiência ou com doenças degenerativas que 
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade 
física ou mental.→ LEI HENRY BOREL. 
Com a atualização da lei Henry Borel (Lei 14.344/2022) foi retirado a condição contra menor de 14 anos 
das causas de aumento de feminicídio, por ter ganho contornos próprios, isto é, foi adicionada uma nova 
qualificadora específica e causas de aumento para quem comete homicídio contra menor de 14 anos. 
 Logo, podemos concluir que o crime se torna ainda mais grave pela fragilidade da vítima. 
· Maior de 60 anos;
· Pessoa portadora de deficiência;
· Pessoa portadora de doenças degenerativas
Inciso III: na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima 
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O aumento da pena é fundamentado pelo trauma psicológico causado, e pela frieza no crime. A 
justificativa para a exasperação reside na lesão causada não apenas à vida da vítima primária (a mulher), mas 
também à integridade psíquica da vítima secundária (ascendente ou descendente). 
OBS.1: NÃO há limitação quanto ao grau de parentesco, bastando que seja em linha reta. 
OBS.2: É necessária a capacidade de compreensão da pessoa ou o risco inexistirá, falecendo a 
justificativa para a majorante. 
Sobre o tema, ainda, a jurisprudência: 
 
A majorante do art. 121, §7º, III, do CP, incide ainda que os descendentes da 
vítima não tenham presenciado todo o caminho do crime. Não se mostra 
necessário, para a incidência da causa de aumento de pena prevista no inciso III do 
§ 7º do art. 121 do CP, que os descendentes presenciem todo o iter criminis. 
STF. 1ª Turma. RHC 189.088/DF AgR, Relatora Ministra Rosa Weber, julgado em 
3/08/2021. 
 
Inciso IV: em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput 
do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
 
 Pune-se o agente de forma mais severa pela maior determinação em seu comportamento, que 
descumpre uma ordem judicial para ceifar a vida da vítima. 
Neste caso, quem pratica feminicídio apenas sofre a incidência desta majorante, NÃO responde pelo 
crime de descumprimento previsto no art. 24-A da Lei Maria da Penha. 
 
Natureza da qualificadora do feminicídio 
Em que pese a doutrina amplamente majoritária entender que a qualificadora do feminicídio é de ordem 
SUBJETIVA, por considerar as questões que envolvem o sexo feminino, os Tribunais Superiores possuem 
entendimento consolidado no sentido de que se trata de qualificadora de ordem OBJETIVA. Esse 
entendimento acarreta alguns efeitos práticos: 
(1) Qualificadoras de ordem objetiva podem se comunicar aos demais autores e partícipes do crime; 
(2) Qualificadoras de ordem objetiva podem coexistir com qualificadoras de ordem subjetiva; 
(3) Pode existir feminicídio privilegiado (pois o privilégio é de ordem subjetiva). 
 
Nesse sentido é o entendimento do STJ: 
 
Motivo torpe e feminicídio: inexistência de bis in idem. 
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e 
de feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de 
violência doméstica e familiar. Isso se dá porque o feminicídio é uma qualificadora 
de ordem OBJETIVA - vai incidir sempre que o crime estiver atrelado à violência 
doméstica e familiar propriamente dita, enquanto a torpeza é de cunho subjetivo, 
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ou seja, continuará adstrita aos motivos (razões) que levaram um indivíduo a 
praticar o delito. 
 
● Inciso VII (homicídio contra integrantes dos órgãos de segurança pública): contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
 A norma visa proteger de forma mais intensa pessoas que estão naturalmente mais expostas a atos 
de violência por conta das funções desempenhadas na área da segurança pública. 
 Nesse sentido, prevalece na doutrina que, para incidir a presente qualificadora, é necessário haver 
um nexo funcional. Em outras palavras, não basta que a vítima seja autoridade prevista no inciso, sendo 
necessárioque o crime tenha ocorrido no exercício de sua função ou em razão dela. 
Natureza jurídica: Há divergência! Parte da doutrina aduz que se trata de qualificadora de natureza subjetiva, 
que não se estende aos coautores e partícipes. Por outro lado, entende-se que se trata de natureza objetiva, 
com a definição do STJ sobre o feminicídio, parece haver uma tendência de a corte considerar a qualificadora 
funcional como objetiva. Já o autor Rogério Sanches entende ser mista, objetiva quando o agente estiver na 
função e subjetiva quando decorrer de sua função ou envolver familiares. 
 
Pergunta-se: Aplica-se em relação aos guardas municipais? 
R.: SIM. O legislador não restringiu a incidência às autoridades do caput dos artigos. O mesmo 
raciocínio se aplica aos agentes de segurança viária. Embora seja controverso, é o entendimento prevalente. 
 
Pergunta-se: Aplica-se aos aposentados? 
R.: NÃO, salvo se o homicídio for praticado em razão do fato vinculado à época que ele ainda era 
agente, pois o texto exige que seja no exercício da função ou em decorrência dela. Há divergência, sendo 
essa a posição do Sanches, Greco e Bittencourt. 
 
Pergunta-se: Aplica-se aos filhos adotivos? 
R.: NÃO. Entende-se que esta foi uma falha do legislador, que foi expresso ao dizer “parente 
consanguíneo”, não abrangendo o parentesco puramente civil, como é o caso da adoção. A CF veda qualquer 
distinção entre filhos biológicos e adotivos, razão pela qual a doutrina sustenta que essa expressão é 
inconstitucional, não podendo, no entanto, ser excluída apenas pelo intérprete em malefício do réu. 
 
