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-HC 510.052; Proc. 2019/0136931-4; RJ; Sexta Turma; Rel. Min. Nefi Cordeiro; Julg. 17/12/2019; DJE 04/02/2020) c) Fundamentos: • Proteção à vítima;...

-HC 510.052; Proc. 2019/0136931-4; RJ; Sexta Turma; Rel. Min. Nefi Cordeiro; Julg. 17/12/2019; DJE 04/02/2020) c) Fundamentos: • Proteção à vítima; • Fomento ao arrependimento do agente. d) Requisitos (cumulativos): (1) Natureza do crime: crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa (a violência à coisa não obsta o reconhecimento do instituto).  Cabe arrependimento posterior nos casos em que há violência imprópria? Ex.: quando utiliza um sonífero para diminuir a capacidade de resistência da vítima. R.: Há divergência doutrinária: Parte da doutrina entende que o arrependimento posterior é uma das poucas hipóteses em que o legislador se preocupa com a vítima, se preocupa com a fora de diminuir os danos causados à vítima. Assim, como esse instituto é direcionado à vítima, sempre que puder incentivar o autor a reparar o dano ou restituir a coisa, reduzindo os prejuízos da vítima, admitiria a aplicação do arrependimento posterior. No entanto, a jurisprudência é muito reticente em aplicar.  Cabe arrependimento posterior em caso de violência culposa? R.: SIM! Segundo a doutrina, em caso de violência culposa, é cabível o arrependimento posterior. Isso porque, nesse caso, não houve violência na conduta, mas sim no resultado. É o que se dá, por exemplo, na lesão corporal culposa, crime de ação penal pública condicionada em que a reparação do dano pode, inclusive, acarretar na renúncia ao direito de representação se celebrada a composição civil, na forma do art. 74 e parágrafo único da Lei 9.099/1995. (2) Reparação do dano ou restituição da coisa: o Voluntária o Pessoal, salvo comprovada impossibilidade o Integral. STF (Info 608): Já admitiu reparação parcial do dano, sopesando o percentual da reparação da pena. (3) Até o recebimento da denúncia A reparação do dano ou restituição da coisa deve ser feita ATÉ o RECEBIMENTO da denúncia, ainda que pague os juros ou correção monetária posteriormente. Veja a jurisprudência do STF nesse sentido. É possível o reconhecimento da causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do Código Penal (arrependimento posterior) para o caso em que o agente fez o ressarcimento da dívida principal (efetuou a reparação da parte principal do dano) antes do recebimento da denúncia, mas somente pagou os valores referentes aos juros e correção monetária durante a tramitação da ação penal. Nas exatas palavras do STF: “É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada parte principal do dano, até o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável potencializar a amplitude da restituição.” STF. 1ª Turma. HC 165312/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/4/2020 (Info 973).  E se o agente restituir a coisa ou reparar o dano após o recebimento da denúncia? R.: Nesse caso, ele não será beneficiado pelo arrependimento posterior, mas é uma circunstância atenuante (art. 65, III, “b” , CP) Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; (4) Voluntariedade (diferente de espontaneidade). Redução da pena de 1/3 a 2/3, a depender da celeridade e voluntariedade; A causa de diminuição de pena relativa ao artigo 16 do Código Penal (arrependimento posterior) somente tem aplicação se houver a integral reparação do dano ou a restituição da coisa antes do recebimento da denúncia, variando o índice de redução da pena em função da maior ou menor celeridade no ressarcimento do prejuízo à vítima. STJ. 6ª Turma. HC 338840/SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/02/2016. e) Algumas características: • A reparação do dano ou restituição da coisa tem natureza objetiva, razão pela qual comunica-se aos demais coautores e partícipes do crime (majoritário). • A recusa do ofendido NÃO impede a redução da pena. • Em algumas situações, não se aplicará pelo fato de existir norma específica mais favorável para o caso de haver reparação do dano, como por exemplo, extinção da punibilidade, ex: apropriação indébita, crimes de menor potencial ofensivo, peculato culposo etc. STJ-REsp 1.187.976: o arrependimento posterior tem natureza objetiva. Portanto, a reparação do dano ou restituição da coisa efetuada por um dos agentes estende o benefício aos demais. REGRAS ESPECIAIS DIANTE DA REGRA GERAL DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR: 1. PECULATO CULPOSO • Reparação do dano até a sentença irrecorrível — extinção da punibilidade • Reparação do dano após a sentença irrecorrível — redução de ½ da pena Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 2. APROPROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 3. ESTELIONATO PELA EMISSÃO DE CHEQUE SEM FUNDOS A Súmula 554 do STF não incide para qualquer estelionato, mas apenas para o estelionato em que há emissão de cheque sem fundo. Assim, se o pagamento for antes do recebimento da denúncia, objetaria /impediria o prosseguimento da ação penal. Súmula 554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Olho na jurisprudência! Não cabe arrependimento posterior no homicídio culposo praticado no trânsito! Veja o teor do informativo 590 do STJ. Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil entre o autor do crime a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do CP é indispensável que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais. O arrependimento posterior exige a reparação do dano e isso é impossível no caso do homicídio. STJ. 6ª Turma. REsp 1561276-BA. 7. CRIME IMPOSSÍVEL (ART. 17, CPC) Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. a) Conceito: Verifica-se quando jamais ocorrerá a consumação, seja pela ineficácia absoluta do meio, ou por absoluta impropriedade do objeto. Também conhecido por “tentativa inidônea, tentativa inadequada, tentativa impossível ou quase crime”. b) Natureza jurídica: Causa de exclusão da tipicidade c) Espécies de crime impossível: • Por ineficácia absoluta do meio de execução: O meio de execução é incapaz de produzir o resultado. A idoneidade deve ser analisada no caso concreto. • Por

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Caderno de Doutrina e Questões (3)
285 pág.

Direito Penal I Faculdade de BalsasFaculdade de Balsas

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