O crítico Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, define a hipálage da seguinte forma: “Constitui um expediente retórico segundo o ...
O crítico Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, define a hipálage da seguinte forma: “Constitui um expediente retórico segundo o qual um determinante (artigo, adjetivo, complemento nominal) troca o lugar que logicamente ocuparia junto de um determinado (substantivo) para associar-se a outro”. Sabendo disso, assinale a única alternativa cujo (s) termo (s) sublinhado (s) NÃO exemplifica (m) essa figura de estilo, nos fragmentos que seguem. a) Era em julho, um domingo; fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças; escaldar a pedra da varanda; havia o silêncio recolhido e sonolento da manhã de missa [...]. (Eça de Queirós. In O Primo Basílio). b) Ega sentara-se também no parapeito, ambos se esqueceram num silêncio (…). Depois ao fundo, encaixilhada como uma tela marinha nas cantarias dos dois altos prédios, a curta paisagem do Ramalhete, um pedaço de Tejo e monte, tomava naquele fim de tarde um tom mais pensativo e triste. (Eça de Queirós. In Os Maias). c) Tinha o braço de Luísa passado no seu; e via-lhe a mão pendente, a sua linda mão de cera, com as veias docemente azuladas, os dedos finos e amorosos [...]. (Eça de Queirós. In Singularidade de uma rapariga loira). d) Nos silenciosos corredores, onde me era doce fumar antes do almoço um pensativo cigarro, circulavam agora, desde madrugada, os ranchos de operários, [...]. (Eça de Queirós. In A cidade e as serras). e) Havia certamente duas horas que assim dormia, denso e estirado no catre, quando me pareceu que uma claridade trêmula, como a de uma tocha fumegante, penetrava na tenda, e através dela uma voz me chamava [...]. (Eça de Queirós. A Relíquia).
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