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O caso de comoção interna caracteriza-se quando há grave perturbação da ordem interna, cuja urgência requer dos entes da Federação ações rápidas, q...

O caso de comoção interna caracteriza-se quando há grave perturbação da ordem interna, cuja urgência requer dos entes da Federação ações rápidas, que não podem aguardar a aprovação de créditos especiais nem suplementares com vistas a solucionar o problema. Os casos de calamidade pública ocorrem com frequência ─ alternadamente ─ em todos os entes da Federação e quase sempre são motivados por ações da natureza que não puderam ser previstas no orçamento. Quando isso ocorre, o chefe do Poder Executivo decreta, de imediato, o estado de calamidade pública, ficando autorizado a abrir créditos extraordinários destinados a combater essas adversidades. A característica que suporta a abertura dos créditos extraordinários é a imprevisibilidade; ou seja, são ocorrências que fugiram à capacidade dos técnicos de prevê-las. Não se deve, porém, confundir a ocorrência de um fato imprevisível, que é atendido pelos créditos extraordinários, com os fatos imprevistos, pois estes poderiam ser previstos, e quando isto não ocorre, eles são atendidos pelos créditos especiais, porquanto para aqueles não há a mínima possibilidade de antevê-los. Créditos suplementares e especiais. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Os créditos suplementares, como mencionado anteriormente, aumentam a dotação inicial de um determinado programa quando sua previsão revela-se insuficiente para alcançar os objetivos e as metas do programa. Para sua abertura, no entanto, torna-se necessário informar a origem dos recursos que suportarão esse aumento de despesa. Os créditos especiais também dependem de fonte de financiamento e se destinam aos programas não contemplados no orçamento. O artigo repassa o entendimento de que tanto os créditos suplementares quanto os especiais têm dois momentos: primeiro, o crédito por meio de lei ─ neste caso, a responsabilidade é do Poder Legislativo; segundo, coincide com sua abertura, a qual deve ser feita por decreto, cuja competência é do Poder Executivo. A abertura é que discriminará o crédito até o nível de elemento de despesa de forma que o torne operacional. Fontes de financiamento. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa. Consideram-se recursos para o fim desse artigo, desde que não comprometidos: I ─ o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II ─ os provenientes de excesso de arrecadação; III ─ os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV ─ o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a elas vinculadas. Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins desse artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. Neste artigo, a Lei cuida de estabelecer quais são as fontes de financiamento que podem ser usadas na abertura de créditos suplementares e de créditos especiais. Essas fontes se destinam a suportar o aumento de gastos que se impõem com a abertura desses créditos. As fontes legítimas que dão sustentação ao aumento dos gastos de um programa por meio de crédito suplementar e/ou especial são: a) superávit financeiro; b) excesso de arrecadação; c) anulação total ou parcial de dotações; d) operações de crédito; e) a diferença porventura existente entre a receita maior que as despesas depois da aprovação do orçamento. Superávit financeiro. De todas as fontes de financiamento, o superávit financeiro é a mais segura, pois representa dinheiro em caixa, isto porque o seu cálculo origina-se da diferença a mais do ativo financeiro em relação ao passivo financeiro, apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. Tal diferença, depois de feitas às deduções, representa o superávit financeiro líquido, o qual pode ser usado como fonte de financiamento na abertura de créditos suplementares e de créditos especiais. O superávit financeiro, a título de exemplo, pode ser calculado da seguinte forma: Exemplo da apuração do superávit líquido: DENOMINAÇÃO SUBTOTAL TOTAL (+) Superávit bruto 2.500 (-) Operações de crédito não utilizadas 300 (-) Créditos especiais e extraordinários reabertos 300 (-) Saldo de convênios não utilizados 50 (650) (=) Superávit líquido à disposição do Estado 1.850 O superávit financeiro precisa ser alterado, pois, em que pese a sua legitimidade, mencionada anteriormente, quando foi dito que se tratava de dinheiro em caixa, na sua composição, além das disponibilidades, incluem-se as saídas de recursos sem o empenho da despesa, as quais são inscritas no grande grupo Realizável. Sua inclusão deve-se à crença de que legislador via nesses créditos sua realização, no máximo, até o final do exercício financeiro seguinte. Na maioria das vezes, é quase impossível receber créditos, principalmente quando se trata de desfalques e desvios, ou seja, situações em que a ausência do numerário em caixa deu-se por razões contrárias à vontade do Estado. Portanto, o ato pode ser por culpa ou por dolo. Quando o superávit financeiro for usado como fonte de financiamento e executado, caso não ocorra o recebimento do valor inscrito no Realizável, teoricamente, tem-se um déficit orçamentário e, até mesmo, financeiro. Trata-se de uma falha de fácil solução, bastando uma pequena alteração na Lei, o que será demonstrado adiante. A Lei não prevê essa dedução. No entanto, considerando tal possibilidade, a título ilustrativo, será desenvolvido um exercício para demonstrar esse equívoco da Lei, a partir de um balanço patrimonial denominado de ano (no). a) o orçamento aprovado foi de R$2.000 de receita prevista e despesa fixada de igual valor; b) não houve o recebimento do valor inscrito no realizável no Realizável; c) os valores constantes da dívida flutuante foram pagos; d) foi aberto e executado crédito suplementar no valor de R$ 2.500, financiado pelo superávit financeiro; e) a receita prevista foi executada em sua totalidade; f) a despesa foi executada em sua totalidade, inclusive, o crédito de R$2.500; g) a despesa executada total foi inscrita em restos a pagar e o valor foi de R$4.500. Depois de desenvolvido o exercício, o balanço patrimonial apresenta os seguintes números: Observa-se que o resultado financeiro foi nulo. Isso se deu porque não houve o recebimento do crédito inscrito no realizável, porém ocorreu sua utilização na composição da fonte de

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Lei 4 320_64 Comentada
242 pág.

História Colegio AnchietaColegio Anchieta

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O texto fornecido trata sobre a abertura de créditos extraordinários, suplementares e especiais, bem como as fontes de financiamento para esses créditos. No entanto, a pergunta não foi concluída. Você precisa criar uma nova pergunta.

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