Pergunta-se: Aplica-se aos parentes por afinidade? 
 R.: NÃO. Parentes por afinidade são aqueles que a pessoa adquire em decorrência do casamento ou 
união estável, como cunhados, sogros, genros, noras. A doutrina entende que também não foram 
abrangidos, seguindo a mesma linha de raciocínio dos filhos adotivos. 
 OBS.: No tocante aos familiares dos servidores, é importante lembrar que se aplica aos companheiros 
(hetero e homoafetivos). 
 
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● Inciso VIII: com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido (Incluído pela Lei n. 13.964, de 
2019) 
 
 Trata-se de inciso que havia sido, inicialmente, vetado pelo Presidente da República, mas que voltou 
a produzir efeitos a partir da derrubada do veto. 
 Os conceitos de arma de fogo de uso restrito ou proibido devem ser extraídos do Anexo I do Decreto 
n. 10.030, de 30 de setembro de 2019, que aprova o Regulamento de Produtos Controlados, in verbis: 
 
“Art. 3º (...) Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-
se: (...) 
II – Arma de fogo de uso restrito – as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo 
ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam: 
a) não portáteis; 
b) de porte cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na 
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil 
seiscentos e vinte joules; ou 
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição 
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas 
libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; 
II - Arma de fogo de uso proibido: 
a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou tratados 
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; e 
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos” 
 
● Inciso IX: Contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei n. 14.344, de 2022) [LEI HENRY 
BOREL] 
 
De acordo com a Lei 14.344/2022, o homicídio será qualificado sempre que for praticado contra 
pessoa menor de 14 anos, mesmo que não decorra de violência doméstica ou familiar. Essa qualificadora se 
deve à vulnerabilidade intensificada da vítima, menos apta a empreender autodefesa de forma eficaz. 
Evidentemente, que o sujeito ativo, ao cometer o homicídio, conheça a circunstância etária, ou pelo 
menos que esta seja facilmente reconhecível. O erro de tipo sobre a qualificadora afasta o incremento das 
margens penais. 
 
Obs:. O §4º já estabelecia uma causa geral de aumento de pena em relação ao menor de 14 anos. 
 
Art. 121, §4°. (...) sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime 
é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos; 
 
O mesmo diploma legal toma a necessária providência de atualizar a Lei dos Crimes Hediondos (Lei 
8.072/90) para incluir em seu artigo 1º., inciso I a classificação como crime hediondo do homicídio de 
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menores de 14 anos, adicionando no parêntesis que descreve o tipo penal o novo inciso IX do artigo 121, 
§ 2º., CP vide artigo 32 da Lei Henry Borel
 Cria ainda a Lei 14.344/22 duas causas especiais de aumento de pena para os casos de Homicídio 
Qualificado com o “nomen juris” de “Homicídio Contra Menor de 14 Anos”. Essas causas de aumento de pena 
são aplicáveis exclusivamente aos casos tipificados no artigo 121, § 2º., IX, CP (“Homicídio Contra Menor de 
14 Anos”), conforme deixa claro o § 2º. – B do artigo 121, CP em seu “caput” (do § 2º.-B). São elas 
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade;
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
1.1.4 Homicídio Híbrido 
É o homicídio simultaneamente privilegiado e qualificado. 
Só é possível quando a qualificadora tem natureza objetiva, ou seja, estão ligadas ao meio ou modo 
de execução (incisos III e IV, exceto a traição) e não aos motivos ou estado anímico do agente (subjetiva). 
Além disso, deve ser analisada a compatibilidade. Ex.: o homicídio não vai ser por motivo torpe e 
privilegiado ao mesmo tempo. 
Atenção: O homicídio híbrido NÃO é crime hediondo por conta da incompatibilidade lógica entre o privilégio 
e a hediondez e por não estar previsto nas Leis de Crime de Hediondo (STJ-HC n. 153.728). 
1.1.5 Causas de aumento de pena no homicídio doloso 
● LEI HENRY BOREL (Incluído pela Lei 14.344/2022) - foi acrescentado o § 2º-B do art. 121:
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:�
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com�
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade;
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,�
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por�
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
● §4º: sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de ��1/3 se o crime é praticado contra�
pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos;
● §6°: a pena é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado por milícia privada,�
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio;
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∘ Grupo de extermínio: São pessoas que se reúnem para atuar na ausência do poder público, 
a fim de matar as pessoas consideradas marginais ou perigosas. Consideram-se “justiceiros” 
e são reflexo do “direito penal subterrâneo”. 
∘ Milícia privada: É um grupo de pessoas que tem a finalidade de devolver a segurança da 
população de locais tomados pela criminalidade. 
 
OBS.1: O grupo de extermínio e a milícia privada podem contar, inclusive, com a participação de 
militares, fora do exercício da função. 
OBS.2: A lei não indica a quantidade de pessoas necessárias para a configuração. Há quem diga que 
deve ser considerada a mesma quantidade de associação criminosa, enquanto outra parte sustenta a 
quantidade de ORCRIM. 
OBS.3: Lembrando que o art. 310, §2º do CPP, com redação dada

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