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Máquinas Perigosas e Inseguras O legislador impôs ao empregador a obrigação de manter o ambiente de trabalho em condições hígidas e seguras, confor...

Máquinas Perigosas e Inseguras O legislador impôs ao empregador a obrigação de manter o ambiente de trabalho em condições hígidas e seguras, conforme dispõe o art. 157 da CLT. Com amparo no permissivo constante no art. 200 da CLT, com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 1977, o Ministério do Trabalho editou a portaria nº 3.214, de 1978, aprovando as normas regulamentadoras (nr), relativas a segurança e medicina do trabalho. Apenas alertar que determinado equipamento é perigoso não atende à exigência de proteção à saúde e integridade física do trabalhador. A reclamada não conseguiu provar que tivesse dado instruções específicas de como operar a máquina em que o reclamante iria trabalhar, a qual viria, mas tarde, a mutilar o dedo polegar de sua mão esquerda. Além disso, é dever da empresa utilizar maquinário com mecanismos de segurança que não permitam que o empregado toque em suas partes perigosas enquanto ele estiver em funcionamento. Caracterizada a omissão da empresa em tornar efetivas as medidas de segurança do trabalho, devidas as indenizações postuladas pelo empregado em razão dos danos experimentos, decorrentes do acidente de trabalho por ele sofrido. Atividade de Risco e Instruções de Segurança É dever da empresa, instruir adequadamente seus empregados quanto às precauções no sentido de evitar acidentes do trabalho, obrigação que lhe é imposta por força do artigo 157 da consolidação das Leis trabalhistas. A ausência de treinamento e instrução faz surgir a obrigação de reparar o dano sofrido pelo autor, mormente quando a atividade desenvolvida (no alto de postes de energia elétrica) evidenciam riscos maiores que os habituais, exigindo treinamento de segurança específico. Indenização por dano moral proveniente de infortúnio do trabalho O acidente de trabalho e a moléstia profissional são infortúnios intimamente relacionados ao contrato de emprego e por isso só os empregados é que têm direito aos benefícios acidentários, daí se impondo a conclusão de a indenização prevista no artigo 7º, inciso XXVIII da constituição caracterizar-se como direito genuinamente trabalhista. II - Essa conclusão não é infirmável pelo posicionamento, adotado aqui e acolá, de a indenização ali prevista achar-se vinculada à responsabilidade civil do empregador. Isso nem tanto por ela se reportar, na realidade, ao próprio art. 7º, inciso XXVIII, da Constituição. Pela evidência de a pretensão indenizatória provir não da culpa aquiliana do artigo 186 do Código Civil e sim da culpa contratual do empregador, extraída da não-observância dos deveres, integrados ao contrato de emprego, contidos no art. 157 da CLT. Havendo Previsão Constitucional expressa sobre o direito à indenização por danos material e moral provenientes de infortúnios do trabalho, na qual se adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do empregador, revela-se juridicamente inviável a tese da sua responsabilidade objetiva, extraída da norma do § único do artigo 927 do Código Civil de 2002. Segundo se constata do artigo 59 da Constituição Federal, pelo que não se pode, evidentemente, cogitar da prevalência da norma do § único do artigo 927 do Código Civil em detrimento da do artigo 7º, inciso XXVIII da constituição. É absurda a conclusão de a superveniência da norma do Código Civil de 2002 implicar a revogação tácita da norma da constituição de 88, considerando a regra de direito intertemporal do § 1º do art. 2º da LNDB, naturalmente inaplicável no âmbito de inadmissível conflito temporal entre norma da constituição e norma subsequente de legislação ordinária. Na interpretação de norma Constitucional no confronto com norma infraconstitucional não é concebível que aquela deva se amoldar a essa, devendo naturalmente a norma infraconstitucional ser aplicada na conformidade do teor cogente da norma contemplada no texto constitucional. Assentada a altanaria e a imperatividade da Constituição da República, não é dado ao intérprete e sobretudo ao aplicador da Lei valer-se do caput do artigo 7º do texto constitucional de 88 para desprestigiar a incidência da norma prevista no seu artigo 7º, inciso XXVIII no cotejo com a norma ordinária do artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, evitando- se desse modo inimaginável inversão do princípio da hierarquia das Leis, contemplado no artigo 59 da carta cidadã. Salientado ter sido do de cujus a culpa pelo acidente que o vitimara, sem nenhum vestígio de a recorrente ter contribuído, ainda que indiretamente, para a sua ocorrência, não se viabiliza, à luz do artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição, a sua condenação ao pagamento de indenização por dano moral. Recurso conhecido e provido. Danos Moral e Estético de Acidente de Trabalho O matiz absolutamente fático da controvérsia em torno da inexistência de treinamento para operação da máquina induz à ideia de inadmissibilidade da revista, em virtude de o exame de fatos e provas lhe ser refratário, a teor da Súmula nº 126 do TST. O regional não se manifestou sobre a alegação de que a empresa se encontrava no exercício regular de direito, nem foi incitado a isso por meio de embargos de declaração, estando ausente esse prequestionamento de que trata a Súmula nº 297 do TST, impedindo a deliberação do TST sobre a suposta violação ao artigo 188, I, do Código Civil. Os artigos 195 e 201 da constituição, por sua vez, são impertinentes à discussão estabelecida, por não cuidarem de reparação civil, e sim da seguridade social, não se constatando que a decisão impugnada houvesse incorrido em afronta direta e literal de seus dispositivos, bem assim em relação ao artigo 7º, XXVIII, da constituição, que não exclui a indenização a cargo do empregador, na situação em que houver dolo ou culpa. Jurisprudência ACIDENTE DE TRABALHO. DANO MORAL E ESTÉTICO. CULPA COMO PRESSUPOSTO DA INDENIZAÇÃO. Nos termos do art. 186 do Código Civil de 2002, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Por força dessa norma, a culpa do empregador fica caracterizada quando este adota uma conduta que revela imprudência, negligência ou imperícia. Afora isso, nos termos do art. 157 da CLT, cabe às empresas: (I) cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (II) instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Como se pode observar, na questão de segurança e saúde, o empregador tem a obrigação de adotar a diligência necessária para evitar os acidentes e as doenças relacionadas com o trabalho, devendo considerar todas as hipóteses razoavelmente previsíveis de danos ou ofensas à saúde do trabalhador. (TRT 08ª R.; RO 0298700-08.2009.5.08.0117; Segunda Turma; Rel. Des. Fed. José Edílsimo Eliziário Bentes; DJEPA 09/02/2011; Pág. 17) ACIDENTE DE TRABALHO. FALECIMENTO DO TRABALHADOR. DANOS MATERIAIS E MORAIS. No caso sob exame, resta claro que o acidente fatal, por asfixia, em decorrência de queda em silo agrícola, não teria ocorrido se o obreiro tivesse recebido adequado treinamento, equipamento de proteção individual (cinto de segurança) e supervisão técnica apropriada, o que revela, sem qualquer margem para dúvidas, a negligência das rés. Não há elementos que sustentem a culpa da vítima, pois as condições de trabalho ofereciam, à evidência, perigo, agravado pela omissão da segunda ré (tomadora) em: A) identificar e/ou isolar e/ou sinalizar o espaço confinado; b) prever a implantação de travas e/ou bloqueios e/ou lacre no espaço confinado; c) deixar de implementar procedimento para trabalho em espaço confinado; d) permitir a entrada ou realização de trabalho em espaço confinado sem a emissão da permissão de

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CLT Comentada Arts 75-A a 223- - Getulio Alves
740 pág.

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