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A alteridade, a liberdade e a justiça são as categorias básicas do no humanismo contemporâneo ou novo humanismo, que é entendido como um novo model...

A alteridade, a liberdade e a justiça são as categorias básicas do no humanismo contemporâneo ou novo humanismo, que é entendido como um novo modelo que toca no núcleo da questão do cuidado com o ser humano, o qual será abordado, juntamente com a ecologia integral, na Unidade de Ensino III. Sobre a liberdade, em particular, Luis Fernando Veríssimo, “Em algum lugar do paraíso”, diz que é livre quem pode fazer o que quiser — dentro das suas limitações de espaço, tempo, energia e recursos. Só se é livre dentro de certos limites. Portanto, toda a liberdade é condicional. Só é totalmente livre quem pode exercer a sua vontade sem qualquer limitação moral ou material. Isto é: o tirano. Assim, a liberdade suprema só existe nas tiranias. Dizer que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro é muito bonito. Mas e se a liberdade foi mal distribuída e o meu vizinho tem um latifúndio de liberdade enquanto a minha é um quintal de liberdade, liberdade mesmo que tadinha? Não é feio sugerir um reestudo da divisão. Alguns são obcecados pela liberdade e prisioneiros da sua obsessão. Os loucos são livres e vivem presos por isso. Cuidado com quem dá aos outros toda a liberdade, porque, geralmente, é esse quem pode tirá-la. Fala-se em liberdade como se ela fosse um absoluto. Mas dizer “eu quero ser livre” é o mesmo que dizer “eu quero” e não dizer o quê. Existe a Liberdade De e a Liberdade Para. Não é uma questão apenas de preposições e semântica. É a questão do mundo. O liberalismo clássico iconizou a Liberdade Para. Você é livre se tem liberdade para dizer o que pensa e fazer o que quer, para ir e vir e exercer o seu individualismo até o fim, ou até o limite da liberdade do outro. A ideia de que a verdadeira liberdade é a Liberdade De é recente. Livre de verdade é quem é livre da fome, da miséria, da injustiça, da liberdade predatória dos outros. A ideia é recente porque antes era inconcebível. Ser livre do despotismo era automaticamente ser livre para o que se quisesse, para a vida e a procura individual do paraíso. Foi preciso uma virada no pensamento humano para concluir que Liberdade Para e Liberdade De não eram necessariamente a mesma liberdade e outra virada para concluir que eram antagônicas. Enfim, de todos os crimes que se cometem em nome da liberdade, o pior é a retórica. Disponível em: https://twitter.com/verissimolf/status/1493291290536067079. Acesso em 07/03/24. Adaptado. (Texto publicado originalmente em: VERISSIMO, Luis Fernando. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2011) Considere as informações do texto dado e marque a opção correta. A) O raciocínio a partir do liberalismo clássico favorece a promulgação de decretos que restringem o direito de liberdade (art. 5, XV, CF), se considerarmos que ele é o grande defensor da liberdade “para”. B) O estado democrático de direitos pode ser definido por sua capacidade de garantir o direito que todo cidadão tem de poder exercer a sua vontade sem qualquer limitação moral ou material. C) O exercício da cidadania, no que diz respeito ao direito político do voto, é uma garantia de que o cidadão não sofrerá as consequências resultantes da má administração da coisa pública. D) A liberdade, atualmente, pode ser entendida como contrária à liberdade “para” e é experimenta quando se é livre da fome, da miséria, da injustiça, da liberdade predatória dos outros. E) A liberdade sem limites não nos cabe porque não condiz com a nossa condição humana e, postular uma liberdade sem limites é clamar pela destruição da própria liberdade

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Analisando as opções: A) O raciocínio a partir do liberalismo clássico favorece a promulgação de decretos que restringem o direito de liberdade (art. 5, XV, CF), se considerarmos que ele é o grande defensor da liberdade “para”. - Correto, pois o liberalismo clássico defende a liberdade "para". B) O estado democrático de direitos pode ser definido por sua capacidade de garantir o direito que todo cidadão tem de poder exercer a sua vontade sem qualquer limitação moral ou material. - Incorreto, pois o texto fala sobre a liberdade condicional e limitada. C) O exercício da cidadania, no que diz respeito ao direito político do voto, é uma garantia de que o cidadão não sofrerá as consequências resultantes da má administração da coisa pública. - Incorreto, pois não está diretamente relacionado ao texto sobre liberdade. D) A liberdade, atualmente, pode ser entendida como contrária à liberdade “para” e é experimenta quando se é livre da fome, da miséria, da injustiça, da liberdade predatória dos outros. - Correto, pois o texto fala sobre a liberdade "De" como sendo livre de certas condições. E) A liberdade sem limites não nos cabe porque não condiz com a nossa condição humana e, postular uma liberdade sem limites é clamar pela destruição da própria liberdade. - Correto, pois o texto aborda a ideia de que a liberdade sem limites não é condizente com a condição humana. Portanto, as opções corretas são A, D e E.

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