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dos mesmos, e, posteriormente, foram sistematizados e analisados a partir das técnicas qualitativas e quantitativas e de textos. O Turismo Cultural...

dos mesmos, e, posteriormente, foram sistematizados e analisados a partir das técnicas qualitativas e quantitativas e de textos.
O Turismo Cultural no Brasil
O ano de 1808 tornou-se um marco para a história política, econômica, social e cultural do Brasil com a vinda da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro. Muitas mudanças ocorreram, porém não havia qualquer noção de patrimônio ou de bens patrimoniais no Brasil do século XIX, tendo isso emergido na terceira década do século XX (CAMARGO, 2005).
A valorização do Patrimônio Cultural deu-se com a Semana da Arte Moderna, em 1922, quando os modernistas nacionalistas pretendiam encontrar as raízes do povo brasileiro, tentando afirmar sua identidade, e isso só seria possível com a recuperação da memória dos seus antepassados.
Nesse contexto histórico, a capital de Minas Gerais, Ouro Preto, foi utilizada pelos modernistas como fonte de estudo para encontrar as raízes do povo brasileiro. Por ser uma cidade histórica, salvaguardava muitos monumentos arquitetônicos do estilo barroco. Esse estilo surgiu na Europa e foi trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses. Ouro Preto foi o grande ancoradouro dos modernistas.
O ano de 1937 tem sua relevância para a proteção do patrimônio cultural quando o presidente da república Getúlio Vargas sanciona o projeto de lei que institui um órgão específico para catalogar, especificar, tombar e gerenciar o patrimônio cultural do país. Assim surge o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), órgão oficial do Governo Federal responsável para designar o que compunha o patrimônio nacional.
O projeto de lei para criação de um órgão encarregado da preservação do patrimônio cultural, elaborado por Rodrigo Melo Franco de Andrade, resultou na expedição do Decreto-Lei nº 25/37, de 30 de novembro de 1937, que criou o SPHAN e regulamentou o tombamento como forma de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional sendo definido como um conjunto de bens móveis, cuja conservação fosse de interesse público, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico (RODRIGUES, 2006; CASTILHO JUNIOR, 2008).
O Decreto-Lei nº 25/37 não abordava a questão do patrimônio imaterial nem o arqueológico, sendo estes evidenciados na Constituição de 1988. Atualmente, o órgão responsável por salvaguardar o patrimônio cultural do país é o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o antigo SPHAN; utiliza-se do tombamento como forma de assegurar a proteção do bem por meio da intervenção do poder público sobre a propriedade.
A década de 1960 foi enfática para o estudo do turismo cultural no país, quando antropólogos perceberam que a atividade turística poderia prejudicar o patrimônio cultural, com excesso de visitações e modificação intensa na cultura local. Porém, despertou o interesse para serem desenvolvidas políticas públicas de conservação do patrimônio, visto que este resguarda a memória de uma sociedade e de um povo. Martins (2006, p. 20), ao relacionar memória com patrimônio, afirma que a memória está diretamente ligada ao patrimônio de um povo, pois gera, a partir da cultura, tomada em suas manifestações naturais, materiais e imateriais, um ponto de referência de sua identidade e as fontes de sua inspiração.
O turismo como atividade econômica é causador de impactos tanto positivos quanto negativos, podendo, dessa maneira, favorecer ou não a localidade receptora. Assim, tendo em vista a manutenção dessas localidades, é que o turismo cultural se destaca como cooperador para elaboração de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade.
O turismo cultural também tem representado uma das mais amplas estratégias de desenvolvimento sustentável, já que há uma preocupação em aliar planejamento econômico e de infraestrutura à percepção da procura por bens culturais e estilos de vida, buscando preservar os recursos naturais e culturais para as gerações futuras e desenvolver a economia (MENEZES, 2009, p. 1).
Para que as gerações futuras possam usufruir do turismo cultural é necessário que se conserve e preserve o patrimônio, principalmente o material, pois é nos monumentos, nos arquivos e nas edificações que se encontram características do passado, representado em estilos de época. Desse modo, a ação da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no âmbito do patrimônio material, articula-se em torno de três eixos: preservação, gestão e intervenção (CARNEIRO, 2006, p. 20).
Breve Histórico da Cidade de Acari
A história do município de Acari se relaciona com o turismo desde os seus primórdios, com os tropeiros viajantes que passavam pela terra acariense e paravam para descansar, recuperar-se do cansaço e continuar a viagem.
Assim, às margens do rio Acauã, abaixo do gargalho, havia um poço de nome Felipe, fonte de água fresca que servia para aliviar a sede dos animais e dos forasteiros que passavam por aquela localidade. Ali surgiram as primeiras “casas” de rancho, geralmente cabanas feitas de forquilhas, caibo, varas, cipós e cobertas com folhas de oiticica (MEDEIROS FILHO, 1983). O poço era abundante de peixes, chamados pelos indígenas de acari, como afirma Rosa (1974, p. 21): “Acari quer dizer (etimologicamente) acará pequeno. Acari. Peixe de água doce do Brasil, vulgo cari (Loricaria plecostomus) do tupi acari (T.S.), isto é, acará + i, ‘pequeno’.
O nome do peixe de cabeça achatada, assim como os indígenas pronunciavam, propagou-se por entre os viajantes, originando o nome do pequeno aglomerado chamado de Acari. Naquele pequeno território se iam fixando alguns viajantes que armavam suas redes e se refrescavam com a brisa suave. Como afirma Rosa (1974, p. 23), O viajante que ali pernoitava em redes armadas nos galhos de oiticica queixava-se do vento frio e forte, sobretudo em setembro, outubro e novembro. Certo dia, um transeunte mais paciente, ou um pequeno grupo, teve a ideia de construir um rancho. Ali mesmo cortou quatro forquilhas de aroeira, uns caibros de pereiro, umas varas de mofumbo, uns cipós de buji e uns ramos de oiticica.
Às margens do Rio Acauã, foram aparecendo as primeiras casas de taipa, pequenas construções feitas de barro misturado com areia e socado entre armações de varas. Segundo Rosa (1974, p. 26), “no novo chão se construíram casas de taipa cobertas de folhas de oiticica ou de palhas de carnaúba, trazidas estas de vales próximos”.
No ano de 1720, já se constituía um pequeno povoado com cerca de 20 casas, possibilitando a união entre os habitantes que se ajudavam mutuamente, dividindo sua alimentação e suas atividades diárias (MEDEIROS FILHO, 1983). As pessoas que ali moravam eram pobres, criavam galinhas e possuíam algumas cabeças de gado. Anos depois, chegava nessas terras

Essa pergunta também está no material:

Planejamento e desenvolvimento do turismo nas regiões do seridó e trairi_cultura, lazer e eventos
586 pág.

Fundamentos Geográficos do Turismo Faculdade AnhangueraFaculdade Anhanguera

Respostas

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O texto apresenta informações sobre o Turismo Cultural no Brasil, destacando marcos históricos como a Semana da Arte Moderna de 1922 e a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) em 1937. Além disso, aborda a importância da preservação do patrimônio cultural e a evolução das políticas de conservação ao longo dos anos. O turismo cultural é apontado como uma estratégia de desenvolvimento sustentável, buscando conciliar a preservação dos recursos naturais e culturais com o desenvolvimento econômico.

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