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A seleção de indicadores é uma tarefa delicada, pois não existe uma teoria formal que permita orientá-la com estrita objetividade. Em tese, fundame...

A seleção de indicadores é uma tarefa delicada, pois não existe uma teoria formal que permita orientá-la com estrita objetividade. Em tese, fundamentalmente, é preciso garantir que existe, de fato, uma relação recíproca entre indicando (conceito) e os indicadores propostos. A avaliação de políticas públicas requer indicadores de diferentes naturezas. Uma classificação bastante relevante para a análise e formulação de políticas sociais é a diferenciação dos indicadores sociais quanto à natureza do ente indicado (Carley, 1985): se recurso (indicador-insumo), realidade empírica (indicador-produto) ou processo (indicador-processo). Os indicadores-insumo (input indicators) correspondem às medidas associadas à disponibilidade de recursos humanos, financeiros ou equipamentos alocados para um processo ou programa que afeta uma das dimensões da realidade social. Os indicadores-produto (outcome ou output indicators) são aqueles mais propriamente vinculados às dimensões empíricas da realidade social, referidos às variáveis resultantes de processos sociais complexos ou mesmo das condições de vida da população. Os indicadores-processo ou fluxo (throughput indicators) são indicadores intermediários, que traduzem em medidas quantitativas o esforço operacional de alocação de recursos humanos, físicos ou financeiros (indicadores-insumo) para obtenção de melhorias efetivas de bem-estar (indicadores-produto). A diferenciação entre indicadores de estoque e indicadores de performance ou fluxo também costuma ser empregada no campo da avaliação de políticas sociais. Outro sistema de classificação de especial interesse na formulação de políticas é aquele que diferencia os indicadores segundo os três aspectos relevantes da avaliação dos programas sociais: i) indicadores para avaliação da eficiência dos meios e recursos empregados, ii) indicadores para avaliação da eficácia no cumprimento das metas; iii) indicadores para avaliação da efetividade social do programa, isto é, indicadores para avaliação dos efeitos do programa em termos de justiça social, de contribuição para aumento da sociabilidade e engajamento político, enfim, dos efeitos do programa em termos mais abrangentes de bem-estar para a sociedade. Existem muitas fontes de dados, quando se pensa em políticas públicas sociais seja para a implementação seja para a avaliação e o quadro abaixo mostra algumas fontes em relação as políticas públicas municipais. O valor de uma política deve ser avaliado também a partir da potencialidade de sucesso de sua implementação. A Avaliação é o instrumento mais adequado para se saber se uma política está sendo implementada. A observação crítica da distância entre o que foi pretendido e o que foi efetivado. Disparidades entre metas e resultados. Busca de explicações para um possível baixo grau de efetividade, acompanhamento dos efeitos não antecipados da implementação e seus impactos no curso da política. A análise da formulação e implementação de políticas sociais só tem sentido se remetida à importância crucial do papel do Estado e de suas instituições sobre a alocação de recursos e valores com vistas a reduzir a desigualdade. Avaliação de Políticas Sociais. A pesquisa de avaliação de políticas sociais é uma área dedicada a coletar, analisar e interpretar informações sobre a formação e implementação e o impacto das ações governamentais que visam alterar as condições de vida das populações. Para que a avaliação se efetive é preciso a produção de dados confiáveis pelas agências e órgãos envolvidos no processo de implementação. A avaliação deve permitir que os responsáveis pela implementação se beneficiem dos seus resultados. Contínuo refinamento da compreensão de seu sucesso/fracasso. O que importa na avaliação é o estabelecimento de conexões lógicas entre os objetivos da avaliação, os critérios da avaliação e os modelos analíticos capazes de dar conta da pergunta básica de toda a avaliação: A política ou o programa sob observação foi um sucesso ou um fracasso? Sob este prisma o principal da avaliação é examinar os propósitos da política, ou seja, quais os produtos e os impactos gerados pelas decisões governamentais. AVALIAÇÃO DE PROCESSOS => EFICÁCIA. AVALIAÇÃO CUSTOS-BENEFÍCIOS => EFICIÊNCIA. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS => Mudanças provocadas por determinadas ações governamentais sobre as condições de vida da população, com base no critério da efetividade, buscando analisar as mudanças quantitativas e qualitativas ocorridas com a implementação de uma dada política. AVALIAÇÃO COMPREENSIVA => Combinar a análise de processo e de impactos provocados pela implementação relacionando-os aos objetivos previamente definidos e à compreensão das causas que interferiram na sua implementação, buscado entender a conexão entre INPUTS e OUTCOMES observada tentando responder a seguinte indagação: o que está acontecendo e por quê? Do ponto de vista do marco temporal uma pesquisa de avaliação pode ser: Retrospectiva: programa já passado. Prospectiva: quando considera as possibilidades futuras de desempenho de um programa. Formativa: quando ocorre durante a implementação de um programa. Integrativa: quando considera o antes e o depois da implementação. O modelo de avaliação compreensiva aborda as ações governamentais já implementadas e que geram algum tipo de impacto esse tipo de avaliação tem escopo limitado = Estudos de quase-avaliação. Os estudos de quase-avaliação tem como intuito responder questões básicas que geram informações importantes sobre as ações de governo, possibilitando avaliações mais profundas no futuro e maior transparência. Quantas pessoas são atendidas? Como o programa está atendendo a sua clientela? Qual é o montante de recursos alocados? Neste tipo de avaliação pode ser agregada a estas três perguntas uma outra: Quais os princípios norteadores do programa e porque estes foram escolhidos em detrimento de outros. PROCESSOS E IMPACTOS. Os estudos de quase-avaliação deixam de lado as demandas e sua distribuição geográfica e social e também não se interessam pelos processos de mediação de interesses. Existem duas dimensões sobre a implementação que são objeto da avaliação: Os elementos formalmente definidos no âmbito da definição e decisão da política (normas procedurais, legislação, mecanismos operacionais), Os efeitos não previstos. A autora investigará, ou melhor, avaliará algumas políticas de caráter social do governo do estado de São Paulo nas áreas de habitação, Segurança Pública e Justiça, Atenção ao Menor e Alimentação e Nutrição utilizando modelos de AVALIAÇÃO DE PROCESSOS e a QUASE-AVALIAÇÃO. A escolha destes modelos ocorre em virtude da diversidade das políticas; optou-se por realizar um estudo de acompanhamento e avaliação dos programas. Grau de eficácia. Relação entre metas propostas e metas atingidas. A autora mostrará como ela procedeu a avaliação dos programas e as dificuldades encontradas, como por exemplo, o fato de os programas transitarem nas esferas de governo, ora sendo de responsabilidade do governo federal, ora do governo estadual e municipal. Para alguns programas em fase de definição ou reequacionamento o estudo foi feito procurando avaliar o conteúdo das diretrizes propostas, a direção das mudanças sinalizadas em relação aos critérios de maior justiça.

