A retratação do agente não tem relevância jurídica, funcionando somente como circunstância judicial na aplicação da pena. Excepcionalmente, o estatuto penal lhe empresta força extintiva da punibilidade (CP, art. 107, VI). A retratação, como causa de extinção da punibilidade, somente incide nos casos expressamente previstos em lei, por exemplo, nos crimes contra a honra, conforme prevê o art. 143 do CP. Nos crimes contra a honra, a retratação só é cabível na calúnia e na difamação, sendo inadmissível na injúria. Nos dois primeiros casos, importa à vítima que o ofensor se retrate negando que ela praticou o fato imputado. Na injúria, porém, não há imputação de fato, mas atribuição ao ofendido de qualidade negativa, não importando a esta a retratação. A retratação nos crimes de difamação e calúnia só é possível quando se trata de ação penal privada, pois o art. 143 do CP se refere expressamente ao querelado. Também incide na hipótese prevista no art. 342, § 2º, do CP, que trata do crime de falso testemunho ou falsa perícia, segundo o qual o fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente se retrata ou declara a verdade. Essa retratação só é possível até a sentença final do procedimento em que foi praticado o falso testemunho.
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