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Politicas Públicas - TODOS OS PDFS
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A seleção de indicadores é uma tarefa delicada, pois não existe uma teoria formal que permita orientá-la com estrita objetividade. Em tese, fundamentalmente, é preciso garantir que existe, de fato, uma relação recíproca entre o conceito indicando e os indicadores propostos. A avaliação de políticas públicas requer indicadores de diferentes naturezas. Uma classificação bastante relevante para a análise e formulação de políticas sociais é a diferenciação dos indicadores sociais quanto à natureza do ente indicado. Os indicadores-insumo correspondem às medidas associadas à disponibilidade de recursos humanos, financeiros ou equipamentos alocados para um processo ou programa que afeta uma das dimensões da realidade social. Os indicadores-produto são aqueles mais propriamente vinculados às dimensões empíricas da realidade social, referidos às variáveis resultantes de processos sociais complexos ou mesmo das condições de vida da população. Os indicadores-processo são indicadores intermediários, que traduzem em medidas quantitativas o esforço operacional de alocação de recursos humanos, físicos ou financeiros para obtenção de melhorias efetivas de bem-estar. A diferenciação entre indicadores de estoque e indicadores de performance ou fluxo também costuma ser empregada no campo da avaliação de políticas sociais. Outro sistema de classificação de especial interesse na formulação de políticas é aquele que diferencia os indicadores segundo os três aspectos relevantes da avaliação dos programas sociais: i) indicadores para avaliação da eficiência dos meios e recursos empregados, ii) indicadores para avaliação da eficácia no cumprimento das metas; iii) indicadores para avaliação da efetividade social do programa.

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